segunda-feira, 6 de novembro de 2017

VOO DE LIBERTAÇÃO


Os opostos se distraem
Os dispostos se atraem
Karol Müller🎵


DETESTO MINHA MÃO

Como desenhar algo que não gosto?
Unhas pequenas demais
Pele encarquilhada
franzida
tecido encolhido e rasgado
perdido no tempo
Começo pelas unhas
dedos, braço à mostra
Aos poucos "Ela" adquire forma
fica tão semelhante
que voa buscando vida
parece querer tocar na extremidade
da folha do papel
Viro a página
coloco-a contra a luz
e tento descobrir nas linhas sem contorno
meus toques pessoais
linhas que de longe possam exprimir
as minhas digitais
mas só sinto o perfil dos meus "ossos"
na linha do M da morte
Eu, que antes era única
perene e solitariamente eterna
agora, sou apenas contorno, sem pele
De fora, olhando-a
Me vem à memória tudo
o que faço com ela
lindas telas coloridas
bordados caprichados
sementes que viram árvores
brigadeiros que enchem os olhos
e encantam paladares
carinhos nos meus amores
escritos de minh' alma
Ah! Insensato delírio!
Gosto, enfim, "Dela"

Liz Rabello



"No mistério do sem-fim equilibra-se um planeta. E no planeta um jardim. E no jardim um canteiro. No canteiro uma violeta. E sobre ela o dia inteiro, entre o planeta e o sem-fim, a asa de uma borboleta."
Cecília Meireles



É hora do desapego
Soltar as amarras
Libertar as correntes
Extravasar mágoas
Subornar vaidades
Desatar nós
Ao próprio Eu
Perdoar!
 Filtrar emoções

Liz Rabello


Fotos de Deolinda Nunes

ENTRE A METAMORFOSE E O VOO É POSSÍVEL SER FELIZ


Meu eu... Fruto maduro
Macieira perfumada
Outono esquecido no tempo
Preso às malhas do destino
Sem razão para existir!
Esquece teus finais
Hora de recomeçar
Borboletas frágeis,
Em margaridas a dançar
Sangra arestas, cria pontes!
Voa, Voa, Voa!
Livre... Solto
Liberdade Conquistar!

Liz Rabello


MÚSICA DAS RENDAS DO SILÊNCIO

Nas frias manhãs de rendas
Tecidas pelo tempo neve
Garoa, tempestades, ventos
Jornadas em greve

Aranhas tecendo fios
Emaranhados de silêncios etéreos
Iscas adormecendo vidas
Lacrando voos em labirintos fúteis

Nas tardes quentes de rendas
Tecidas pelo tempo Sol
Lagartas expiram vida
Voam borboletas Do Re Mi Sol

Liz Rabello


Borboletas voam para lá do meu jardim
Eu não me importo
Aos céus esvoaçando luzes
Sinais de amor levando
Letrinhas encantadas carregando
De volta ao poeta
Que tanto nos legou
E nada nos pediu.

Liz Rabello


DE DENTRO DOS LIVROS...

Se agasalham os sonhos
Para não morrerem de tédio
Casulos permanentes
Quando se abrem as páginas
Ah, que gozo magnífico
Borboletas voam
Desapegadas
Alegres
Livres sem noção
Loucas de emoção
Em queda livre
Precipício de incertezas
Asas de uma asa delta

Liz Rabello