terça-feira, 7 de abril de 2015



PÂNICO  PELA  MANHÃ


Acordar pela manhã é uma festa. Em geral a Vareta chega bem de mansinho e fica fazendo carinhos até abrir os olhos.  Finjo que ainda estou dormindo para usufruir de suas lambidas e rabinhos de abano mais um pouquinho.

Nesta madrugada as coisas mudaram de cena, porque acordei assustada, pensando que algum bicho estava no meu rosto. Pavor da dengue!  Dei-lhe um tapa pensando ser mosquito. Não era, tadinha da bichinha! Dormi de novo. Acordei com a porta batendo e sendo fechada. Deduzi que era o marido saindo para sua caminhada matinal. E, é claro, levando nossa menina com ele. Fechei os olhos tranquilamente e voltei a dormir.  Fui acordada com latidos estridentes, fúria de Vareta em rebelião, vingança de um tapa que levou sem querer. A Juliana, minha ajudante aqui em casa, com um celular à mão, no alto, como se estivesse em pânico, balbuciando algo que nem sei. No torpor do susto, imaginei a porta aberta esquecida pra valer e alguém entrando para um assalto fazer acontecer.  Fiquei sem voz e mal tive como atender ao celular. Apenas uma chamada para mim.  Ai meu Deus, que manhã!

Liz Rabello