quinta-feira, 17 de abril de 2014


“EU” ESTRANGEIRA DE MIM 

Não sei que sinos soam 
quando tento me entender 
busco raízes que se mostram 
sem na terra se esconder

Não me acho, não me encontro 
não sei quem sou nem onde estou 
não há em mim um só sinal 
nem uma vida certa e fatal

Sou saudades do que fui
Do que restou, onde não estou
Dos sonhos que de mim se ausentou
Cicatrizes do que me machucou

Sou impulso, sou desejo
De ser “Eu”, mas “Só” me vejo
Sem identidade, sem idade
Ausência: “Eu” estrangeira de Mim

(In Antologia PÉROLA NEGRA, de Liz Rabello, 
Beco dos Poetas,   2014)



DESEJOS AO VENTO

O vento corta o tecido da vida

Sopra em direção ao pingo de sol
No alto da montanha
Meu paraíso ali está
Paredes pintadas à cor do astro rei
Uma faísca de luz reluzindo
No meio do arco íris de flores
Vou libertar meu coração
Ao sabor deste vento
Raptar a corrente de energia
Que vem da montanha
Captar o cheiro de ciprestes
Perfume exalando prazer
Quem sabe se leva até ti
Meus desejos por você!

(Liz Rabello)