O “POBREMA
“ É SABER SE É BARATO OU BARATA
Todas as previsões bombásticas
estão se realizando. Em São Paulo, megametrópole urbana já é impossível viver:
trânsito insuportável, calor maior do que 37 graus a qualquer hora do dia. As
janelas não são mais fechadas à noite e sim de dia, para que o sol escaldante
não derreta travesseiros de penas de gansos. Chuvas torrenciais de fim de tarde
chegam com ventos e pedrinhas de gelo, que se derretem no asfalto secando em
minutos e formando uma nova serração na metrópole: a evaporação instantânea.
Sombrinhas são usadas dentro do
ônibus para nos livrar do sol que queima demais. E o pior é que mesmo as
baratas, estes bichinhos que têm vida até após a bomba nuclear, não estão
suportando. Saem dos esconderijos a procura de ar fresco e desandam pelos pés
dos usuários de ônibus aturdidos e enlouquecidos duplamente por duas
catástrofes ou três: sede, calor e repulsa!
Mas o bom humor dos paulistas não se deixa levar pela armadilha do
tempo, e um homem simples grita do fundo do ônibus inundado de baratas: “O
pobrema é saber se é barato ou barata”...
Liz Rabello