segunda-feira, 6 de janeiro de 2014


EDUARDA  E MÔNICO

Com você posso ser
Sentir de coração
De mente demente
Aquilo que não se mente
Semente somente de amor!

Quando meu amor me disse que me enviou um torpedo que não havia chegado, logo previ, mandou a outra sem querer. Ele é todo atrapalhado. Tem uma mochila com diversos compartimentos. Bolsos furados, uma nárnia alegre onde tudo se perde e nada se encontra. Em nossos primeiros momentos delirava à procura de um não sei o quê, que esquecera no local anterior onde estivera.  É sempre assim... Cabos de carregadores de celulares espalham-se por todo canto. Três, que usa ao mesmo tempo, só que nunca tem tempo de me atender quando necessário é. Quanto ao torpedo, certeza do comando, que não disparara o essencial, pra quê palavras se o coração chegou? Está bem aqui na minha mão, batendo descontroladamente, em meio a felicidade em nuvens de algodão. E eu sinto que é verdade. Uma demência louca de amor, com toda paz e sobriedade, pois que sem mente sã é difícil realizar desejos secretos, já que o secreto se perde em segredos de amor. Logo de cara dei-lhe um presente perfeito: uma mochila novinha, que esquece de usar.

Tão pouco tempo e já o conheço como a palma de minha mão. Menino travesso. Moleque sem jeito. Amigo perfeito. Mil histórias a contar. Um milhão de outros amigos a me anunciar. Ama a poesia, assim como eu. Rima histórias na vida real. Trabalha, trabalha, sem nada ganhar. Dinheiro nunca está em suas mãos.

Não tem carteira assinada, nem propriedade privada. Paga aluguel e não tem preocupação. O ladrão pode vir que nada tem a levar. Abre portas e não as fecha, pois não tem o que temer. É bem mais jovem do que eu e me ensina a ver as nuances da aurora, as belezas raras de folhas a se mesclar nas caminhadas pelas trilhas da vida, que me leva a percorrer.

Como Eduarda e Mônico, somos o oposto, um do outro a se tocar, será que um dia vamos nos encontrar nesta paradoxal tempestade de ser não ser quem desejamos ser?

NOTAS DESAFINADAS

Mar calado, noite densa
Nenhuma onda gigante se manifesta
Palavras são redemoinhos ausentes
Pedregulhos pousados no fundo do mar!

Corpo em pausa, corpo neutro
Nenhum som de encanto te faz acordar
Palavras são notas desafinadas
Na ponta do penhasco a se equilibrar!

Arrepio na coluna... É o vento!
Trazendo cantigas de um tempo lá atrás
Palavras agora exalam novos aromas
Perfumes mesclados a sabor e a paz!

Coração se exalta, enrubesce o rosto
Desejos mansinhos de vida a voar
Palavras nascem querendo acordar
Aurora repleta de sonhos a vivenciar!

"QUE O SOM DO PIANO SEJA TOCADO

 PELAS ASAS DE UMA BORBOLETA"
Liz Rabello