RENDAS DO SILÊNCIO
PREFÁCIO
Liz Rabello em Rendas do Silêncio tece “fé, esperança, verde Liz no olhar”. Tece sonoridades, arados, silêncios múltiplos. Tece metamorfoses nas janelas escancaradas, metamorfoses constantes na poesia volátil dessa coletânea. Ao ler os versos que pulsam nessas asas-páginas, ouvimos “passos na escada, rastros na esquina, folhas amassadas”. Ouvimos um rio sempre novo que deixa para trás as tempestades e as lágrimas. Ouvimos o vento sacolejar a lua. Ouvimos nascentes que Liz tece com os dedos ágeis - tecelã que nos envolve em canções multicoloridas ao sol. Vertigens de mel-fel-fissura. Liz-luz faz voar poesia de dentro para fora, versejando com o reverso dos versos que varrem letras para costurá-las em palavras. Cabe ao leitor percorrer a tecitura dos sonhos, o olhar de cada silêncio, a trama, o recorte desses poemas rendados. Cabe ao leitor romper os casulos elevando-se aos voos nas asas desse “Rendas do Silêncio”, onde a poesia nunca “servil” a ninguém, LIVRE!
Deolinda Nunes