REDENÇÃO
Ser mãe não é padecer no paraíso
É ficar horas ao relento procurando
Instigando o espírito a revelar
Um paradeiro perdido
É abraçar o próprio corpo em desalinho
Centopeia de sapatinhos
Cinderela à procura do próprio pé
Descalço, sem calçar sandálias franciscanas
Olhos perdidos no abismo da eternidade
Porque maior amor não há
Nem jamais resistirá
À dor real,
Fatia da canção
Faminta e desolada
De bracinhos no pescoço
Inconformada
Segue solitária em oração!
Fé é tua corrente viva
Até a ponte final
Do outro lado: Salvação!
Liz Rabello