quarta-feira, 29 de outubro de 2014


SOU PAULISTA DE CERTIDÃO, AQUI NASCI E AQUI QUERO ESTAR, MAS SOU MINEIRA TAMBÉM, NA HORA DA REFEIÇÃO, SOU CARIOCA DA GEMA, NA HORA DA DIVERSÃO E MUITO NORDESTINA, OXENTE MINHA GENTE, QUE EMOCIONA O MEU CORAÇÃO.


Liz Rabello


SOU DO NORDESTE, DO BRASIL, DA AMERICA DO SUL, DO CONTINENTE AMERICANO, SOU TERRÁQUEO, SOU DA GALÁXIA, DO UNIVERSO, SOU DE DEUS... E NINGUÉM É MAIS... SÓ SENDO IGUAL...!!!

Alkas Blanco

Fugia da seca do jeito que podia, trazia uma trouxa de trapos encardidos, deixara a gamela, a trempe, as panelas de barro no chão... Deixara a lembrança do lírio do brejo. No fim da estrada parou pra escutar o  canto derradeiro do azulão... Chorava Maria a sua ilusão e um sol embrutecido queimava o sertão. Seria Maria das Águas... Possuidora de um poço de lágrimas. Pensava baixinho nos açudes nos rios. Pensava baixinho pra não agourar... Havia ausências de pão, de carinhos... Chorava Maria com um filho no ventre: Predestinação. Enquanto a terra queimava, os rios secavam, as andorinhas migravam. Maria gemia. Maria sorria. Maria paria...

Maria Aparecida Lopez


Eu sou do sul e vou do Iapoque ao Chui com meu amor incondicional... Quero muito chimarrão e muito açaí e de quebra muita cachoeira e pão de açúcar,  andar de metrô... Ser branco, negro, europeu, judeu, índio e por que não dizer uma baianinha arretada.  Ops, misturei tudo e que mistura e que sabor delícia de ser o que se é brasileiríssima...

Gedelci Quadros de Oliveira




DE DENTRO DO BOLSO
Mãos vazias
Carregam marcas
Digitais internas
Indeléveis
DNA de uma antiga
Engrenagem

Mãos vazias
Carregam marcas
Rugas externas
Palpáveis
Construção de um presente
Engrenagem

Mãos vazias
Nada carregam
Soltam em linhas
Pregam em versos
Escrevem tortuosas
Engrenagens

Mãos vazias
Bolsos sem dólares
Trabalho suado sem tronos reais
Tudo doado
Ao longo da vida
Engrenagens de Saber!

Liz Rabello