quinta-feira, 10 de abril de 2014



PINGOS DE ESTRELAS

Da palma de minha mão
Caem pingos de estrelas
Ondas deslizam na água
O vento as mastiga 
Sinto-me triturada por ele
Fustiga meus sonhos
Rouba-me o brilho
Perco o prata da lua
Nuvens são pingos agora
Tempestade lá fora
Tristeza nas mãos!
Solidão outra vez!

(Liz Rabello, In MIL PEDAÇOS, Beco dos Poetas, 2012)


TEU AMOR É PERFUME NO AR

Sinto teu amor como um perfume no ar!
Inalo, seguro dentro dos meus pulmões,
reabasteço meu ser,
faço circular em minhas veias...
Até o centro do meu coração!
Quando devolvo ao vento... Peço...
Leve ao meu amor o que senti...
Porque foi muito bom!

Liz Rabello / 2012
Pintura de Leonid Afremov

VOLTAR PARA O NADA

Quis tanto ser amada e desejada
Pelo homem que eu amei
Que me expus demais
E me perdi nos meus limites
Fiz fotos sensuais, as publiquei!
E deletei! Não assumi...
No meu íntimo mais íntimo
Sou sensível, profunda, intensa,
Mas discreta e tímida!
Ousei pra superar barreiras
Romper fronteiras!
Ir adiante numa relação
Mais que fracassada!
Desejar ser amada
Quando na verdade
Nem posso ser tocada...
Voltar no tempo...
Ser eu mesma...
Sem pintura,
Sem retoques...
Sem mais nada...
Voltar para o Nada
Onde é o meu lugar!
Só!

Liz Rabello / 2012