sexta-feira, 22 de agosto de 2014

CORRENTE SANGUÍNEA


Nosso planeta é um mapa de desolação. Aqui, a água como recurso natural indispensável está acabando. O Rio Tietê, que corta nossa cidade por completo, é uma fonte de doenças, mal estar, putrefação e ausência de vida. Logo ali, ar saturado. Milhares de carros entopem a cidade, parados, de um lugar que não vai a lugar algum. Mais adiante, queimadas matam o solo fértil, nutrientes necessários à vida perdidos para além do tempo. Habitat natural de insetos, borboletas, abelhas completamente destruídos. Acolá, lavouras de milho, soja, frutas, legumes morrendo à míngua, por ausência de chuvas, que quando caem dos céus, em gotículas serenas já chegam como chuva ácida.


Acidez é a rota para nosso planeta, que cobra vida! O corpo humano é setenta por cento água. O planeta, mais... Porém a potável, que só ela é fonte de vida, é pouquíssima! Seu pequeno volume somado aos cumes de montanhas geladas, com o calor saturado e ampliado das contingências do consumo capitalista, lixo sem controle, camada de ozônio aumentando sua esfera, pobres placas de água doce se derretem e se transformam em salgada de mares e oceanos, que não aplacam nossa sede de viver!


O pior é que os seres humanos, os mais inteligentes dos animais, que tanto poderiam fazer para transformar em flores a corrente de sangue que corre em volta de nós, apenas promovem a guerra. Duelos destruidores por palavras, por ações, por armas nucleares, por bombas... Lágrimas de sangue em meu coração, quando tudo o que desejo é um pouco de amor... Um laço de união... Um coração de flor!

Liz Rabello