“EU” ESTRANGEIRA DE MIM
Não sei que sinos soam
quando tento me entender
busco raízes que se mostram
sem na terra se esconder
Não me acho, não me encontro
Não me acho, não me encontro
não sei quem sou nem onde estou
não há em mim um só sinal
nem uma vida certa e fatal
Sou saudades do que fui
Sou saudades do que fui
Do que restou, onde não estou
Dos sonhos que de mim se ausentou
Cicatrizes do que me machucou
Sou impulso, sou desejo
Sou impulso, sou desejo
De ser “Eu”, mas “Só” me vejo
Sem identidade, sem idade
Ausência: “Eu” estrangeira de Mim
(In Antologia PÉROLA NEGRA, de Liz Rabello,
(In Antologia PÉROLA NEGRA, de Liz Rabello,
Beco dos Poetas, 2014)