segunda-feira, 27 de outubro de 2014



ENTRE PELOS E OVOS

Sou escritora por acaso e muito recentemente. Minha família sempre me viu escrevendo como lazer, hobby e não como ganha pão. Não valorizam. E quando fui indicada para receber o Prêmio Wilson Carittas não disseram nada de nadinha. Nenhum elogio sequer.

Não ganhei mesmo o tal prêmio. E ficou tudo por isso mesmo. Mas desta vez foi diferente. No Primeiro Concurso do Cantinho Girassol tive meu nome indicado pelo escritor e Jurado do Concurso Marcelino Freire e meu poema “Vassouras ao Vento” ficou em Sétimo lugar.  Na noite de premiação, fui a Sorocaba e voltei para casa com um Diploma nas mãos e muitas fotos. Publiquei com carinho no facebook e no blog. Escrevi nomes de amigos mais chegados para compartilhar e, é claro, nomes da família. Meu filho entrou na rede social e escreveu: “Parabéns!” Com uma má vontade de chorar!

Não tive dúvidas, apaguei o comentário e registrei uma queixa no privado, um montão de palavras torturadas pela vontade de um afago. Minutos depois, vem o rapaz perturbado:  “Puxa, mãe, não tive intenção, foi mesmo falta de tempo de escrever algo mais, não fica criando pelos em ovos.” Respondi prontamente: “O problema é que tenho pelos na pele. Pergunte para sua Vareta que também tem pelos, como é que ela se sente se não chegarem afagos... Quero elogios.” Imediatamente por pura e espontânea pressão, meu filho escreveu DUAS linhas de elogios, os melhores possíveis. Nada como ser natural em tudo que fazemos!


Liz Rabello