MEU PÉ DE LARANJA LIMA
Meu pé de frutas não era de lima. Antes sim, galhos retorcidos de uma grande goiabeira, onde me sentava para ler Monteiro Lobato, revistinhas de quadrinhos da Disney ou Contos de fada: Cinderela, Branca de Neve e os Sete Anões. Meu conto preferido era Bambi, cuja mãe o tentava salvar de um grande incêndio na floresta.
Penso que já era ambientalista. Pois ficava desesperada para apagar o fogo e não entendia como ninguém fazia nada para salvar um bichinho tão indefeso e inocente. Não me lembro do final do conto, até porquê minha memória fincou estrada nestas queimadas, neste fogo que devora matas, destrói habit natural e mata todos os habitantes de grandes áreas de florestas que de virgens quase não têm mais nada.
Qual a história que gostaria de inventar? Queria novamente me imaginar, lendo um livro à beira de um grande lago, um riacho, ou mesmo uma praia, podia ser uma mangueira, onde pudesse me ajeitar. Os personagens deveriam ser micos e pássaros que gostassem de saltar de galho em galho se equilibrar, que ensinassem humanos a se amar, como eles são capazes de se deliciar, com aquilo que se alimentam, sem nada faltar, pois não conseguem desperdiçar. Queria que na minha história não existissem micos nordestinos, nem micos paulistas, nem macaquinhos mineiros. Seriam todos irmãos de coração! Que diferenças não existem quando o coração se une em comunhão.
Liz Rabello