Os belos campos de hortências
rolam morro desde outrora,
enfeitam nossas vivências,
perfumam a hora de agora.
Liz Rabello
Chove poesia em mim,
tempestade de desejo,
amores que sonho, enfim,
esperança que versejo...
Liz Rabello
Para fugir desta chuva,
que cai de dentro de mim,
aquarelei guarda-chuva,
trovões e raios, dei fim.
Metamorfoses de cores,
sopros voláteis de voos,
borboletas beijam flores,
trazem paz em sobrevoos.
Liz Rabello
Vou de coração descalço,
leve solta, borboleta,
em espaço frágil, alço
voo sobre a violeta.
A palavra voo é um hiato. Mesmo no singular, deve ser separado. Ao juntar, ouviremos "vou" do verbo IR. (Elvira Drummond)
Vou de coração descalço,
leve solta, borboleta,
em espaço frágil, alço
voo nos céus da violeta.
Liz Rabello
O outono, vida emergente;
verão, calor, energia;
inverno, amor, vinho quente;
primavera é alegria.
Liz Rabello
*Para a vitória alcançar*
É preciso persistência..
Subir degraus sem pisar
quem abaixo é resistência.
Liz Rabello
Próstata, eu não arrisco!
Exames: toque retal
junto aos fatores de risco...
É sempre fundamental.
Luz Rabello
Ao fechar os olhos sinta
afago, carinho e abraço;
aperto de mãos, consinta.
Não se afaste deste laço!
Liz Rabello
Amor há nos nós do laço,
pontas podem se afastar
ao voltar num bom abraço,
toda dor vai se acabar.
Liz Rabello
Minha luta não tem fim,
a vida sempre me chama,
busco paz neste jardim,
mas só derrapo na lama.
Liz Rabello.
Seria lindo e profundo,
caso as pessoas doassem
perdão para todo mundo...
E em silêncios se falassem.
Liz Rabello
Em busca da perfeição,
sangrei as arestas da dor,
percorri meu coração,
plantei sementes de amor.
Liz Rabello
Gemem ou cantam os ventos?
Ou são eles sempre iguais?
Mudam só os sentimentos,
movimentos são leais.
Liz Rabello
Não gaste esforço à toa
desgaste sem fé, inútil,
a quem contra ti destoa
viva a vida, seja útil!
Esforço fica com sílaba a menos. Trocar por energia, que dará 7 sílabas.
Eu creio que a divisão seria e/ner/gi/a à/toa. (Lu Narbot)
TROVA CORRIGIDA
Não gaste energia à toa
desgaste sem fé, inútil,
a quem contra ti destoa
Acerte o rumo, seja útil!
Liz Rabello
A mediocridade é leme,
que faz a nau navegar,
ou será tal qual um meme,
que faz Brasil naufragar?
Liz Rabello
Dobram sinos de Belém
ecoando a voz do amor...
Foi lá em Jerusalém
que nasceu o Salvador.
Liz Rabello
TROVA DE FECHAMENTO
*Maria e José, também*
ao amor dão sempre aval...
Aos pais de Jesus, amém...
*dobrem sinos no Natal!*
Liz Rabello
TROVA DE FECHAMENTO
*Espalho mais alegria*
ao nascer do Sol que doura,
com seus raios de harmonia
*sobre a humilde manjedoura.*
Liz Rabello
Céus em fogo de memórias,
Jogam cristãos aos leões,
choram as tristes histórias,
que se escutam aos milhões.
Liz Rabello
Eu não sou feita de ferro,
nem tampouco sou de barro,
sei que na terra me enterro,
semente de amor, me esparro.
Liz Rabello
EXERCÍCIO POÉTICO COM TEMA
Cada Trovador escolhe uma palavra do *PAI NOSSO* para compor sua trova. Qualquer palavra.
*Céu* de estrelas cintilantes,
caderno onde Deus escreve, com mensagens sussurrantes,
um forte amor subscreve.
Liz Rabello
V4 está com 6 sílabas.
Não conte ..b...mudo. um for. tea. mor sus. cre. ve
Tinha dúvidas, porque sabia de uma consoante muda, mas no caso tem duas... Arrisquei. Vou refazer.
*Céu* de estrelas cintilantes,
caderno onde Deus escreve,
com mensagens sussurrantes,
um intenso amor subscreve.
Liz Rabello
Somente ...b... é mudo porque o ...s. faz elisão.
(Therezinha Brisolla)
Feche olhos para a injustiça,
tampe ouvidos à má fé,
a mentira não se atiça,
verdade anda em marcha ré.
Último verso o correto é:
marcha a ré ou marcha à ré.
Marcha ré é falado mas não é dicionarizado. (Magda Helena)
Feche olhos para a injustiça,
tampe ouvidos à má fé,
a mentira não se atiça,
verdade anda em marcha à ré.Liz Rabello
A trova abaixo tem uma história muito diferente das minhas criações habituais. Estava dirigindo de minha casa para a chácara, com muito trânsito. E eis que as palavras vieram. Não tinha caneta. Sem dúvida nenhuma, peguei o celular e simplesmente, gravei. Confesso que fiz umas dez gravações até a certeira definição. Descobri que OUVIR é muito bom para se perceber ELISÕES. (Liz Rabello)
A dor que dormiu comigo,
acovardou-se de vez,
foi-se embora, jaz contigo,
pela manhã se desfez.
Liz Rabello
Parte de mim é saudade
e jura de eterno amor,
outra sonha liberdade
e só encontra muita dor.
Liz Rabello
Sou pássaro sem gaiola,
barco sem âncora e cais,
carrego minha viola,
mochila e meus ideais.
Liz Rabello
Hei de encontrar quem fui
no lugar onde restou
a parte que ainda flui
dentre as cinzas que sobrou
Nesta trova falta uma sílaba no primeiro verso:
Hei/ deen/con/trar/ quem/ fui
E eu sugeriria que no último verso você colocasse a cinza em lugar de as cinzas, para concordar com o verbo sobrou que está no singular. (Lu Narbot)
TROVA CORRIGIDA
Hei de encontrar quem eu fui
no lugar onde restou,
a parte que ainda flui
dentre a cinza que sobrou.
Liz Rabello
Eu cuido do que me importa:
que haja flores numa escada,
colorindo a minha porta,
mesa farta e gente amada.
Liz Rabello
Sonhar, desejar faz parte,
e correr atrás do risco,
iniciar obra de arte,
não deixá-la no rabisco.
Liz Rabello
Por trás da montanha, o Sol
abre os olhos, preguiçoso,
ilumina o arrebol
e acorda o dia ocioso.
Liz Rabello
No coração a verdade
das dores que significam
que aqui dentro da saudade,
os que partem também ficam.
Liz Rabello
Entre estilhaços de mim,
mosaico de muitas dores,
correm lembranças sem fim:
brigas e quebras de amores.
Liz Rabello
*Numa queda traiçoeira,*
bate, rola, sem parar...
Não há numa cachoeira,
nenhum nó pra desatar.
Liz Rabello
A morte, durante a vida,
inexiste. Quando chega,
quem morre não vê partida,
então, vive, te aconchega!
Liz Rabello
No caminho para o fim,
em busca da eternidade,
meus passos levam-me enfim,
a admirar a realidade.
Liz Rabello
O tempo é deveras lento,
mas quando menos se espera,
abre um oho sonolento,
e tudo a gente supera.
Liz Rabello
Tempo passa, deixa riso,
que marca rosto enrugado,
entrada mostra sorriso,
por toda vida doado.
Liz Rabello
Dias curtos pra sonhar,
noites longas pra dormir...
Vida se esvai sem deixar
saudades pra dividir.
Liz Rabello
Pintei nosso amor na tela
da noturna escuridão...
Noite escura, minha cela,
amor meu, minha prisão.
Liz Rabello
No fim da luz de um arco-íris,
dizem estar um tesouro,
presas nesta minha íris,
belas cores é que são ouro!
Liz Rabello
Já lanço uma questão nos versos terminados em íris: a elisão entra a vogal fraca anterior. Assim, ... doar-coí-ris e min-nhaí-ris. No primeiro parece clara a elisão, pois o som flui. No segundo, ainda há dúvida, pela quebra sonora.
Parece o caso de exceção para sons duros e desagradáveis, como diz o decálogo. Isso para o segundo verso.
No primeiro, para mim, ocorre a elisão e o verso estaria com uma sílaba a menos.
Se fosse escrito “ no/ fim/ da/ luz/ de um/ ar/co-í/ris” , acho que daria certo. (Lu Narbot)
Palavra difícil de rimar, além de começar com i tônico, também mais difícil de elidir em som limpo, como fazem o e a. Na verdade, íris só rima com arco-íris. Uma forma de evitar esses sons duros ou a dúvida é colocar antes do "problema" (no caso íris) uma palavra que não termine em vogal. Aí não haverá como elidir (ou ter a dúvida se elide ou não).(Adilson Gonçalves)
TROVA CORRIGIDA
No fim da luz de um arco-íris
dizem estar um tesouro,
presas nesta minha íris,
belas cores que são ouro!
Liz Rabello
Exatamente o que eu sempre digo ! Ás vezes é só trocar palavras ou posição na trova! (Adilson Gonçalves)
A ternura sempre diz,
adentra em meu coração.
Liz Rabello
Incansável melodia
vem da mente em emoção,
acordes, em harmonia,
transbordam do coração.
Liz Rabello
Arco-íris beijou o céu,
e o transformou numa tela,
deixou Sol por trás do véu,
criança a sorrir na janela.
Liz Rabello
Da vida quero ampliar
escasso tempo, sem pressa,
viver essências de amar
dar sentido ao que interessa.
Liz Rabello
Passe borracha no obstáculo,
viva transpondo penhascos,
colha da vida espetáculo
de transitar por teus cascos.
Liz Rabello
Vem, meu Sol, bom dia, vem
sorrir só por teimosia,
traga luz e cor também,
alegria em demasia.
Liz Rabello
Gaya chora de tristeza,
rolam as lágrimas de dor,
destruição é certeza:
sem futuro neste horror!
Liz Rabello
Voa, voa do lugar
onde te fazem pequeno!
Tu és ave singular,
aquela de voo pleno.
Liz Rabello
Brasil não foi descoberto...
Ocupado em invasões,
um território coberto
por povos e tradições.
Liz Rabello
Afirmam que a vida é frágil
tal qual um dente-de-leão;
quem assim diz não viu ágil
andorinha de verão.
Liz Rabello
Tudo fica colorido
quando a primavera vem...
E tudo fica florido,
esquecemos dor! Amém...
Liz Rabello
Com tantos ressentimentos
e desprezo à vida humana,
a guerra de sentimentos
nos leva à paixão insana.
Liz Rabello
Vem dançar valsa comigo,
circular amor na pista,
depois um tango contigo,
rodopios... Paixão à vista.
ro/ do/ pi/os... Não elide.
TROVA CORRIGIDA
Vem dançar valsa comigo,
dar voltas de amor na pista,
depois um tango contigo,
circular paixão à vista.
Liz Rabello
Quero incêndios de vaidades
para os egos dirimir,
cinzas sobre falsidades
para a verdade fluir.
Liz Rabello
Boa noite, tarde, dia,
esta mesmice me cansa...
Se não me traz alegria,
dispenso esta fala mansa.
Liz Rabello
Nas tardes quentes tecidas
pela água, tempo Sol,
lagartas expiram vidas
aladas Do Re Mi Sol
Elisão pe-laá-gua e o verso fica com 6 sílabas. Mas tenho dúvidas quanto ao sentido completo que a trova deve ter. É um conjunto poético de versos, mas difícil dizer se é trova.
TROVA CORRIGIDA
Nas tardes quentes tecidas
pela água no tempo Sol,
lagartas expiram vidas
aladas no girassol.
Liz Rabello
Como girassol, desejo:
existir no teu olhar,
sabê-lo quando te vejo,
vibração de muito amar.
Liz Rabello
Um toque suave de flor
pode humanizar o mundo,
transformar aquela dor,
em pureza, amor profundo.
Liz Rabello
Toque suave de flor: sou!
Exalo amor, com calor;
nas farpas do arame, estou,
quanto mais dor, mais fervor.
Liz Rabello
Eu, girassol, giro giro
caçando esta luz solar,
pequenina estrela, miro
astro-rei, ao esperançar.
Temos uma dúvida no último verso com dois ditongos e uma vogal juntas. Para mim, ao é ditongo decrescente também (como ei) e então não há elisão com a vogal seguinte. O quarto verso fica com 8 sílabas. (Adilson Gonçalves)
Eu, girassol, giro giro
caçando esta luz solar,
pequenina estrela, miro
astro-rei, a esperançar.
Liz Rabello
Aprendi com secas folhas,
valorizar primaveras,
semear minhas escolhas,
não viver só de quimeras.
Liz Rabello
Aquece a pele, meu Sol.
Borboleta pousa em mim;
quer, tal qual um girassol,
transmutar calor enfim.
Liz Rabello
Semeie serenidade,
plante amor e tolerância.
colherá felicidade,
ternuras em abundância.
Liz Rabello
Conheço bem sobre o chão,
ando veredas descalço,
porta aberta, coração
sonha altos voos e eu os alço.
Liz Rabello
Algo pousou na janela,
rápida, esperta, fugaz.
A borboleta amarela
partiu me deixando a paz.
Liz Rabello
Delírio despedaçado,
fio em casulo rompido,
desejo despenteado,
é novo sonho vivido.
Liz Rabello
Mudança, eis o momento
nós dos casulos, desatar,
livrar-se do sofrimento,
ser borboleta: voar!
Liz Rabello
Caminho quebrando regra,
polindo profundas pontas,
estrelas na contra-regra,
brincando de faz-de-conta.
Liz Rabello
No rigor da trova, pontas não rima com conta.
TROVA CORRIGIDA
Caminho quebrando regra,
polindo ideia já pronta,
estrelas na contra-regra,
brincando de faz-de-conta.
Liz Rabello
ideia é um tritongo, mas deve ser considerado com 3 sílabas i-de-ia e o i elide com o do da sílaba anterior.
“Ouça experiência”, diz
sábia Razão! “Que tal ir
pelo novo?”, contradiz
Coração! “Siga o devir.”
Liz Rabello
Está correta. Apesar de menos usado este tipo de diálogo na trova. (Adilson Gonçalves)
Nesta vida, na viagem,
pouco importa a experiência,
vale mais uma embalagem,
do que nossa própria essência.
Liz Rabello
Marca lugar, marca tempo
relógio, porta retrato,
não há nenhum contratempo,
que esta joia não dê trato.
Liz Rabello
Corro demais contra o tempo,
que não mais me ajuda em nada,
não serei seu passatempo,
já fugi desta emboscada.
Liz Rabello
Se o relógio marca o tempo
de leitura produtiva,
existe um bom passatempo
nesta vida evolutiva.
Liz Rabello
Passa o tempo bem depressa,
às vezes, mais devagar,
leva meus sonhos na pressa,
deixa esta fome de amar.
Liz Rabello
Sol desponta no horizonte
e um sorriso acorda o dia...
Pra que não te desaponte:
mais sorrisos de alegria!
Liz Rabello
Onde estarei na i gual hora?
Na antiga foto passada?
Dentro do espelho do agora?
Ou na hora morta do nada?
Liz Rabello
Não há nada mais tocante
do que ouvir grito de guerra
naquele fiel instante
que o Timão faz gol e encerra.
Liz Rabello
Não tem peso, nem altura,
nem tamanho... Deus sensível,
dispõe de uma mão que cura,
só faz o bem, é invisível.
Liz Rabello
O vento trouxe uma brisa
muita chuva, paz, beleza,
tudo o que a gente precisa,
viver bem com natureza.
Liz Rabello
Eu me sentei num banquinho
na beira de um lindo lago,
meu olhar bem de mansinho
se via em constante afago.
Liz Rabello
Uma lua bem brilhante
veio luzir na janela
linda flor, um diamante,
era você dentro dela.
Liz Rabello
Como lembra a Lúcia Narbot, há a possibilidade de considerar um hiato. Para mim, o facultativo se refere à sílaba que contém a tônica, que não é caso de diamante (tônica man). Mas parece que tal critério foi expandido para qualquer hiato. Um par icônico é poesia/poeta. Em poeta a tônica é no 'e' e assim juntar ou não o hiato formato é facultativo. A eufonia leva a po-e-ta, pois poe-ta fica meio forçado. Já em poesia, a tônica é no 'i' e o hiato poe seria facultativo juntar ou não. Já vi dos dois jeitos nesse caso e muitas vezes determinado, porque faltou ou sobrou uma sílaba no resto do verso. (Adilson Gonçalves)
Lua anda devagarinho,
leva luz na escuridão,
carrega muito carinho
para o mundo em gratidão.
Liz Rabello
O escuro igualou as cores!
São luzes as diferenças,
nos cálices de licores,
diversidades e crenças.
Igualou não elide com as
Exemplo de u + a
Viu/ a /fi /-lha da/ pa /tro/ a
Separado
A noite harmoniza as cores.
Traz luzes às diferenças,
em cálices de licores,
diversidades e crenças.
Liz Rabello
O fim do mundo ocorre
a cada grito de medo;
no incêndio, no corre, corre,
do ser vivo no arvoredo...
Liz Rabello
Amor, ternura e inocência
são qualidades sutis,
que têm uma iridescência
de manhãs primaveris.
Liz Rabello
*Não descontei em ninguém*
todo mal que recebi...
Perdoei e orei! Amém!
Lavra de Jesus segui...
Liz Rabello
É de mar esta minha alma,
ondas que vêm e que vão,
elos de azuis, paz e calma,
verdes algas, emoção!
Liz Rabello
Aos poucos a forte luz,
em tua voz, em teus braços,
a força que me conduz,
e eu sinto o amor em abraços.
Liz Rabello
Dentro do olhar a beleza
está, só precisa ser
vista, por quem a leveza
do amor deixar conhecer.
Liz Rabello
Entre os destinos da vida,
um só caminho a trilhar...
Um pé na doida partida,
outro querendo ficar.
Liz Rabello
Dia vira noite densa,
descubro beleza em alma,
dormente na Lua imensa
envolta de tanta calma.
Liz Rabello
Sobre a relva matutina,
sereno brilha e reluz...
joga vestes na rotina,
que inspiram beleza e luz.
Liz Rabello
Aquarelei céu anil,
escadas ao infinito...
Na tela, o pincel a mil
deixou tudo mais bonito.
Liz Rabello
Encanta-me que eu te encanto,
luz solar primaveril,
flores, perfumes em manto,
sonhos em céu cor de anil.
Liz Rabello
Lembranças lindas, Zezinho,
meus pés em cima dos teus!
Tenho de ti, meu paizinho,
a força que vem de Deus.
Liz Rabello
Remendo teu chão, vovó!
Teu difícil caminhar
merece a ajuda... Forró
é para mim, que sei amar.
Liz Rabello
Os sonhos despedaçados,
deixam vestígios no chão.
se não podem ser colados.
guarde-os bem no coração.
Liz Rabello
Dentro de mim, luz procuro
razões de felicidades.
Busca constante no escuro,
respeito às minhas verdades.
Liz Rabello
Ao me lembrar do fascínio
às ilhas daquele olhar,
tento esquecer do declínio
do amor perdido no mar.
Liz Rabello
Uma mandala de luz
tão quente e bela igual Sol
mágico espelho reluzsegredos de um girassol.
Liz Rabello
Igual água vem do céu
se comporta essa alma humana,.
volta lá, retorna em véu,
cascata de amor emana.
Correto nas rimas e métricas, mas tenho dificuldades em localizar o sujeito do "vem" do primeiro verso. (Adilson Gonçalves)
Como a água que vem do céu
se comporta essa alma humana,
volta lá, retorna em véu,
cascata de amor emana.
Liz Rabello
As telas lindas que pinto,
arco-íris em olhos seus,
tempo bom que então pressinto,
esbarra nas mãos de Deus...
Liz Rabello
Debrucei-me na janela
da minha alma semiaberta;
prescrutei por dentro dela
e continua encoberta.
Liz Rabello
Como símbolo, o chapéu,
sua figura sobrou,
banco vazio sob um véu
de saudade que marcou.
Liz Rabello
Folha seca, relva, jaz...
Dentro da terra, a semente,
água aguarda, espera em paz,
ver muita luz do Sol quente!
OUTRA VERSÃO
Folha seca no chão jaz...
Dentro da terra, a semente,
água aguarda, espera em paz,
ver muita luz do Sol quente!
Liz Rabello
Só me apetece o que sou,
cascata de benquerer...
Mais do que sonhos, estou
no depois do Sol nascer.
Liz Rabello
Tão Doce, lama virou;
rio seco, pote de água
à sua essência voltou,
ao mar de barro, deságua.
Liz Rabello
Na tua delicadeza
verde esperança na cor
serenidade e beleza
encontro o gosto do amor.
Liz Rabello
na/ tu/ a/ de/ li/ ca/ de/ za -> (7 sílabas [7 = 8-1])
ver/ dees/ pe/ ran/ ça/ na/ cor -> (7 sílabas)
se/ re/ ni/ da/ dee/ be/ le/ za -> (7 sílabas [7 = 8-1])
en/ con/ troo/ gos/ to/doa/ mor -> (7 sílabas)
Beija as manhãs, beija-flor
deixando a vida mais bela,
sugando mel, flor em flor,
pousa na minha janela!
Liz Rabello
Passado, cabe a lembrança;
ventanias, dor levando...
futuro, cabe a esperança;
presente, um amor chegando...
Liz Rabello
Viva de ponta cabeça,
sem razões a sua mente,
ao coração, obedeça!
Viva de sonhos, somente.
Liz Rabello
O passado não perdoa,
seja antigo ou bem recente;
do nada, ressurge à toa
a dominar o presente.
Liz Rabello
Eis que tudo, tudo passa,
chaleira chia na pia,
café se esvai na fumaça,
a noite já vira dia.
Liz Rabello
Se Sol se esconder atrás
da tua sombra, sem medo,
proteção tu sentirás,
pois és força de um rochedo.
Liz Rabello
Passado enroscado em teias
flagrado pela manhã,
saudades de luas cheias
vêm à tona num divã.
Liz Rabello
Ganhei um sorriso teu,
caso não fosse verdade,
Terias sorriso meu,
como oferta em realidade.
Liz Rabello
Ou, com elisão. Qual é o certo?
Eu ganhei um sorriso teu,
caso não fosse verdade,
Terias sorriso meu,
como oferta em realidade.
Pela sonoridade, creio que é melhor sem elisão. Falando a trova em voz alta, “ga/nheium” fica um som duro, esquisito. Esse talvez não fique duro, mas por ter o nh e depois o m, parece “fanhoso”, tipo alguém resfriado falando… (Lu Narbot)
A genuína alegria,
que nasce das descobertas
das miudezas do dia,
está de portas abertas.
Liz Rabello
Medo: há de se descuidar,
energias de alegria
em todo canto buscar,
ser feliz em harmonia.
Liz Rabello
Triste olhar, tão infeliz,
que me transmite uma dor,
num grito mudo e me diz:
"-Liberdade, por favor!"
Liz Rabello
Sinfonia de alegria,
nos acordes matinais,
verão, chuva de harmonia
e de sons angelicais.
Liz Rabello
Bala perdida na esquina,
mata mais um, que injustiça!
Trabalhador cumpre sina
de quem está na preguiça.
Liz Rabello
Nesta busca de te amar,
noite de encantos virá,
e logo vai terminar,
eternidade será.
Liz Rabello
Vou costurando as raízes,
minha América Latina,
nuances de povos felizes,
abraçando a própria sina.
Liz Rabello
As armas não matam fome,
matam os donos da terra.
Nasce criança sem nome.
Adulto, sem-terra, que erra.
Liz Rabello
Quem sabe um ouro ganhar,
bronze ou prata, tanto faz!
O importante é lutar
pelo que te satisfaz.
Liz Rabello
O passado se repete
nos desencontros de amor,
para o destino compete
dizer o porquê da dor.
Liz Rabello
É nuvem de algodão doce
na janela do avião,
branquinha como se fosse
uma espuma de sabão!
Liz Rabello
*Ser muito boa e festiva*
e desafiar ternuras
de uma ação tão criativa...
*Um anjinho nas alturas!*
Liz Rabello
O tempo, morno filete,
amanhece a primavera!
Aqui jaz belo tapete,
Há flores a tua espera.
Liz Rabello
Procurei Deus no infinito,
oração furtiva em vão!
São Tomé me fez aflito:
tão longe olhos meus não vão!Flores formam um tapete...
Há quem diga que é sujeira,
mente pequena é filete,
que alcança gente topeira.
Liz Rabello
Uma árvore já cansada,
no outono de sua lida,
senta na curva da estrada,
querendo a volta da vida.
Liz Rabello
Quisera só por um dia,
passear naquela trilha.
Sentir total alegria,
ter água, ter flor! Ser ilha.
Liz Rabello
Diante da natureza,
seja humilde, uma artesã
de seu prestígio e beleza,
curve-se, perene fã.
O primeiro verso é normalmente feito com ditongo em diante (Adilson Gonçalves)
Tendo à frente a natureza,
seja humilde, uma artesã
de seu prestígio e beleza,
curve-se, perene fã.
Liz, tenho visto a Vânia sugerir, no grupo da UBT, que em casos assim se escreva Natureza, com maiúscula, para ficar bem explicitado o sentido. (Lu Narbot)
Tendo à frente a Natureza,
seja humilde, uma artesã
de seu prestígio e beleza,
curve-se, perene fã.
Liz Rabello
Se o planeta azul for fogo,
e seu calor destruir
ecosistema... Este jogo
mudará o que há de vir.
Mudará / o ... Para mim não elide porque o som é ascendente.
Mu/ da/ rá / o / quehá / de / vir
Liz, fui consultar o Manual, porque sempre tenho dúvidas com essas junções de vogais. Pela regra 5 não se pode juntar duas vogais tônicas. E o exemplo que eles dão é: só/ o/ poeta. Bem semelhante ao mudará / o. Creio que está certo como você escreveu. Eu colocaria o artigo antes de ecossistema, porque faz a junção e não aumenta o número de sílabas: o e/cos/sis/te/ma. Eu sei que você quase não usa artigos, é só uma sugestão. Distancia um pouco de poesia livre. Estou falando em termos de concurso. (Lu Narbot)
TROVA CORRIGIDA
Se o planeta azul for fogo,
e seu calor destruir
o ecosistema... Este jogo
mudará o que há de vir.
Liz Rabello
Abandonada, a tapera,
teias de aranha coberta,
um conto de horror à espera,
da mão que a salva e liberta.
Liz Rabello
Sofrer todos nós sofremos,
mas é bem alentador
sentir fé, crença, pois temos
no coração tanto amor.
Liz Rabello
Queria, bem que eu queria,
que este amor de longa data,
que me traz melancolia,
jorrasse a dor em cascata.Liz Rabello
Passa, passa, passarinhos,
levando poesia em versos,
sussurrando mil carinhos,
cantos reversos dispersos.
Liz Rabello
Ao ter fé, a eternidade
cabe aqui na minha mão...
E nos meandros da saudade,
tu estás em meu coração.
Liz Rabello
Fui eu que plantei a flor
para abelha fazer mel;
dei de graça meu amor,
mas queria um aluguel
Liz Rabello
Vou brincar de fazer mel,
pousar numa margarida,
retirar da vida o fel,
torná- la mais divertida.
Liz Rabello
Quero ter paz nesta lida,
farta luz no coração,
esperança na pós vida,
com firmeza, hoje, na ação.
Liz Rabello
Eu sei: é só primavera!
Flor em pedras vai brotar,
efeito da minha espera,
quero ver vida brilhar.
Liz Rabello
Vários avessos no espelho,
os sorrisos se distraem,
os “eus” procuram conselho,
opostos se olham, se atraem.
Liz Rabello
Espelho reflete quem
pareço ser e não sou...
Mas me ajuda a ver além
de quem no momento estou.
Liz Rabello
No céu, constelação de aves,
saúdam sinos de paz,
portais abertos sem chaves,
ao paraíso me traz.
Liz Rabello
No meu telhado passeia
aquela gata no cio;
acorda o que me chateia,
só me lembra este vazio.
Liz Rabello
Vejo no humilde macaco,
expressão de humanidade,
que humano transforma em caco,
restos de pura maldade.
Liz Rabello
A rosa não é uma rosa!
Em Hiroshima é uma bomba...
Destruiu a flor formosa:
a paz, num Japão que tomba...
Liz Rabello
há diversão e passeios,
dias santos e vigília,
não há brigas nos anseios.
Liz Rabello
Vejo-me por olhos teus,
espelho joga confete,
tu te vês em olhos meus,
onde só amor se reflete.
Liz Rabello
Ouro líquido em plumagens
abre-se em cio prazer.
São as mais belas imagens,
pavão querendo viver.
Liz Rabello
Num algodão, doces sonhos,
sabor infância feliz,
mãos dadas com pais risonhos,
memórias de flor de Liz.
Liz Rabello
Com silêncios em abraços,
vivo o acaso e este momento...
Divido-me em mil pedaços,
não me encontro em sentimento.
Liz Rabello
O primeiro pensamento
ao abrir os olhos meus,
foi para este sentimento
que deseja os sonhos teus.
Liz Rabello
Nas duras pedras da vida,
eu, flor tapete, pisada!
luz, estrela colorida,
perfumo ar, purificada
Liz Rabello
Queria ser outra vez,
desejada e amada musa
dos versos que você fez.
Mas, eu sei que você me usa...
Liz Rabello
Importante é a solidão
quando busca a convivência...
Deixar partir os que vão,
pra ganhar nova experiência.
Liz Rabello
Chove amor no meu jardim,
os pingos levam a dor,
tristeza pro mar sem fim,
devolvem brisa e frescor.
Liz Rabello
Não precisa de dinheiro
para se escutar meu canto
eu sou canário do reino
em qualquer lugar encanto.
reino não rima com dinheiro.
Dinheiro não rima com nada.
(Lu Narbot)
TROVA CORRIGIDA
Não precisa de dinheiro
para se escutar meu canto
sou canário, cavalheiro,
em qualquer lugar encanto.
Liz Rabello
Devolva-me os sonhos loucos,
o imenso amor que senti,
tudo foi tecido aos poucos,
num passado em que vivi.
Liz Rabello
Coisa linda, a noite tece,
borda Sol ao amanhecer...
Coisa bela, dia tece,
borda Lua ao alvorecer.
Todas as dúvidas com estas elisões. (Liz Rabello)
Tem versos com sílabas a mais:
bor-da-sol-ao-a-ma-nhe-cer - bor-da-lu-aao-al-vo-re-cer. Além disso, usar a mesma palavra para rimar não é elegante na trova, mesma palavra e com mesmo significado. ( Adilson Gonçalves)
TROVA CORRIGIDACoisa linda, a noite tece,
borda o Sol amanhecendo;
coisa bela, já anoitece,
Sol já parte se escondendo.
Liz Rabello
Longe, no horizonte, o Sol.
Na insistente escuridão,
brilha ofegante farol
para indicar novo chão!
Se colocar uma vírgula depois de brilha, a frase principal é Longe o Sol brilha. no horizonte, complemento de Longe; na insistente escuridão e ofegante farol... seriam os complementos de Sol. O que acha?
Longe, no horizonte, o Sol,
na insistente escuridão,
brilha, ofegante farol,
para indicar novo chão!
E vejo um outro significado ainda se mudar a vírgula de lugar:
Longe, no horizonte, o Sol,
na insistente escuridão,
brilha ofegante, farol
para indicar novo chão!
A vírgula é fundamental para definir qual significado se quer dar à trova. (Adilson Gonçalves)
TROVA ESCOLHIDA
TROVA DE FECHAMENTO
*Um Carnaval pra vibrar*
sonho sem eira nem beira,
samba no pé pra dançar...
*Tudo é ilusão passageira.*
Liz Rabello
Quem por si não tem respeito,
tende a se aprisionar;
mas ser livre caça jeito
de abrir portas e voar.
Liz Rabello
Vou semear fantasia,
mar, paz, luz, contemplação,
num banquinho de alegria,
lugar lindo de oração.
Liz Rabello
A Lua convida o mar,
vem ouvir esta canção,
venha comigo dançar.
sentir a nova emoção.
Liz Rabello
Nesta minha vida incerta,
tenho amor dentro de mim;
e, de quebra, Deus me oferta
esta amizade sem fim.
Liz Rabello
Fiz um crime irreparável
Nestas andanças da vida
deixei que amor incurável
sufocasse minha lida.
Liz Rabello
Ler livro para iletrado,
salva vida por um triz,
risco de giz apagado,
mil e uma noite feliz.
A trova está certa, tenho dúvidas nas concordâncias. (Adilson Gonçalves)
Refere-se a Xariar, o iletrado. Sherazade salva sua vida lendo por mil e uma noite feliz. Uma noite de cada vez. Por esta razão deixei no singular. (Liz Rabello)
Certo, mas seria "mil e uma noites feliz", não é?
(Adilson Gonçalves)
TROVA CORRIGIDA:
Ler livro para iletrado,
salva vida por um triz,
risco de giz apagado,
mil e uma noites, feliz!
Liz Rabello
Lua inventa um sedutor!
Quer paixão, não solidão;
parir estrelas no ardor,
ter prazer em comunhão.
Liz Rabello
Ferida de amor não cura,
adormece ali na esquina,
volta a magoar por pura
percepção da própria sina.
Liz Rabello
No passado amor foi embora,
fiquei forte por vingança,
vivendo esta dor agora,
fracasso em desesperança.
De novo, ditongo decrescente foi-em-bo-ra... (Adilson Gonçalves)
Antigo amor foi embora,
fiquei forte por vingança,
vivendo esta dor agora,
fracasso em desesperança.
Liz Rabello
No tempo ocorre mudança;
oásis na primavera,
outono, fruto esperança;
verão, sempre inverno espera.
Liz Rabello
Sentindo falta de árvore
respirei fundo profundo,
o meu pulmão como mármore,
tragava ar pesado, imundo!
Árvore não rima com mármore
E o primeiro verso está com sílaba a menos. (Adilson Gonçalves)
Em sites do Google, vários, consta que são rimas. Como me dizia uma aluna do fundamental, alfabetização, seis aninhos, cada dia, fico mais "cafusa"... kkkkkkkkk (Liz Rabello)
As considerações aqui são para trovas e as rimas devem ser perfeitas no som e na grafia. O que vale para Construção de Chico Buarque, magnífico, não vale para a trova. Nos sites, não são informações erradas, são inadequadas para a trova. Especialmente com proparoxítonas, a rima poética pode muito bem ser feita como você fez: árvore/mármore, pois a tônica é a mesma e a terminação também. Porém, para a trova, isso não vale, uma vez que uma letra é diferente: v/m. O maravilhoso Chico Buarque assim fez, bem como Alvarenga e Ranchinho. (Adilson Gonçalves)
Por sentir árvore em falta,
respirei fundo profundo,
meu pulmão logo ressalta
traguei ar pesado... imundo!
Liz Rabello
Meu coração mora lá...
no alto da bela montanha
eu, com saudade, estou cá
com saúde que lá se ganha.
Liz Rabello
Saúde... É hiato... Mas o a fica tão fraco...
Hiato pela regra é facultativo.
Viver requer não mentir
só fazer feliz alguém!
Liz Rabello
Magoar é hiato ou ditongo crescente? mágoa é ditongo crescente. (Liz Rabello)
Magoar pode ser hiato ou ditongo, pois a diferença fundamental com mágoa é a mudança da sílaba tônica. A trova está correta assim. (Adilson Gonçalves)
Espreito a vida lá fora,
vento balança cortina,
vem dizer que agora é hora,
limpar poeira da rotina.
Liz Rabello
Vem/ di/ zer/ quea/ go/ raé/ ho-ra
O h inicial da palavra não conta. A regra diz que não pode haver mais de uma vogal forte (tônica) na elisão. Assim: go/raé/ho é o mais correto, mais próximo da regra. (Adilson Gonçalves)
Lá fora, vida convida,
sol e vento: "Vem aqui!"
dentro de casa escondida,
vírus não pego daqui!
Liz Rabello
Tenho janelas abertas,
travas rompidas, serenas,
a agasalhar sem cobertas,
memórias reais das cenas.
Liz Rabello
Eu sou vazio de minha alma,
me preenche, a vida é bela!
Liz Rabello
Caminhos em construção:
sinais de algo de valor,
cada ser traz emoção,
pote de açúcar ou dor.
Liz Rabello
Vamos deixar corações
bem grudadinhos, sentir
que somos um, em paixões;
ir pelo mundo e sumir.
Liz Rabello
Coração alado, sonha,
viaja com pensamentos,
não deixa vida tristonha,
balança ao sabor dos ventos.
Liz Rabello
Rasgos de pele roçando,
vorazmente se perdendo,
corpos nus se entrelaçando,
um dentro do outro morrendo!
Liz Rabello
Métrica e rimas certas. A poética desses versos é suave no início nos levando à profundidade da realidade ao final. Mas é de se questionar como um clássico juiz de trovas analisaria essa composição. (Adilson Gonçalves)
Isto significa que não seria sensato enviar esta trova para um concurso? Ou a questão é mais profunda? Pelo que estou analisando dos meus acertos e erros, é que exploro muito a interpretação do leitor, e trova tem que ter um caminho mais curto. (Liz Rabello)
Deve sempre enviar para concurso, pois é importante o julgamento de outros. O que eu quis dizer é que trovas classificadas em concursos possuem uma linguagem mais direta. Pode ser uma impressão equivocada minha. O ideal é ler o que já foi publicado e premiado para ter o sentimento próprio do que está sendo entendido como trova de sentido completo, na definição de Luiz Otávio. (Adilson Gonçalves)
Os desejos mais picantes
tenho por ti, doce amor;
quero em estrelas brilhantes,
teu corpo nu, sedutor.
Liz Rabello
Para uma senhora idosa,
que sem pressa, vive o amor,
tempo é pérola preciosa,
curte o dia feito flor!
Liz Rabello
Ao seu lado posso ter
aquilo que não se mente;
de mente, sã mente, ser
de amor, semente, somente!
Liz Rabello
Tal qual você também sou
um prisioneiro do amor.
Não existo como estou,
sou de mim um impostor.
Liz Rabello
Meu corpo, som de violão,
quer tuas mãos com calor,
dedilhando uma canção,
com emoção, muito amor.
Liz Rabello
Com teus dedos dedilhando
meu corpo é canção de amor
muita poesia vibrando
em tuas mãos a compor.
Liz Rabello
O uso do gerúndio na rima é considerado de pouca raridade. Já que estamos aprimorando nossas produções, fica a dica. Mas lembrar que forçar uma outra rima só para sair dessas considerações pode prejudicar toda a poesia e a mensagem. Faz parte da lapidação da trova, não como condição inicial. (Adilson Gonçalves)
Eu não troco dedilhando nem vibrando, porque a pobreza em refutar rimas pobres, se perde na riqueza de sonoridade que o significado tem. A troca é uma composição acontecendo, vibrando em notas musicais. Pelo menos foi o que tentei passar. (Liz Rabello)
Concordo com você. Inúmeras trovas de mestres são feitas com o gerúndio.Veja essa do Tadeu Hagen:
Na vida eu fui encontrando
tanta dor, tanto desgosto
que o tempo foi desgastando
a ternura do meu rosto.
E sintam a sonoridade, a leveza de ler uma trova como coisa única, mensagem direta. Um primor. (Adilson Gonçalves)
Meu corpo, violão, cereja,
canção de amor... Lua cheia!
Um andarilho deseja
as curvas, antes da ceia.
Liz Rabello
Hoje só você me importa
lá fora está meu passado,
coração fechou uma porta,
Aqui, você conquistado.
Liz Rabello
Se almejas felicidade,
Tens que a mente naufragar
em sútil, pura verdade,
de águas límpidas de amar.
Liz Rabello
A palavra namorada
é o que sonha a mulher
sem amor é só um nada;
Isto a faz uma qualquer.
Liz, há elisões nos versos: éo/que/so/nhaa/mu/lher
sem/a/mor/é/sóum/na
(Anilson Gonçalves)
A palavra namorada
é sonho de uma mulher,
sem amor ela é só um nada;
isto a faz uma qualquer.
Liz Rabello
Eu não quero mudar muito para não perder o duplo sentido da mulher ser uma qualquer e da palavra em anagrama.
Fotos puídas rasgadas...
Eu, em pedaços, me enrolando,
saco de lixo jogadas,
pela calçada, voando.
O segundo está com sílaba a mais Eu/ em... (Adilson Gonçalves)
Fotos puídas rasgadas...
Em pedaços, me enrolando,
saco de lixo jogadas,
pela calçada, voando.
Liz Rabello
Neste cale-se de dor,
afaste-se dos anéis,
equilibra-se um amor,
surdas lâminas cruéis.
Liz Rabello
PROPOSTA
*UTILIZE UMA FRASE OU PARTE DE UMA DELAS*
No sucesso, cuide do ego...
No fracasso, cuide da alma...
Não seja imbecil, nem cego!
Equilíbrio e muita calma...
Liz Rabello
Reclusa em profunda dor,
minha palavra está muda,
verso que outrora foi flor,
murcha em triste dor aguda.
Liz Rabello
Não lute contra os bons anos
que só você conquistou...
Abrace os cotidianos...
São frutos que semeou!
Liz Rabello
Eu, meus pedaços, doendo,
foto puída rasgada,
bruxa, vassoura, varrendo
pelas curvas da calçada.
Liz Rabello
Sem taras e sem pretéritos,
"eu" volúvel muda o foco,
Não se vive sem os méritos,
doce sedução, desfoco.
Liz Rabello
Depois que fui rejeitada,
aprendi boa lição:
quero mais é ser amada
pelo meu bom coração.
Liz Rabello
Amor, fonte de água pura,
jorra em cálices de mel,
há quem viva com fartura,
sem saber da vida o fel.
Liz Rabello
Meus livros foram tijolos;
com eles cresci, vivi!
Com saudades dos miolos,
hoje escrevo o que sofri.
Liz Rabello
O trem que corta a neblina
é o mesmo que chega e parte,
traz ventos quentes e mina
saudade, poesia em arte.
Liz Rabello
Só escrevo, no desespero,
Depois rasgo folha solta,
Percebo triste exagero,
Névoa de lágrima envolta.
Liz Rabello
Quero toda a calmaria
que venta da rima em verso,
Desejo a paz e harmonia
que paira em todo Universo.
Liz Rabello
Flor, lilás de uma cascata,
sobe escada para o céu
desce luz, calma e pacata,
cobrindo tudo com véu.
Liz Rabello
Meu corpo em olor carrega
desejo insano... Só teu!
Viver delírios de entrega
Junto ao teu, coração meu.
Liz Rabello
Na cor, poesia da luz,
há calma, tranquilidade,
um desejo que reluz,
transforma a realidade.
Liz Rabell
Meu coração em pedaço,
obra do tempo empreiteiro,
quanto mais estilhaçado,
mais me faz um ser inteiro.
pedaço não rima com estilhaçado (Adilson Gonçalves)
TROVA CORRIGIDA
Coração despedaçado,
obra do tempo empreiteiro,
quanto mais estilhaçado,
mais me faz um ser inteiro.
Liz Rabello
TROVA ESCOLHIDA
Meu coração em pedaços,
obra do tempo empreiteiro,
quanto mais os estilhaços,
mais me faz um ser inteiro.
Liz Rabello
Meu coração, que espetáculo!
Obra do tempo empreiteiro,
quanto maior for o obstáculo,
mais me faz um ser inteiro.
Liz Rabello
Fiz um contato contigo,
forte grau, amor em chamas;
viver só, não mais consigo,
restou dúvida: Tu me amas?
Liz Rabello
Se para ti eu fosse mais
que amiga... Mulher... Amante,
café a dois, que demais!
Eu, neste frio, confiante.
As elisões são complicadas aqui. tieu parece certa, apesar de não eufônica. caféa leva a uma sílaba a menos. (Adilson Gonçalves)
TROVA CORRIGIDA
Se para ti eu fosse mais
que amiga... Mulher... Amante,
Um café a dois, bom demais!
Eu, neste frio, confiante.
Liz Rabello
SEMPRE PODEMOS PLANTAR VIOLETAS ENTRE OS VÃOS DAS PEDRAS QUE ATIRAM EM NÓS...
Entre os vãos das pedras, plante,
perfumadas violetas...
Lavre original instante
do voo de borboletas.
Liz Rabello
Que tal um café quentinho,
na neve de congelar,
tocar línguas de mansinho,
e bem juntinhos ficar?
Liz Rabello
Vermelho batom, estou,
Ilusão, cor da paixão,
minto o que de mim restou,
fingir feliz coração.
Esta está correta, mas tenho dificuldades para ler a mensagem única. Leia a trova em voz alta para sentir se está com ritmo, sentido completo, fluida. (Adilson Gonçalves)
Vermelho batom, estou,
ilusão, cor da paixão,
minto o que de mim restou,
fingir um frio coração.
Último verso com sílaba a mais: fri / o. (Adilson Gonçalves)
Vermelho batom, estou,
Ilusão, cor da paixão,
minto o que de mim restou,
fingir quente coração.
Liz Rabello
*Fez Seu caminho de amor,*
humildade, fé, perdão...
Mudanças foi defensor:
*a Páscoa é ressurreição.*
Liz Rabello
Tua imagem virtual,
bate o coração daqui,
sentimento surreal,
te laça, além-mar, ali!
Liz Rabello
Nesta rua virtual,
fotos se trocam, disparam
corações, amor fatal!
As vidas se transformaram.
Liz Rabello
Quem ama escuta segredo
de amor, de quem acredita,
secreto prazer sem medo,
de quem ouve, de quem grita.
Liz Rabello
Sorrisos, oculto abraço!
Só no mundo virtual,
olhos, amores em laço.
Saudades, vida ideal.
Liz Rabello
A meninice sem eira
nem beira, balança sonhos,
pra lá, pra cá, de bobeira,
embala instantes risonhos.
Liz Rabello
Mesclam-se abraços reais,
repletos de sentimentos,
gestos sinceros, leais,
marcando vários momentos.
Liz Rabello
Um abraço bem gostoso,
tudo aquilo que eu preciso,
um carinho valoroso,
neste momento indeciso.
Liz Rabello
Precisamos desejar
pós tantos velhos olhares,
manter pureza no olhar,
luz estrelas aos milhares.
Liz Rabello
Margaridas, flores pobres,
em campos, vemos aos montes,
enfeitam casas de nobres,
graças e glórias são fontes.
Liz Rabello
Mendigo por um amor,
com pétalas de amizade,
um toque suave de flor,
canção que deixe saudade.
Liz Rabello
Eis que chega a primavera! Traz um mundo bem florido...
Beleza não é quimera,
é sonho real vivido.
Liz Rabello
Subir um degrau por dia,
ser melhor a cada instante;
não me ausentar da alegria
é minha meta constante.
Liz Rabello
é começo que improviso.
Liz Rabello
Quis as florzinhas plantar
quem diz que vão me pagar
por tão gostoso aluguel?
Liz Rabello
Entre sonhos, trovas nascem,
sons de pudores despidos,
versos em transe renascem,
momentos são esculpidos.
Liz Rabello
Tempo, tecido da vida,
ancora tristes saudades,
boas lembranças da lida,
tece muitas realidades.
Liz Rabello
Amo foto colorida,
É como se me dissesse,
quando vejo estarrecida:
"sou assim linda, não me esquece".
Veja a questão do ditongo decrescente que não elide com a vogal seguinte. E também, no rigor da UBT, dissesse não rima com esquece, apesar de o Tadeu Hagen não seguir a regra rigidamente. (Adilson Gonclaves)
TROVA CORRIGIDA
Amo foto colorida,
É como se me dissesse,
quando vejo estarrecida:
"sou bem linda, não me esquece".
Liz Rabello
Gente ruim vive em ilha,
não carrega uma esperança;
gente boa não humilha,
coloca amor na balança.
Liz Rabello
Lua inventa um sedutor!
Quer paixão, não solidão;
parir estrelas no ardor,
ter prazer em comunhão.
Liz Rabello
Cacto azul entre espinhos,
ostenta uma bela flor,
(onde olhar pousa carinhos),
segura de predador.
Liz Rabello
Só para laçar o instante,
e não perder o que amamos;
neste momento excitante,
às vezes nem respiramos.
Liz Rabello
Eu pergunto ao coração:
Quero ser livre igual Lua.
ou
Quero ser livre igual rua.
As duas são interessantes, mas o verso fica quebrado sem um artigo antes, o que aumenta as sílabas. Outra coisa, gramaticalmente começar a frase com Me não é adequado. Mais uma coisa intuição é mais usado como ditongo. (Adilson Gonçalves)
Descobri outro erro: tinha usado ditongação no "in" é hiato no "tui"... (Liz Rabello)
TROVA CORRIGIDA
"Será que quero ser tua?"
E me responde a intuição:
"Amo ser igual a Lua."
Liz Rabello
Eu, flor poema, pisada,
ali, no asfalto, esquecida,
toquei tua face amada,
exalei cheiro de vida.
Liz Rabello
Sinto-me tão incompleta,
que ter a vã esperança
de incertezas tão repleta,
traz à vida insegurança.
Liz Rabello
A rosa flor rompe farpas,
abre espaço colorido,
entre arames, atrita harpas,
sons leves, sem alarido.
Liz Rabello
Se amar é dançar no fogo,
vermelho do coração,
eu, bailarina no jogo,
danço até a combustão.
Liz Rabello
Nascem de minha garganta
as lindas frases de amor,
sussurro e a alegria é tanta,
que a vida é botão em flor.
Liz Rabello
Sem abrir mão da vingança,
hoje, relógio parado,
fez-me lembrar da esperança,
que jaz no tempo esgotado.
Liz Rabello
Se parte e o passo acelera,
lá na curva do destino,
meu coração dilacera,
meu juízo desatino.
Liz Rabello
A maquiagem não esconde
marcas de tempos vividos,
e por vezes, nos lembra onde
andam sonhos escondidos.
Liz Rabello
De cara alegre, eu enfrento
qualquer coisa que vier,
por mais que meu sofrimento,
pinte da cor que quiser.
Liz Rabello
Passarinho espreita a chuva
sem ter tristeza no olhar;
pra florir, cai como luva,
é preciso tolerar.
Liz Rabello
Liz, em trova viciada,
segue contando dedinhos,
tal flor na rima algemada,
escrevendo segredinhos.
Liz Rabello
Como se traga um cigarro,
meu vício é poetizar,
nesta labuta me agarro,
dia e noite sem parar.
Liz Rabello
Num trapiche, Pedro Bala,
capitão sem coração,
enquanto corre, trem-bala,
Pirulito em oração.
Liz Rabello
Eu, pelos canos, entrei,
ao te dar caldo de cana;
querias gin, me assustei,
também charuto à cubana!
Liz Rabello
Meu coração está de luto,
ver tanta gente morrendo,
por Lockdown não reluto,
não quero ninguém sofrendo.
Há um problema que é o uso de termos estrangeiros na trova. Como contar a sílaba? Em inglês, lock-down são duas sílabas. E no primeiro verso veja que há 8 sílabas: meu-co-ra-ção-es-tá-de-lu
TROVA CORRIGIDA
Coração está de luto,
ver tanta gente morrendo,
por um lockdown não reluto,
não quero ninguém sofrendo.
Liz Rabello
Ao toque da tolerância,
um bêbado equilibrista,
subtraindo a tola ganância,
fez valer amor à vista.
Liz Rabello
Tem gente que só acorda
quando a tal corda arrebenta,
de amigo dantes, discorda,
com ódio, sem água benta.
Elisão no primeiro verso "sóa". (Adilson Gonçalves)
Há pessoas que só acordam
quando a tal corda arrebenta,
de amigos dantes, discordam,
com ódio, sem água benta.
Liz Rabello
Estamos de asas quebradas,
estagnados numa esquina,
vírus, ruas assombradas,
à espera de uma vacina.
Liz Rabello
Silêncio, gritos contidos,
ocultos para olhos nossos,
são tantos, dentro engolidos,
que acordam doídos ossos!
Linda trova. Tenho dúvida quanto à pontuação, pois o sujeito dos verbos é gritos. Talvez deva ser isolado do silêncio inicial com ponto. Para mim a pontuação pode ser essa. Ao meu ver, se tornou uma sequência de ideias e nesse caso pode ser utilizada a vírgula.
Os gritos contidos seriam uma analogia ao "engolir sapos"
A trova nasceu "Em silêncio"... Como locução adverbial, mas ficava com oito sílabas poéticas. Gostaria de me manter fiel à concepção. Pensei num plural.
TROVA CORRIGIDA
Silêncios, gritos contidos,
ocultos para olhos nossos,
são tantos, dentro engolidos,
que acordam doídos ossos!
Liz Rabello
Assim o sujeito passa a ser silêncios e gritos contidos um aposto. Ambos acordam ossos.(Liz Rabello)
Abraço, boa notícia!
sela o caminho da paz,
entre os negros e a polícia,
onde o preconceito jaz.
Liz Rabello
Ao forte a deficiência,
sua existência não poda...
Faz da sua experiência
uma evolução em roda.
Liz Rabello
Eu não posso ser amiga,
de quem tantos preconceitos
dentro de sua alma abriga...
Sou livre com meus conceitos.
Liz Rabello
A notícia é conflitante,
desenvolve ideia brilhante
e indigestos pensamentos.
de/sen/vol/vei/de/ia/bri/lhan
o tritongo é considerado como dois ditongos: i-dei-ia. (Adilson Gonçalves)
e indigestos pensamentos.
Liz Rabello
Lembre-se que usar artigos e outras palavras muletas para corrigir a trova não é elegante e normalmente perde a sonoridade. No caso, mudar o verbo é a melhor solução. Princípios da trova não são a métrica e a rima, são a mensagem completa e a fluidez. Quer dizer, sem métrica e rima não há trova, mas, sem o resto, fica algo artificialmente construído para caber dentro de uma caixinha de sílabas. (Adilson Gonçalves)
Loucura não é querer
a volta do voto impresso;
difícil é perceber
tanto apoio ao retrocesso.
Liz Rabello
Tempo histórico à frente,
o visionário e idealista,
vive ideal coerente,
sendo o melhor pacifista.
Primeiro com 6 sílabas: Tem/pohis/tó/ri/coà/fren... Veja a forma como contou as sílabas nós versos 2 e 3. No 2 "dea" como ditongo e no 3 como hiato. (Adilson Gonçalves)
Com tempo histórico à frente,
o visionário e idealista,
Transmite ideal coerente,
sendo o melhor pacifista.
Liz Rabello
Não quero ver meu declínio,
sou guerreira, sim, senhor,
é bom demais o fascínio
desta vida com ardor.
Liz Rabello
São peixes em abundância,
grande fonte de alimento,
se o homem não tiver ganância,
sem fome em qualquer momento.
Liz Rabello
Natureza, porta aberta,
tanto diz, ninguém escuta
a triste fala deserta.
Homem prefere cicuta.
Liz Rabello
Noite escura pede luz,
tanto quanto abraço meu,
Lua se esconde, traduz
dor, silêncio, lábio seu.
Liz Rabello
Infinito olhar é o teu,
um poeta de mil versos,
descobres no mundo meu,
sonhos lindos e diversos.
Liz Rabello
Entre o desejo e a razão
loucura, amor incurável,
há abismos de conexão,
diálogo nunca amável.
Liz Rabello
Lembrando que é comum fazer do hiato inicial do último verso um ditongo. (Adilson Gonçalves)
Se quiser falar com Deus,
para a podre sociedade,
jamais feche os olhos teus!
Crave a triste realidade.
Liz Rabello
TROVA INSPIRADA DA PÁGINA DE ROSEANE CEOLIN "PIRÂMIDE DE GAYA"
Vejo a espiritualidade,
nas ações de rotina;
diante da dificuldade,
como usa amor que ilumina.
Veja que o segundo verso está assim: nas/a/ções/de/ro/ti... (Adilson Gonçalves)
Vejo a espiritualidade,
Em atuações de rotina;
diante da dificuldade,
como usa o amor que ilumina.
Liz Rabello
DITONGAÇÃO DE TODOS OS HIATOS
ve/ joaes/ pi/ ri/ tua/ li/ da - de -> (7 sílabas [7 = 8-1])
em/ a/ tua/ ções/ de/ ro/ ti-na -> (7 sílabas [7 = 8-1])
dian/te/ da/ di/ fi/ cul/ da-de -> (7 sílabas [7 = 8-1])
co/ mou/ saoa/ mor/ quei/ lu/ mi-na -> (7 sílabas [7 = 8-1])
Se a criança nasce boa,
se transforma em ser tão vil...
Por que muda tudo à toa
lá no final do funil?
Liz Rabello
É bem fácil entender:
ninguém nasce se odiando,
se aprendem a desquerer,
podem começar amando.
Liz Rabello
Mãe preta tem com carinho
leite branco, que emoção!
Pão de Cristo, melhor vinho,
Santa Ceia em comunhão!
Liz Rabello
Sonho vivência plural,
aceitas as diferenças;
na sociedade ideal,
há amor, não indiferenças.
Liz Rabello
Vagalume quero ser
na negritude da noite...
Luz forte permanecer
mesmo no tronco do açoite.
Liz Rabello
Negro, à própria sorte: azar!
A liberdade é escapar...
Inocente, sem quilombo...
Prisão, chicote no lombo.
Liz Rabello
Sonho vivência plural,
aceitas as deficiências;
na sociedade ideal,
amor há, não divergências.
Liz Rabello
Será destino traçado,
ou incoerências do acaso,
me sentir tão engessado,
quanto o dia, mãos do ocaso?
Liz Rabello
Eu te amei como nunca antes,
te prendi, bolha de Lua,
dentro de fases mutantes,
jamais consegui ser tua.
Liz Rabello
Esta minh’alma em pó se esvai
morre triste em desamor,
madrugada fácil vai,
molhada de tanta dor.
Algumas considerações. O uso de aférese pode ser evitada, uma vez que a elisão já acontece: minha alma = minh´alma na contagem de sílabas. Mas o primeiro verso está com sílaba a mais. (Adilson Gonçalves)
TROVA CORRIGIDA
A minha alma em pó se esvai
morre triste em desamor,
madrugada fácil vai,
molhada de tanta dor.
Liz Rabello
Envelheci, só fiquei,
repleta de sábias rosas;
um hoje, sem igual! Sei
que terei rosas formosas.
Liz Rabello
A chave da liberdade
está nas mãos de quem ler.
Cultura, na realidade,
ocorre junto ao saber.
Liz Rabello
Sem sono, caos hospício,
desperto! Em mim, a dor jaz!
Milagres em armistício,
num alvorecer de paz.
Liz Rabello
Escuta, não tenhas medo,
este som obscuro é alado,
alegria acorda cedo,
aves voando ao teu lado.
Liz Rabello
Boa trova Liz. O estilo é algo bem pessoal e o seu dá um tom de haikai aos versos. Outra coisa, voando é mais usado como ditongo, não hiato. (Adilson Gonçalves)
TROVA CORRIGIDA
Escuta, não tenhas medo,
este som obscuro é alado,
alegria acorda cedo,
aves voando ao nosso lado.
Liz Rabello
Noite serena, cortina
geme saudades, cadeira
vazia, dor descortina...
Ausência, agulha, afiadeira.
Liz Rabello
O que preciso é tão pouco,
cabe na palma da mão,
em silêncio, quase louco,
fico pedindo perdão.
A regência correta diz que é Do que preciso: Verbo Transitivo Indireto (Adilson Gonçalves).
Do que preciso é tão pouco,
cabe na palma da mão,
em silêncio, quase louco,
fico pedindo perdão.
Liz Rabello
Um risco, cisco, rabisco,
são fontes de fantasia,
chuvisco ou a flor hibisco,
rimam minha poesia.
Liz Rabello
A emoção é espontânea,
cascata do coração,
Jorra livre, é instantânea,
convulsiva comoção.
Os versos 1 e 3 fazem elisões e ficam com 6 sílabas. ées-pon-ta
vreéins... (Adilson Gonçalves)
Emoção nasce espontânea,
cascata do coração,
Jorra bem livre, instantânea,
convulsiva comoção.
Liz Rabello
Assim ficou bom! A poesia, se não couber na trova, é porque não é trova. (Adilson Gonçalves)
Terra por ali morria
por ninguém a semear,
mas quando alguém invadia,
famintos vinham jantar.
Liz Rabello
Com o simples, encantar-se...
Seguir caminhos, ter fé,
com o amor, enamorar-se...
Ver a vida assim como é.
Liz Rabello
Entre os vãos das pedras, plante
perfumadas violetas.
Lavre original instante,
um voo de borboletas.
Liz Rabello
Vislumbro Lua poética...
Ao transportar-me por lá,
espanta-me Terra hermética,
ser conflitante por cá.
Liz Rabello
Astros regem o poder,
agem quando a meu favor,
pois ganhar ou se perder
depende do meu fervor!
Liz Rabello
Minha vida está passando
sinto uma tristeza no ar,
tal qual um barco afundando,
sem ter o quê segurar.Liz Rabello
Futuro dentro de mim,
quer passado bem rasgado,
brinda roupa nova, sim!
Tim, tim! Presente apertado.
Liz Rabello
Amor que une na vivência,
na quântica ligação...
Anos-luz da experiência,
para sempre em união.
Liz Rabello
Conheço bem esta técnica
de jogar nos ombros meus,
não vou parar numa clínica
por culpa dos erros teus.
Técnica e clínica não rimam. Proparoxítonas, não por acaso, são chamadas de esdrúxulas. (Adilson Gonçalves)
jogar culpa em ombros meus,
pagar pelos erros teus.
Liz Rabello
Guardado por trás da chave,
trancada do coração,
amor engaiolado de ave,
cantando dor sem canção.
Tenho dúvida com o terceiro verso: a/mor/en/ga/io/la/do/dea... Já discutimos aqui esses tritongos que podem ser divididos como dois ditongos. (Adilson Gonçalves)
Sempre uma pedra no nosso caminho... Eu também dividiria como o Adilson. (Lu Narbot)
Guardado por trás da chave,
trancada do coração,
amor em gaiola de ave,
canta triste sem canção.
Liz Rabello
Adeus, trezentas mil vidas!
Eram pessoas amadas...
Histórias interrompidas
pelas curvas das estradas!
Liz Rabello
Se acaso és um sofredor,
que não para de chorar,
que a dor dá muito valor,
isto podes anular.
Liz Rabello
Naquela energia em trauma
Só me sentia culpada
despetalando a alma
Até não sobrar mais nada
Liz Rabello
Aqui temos algumas questões. O terceiro verso está com 6 sílabas: des/pe/ta/lan/doa/al e a rima entre trauma e alma não é oficialmente aceita pela UBT, apesar de eu já ter visto várias trovas premiadas com a rima pelo som: água/mágoa. É o que se chama trova de risco, pois dependerá de um juiz permissivo ou não. E precisa conferir as maiúsculas e necessidade de vírgulas. (Adilson Gonçalves)
Naquela energia sem calma,
só me sentia culpada,
despetalando minha alma,
até não sobrar mais nada.
Liz Rabello.
O hiato de energia agora considerei ditongo. É facultativo.
Na verdade, pela regra 9 do decálogo, não se pode considerar a sinérese, ou seja, não se pode transformar esse hiato decrescente em ditongo. Veja que você mesma usou senti-a como hiato, que é a mesma situação. Lembrar de poeta e poesia. Podemos fazer poe-ta ou po-e-ta, a tônica é e, depois de o. Mas poe-si-a ou po-e-si-a porque o hiato oe não é tônico. O ia final é tônico. (Adilson Gonçalves)
TROVA CORRIGIDA
Na energia falta calma,
porque me sinto culpada,
despetalando minha alma,
até não sobrar mais nada.
Liz Rabello
Se o homem permitir fluir,
beleza nas mãos de Deus,
natureza reagir,
encantará olhos teus.
Liz Rabello
Entardecer na varanda,
no primeiro dia do ano,
esqueço na brisa branda,
o calor do cotidiano.
Liz Rabello
Árvore em meio do nada,
respira, teima poesia;
prova, assim tão isolada,
que persiste em agonia.
Liz Rabello
Uma árvore de natal,
teima a vida renovar,
paz e luz bem natural,
traz nova força no olhar.
Liz Rabello
O sorriso é minha sina,
a alegria faz morada;
na tristeza, me fascina,
tempo faz a marca irada!
Liz Rabello
A praia revitaliza,
ar puro vivificado;
enquanto homem agoniza,
por falta de ar, sufocado.
Liz Rabello
Eu quero a chuva sentir
e lambuzar-me também;
lama, sujar-me, fluir,
pra depois lavar-me... Amém!
Liz Rabello
*Pratica na Terra o mal,*
quem o coração fechou
e se esqueceu que o normal
é ser o amor que inspirou.
Liz Rabello
Livro, chama que vem da alma,
faz todo leitor querer,
sem sair da própria calma,
fortes emoções viver.
Liz Rabello
Tudo aquilo que almejamos,
grande parte nem sabemos;
tudo de que precisamos
é dar valor ao que temos.
Liz Rabello
Consequência especial,
um sonho alado, que voou,
satisfação surreal,
eis o que de mim sobrou!
Liz Rabello
Em tempos de Pandemia,
sobrevivo consolada;
em mim mora a poesia,
seta a indicar a jornada.
Liz Rabello
Que triste este mundo vil!
Menino foge do lar,
porque o país é servil...
Com garrafa enfrenta o mar!
Liz Rabello
Como dói ver a criança,
trabalhando sem infância,
vivendo pouca esperança,
sem bondade e tolerância.
Liz Rabello
Mente repleta de beco,
as curvas em precipício,
causam medo, engulo seco,
aprendo neste suplício.
Liz Rabello
News é um novo porto
velho Pinóquio salgado
tem nariz crescendo torto
criando crenças pra gado.
Primeiro é pela contagem de sílabas, que é distinta entre as línguas. Segundo porque pela sonoridade o primeiro verso tem só 5 sílabas. (Adilson Gonçalves)
Fake News é um novo porto
velho Pinóquio salgado
tem nariz crescendo torto
criando crenças pra gado.
Resolve a sonoridade. O risco é pelo uso de palavra em outra língua. Como trova está certa, mas duvido que seria aceita em um concurso. Lembrar que além de poesia, a trova está aí para valorizar nossa língua. (Adilson Gonçalves)
TROVA CORRIGIDA
Farsante tem novo porto
velho Pinóquio salgado
tem nariz crescendo torto
criando crenças pra gado.
Liz Rabello
Pandemia não é festa,
Vedar nariz, boca... Ação!
Usar máscara na testa
ou no bolso é negação.
Liz Rabello
Para mulher encalhada,
homem bonito é paixão,
feio, dose escanifrada,
mas cumpre com a função.
Liz Rabello
Guarda-roupa social,
dose de culpa me chama
só vejo no meu varal
roupa de cama e pijama.
Liz Rabello
Sil, tantas vezes guerreira,
enfrenta espinhos qual rosa
Pula mais uma barreira
desabrocha vitoriosa!
Liz Rabello
Acreditar na Ciência:
não aglomerar é lei.
Cuidar-se, ter consciência...
Vacina já, reclamei!
Liz Rabello
Eu senti um toque de flor,
vento a fez cair em mim,
gratidão ao Criador,
Lacei flor, que sou enfim!
Liz Rabello
Inventar esta lição:
“Aquecer-me de autoamor",
é minha superação,
"viver sem seu cobertor".
Liz Rabello
Danço palavras em rimas
transformo as letras em flor,
passos lentos, obras-primas,
carícias de um beija-flor.
Liz Rabello
Cinzas jogadas ao mar,
última curva do amor...
Pétalas perfumam ar,
levam saudades e dor.
Liz Rabello
Chutado, lá vem o cão,
volta pra quem o desfez,
como a lhe pedir perdão,
por algo que nunca fez.
Liz Rabello
Um olhar irracional
diz-me ternuras leais,
mais doces que o racional,
direto aos meus ideais.
Liz Rabello
Acordes da madrugada,
galo canta no terreiro,
festa ao Sol em chegada,
traz vida para o celeiro.
fes/taao/sol/em/che/ga... (Adilson Gonçalves)
Acordes da madrugada,
galo canta no terreiro...
Faz festa ao Sol em chegada,
traz vida para o celeiro.
Liz Rabello
Triste coração de poeta!
Ao virar pedra pesada,
medo de ser borboleta,
no casulo faz morada.
Liz Rabello
Poeta não é rima perfeita com borboleta: som aberto/fechado.(Adilson Gonçalves)
TROVA CORRIGIDA
Poeta com coração,
que virou pedra pesada;
medo de perder o chão,
no casulo faz morada.
Liz Rabello.
Muito bem. Note que a estratégia de inverter palavras funciona. Até outra palavrinha que estava incomodando foi alterada: na primeira versão, você tinha feito elisão em poe-ta. Agora, separou o hiato, ficando mais eufônico. (Adilson Gonçalves)
Meu beijo mel, cura fel
da mesmice do viver,
te promete ser fiel,
como os anjos sabem ser.
Liz Rabello
Trova inspirada, perfeita na estrutura. Uma questão quanto às vírgulas, pois não deve haver após mel, certo? Outra questão, mais controversa, é que alguns trovadores clássicos recomendam não usar a palavra 'como' devido ao duplo sentido que possui, Eu discordo, usei muitas vezes, mas fico preocupado quando a trova vai a concurso e procuro um substituto. (Adilson Gonçalves)
TROVA CORRIGIDA
Meu beijo mel cura fel
da mesmice do viver,
te promete ser fiel,
tal qual anjo sabe ser.
Liz Rabello.
Só para ti guardo a chave
deste velho coração
voo livre tal qual uma ave,
e aguardo sua atenção.
Liz Rabello
A taça do tinto vinho
preenche grande prazer,
mas o melhor do caminho
só você a satisfazer.
Liz Rabello
Num álbum, puídas fotos,
fronteira dos ascendentes,
perdidos num terremoto,
os poucos sobreviventes.
Olá, veja que fotos não rima com terremoto (plural/singular)
TROVA CORRIGIDA
Num álbum, puída foto,
fronteira dos ascendentes,
perdidos num terremoto,
os poucos sobreviventes.
Liz Rabello
A solidão deste agora,
fruto do teu caminhar,
Vai terminar naquela hora,
que abrir coração e amar.
Liz Rabello
COLAR DE TROVAS
TEMA: ESCADA
Velha escada, de madeira...
Oh! Meu Deus, quanta lembrança.
No sótão, a infância inteira,
brincadeiras de criança.
Silvia / Irati PR
02
*Brincadeiras de criança*..
muitas até hoje oculto,
ou o castigo me alcança,
mesmo depois de adulto.
Julimar Andrade Vieira-Aracaju-SE
03
*Mesmo depois de adulto*
A criança continuo a ser
Para mim não é insulto
Ser criança até morrer!
Edu Viola
04
*Ser criança até morrer*
com uma vida de adulto,
vou seguindo o bem querer
esquivando do tumulto...
@terezinhapantaneira
05
*Me esquivando do tumulto,*
que é comum na escadaria,
eu prefiro ouvir insulto
na ladeira todo dia!
Janilce- Campos -RJ
06
*Na ladeira todo dia,*
brincava quando criança
nosso sorriso explodia...
Isto ficou na lembrança!
Vitória França *Campos, RJ*
07
*Isto ficou na lembrança*
e me trouxe uma saudade
do meu tempo de criança,
que vivi a felicidade!
Thaís Souza.Campos-RJ
08
*Que vivi a felicidade*
dos doces dias de glória,
ilusão desssa saudade,
que a enaltece na memória.
Liz Rabello - São Paulo/ SP
09
*Que a enaltece na memória,*
pois recordar é viver.
Cada degrau uma glória,
que bem fiz por merecer.
Jessé Ojuara - SSA/BA
10
*Eu bem fiz por merecer* ,
passei e sobrevivi
onde fui, me fez crescer
cada escada que subi...
Malu Bontorin
11
*As escadas que subi*
não me fizeram esquecer
das vezes em que desci
e, na descida, aprender.
Olympio Coutinho - Belo Horizonte - MG
12
*Se na descida aprender,*
a subida será boa.
O que isso quer dizer?
Seu futuro aperfeiçoa.
*(Regina Rinaldi P.Açu SP )*
Relâmpagos e trovões
são clarões de Estrelas D’alva,
para incendiar paixões,
em neblinas de alrealva.
Liz Rabello
Saí do abismo da dor,
desafio um amor jovem;
fuga em véu libertador,
dias melhores promovem.
Neste império de mentira,
vacina é mais utopia;
a vida que o vírus tira
arranca a nossa alegria.
Liz Rabello
Tenho sede de viver,
páginas que não vivi,
como se fosse morrer,
sentindo que já morri.
Liz Rabello
Os livros sacodem almas,
mudam brutos em humanos,
asas, borboletas calmas,
transformam mundos mundanos.
Liz Rabello
Na crise existencial
em que me vejo perdida,
busco vida essencial
pra ser fértil nesta lida.
Liz Rabello
Tova certinha. Uma ou duas sugestões: se fizer busco a vida essencial, mantém as sílabas, flui um pouco mais, porém dá outra conotação. "Pra" pode ser usado, mas nas trovas mais elaboradas é evitado. Se fizer para ser fértil na lida, encaixa e veja se o sentido mantém o mesmo. Mais uma coisa: en-ci-al ou en-cial são duas formas de contar, por ser hiato
TROVA CORRIGIDA
Na crise existencial
em que me vejo perdida,
busco a vida essencial
para ser fértil na lida.
Liz Rabello
A metamorfose em rosa,
menina mulher, a flor,
enfrenta a dor, curiosa,
descobre no voo, o amor!
Liz Rabello
Vejo da janela a flor
linda lanterna de amar,
às vezes um beija-flor
vem beijar o meu olhar...
Liz Rabello
Eu tenho desejos de aves,
árvores, matas sem fim,
espaço aberto sem traves,
perfumado de alecrim.
Liz Rabello
Vem perfumar meu olhar
com a cor do alvorecer;
pelas manhãs me acordar,
trazer prazer de viver.
Liz Rabello
Eu, buscador de mim, visto
a pele de um impostor;
cenas reais com um misto
de teatro, onde sou o ator.
Liz Rabello
Na batalha contra o vírus,
não enalteça a vitória;
volta do Coronavírus,
pode abalar sua glória.
Liz Rabello
Quando em chamas, tudo é luz!
Carvão só, perde energia.
Em grupo, volta e reluz,
todos trocam alegria.
Liz Rabello
O passado mente o que é,
nega esta flor em botão,
não quer dizer que tem fé
na espera do coração.
Liz Rabello
Nas andanças do viver,
siga sempre o girassol,
cinemas de entardecer,
no giro do por do sol.Liz Rabello
Embrulho sonhos em luas
prateadas, fases em laços,
fitilhos de estrelas... Suas
mãos os fazem em pedaços.
Liz Rabello
No infinito, Terra e Sol,
brilham outras estrelinhas...
Eu me escondo, girassol,
sou uma luz nas entrelinhas.
Liz Rabello
Lua, espere sua vez
para ocupar seu lugar.
Sol esconde-se, talvez,
não queira espaço alugar.
Liz Rabello
Dinheiro sumiu da praça,
de debaixo do colchão,
sem trocados pra cachaça,
nem no bolso do patrão.
Liz Rabello
É preciso fazer censo,
descobrir dados aflitos.
Depois exigir bom senso,
para resolver conflitos.
Liz Rabello
Natureza vem buscar
o belo, tudo o que é dela;
sem praia para se amar,
vamos sofrendo por ela.
Liz Rabello
Foto da Praia da Toninha, em Ubatuba, Litoral Norte de SP, após ressaca que a destruiu em 14/07/2021
Folhas, fruto, flor cortada...
A sombra que se desfez,
é pura vida pisada,
que se consome de vez.
Liz Rabello
Que tal uma linda rosa,
para enfeitar meus cabelos?
Perene e bem generosa,
doa-se aos meus apelos.
Liz Rabello
do-a-seaos-meus-a-pe 6 sílabas... E tiraria a vírgula do primeiro verso.
TROVA CORRIGIDA
Que tal uma linda rosa
para enfeitar meus cabelos?
Perene e bem generosa,
Alia-se aos meus apelos.
Liz Rabello
Deus fez de barro, a mulher,
com forças de terra e chão,
cuidar de todos, sequer
pensar, só ser coração.
Liz Rabello
Nós estamos na mesma arca,
num dilúvio de Noé...
Ideologia com marca:
Amar, amar... Evoé!
Liz Rabello
Eu, que só sei me doar,
trago paz a te envolver;
vim aqui só te abraçar
com cantos de espairecer.
Liz Rabello
A criança deu os sinais,
pediu socorro, do jeito
que sabia... Só que os ais,
nem a morte ouviu no leito.
Liz Rabello
Tal qual flor, quero o destino:
perfumar o ar de jasmim;
não desisto, não atino:
embelezar o jardim.
Liz Rabello
O amor em nós é profundo,
ergue centelha divina,
luz da alma vem lá do fundo,
indicando o que me ensina.
Deseje a pura alegria
de caminhar e lutar.
Abrace no dia a dia
cada vitória de amar.
Liz Rabello
É só mar o que tu vês?
Ou é céu o novo olhar?
Beijos longos outra vez,
mar e céu sempre a se amar.
Liz Rabello
Ontem a dor que eu sentia,
já não tem espaço em mim.
Junto ao Sol, vem alegria,
um dia após outro, enfim!
Liz Rabello
É pura bênção de Deus
seguir na viagem da vida
e antes de dizer o adeus,
tecer as rugas da lida.
Liz Rabello
A luz para a caminhada
Sol, farol em minha vida,
aquece além da jornada,
a minha alma enternecida.
Liz Rabello
Afirmam que é breve a vida,
tal qual dente-de-leão,
mas tem força e não olvida,
quem se sente em solidão.
Liz Rabello
Amanhece quer se queira,
quer não... Também anoitece;
o orvalho vem molhar beira
das folhas, quando alvorece.
Liz Rabello
Tal o orvalho da manhã,
a lágrima é o sentimento,
que dá sabor de hortelã
para a dor em movimento.
Liz Rabello
Forte elástico do tempo,
detê-lo é tão impossível!
Não há um só passatempo
que segure o previsível.
Liz Rabello
Dentro de mim, a menina,
professora de um ursinho,
sonhava ser bailarina,
bailava um lindo passinho.
Liz Rabello
Carteiro leve a remessa:
Uma flor ao meu amado.
Tempo previsto, sem pressa,
que a flor merece cuidado.
Liz Rabello
Filhos e mães, feliz dia,
ambos nasceram enfim,
no mesmo instante em poesia,
de ser mãe e filho sem fim.
o último verso está com 8 sílabas pois mãe não elide com vogal posterior, sendo ditongo decrescente.
Filhos e mães, feliz dia,
ambos nasceram enfim,
no mesmo instante em poesia,
ser mãe e filho sem fim.
Liz Rabello
Pobre Mariana é o drama
das minhas Minas Gerais,
virou barragem de lama...
Hoje são minas mortais.
Liz Rabello
Saúde e simplicidade
na minha cama de graça.
Gratidão à realidade;
o hospital, olho da praça.
Liz Rabello
Vejo bela flor que voa...
Pétala de passarinho...
Imagem bela que ecoa:
É mão do mesmo padrinho.
Liz Rabello
A chave do coração
do nosso planeta amado,
está guardada na mão
de quem o tem preservado.
Liz Rabello
É hora do enfrentamento,
soltar amarras do mal,
deixar fluir sentimento,
ser só amor... É Natal!
Liz Rabello
O beija-flor não tem braços,
vive de beijos em flores...
Circula bem sem abraços,
carícias sem causar dores.
Liz Rabello
Vê se apaga ingratidão.
Dê perdão, passa borracha,
faz bem ao seu coração...
Certeza, sua paz acha.
Liz Rabello
Quero criatividade...
Nuvens para remontar
pedaços de realidade,
um novo recomeçar.
Liz Rabello
Aqui há uma questão interessante. Você fez criatividade como hiato e realidade como ditongo. O caso é o mesmo; cria / cri-a rea /re-a. Não fica bem na mesma trova duas contagens de sílaba.
Desejo criatividade...
Nuvens para remontar
pedaços de realidade,
um novo recomeçar.
Liz Rabello
Quero criatividade...
Nuvens para remontar
cortes de realidade,
um novo recomeçar.
Liz Rabello
TROVA ESCOLHIDA
A profunda deferência,
que nasce do meu respeito,
às nuances da existência...
Fez calar-me a voz no peito.
Liz Rabello
O ritmo do coração
acenou para a surpresa,
balizou forte emoção
diante da sobremesa!
Trova correta. Uma única questão: dian-te é mais comum que di-an-te, mas como é hiato é facultativo. (Adilson Gonçalves)
No reverso do meu verso,
acho a tradução de mim,
alteridade... Converso!
A pura traição de mim.
Liz Rabello
Coragem é desapego,
é deixar-se desfolhar,
expor o seu maior apego,
doar-se, florir e amar.
Liz Rabello
ex-por-o-seu-ma-ior-a-pe 8 sílabas
TROVA CORRIGIDA
Coragem é desapego,
é deixar-se desfolhar,
expor seu maior apego,
doar-se, florir e amar.
Liz Rabello
Cada vez que alguém comunga,
sua estrada em minha vida,
ao bem ou mal, dá muçunga,
evolução nesta lida.
Liz Rabello
Linda, repleta de flores,
a trepadeira mais bela
me acorda com seus odores...
Madrugada... Abro a janela.
Liz Rabello
Entre flores, esquecidas,
minhas trovas a bailar
vejo letras mal vestidas
de cores a se pintar.
Liz Rabello
Se uma noite tu voltares,
deixes por aí, saudade,
fisgue estrelas em colares,
só me traz felicidade.
Liz Rabello
Escolhemos as respostas,
que desejamos ouvir,
quando jogamos às costas
do ser eleito, ao se abrir.
Liz Rabello
Nosso tempo é impreciso,
se desmancha sem rigor,
saber viver é preciso,
não guardar mágoa e rancor.
Boa trova, apenas acho que há essa elisão: Nos/so/tem/poéim/pre/ci ... (Adilson Gonçalves)
O tempo corre impreciso,
se desmancha sem rigor,
saber viver é preciso,
não guardar mágoa e rancor.
Liz Rabello
Amo foto colorida,
é como se me dissesse:
"Curta a viagem da vida,
sou bem linda, não me esquece,"
Liz Rabello
Uma perene ampulheta
várias vezes renovada
se vira e dá pirueta
à vivência comprovada.
Liz Rabello
Ensinamentos de Cristo
precisam ser reinventados.
Dubiedades de anticristo,
malefícios são pregados.
Liz Rabello
O tempo destruidor,
carrega meus pés cansados,
mas é também construtor
de novos sonhos irados.
Liz Rabello
Lembrando sempre desses hiatos facultativos - destruidor (Adilson Gonçalves)
Vem conquista a minha fé,
anseio por segurança,
vamos tomar um café,
depois unir esperança.
Liz Rabello
Tu és meu doce veneno...
Meu fel, meu mel, azedim!
Bebo e me sinto sereno,
goles de amor alecrim.
Liz Rabello
Para alcançar teu querer,
enfrento cruel espinho!
Rosa perfuma o prazer,
degustado após o vinho.
Liz Rabello
À mão, está bem perto, a Lua,
distância maior viver.
Lá no fim da minha rua,
minh'alma sem percorrer.
O primeiro verso tem sílaba a mais: À-mão-es-tá-bem-per-toa-Lu... E no último verso não use apóstrofo, pois a elisão é automática: minha alma sem percorrer... (Adilson Gonçalves)
À mão, está perto, a Lua,
distância maior viver.
Lá no fim da minha rua,
minha alma sem percorrer.
Liz Rabello
A criança, ainda em mim,
saúda aquela que um dia
se perfumou de jasmim
e se banhou de alegria.
Liz Rabello
Ser feliz é desapego...
Rosa em único momento;
se curvando ao aconchego
do mais doce sentimento.
Liz Rabello
Visto a melhor fantasia
para brincar "faz de conta",
às vezes, tenho alegria,
tristeza só desaponta.
Liz Rabello