ENTRE PELOS E OVOS
Sou escritora por acaso e muito recentemente. Minha família
sempre me viu escrevendo como lazer, hobby e não como ganha pão. Não valorizam.
E quando fui indicada para receber o Prêmio Wilson Carittas não disseram nada
de nadinha. Nenhum elogio sequer.
Não ganhei mesmo o tal prêmio. E ficou tudo por isso mesmo.
Mas desta vez foi diferente. No Primeiro Concurso do Cantinho Girassol tive meu
nome indicado pelo escritor e Jurado do Concurso Marcelino Freire e meu poema “Vassouras
ao Vento” ficou em Sétimo lugar. Na
noite de premiação, fui a Sorocaba e voltei para casa com um Diploma nas mãos
e muitas fotos. Publiquei com carinho no facebook e no blog. Escrevi nomes de
amigos mais chegados para compartilhar e, é claro, nomes da família. Meu filho
entrou na rede social e escreveu: “Parabéns!” Com uma má vontade de chorar!
Não tive dúvidas, apaguei o comentário e registrei uma
queixa no privado, um montão de palavras torturadas pela vontade de um afago.
Minutos depois, vem o rapaz perturbado: “Puxa,
mãe, não tive intenção, foi mesmo falta de tempo de escrever algo mais, não
fica criando pelos em ovos.” Respondi prontamente: “O problema é que tenho pelos na pele.
Pergunte para sua Vareta que também tem pelos, como é que ela se sente se não
chegarem afagos... Quero elogios.” Imediatamente por pura e espontânea pressão,
meu filho escreveu DUAS linhas de elogios, os melhores possíveis. Nada como ser
natural em tudo que fazemos!
Liz Rabello