terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

ESPERA



ESPERA

Olho para a lua
Procuro teu olhar
Que se dissipa nas nuvens
Não há o que encontrar!

Olho o infinito...
Pingos de estrelas brilham
Estremeço a luz do teu olhar
Por segundos pareço te encontrar!

Mero sonho, desejo vão
Nada a esperar, dedos vazios
Na fome de te amar,
Coração descompassado
Louco a esperar... A esperar!

(Liz Rabello)

CÓDIGO AGV


"Uma tarde, meu pai pegou a lanterna e me levou para o castelinho! Lá no Condomínio, diziam que aquele lugar fora palco de uma tragédia. Um casal começara a construção da torre para a única filha, uma princesa de cinco anos. Após um acidente na piscina, em que a menina perdera a vida, os pais nunca mais ali apareceram! Abandonaram a propriedade e tudo se transformou num lugar mal assombrado! Teias de aranha e morcegos ali dentro não dormiam! Ficamos por lá, eu enfrentando o medo! Naquela noite de lua escondida, o sol nos abandonou de repente, sem que tivesse tempo de explorar o ambiente! Meu pai me disse que não sabia voltar. Mentira para me assustar! Conseguiu, porque andei pelas ruas desertas chorando o tempo todo e nada que pudessem fazer para me acalmar. Foi quando a vi dirigindo o seu carro. Vovó viera me buscar e me abraçou com a magia do amor e a segurança que me tirou da dor!
  
Quatro rodas a girar
Siga o vento,
Que vai te mostrar!



Tudo me levava aos tempos antigos... Agora as quatro rodas do carro da vovó... Como gostava de dirigir! Era sua paixão!"

(In INTERVALOS, "CÓDIGO AGV", por Liz Rabello, Editora Beco dos Poetas, 2013)