quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

DESTAQUE EM CONTO NO TRIGÉSIMO OITAVO CONCURSO DA ALPAS

HOMENAGEM À QUERIDA REJANE BONADIMANN



O CASAMENTO QUE NÃO EXISTIU

Foram dez anos de namoro, entre idas e voltas, brigas e juras de amor eterno. Eram dois pombinhos apaixonados, se beijando de olhinhos fechados, carícias para tudo quanto é lado. Eu os adorava. E no dia do casamento deles, era a mais alegre mãe no altar. Ria das macaquices da dama de honra. Não parava um segundo sequer de mexer-se. Agonia total. Não era à toa que aquela menininha havia se lançado para fora da janela da perua, aos nove meses de idade, enquanto seu pai dirigia, atentamente, sem correr, sem tirar os olhos da rodovia escura, durante uma noite fria em que voltavam para casa. Mas isto é uma outra história que fica para outro conto. O pajem, cópia fiel do meu filho quando criança, já estava até com uma parte da camisa para fora e outra para dentro da roupa cara. Eram as figurinhas mais arteiras e divertidas daquela cerimônia travessa, cujo padre, mais parecia um moto boy, pego às pressas numa esquina qualquer. Errava o Português culto, que a ocasião requer, o tempo todo. Estava tão feliz que sequer o percebia.

Depois de assinados todos os documentos de cartório, porque as cerimônias foram concomitantes, numa linda capela do Alfaville, entrecortadas por árvores belíssimas, paz e flores naturais embelezando o local, lá foi o casal, ainda emocionado para as fotos de praxe. Lindas! O álbum ficou uma raridade. Ali documentou-se todos os momentos de emoção. Desde a entrada triunfante da noiva, uma princesa em noite de gala, vestida de um lindo cor de palha, cravejado de pedras em brilho. Uma menininha tímida que mal se sabia naquele véu de noiva que a ornamentava. Meu filho tremia no altar, à espera da tão sonhada melodia do amor. Anos após, numa ida à Aparecida do Norte, descobrimos que até promessa fizera para casar-se com aquela flor.

Cerimônia finda, família todinha reunida, aplaudindo, testemunhando, assinando e documentando realmente as juras de amor eterno, que ambos faziam para sempre, nós nos encaminhamos para o salão de festas. Ali já estavam os pais de minha nora, recepcionando os convidados quando cheguei. O evento transcorreu às mil maravilhas até a chegada da torcida corinthiana. Amigos do noivo que tomaram conta do salão. Ao contrário do que todos temiam, até que se comportaram muitíssimo bem. Afinal, tudo o que meu filho fazia, sempre tinha um ponto negativo. Nem eu, sua defensora perpétua, acreditava que estava tudo tão certinho. Todos reclamam de mil problemas quando há uma cerimônia assim. No nosso caso, a festa foi maravilhosa. Alegre como eu estava. Feliz como só eu poderia me encontrar. Queria mais do que nunca a felicidade do meu filho e a sabia estar ocorrendo naqueles instantes únicos.

Muitos convidados trouxeram presentes e os levaram ao salão de festas, por conta da ausência de tempo costumeira dos habitantes desta louca cidade de São Paulo. Na saída, enchemos dois carros: o nosso e o da irmã da minha nora. Carregamos tudo para o apartamento deles. E, é claro, o casal a tiracolo... Só que ele foi comigo e ela, com a irmã. Logo de cara, a separação! Sem querer, sem perceber, estávamos eu, a irmã e o cunhado, invadindo a privacidade da noite de núpcias dos noivos. Primos haviam dado um presente numa caixa fechada, pesada demais, com um tic tac estranho. Ficamos curiosos e resolvemos abrir somente aquele presente. E o fizemos. Não era a bomba do Bin Laden, que rindo apelidamos. Apenas um simples relógio de parede, em pedra talhada, um enfeite especial. A esta altura, duas horas da manhã, a noiva já estava sem véu, sem sapatos e louquinha para tirar o vestido. Meu filho não conseguia abrir os botões (quarenta e dois, por sinal). Ela pediu ajuda à irmã, que pediu ao marido, que pediu a mim. E eu consegui! Metade dos botões abertos quando me dei conta de que eu, a sogra, estava sendo “SOGRA”? Não, nem nos piores pesadelos da coitadinha da noiva, poderia haver uma sogra em sua noite de núpcias. Fechei tudo rapidamente e fomos embora, praticamente correndo! Não sem antes dar a meu filho alguns documentos a mim entregues pelo rapaz do Cartório, que deveriam ser levados para um local exato, em tempo hábil, conforme legislam as leis em vigor. Lembro perfeitamente que meu filho os colocou no bolso do paletó da roupa do casamento.

Dia seguinte soube que perderam um tempão com aqueles botões e que dormiram intenso e profundamente até nós os acordarmos com um telefonema na madrugada, avisando que iríamos levá-los ao aeroporto para a viagem a Natal, que já estava devidamente paga e programada. A despedida foi emocionante demais.

Dez dias depois, casal de volta, queimados pelo delicioso Sol do Nordeste, sorrisos lindos nos lábios, felizes como nunca! E mais uma vez, família reunida para recepcioná-los e trocarem de lugar para todos terem chance de ver as fotografias da viagem, o vídeo do casamento e o álbum, com fotos, uma mais bonita do que a outra, documentando o casamento que não ocorreu! Como? Que história é esta? Simples assim: havia um prazo para entrega dos documentos, que foi excedido. Além disso, cadê os documentos? Desapareceram dentro da roupa lavada, entregues pela irmã à loja de aluguel. Resultado: Tiveram que esperar dois meses, para as tramitações costumeiras e irem ao Cartório e realmente se casar, como manda a lei. Nossa Senhora Aparecida teve que ser homenageada por meu filho, duplamente. Que amor lindo dele por minha nora. Casou-se e casou-se. Só que teve que aguentar e ainda aguenta as brincadeiras da família, que jamais entende as datas do álbum, dos convites, com a inexatidão dos documentos oficiais.

Pior foi o sogro perdoar que o genro lhe passou a perna, levando sua filha para o leito nupcial sem casar!

Liz Rabello

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

LÁGRIMAS DE SANGUE

Era jovem, apaixonada pelo meu marido. Já mãe do meu filho mais velho... Quando chegaram visitas para o jantar... Um casal, ela, minha amiga pessoal; ele, amigo do meu esposo. Aquelas visitas tornaram-se frequentes. Nós, também, retribuíamos os convites para sairmos juntos. Até que comecei a perceber o interesse do amigo por mim, telefonemas no meio da tarde, quando sabia, meu marido não estava, recados absolutamente desnecessários. Um dia, aquilo me irritou e abri o jogo: “Se você não parar com isto vou contar para sua mulher!” A resposta veio rápida: “Pode deixar, eu mesmo conto!” E realmente contou. Nunca soube exatamente o quê, porque minha amiga jamais voltou a falar comigo.

Os anos se passaram, não falei nada a ninguém, nem ao meu esposo, sabia o quanto era ciumento. A morte levou meu segredo para o túmulo. Primeiro o meu marido, depois o homem traiçoeiro. Encontrei, recentemente, a amiga. Muito bonita (aliás, sempre foi!) Demos de cara uma com a outra e não houve como não nos cumprimentarmos. Ela sorriu e eu lhe dei um abraço e um beijo; disse-lhe ao pé do ouvido: “Meus pêsames pelo falecimento do seu marido” – Ela sorriu, novamente: “Não sinta, eu sabia muito bem quem era ele, mas o amava.”

Olhei para ela com olhos de quem nunca a viu e a admirei por ser capaz de amar assim. Ela sempre soube a verdade, mas o queria mais do que a nossa amizade e se sacrificou por ele. Hoje, revejo os fatos: precisei de mais de trinta anos para me sentir justiçada. Quantos anos precisarei para me renovar da injustiça de hoje?

Liz Rabello

UM BEIJO INESQUECÍVEL

Sete ou oito anos. Brincávamos no fundo do quintal de minha casa. Cada uma de nós tínhamos por namorado uma das árvores do pequeno pomar. Era apaixonada por uma goiabeira, de galhos contorcidos, onde me sentava para ler Monteiro Lobato, Irmãos Grimm ou as revistinhas de histórias em quadrinhos do Pato Donald, que adorava. Eu me atrasei na escolha e fiquei com o pé de caqui. Naquele tempo também a gente “ficava”. Abracei a árvore com todo ardor, fechei os olhos. Encostei os lábios, de selinho, é claro. Um, dois, três... Lasquei o maior beijo numa taturana preta! Mais tarde, boca inchada, tive que contar a história do beijo para um montão de médicos e enfermeiras, que riam pra valer da minha ingenuidade. Meu primeiro beijo de amor foi inesquecível! Aprendi a não fechar os olhos.

Quinze anos. Namorava. Brigamos! Ferida, magoada, falava sem parar, queria que me provasse que me amava. Ele gesticulava, não o deixava nem murmurar uma defesa... Não teve dúvidas, calou-me com um beijo inesquecível, maravilhoso, como jamais alguém me beijou, nem ele próprio! Eu o carreguei para o altar e juntos ficamos até bem depois da morte o levar.

Mais de trinta anos. Viúva. Pós-graduação na PUC, Semiótica, Mestrado. Uma loucura de livros! Era Coordenadora Pedagógica no colégio, dia de comissão de classe com professores. Sexta-feira. Amigas me convidaram: Vamos dançar? Estava exausta, quase não sei dançar. Como fazê-lo? Me carregaram. Fui a contragosto. Fiquei sentada na mesa olhando. Observando os casais girando! E ali, do meio da multidão, ele veio, atravessou o salão, me pegou pela mão e me levou, sem nenhuma palavra. Deslizava meu corpo para todo lado. Só olhava para os olhos dele. Não sei se foi o mundo que parou ou ele. Só senti seus lábios nos meus... Momento mágico! Vi estrelas... Ninguém mais existia ali. Só nós dois. Não sei nem mesmo qual era a música que dançávamos, pois só ouvi a melodia do meu coração. Ficamos juntos por quatro anos. E até bem depois deste tempo eu o amei por demais.

Liz Rabello

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

 

POEMAS MINIMALISTAS - DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS

SPINA

AMOR INCURÁVEL
Estrela Sol ilumina,
seduzindo Lua Cheia...
Sua obsessão ausente.
Um certo ar, mistério indecifrável,
paira por trás, fulminantes raios.
Lua, musa nua, amável, indiferente,
veste-se de luz, intensamente fria!
É ela quem seduz, completamente.

Liz Rabello

É um poema iniciado com uma palavra trissílaba, composto de duas estrofes. Sendo a primeira com três versos de três palavras em cada, e a outra com cinco versos de cinco palavras em cada. Terá que ter uma única rima distribuída no terceiro verso da primeira estrofe, no primeiro da segunda estrofe (opcional), e obrigatória no terceiro e quinto versos da segunda estrofe. A última palavra da primeira estrofe determina quais serão as próximas rimas. As rimas precisam ser perfeitas e todas no plural ou singular.

É proibido outras rimas pelos versos.

Obrigatoriamente precisa ser finalizado com algum tipo de pontuação.

O título é facultativo. Não há obrigatoriedade.

Não se usa as conjunções: e, mas, contudo, entretanto, no entanto, todavia, porém, pois.Palavras ligadas por hífen, são contadas como uma só. Ex: disse-lhe (uma palavra).

Palavras aglutinadas por apóstrofo, são contadas individualmente. Ex: minh'alma (duas palavras).

As palavras que têm sílaba muda podem iniciar o poema, desde que tenha três sílabas formadas por vogais e consoantes. Ex: Observo

As palavras compostas ligadas por hífen serão contadas como uma única acepção. Exemplos: criado-mudo/, guarda-chuva/, bem-te-vi/, vaga-lume/, obra-prima/, beija-flor/ etc. Entretanto, FICA RESTRITA a utilização no início da primeira estrofe, que terá que ser uma palavra inteira, ou seja, não composta.

TROVA - QUARTETO
Um mistério indecifrável
paira por trás de um clarão.
Seria o Sol todo amável,
dando à Lua o coração?

Liz Rabello

Métrica 7/7/7/7... RIMAS obrigatórias ac/bd... Frase única... A Trova deve conter todos os elementos cabíveis, dentro da métrica, em elisões: vogais, por exemplo. Seu significado deve bastar-se a si mesmo... Se o leitor precisar PENSAR,     para INTERPRETAR, não é trova. Pontuação demarcada... Sem título obrigatório. Não iniciar versos com letras maiúsculas, a não ser que a pontuação venha a exigir.

Liz Rabello


POETRIX - TERCETO
MISTÉRIO INDECIFRÁVEL
Clarão por trás da Lua
Sedução da estrela Sol?
Obsessão

Liz Rabello

Título obrigatório... O terceto pode conter até trinta sílabas métricas. O título não entra nesta contagem, portanto, pode e deve ser explorado... Começar versos com ou sem letra maiúscula... Sem pontuação (a não ser que o significado venha a exigir)... Concisão... Ao contrário da Trova e do Haikai, o Poetrix não pode conter frase única. 

O Haikai é uma pérola, o Poetrix é uma pílula. Para criar este poema mínimo é necessário LAPIDAR. Retirar dele todos os elementos que estão a MAIS: artigos, verbos, pronomes, tudo o que possa deixar em ABERTO o significado, para o leitor definir. A participação do leitor na decodificação da mensagem é fundamental. É proibido o grafismo. Rimas empobrecem o Poetrix e devem ser evitadas.

Uma das características do Poetrix é possuir um SUSTO ou SALTO. Em geral, encontra-se no terceiro verso, brincando com o título, oferecendo multiplicidade de significados.

Liz Rabello

HAIKAI TRADICIONAL TERCETO
Sol apaixonado?
Sempre corre atrás da Lua...
Amor incurável!

Liz Rabello

Métrica 5/7/5... Sem rimas... Frase única... O Haikai se basta a si mesmo. Pontuação demarcada... Sem título obrigatório. Não iniciar versos com letras maiúsculas, a não ser que a pontuação venha a exigir.

Liz Rabello


CAMAQUIANO - QUADRA
Indecifrável mistério
estrela Sol
amor incurável
Lua indiferente

Liz Rabello

Um novo estilo poético sucinto horizontal em “quadra”, contendo apenas “08 palavras”, onde o pouco é muito. As palavras formam seus “pares em cada linha”; com elegância nas frases, ou seja, uma do lado da outra com sentido à primeira palavra, pois, se trata de um “Poema Frasal”, com poucas palavras; desde que tenha coerência poética. Ele é iniciado apenas com letra maiúscula na primeira linha do verso, as demais prosseguem com letras minúsculas, exceto os nomes próprios. Palavras ou nomes compostos, equivalem a “uma palavra”. Neste poema não há métricas, trata-se de um “Poema Desenvolto”.  (Desembaraçado-livre). O formato (Estrutura) as frases ficarão uma embaixo da outra; no sentido uniforme, onde as palavras ficarão voltadas para o lado esquerdo, não pode centralizar as palavras, ou as deixando aleatórias; e não há espaçadas de linhas de uma para a outra.


ALDRAVIA
estrela
Sol
amor
incurável
Lua
indiferente

Liz Rabello

Aldravia é a primeira forma poética genuinamente brasileira, onde o poeta deve traduzir o máximo de poesia em somente 6 palavras.

- Aldravia não é frase em pé. Devemos evitar preposições, artigos e conectivos, alguns verbos e dar preferência as palavras inteiras. Segundo as regras dos criadores, conectivos não devem ser usados pois dão as mesmas o sentido de frases em pé. Podemos construir Aldravias belíssimas, e genuínas sem precisar usá-los. Preposições são aqueles termos invariáveis que usamos para ligarmos duas palavras. Existem outras, porém as mais comuns são as essenciais: a, ante, após até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, atrás.

- Aldravia não deve conter palavras em maiúsculas, exceto em caso de nomes próprios, ou algum vocábulo que desejamos destacar. Mas a regra geral é que nenhuma palavra deve iniciar em maiúsculas.

- Aldravia não deve conter ponto final, vírgula, ponto e vírgula. As exceções de pontuação são os dois pontos, interrogação e exclamação, quando necessários.

- Não são permitidas Aldravias em acrósticos. 

- Deve ter ritmo e poeticidade

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

POLÊMICA: SERÁ QUE AS PLANTAS E ÁRVORES TÊM CONSCIÊNCIA E PODEM ATÉ SENTIR DOR?

CURIOSIDADES SOBRE AS PLANTAS

Logo que comprei minha propriedade em Piedade, uma pequena chácara, plantei muitas árvores frutíferas e primaveras. Ao todo: vinte e três pequeninas plantas, que cresceram e se tornaram árvores frondosas. Entre elas, uma seringueira. Minha falta de experiência me fez cometer um erro gigantesco: eu a plantei perto da fossa negra, ao lado da casa. A menininha frágil cresceu como louca e suas raízes alcançaram, de um lado: a fossa e do outro, adentraram para debaixo da construção. Lógico que fomos obrigados a cortá-la. Uma semana depois, o tronco que sobrara chorava, e eu, sequer consegui fotografar a sua dor ou a minha.

Liz Rabello

A ciência já percorreu um longo caminho, mas a gente ainda não solucionou todos os mistérios da natureza. Um desses mistérios é como as plantas e árvores funcionam a nível sensorial, e também como se comportam, tanto individualmente como em grupo. Muitos de nós conversamos com plantas, até porque nos disseram que elas precisam de amor para crescer com saúde. Afinal de contas, árvores e plantas são seres vivos. Mas será que elas sentem dor? Será que se comunicam umas com as outras? Elas têm algum tipo de consciência?


ÁRVORES SÃO GENTIS UMAS COM AS OUTRAS

As árvores são muito educadas umas com as outras. Um fenômeno conhecido como timidez da copa acontece em certos tipos árvores. É quando as copas das árvores não se tocam. Elas não se sobrepõem aos galhos uma da outra e permitem que a luz solar chegue ao solo. Isso que é saber respeitar o espaço individual!

Esse fenômeno vem intrigando os cientistas há anos e ainda não há um consenso sobre a razão desse acontecimento. Uma das possíveis razões é que as árvores fazem isso como parte de um mecanismo de defesa para ajudar a prevenir a propagação de doenças, bem como compartilhar a luz solar.

TIMIDEZ DAS COPAS

Curiosamente, nem todas as árvores se comportam assim. Isso é mais comum entre árvores da mesma espécie, bem como da mesma idade. Ainda assim, mostra que há algum tipo de reconhecimento do meio ambiente e de seus vizinhos.


PLANTAS COMPARTILHAM RECURSOS

Árvores que evitam se tocar compartilham a luz solar com seus pares, mas também compartilham outros recursos através de suas raízes.


REDE MICORRÍZICA

Essas redes subterrâneas são feitas de fios de fungos que crescem entre as raízes. Eles essencialmente conectam toda a floresta. Plantas e fungos se comunicam usando essas redes, o que inclui o compartilhamento de recursos como carbono e nitrogênio.

COMPARTILHAMENTO DE RECURSOS

As maiores e mais antigas árvores usam essa rede para nutrir árvores mais jovens, compartilhando os recursos necessários para ajudá-las a crescer.

E essa história fica ainda mais interessante: "árvores-mãe" parecem reconhecer sua família e, como resultado, compartilhar mais nutrientes com parentes quando comparado a estranhas.

PLANTAS CONVERSAM ENTRE SI

Essas redes de fungos vegetais são usadas para mais do que apenas compartilhar recursos. Elas também são usadas para se comunicar umas com as outras.

PLANTAS SE AJUDAM MUTUAMENTE

Uma árvore ferida envia sinais de alerta químico para que outras árvores possam se preparar para o perigo. Árvores que estão morrendo compartilham todos os seus recursos através da rede. Parece que a floresta coopera e tem mais em comum conosco do que pensávamos originalmente.

PLANTAS SE COMUNICAM ATRAVÉS DE CHEIROS

A comunicação entre árvores e plantas não é feita apenas no subsolo. As plantas realmente têm um olfato e reagem a certos odores.

As árvores de bordo (ou acer, aquelas com a folha parecida com a da bandeira do Canadá), por exemplo, usam cheiros para alertar as outras sobre o perigo, de acordo com um estudo. Odores são usados para enviar sinais de alarme para suas vizinhas, desde alertas sobre ataques de insetos até amadurecimento de frutas - e tudo que esteja entre essas coisas.

PLANTAS PEDEM SOCORRO

Falando em insetos, quando as plantas estão sob ataque, elas liberam moléculas voláteis que compõem cheiros particulares.

JASMONE

Uma dessas moléculas é a Jasmone, que é emitida por flores de jasmim para alertar plantas próximas sobre pulgões. Então, da próxima vez que você beber uma xícara de chá de jasmim, é melhor fazer isso longe das plantas, se você não quiser assustá-las!

 REAÇÃO EM CADEIA

Moléculas como Jasmone também alertam insetos predatórios sobre a presença de agressores de plantas, para que eles possam atuar e realmente ajudar as plantas angustiadas (e fazer uma boquinha, lógico).

GRAMADO

Sabe aquele cheiro característico de um gramado recém-cortado? Sim, a grama está essencialmente pedindo ajuda enquanto está sob ataque.

PLANTAS RECONHECEM A FAMÍLIA

Esse comportamento, mais comumente associado aos animais, também está presente nas plantas. Como resultado, as plantas que têm parentesco recebem mais recursos compartilhados através das raízes, mais luz e, consequentemente, produzem mais frutas e sementes. Elas são sonoras

PLANTAS CONSEGUEM OUVIR?

As árvores emitem frequências sonoras. São infrassons de ultra-baixa frequência ou ultrassons de alta frequência, por isso os humanos não conseguem ouvi-las. Outras plantas e animais, no entanto, conseguem.

À medida que plantas e árvores emitem frequências, elas também podem detectar vibrações através do ar. Particularmente, elas parecem detectar sons relevantes para sua sobrevivência, como o barulho da água ou o som de insetos.

As flores também podem "ouvir" o som das abelhas e reagir produzindo mais néctar, tornando-as mais atraentes para os insetos e garantindo a polinização. Elas podem "ver".

Embora as plantas não tenham olhos, elas são sensíveis à luz. Na verdade, elas têm órgãos semelhantes aos olhos chamados ocelli, que agem como lentes para detectar luz. Além disso, há também a possibilidade de que o ocelli seja capaz de sentir cores e formas.

PLANTAS PODEM APRENDER?

Através de seus sentidos, as plantas podem realmente aprender e ter a capacidade de lembrar. Acredita-se que façam isso através da aprendizagem associativa (por exemplo, associando a presença do vento à existência da luz), mas o mecanismo exato permanece desconhecido.

PLANTAS PODEM LEMBRAR?

As plantas também se lembram. Um estudo descobriu que uma planta que reagia movendo suas folhas quando tocada, parou de fazer isso depois de saber que a ameaça não era real.

PLANTAS SENTEM DOR?

As plantas não têm os mesmos mecanismos de dor que os animais, então não sentem dor como nós sentimos. Elas, no entanto, reagem às lesões e produzem substâncias que suprimem dor, o que nos faz questionar quais são os motivos delas precisarem disso. Além do mais, descobriu-se que, assim como os animais, as plantas também respondem à anestesia.

PLANTAS TÊM CONSCIÊNCIA?

Então, podemos dizer que as plantas são conscientes? Bem, para começar, precisamos ter uma definição universalmente clara do que é consciência (o que não temos). O que sabemos é que as plantas parecem estar cientes de seus arredores e podem de fato se comunicar.

Um estudo também descobriu que as plantas são capazes de "distinguir-se dos outros". Isso as tornaria conscientes? Ninguém pode dizer com certeza. São necessárias mais pesquisas para se chegar a uma resposta mais concreta.

 FONTE DE PESQUISA

Polêmica: Será que plantas e árvores têm consciência e podem até sentir dor? (msn.com)

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

TRÊS POEMAS MINIMALISTAS, ESCRITOS EM FORMAS DIFERENTES, PROPOSITALMENTE, DE ACORDO COM AS REGRAS BÁSICAS DE CADA UMA DELAS. O TEMA PROPOSTO FOI "FIM" (DIA DE FINADOS)

HAIKAI TRADICIONAL - TERCETO

Métrica 5/7/5... Sem rimas... Frase única... O Haikai se basta a si mesmo. Pontuação demarcada... Sem título obrigatório. Não iniciar versos com letras maiúsculas, a não ser se a pontuação exigir.

Liz Rabello

TROVA - QUARTETO

Métrica 7/7/7/7... RIMAS obrigatórias ac/bd... Frase única... A Trova deve conter todos os elementos cabíveis, dentro da métrica, em elisões: vogais, por exemplo. Seu significado deve bastar-se a si mesmo... Se o leitor precisar PENSAR, para INTERPRETAR, não é trova. Pontuação demarcada... Sem título obrigatório. Não iniciar versos com letras maiúsculas, a não ser se a pontuação exigir.

Liz Rabello

POETRIX - TERCETO

Título obrigatório... O terceto pode conter até trinta sílabas métricas. O título não entra nesta contagem, portanto, pode e deve ser explorado... Começar versos com ou sem letra maiúscula... Não usar rimas no terceto... Sem pontuação (a não ser se o significado exigir)... Concisão... Não pode conter frase única. O Haikai é uma pérola, o Poetrix é uma pílula. Para criar este poema mínimo é necessário LAPIDAR. Retirar dele todos os elementos que estão a MAIS: artigos, verbos, pronomes, tudo o que possa deixar em ABERTO o significado, para o leitor definir. A participação do leitor na decodificação da mensagem é fundamental. É proibido o grafismo.

Uma das características do Poetrix é possuir um SUSTO. Este, em especial, o tem no terceiro verso, que brinca com o título, oferecendo significados múltiplos.

Liz Rabello


segunda-feira, 31 de outubro de 2022


 Um brinde ao nosso Presidente LUÍS INACIO LULA DA SILVA ... TIM TIM

VITÓRIA DA DEMOCRACIA


MILAGRE É PARA QUEM TEM FÉ

Chorei quando Lula foi preso
Marcas roxas no corpo
Quando Marisa foi escurraçada no leito de morte
Lágrimas de sangue quando seu netinho partiu
Gritos de vitória quando foi liberto das grades e da injustiça
Emoção de alegria em seu casamento
Silenciosamente, de mãos dadas, em oração
Sem nenhuma rede social,
Sem nenhuma bandeira,
Sem adesivos...
Silenciosamente
Sessenta milhões de brasileiros fizeram justiça...
Lula Presidente!

Liz Rabello (2022)


VENCEU A DEMORACIA

Lula é o nosso Presidente... A ESPERANÇA ☘❤☘

Incontestavelmente, foi a disputa eleitoral mais difícil do nosso país. Enquanto o rival de Lula tinha a seu favor:

. a máquina governamental;

. grande parte das Forças armadas;

. a Polícia Federal;

. a Polícia Rodoviária;

. a bancada dos evangélicos;

. a bancada do agronegócio;

. o lobby das armas;

. os robôs que disparavam milhares de Fake News;

. o voto de cabresto;

. as ameaças dos empregadores contra os empregados e outros recursos desonestos;

A confiança em Lula e a esperança do povo deram a vitória contra o único Presidente do Brasil que não foi reeleito. Deus abençoe o Governo de Lula! Deus abençoe o povo brasileiro!

Ariete Regina Correia

O presidente foi derrotado por Lula, que teve 50,9% dos votos válidos no segundo turno, contra 49,1% de Bolsonaro. Afinal, o que deu errado para o presidente?

O uso da máquina pública pelo governo Bolsonaro foi além de tudo que conhecíamos, dispondo de recursos públicos às vésperas da eleição de uma forma que só foi possível com uma emenda constitucional, e concedendo empréstimo consignado atrelado ao Auxílio Brasil de forma absolutamente irresponsável.

A alta rejeição do presidente pelos eleitores foi determinante para sua derrota e apontam, entre as causas disso, a forma como governou, sua gestão da pandemia e a piora da economia durante o governo.

Mas também há outro fator que precisa ser levado em consideração: seu adversário foi Lula, um político capaz de gerar grande mobilização e de conquistar muitos votos. Tem um ótimo projeto de governo e EXPERIÊNCIA. Mas não podemos ser ingênuos, cinquenta e oito milhões de brasileiros o rejeitou nas urnas. Há um Congresso com muitos representantes 22, fortemente marcado por OPOSIÇÃO. E muita VIOLÊNCIA no ar. Haja cautela, brio, DIÁLOGO. Em contrapartida temos o aval exterior. Lula é muito amado fora do Brasil. Vamos seguir com pensamento positivo.

Liz Rabello

 DERROTADO NAS URNAS, BOLSONARO PODE SER PRESO?

Bolsonaro foi derrotado em sua tentativa à reeleição e deverá deixar o cargo em 1º de janeiro de 2023. Com isso, perderá também o foro privilegiado e as proteções legais atribuídas aos presidentes da República, e passará a responder a inquéritos e processos criminais como um cidadão comum. Analistas consideram que o risco de prisão é real, mesmo que os processos possam levar anos. Desde o início de seu mandato, Bolsonaro foi alvo de diversas investigações, em especial por desinformação, e mais de 150 pedidos de impeachment, a maioria relacionados à sua gestão da crise da Covid-19, que deixou mais de 687 mil mortos no país. Essas ameaças foram afastadas por dois aliados fundamentais: o procurador-geral da República, Augusto Aras, que se absteve de formular qualquer acusação formal contra o chefe de Estado, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, que se recusou a dar prosseguimento aos pedidos de impeachment. Mas a situação mudará a partir de 1º de janeiro: quando Luiz Inácio Lula da Silva tomar posse, Jair Bolsonaro perderá o foro privilegiado. Poderá, assim, ser julgado por tribunais de primeira instância, e não apenas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A mudança de foro deixará Bolsonaro mais vulnerável a inquéritos e processos criminais. O próprio presidente citou essa preocupação em conversas com aliados e em posicionamentos públicos.


DIPLOMAÇÃO EM 12/12/2022