quarta-feira, 21 de janeiro de 2015



O “POBREMA “ É SABER SE É BARATO OU BARATA

Todas as previsões bombásticas estão se realizando. Em São Paulo, megametrópole urbana já é impossível viver: trânsito insuportável, calor maior do que 37 graus a qualquer hora do dia. As janelas não são mais fechadas à noite e sim de dia, para que o sol escaldante não derreta travesseiros de penas de gansos. Chuvas torrenciais de fim de tarde chegam com ventos e pedrinhas de gelo, que se derretem no asfalto secando em minutos e formando uma nova serração na metrópole: a evaporação instantânea.

Sombrinhas são usadas dentro do ônibus para nos livrar do sol que queima demais. E o pior é que mesmo as baratas, estes bichinhos que têm vida até após a bomba nuclear, não estão suportando. Saem dos esconderijos a procura de ar fresco e desandam pelos pés dos usuários de ônibus aturdidos e enlouquecidos duplamente por duas catástrofes ou três: sede, calor e repulsa!  Mas o bom humor dos paulistas não se deixa levar pela armadilha do tempo, e um homem simples grita do fundo do ônibus inundado de baratas: “O pobrema é saber se é barato ou barata”...


Liz Rabello