CANTIGA
LIRA PAULISTANA
LIZ RABELLO É ASSIM
Carinhosa, meiga e de fé
Corajosa, politizada e de luta
Viúva, mãe, solidária e amiga
Professora, escritora e da rua
Poetiza, cronista e contista
Agora é também cordelista
E o que mais vier há de traçar
Pontos no nó a desatar.
Liz Rabello
LIRA NA VARANDA
QUA QUA QUA(RENTENA)
Foi servil ao pato
Serviu ao pacto
Defendeu o corrupto
Difamou o inocente
Foi surdo aos áudios
De Jucá e de Machado
Concretizou o fato
Deu teu voto indecente
Já sentiu a dor do parto?
Foi servil aos fakes
Serviu aos empresários
Defendeu a tal facada
Difamou o Haddad
kit gay inexistente
Foi surdo aos apelos
Dos partidos d'esquerda
Verbas menores ao SUS
Tua cidade já colapsou?
Foi servil ao Bozo
Serviu ao Trump
Defendeu cloroquina
Até tomou inverctina
Difamou os cientistas
Foi surdo aquele vídeo
De Bozo e seus sinistros
Concretizou os óbitos
Já sentiu a dor do vírus?
Foi servil ao mito
Serviu ao minto desminto
Defendeu piadas sem graça
Deu boas gargalhadas
Difamou isolamento
Foi surdo aos médicos
Do Ministério da Saúde
Concretizou negacionismo
O vírus já bateu na tua porta?
Foi servil ao capitão
Serviu ao louco fascista
Defendeu maldades do patrão
Difamou Ministros
Foi surdo aos avisos
Preces do Papa? Ignorou!
Preferiu anjo das trevas
De quem tanto te humilhou
Servil à recontagem de mortos
Serviu aos caixões vazios
Gripezinha "táoquei"
Criticou lockdow: "vagabundos"
Difamou quem em casa ficou
Apostou na pandemia
Deu mais valor à economia
Já sentiu na pele alguém?
Teu número já virou vintém?
Foi servil ao ódio
Serviu à insanidade
Ofendeu o luto, a dor!
Foi surdo aos gritos
De pais, filhos e netinhos
Difamou os dados do Ministério
Sem mistério, arrancou cruzes,
Que encontrou pelos caminhos
Consegues carregar a tua cruz?
Teu voto 17 serviu ao clã
Foi servil a Taurus
Desprezou os livros
Crucificou os Freires
Assassinou Marielles
Limpou o passado
De ídolos negros
Acabou com as cotas
Já se sentiu um idiota?
Serviu ao Moro
Foi servil ao Power Point
Acreditou num circo
Pedalinhos e um sítio
Até o mito defecar em Atibaia
E agora, com Queiroz,
Um cheque para madame,
Oitenta e nove , te pergunto:
Já sentiu a dor do corno?
Serviu aos evangélicos
Surtou com Damares
Contra crenças culturais
Servil aos falsos profetas
Aos Salles e ruralistas
Apoiou a pandemia
Pra passar a boiada
Já acordou do teu sono
De fiel andor de gado?
STF agora é repulsivo
Tal qual democracia sempre é
Quem manda ver é Bozo
Sales, Guedes e quadrilhas
Em ritmo de Festa Junina
Um a um caem sinistros do esquadrão
Cai cai balão aqui na minha mão
Não cai não, não cai não
Quero vê-los na prisão!
Liz Rabello
CANTIGA PARA UM GOLPE
Passeatas, manifestos
Povo nas ruas berrando
Em defesa da nação
Queremos democracia
Voto nas urnas, fé no coração
Denúncias no exterior
Ocupações em todo canto
Nada põe fim ao rabo
preso na corrupção!
Aécio, Temer, pilantras
Rede globo por trás, que horror!
Engendram um golpe afinal
Orquestram um mimimi,
Numa cartinha qualquer
FURNAS desculpa pra briga
Bota o Cunha a conspirar o SIM
Dos deputados para do povo zombar!
Lula vem para ajudar
Mas Ministro sem processo
E com investigação em curso
Pode não, Gilmar prende nomeação!
Mas agora, agora pode
Sete ministros corruptos
Um deles é criminoso, que é que tem?
Nada vem ao caso, eis a questão!
Engendraram uma ponte
Que caminha pra desgraça
Temer comanda a casa
Serra privatização
Alckmin manda aliado
Reprimir opinião
Ministro da Justiça
É um poço de podridão!
Querem o fim do PT
Dilma e Lula na prisão
Até capa da VEJA já mostrou a servidão
ÉPOCA, EXAME, ESTADÃO,
VEXAME de mentira em exaustão!
Rede Globo bramindo o tambor
Eclodindo propagandas sem louvor
Crise vencida! Acabou a Corrupção!
Mas Dilma se eleva maneira
Desfila no carrossel,
Ganhando flor dos mais simples
Homens, Índios, Sem terra,
Sem teto, Lésbicas, Gays
Marcham pelas ruas do país
Mulheres estéreis em luta
Parindo o Futuro, novo Amanhã!
Manifestações contra o golpe
Artistas, idosos, crianças,
Alunos secundaristas,
Apanhando da polícia
Fazendo jogral na Paulista
Todos sabem que é em vão!
União pra derrubar a Dilma
Corruptos enganando a nação.
O parcial Moro persegue
Um só lado da questão
Acusa Lula ladrão e não o prende
Por falta de provas após delação!
Sem Dilma vão cassar direitos
Agradar os empresários
Se safar da Lava jato
Que pra Eles vem a trem!
Lula tem força invisível
Se o matarem vira mito
Um novo líder nordestino
Preso vira herói injustiçado
Manifestações pra inocentá-lo
Se o deixarem livre, quietinho
Em 2018 será nosso presidente
Sem opção, Direita está perdida
SUS pode acabar diz Ministro
Saúde não deve ser direito universal
Faltam recursos pra suprir
O que está previsto no orçamento
Não quero que o ódio tome conta de mim
Não quero me sujar com sentimentos ruins
Mas oro a Deus pra nos poupar
E, por favor, nos livrar deste imbecil
Ao pato inflável da Paulista
Coxinhas vão cantar a festa
Da aposentadoria aos 75
Do fim da farmácia popular
Da redução do SUS para todos
Do fim da SAMU pra deficientes
Do fim do Mais Médicos pros pobres
Do fim da Minha Casa, Minha Vida
Da terceirização do trabalho
Ou de sua flexibilização
Igual a China sem direitos
Almoçar em meia hora
Aumentar horas a mais
Diminuir os salários
A bel prazer do patrão
O fim dos Direitos Humanos
Volta da truculenta repressão policial
Padilha um dia se saiu com esta:
Mulher vive mais que homem
Ajuda a quebrar a Previdência
Pra resolver esse "pobrema"
O jeito é mudar legislação
Regras iguais para ambos
Aposentadoria aos 65 anos
E se reclamar pode ser pior!
Lei Rouanet é pra vagabundo
Que mamou nas tetas do PT
Investigação Moro descartou
Pois os maiores usuários
São tucanos, sim senhor!
Itaú e Rede Globo
Lideram o ranking
Dos que mais ganhou!
Grita, grita Ciro Gomes
Que estes podres pagos bonecos
Não sabem o que estão fazendo
Ou sabem???? Idiotas!
Marionetes da FIESP
Deixa a terceirização
E flexibilização chegar!
Seu décimo terceiro esfumar
Marionetes dos EUA
Rede Globo no ar
Deixa as privatizações
Te roubar o pré sal,
Que era todo nosso,
E não mais será! Otários
Sem Educação, sem SUS
Vocês vêm aqui me xingar?
Há muito não via a esquerda
Reagir com tanta convicção
Vontade política e opinião
Talvez a lama de Mariana
Tenha tornado a nação
Mais objetiva, mais clara, contra a
MP 727 e a desestatização
Fora "Serra" Treme Temer nunca mais!
O Pré sal para a CHEVON
Banco Central, Infraero
EUA, o líder, quer privatização
A UNASUL fica contra,
Mas nada se pode fazer
Agora inventam um truque
Aumentam o déficit fiscal
Tranquilamente podem roubar sem igual!
E pra melar este cordel
Gilmar Mendes decretou
Aecinho absolvido
Muito antes de encerrar
Buscas de provas pra investigar
Ou a defesa se pronunciar
Quem vai mexer com PSDB
Ou com a Globo se meter?
Aecinho, “coitadinho”
Mais uma vez se ferrou
Foi tanto o que trabalhou
Pelo golpe que o burlou
Agora é ultrajado
Por seu partido malhado
Fora de 2018 e de novo
Perde eleição que não ganhou!
Em frente à casa do Temer
Uma concentração se formou
Guilherme Boulos e o povo
Com muita garra lutou
Sem teto, Sem terra
Mulheres, homens, crianças
O Minha Casa Minha Vida
Que a ponte pra desgraça acabou!
Indignados de dor
Implorando por amor
Orando no chão mulher orou
Dispersos por jatos d’água
Noite fria de domingo gelou
Bombas de gás, lágrimas reais
Tropa de choque de Alckmin
Cenas dantescas gerou
Irados com tal vergonha
Bairro vizinho do golpista se rebelou
Serenata contra o golpe
Em frente o palácio se formou
Violão, sax, pandeiro, percussão
Versão de “Carinhoso” numa nova canção
“Meu coração/ Não sei por quê/
Tem um infarto quando te vê”
E a mãe da bela, pura
Recatada e do “dólar”
Saiu na janela e falou
Michelzinho febre tem
“Saiam daqui, por favor”
E logo homem lembrou
Que lá na periferia
Miseráveis também têm!
Vizinhos do bairro nobre
De novo voltam às bases
É o Arraiá Fora Temer
Espontaneamente se unem
E se divertem sem vintém
Ninguém vai matar no meu povo
Alegria da liberdade criar
E pela democracia saber lutar!
Revista Veja exalta dois estados
“Educação” e “Segurança”
Paraná e São Paulo governados
Geraldo Alckmin e Beto Richa,
Escândalos ligados à violência
Repressão a professores estudantes
Cuidar de privilégios dos mais ricos
Sem defesa de direitos dos mais pobres
Só se for aquela que se vê na Paulista
Selfies abraçados aos PMs
Crianças no colo de policiais
Ou em torno de um pato plagiado
Acampamento por mais de vinte dias
Regado à filet mignon da burguesia
Direito ao uso de banheiros da FIESP
Somente a quem tivesse seu crachá
Segurança é aquela que não se conta
Porque é perigoso se mostrar
Quando PMS matam negros na favela
Fuzilam sem dó nem piedade
Sem saber se era o ladrão
Que ricos querem humilhar
E protege todos os ladrões
Colarinho branco da nação
PM mata criança... Faz diferença
Ela estar ou não armada?
Ou ter ou não disparado?
O que está em jogo é ação da PM
Que lei nenhuma obedece
É um grupo de extermínio
Age, executa sem pensar
Com aval da sociedade civil
No diálogo contra a mentira
VEJA, antes de reciclar, você deve rasgar
Pode rasgar também a ISTO É? Deve!
EXAME, ISTO É e VEJA é um vexame
VEJA, ISTO É, ÉPOCA de rasgar as três!!!
Deve-se furtar e burlar as mentiras
Que estão soltas por aí, pois na ABRIL
Todo dia é Primeiro de Abril!
Jucá é pego em flagrante
Numa conversa grampeada
O tal governo de Temer
Ia salvar Globo de sonegação
O Cunha da prisão
O Aécio da condenação
Por um fim na Lava Jato
E viva a corrupção!
Vaza Sergio com Renan
Outro áudio com Sarney
Escancara a face oculta
Deste golpe pra valer!
Não tem mais como esconder
Nem como se defender
A não ser “culpar” Jandira
De mandante do ato insano ocorrer!
23 de maio de 2016... Dia histórico!
Treme Temer aliados Globo,
EUA e até Alemanha
E, principalmente, a Suprema
Rose Weber, tão “ingênua”!!!
E um montão de coxinhas e cia.
Ops! CIA... Descobriram que é " Golpe!"
O GOLPE que visível agora é!
Levanta a mão, meu irmão
Quem vergonha agora tem
Por ter defendido o vai vem
Troca de ministros do bem
E que o Romero Jucá
Iria se enraizar no poder
Pelo mesmo tempo
Que os bandidos do PT!
A Lava Jato quer mostrar serviço
Vara comprida pra PSDB,
Um a um caem ídolos de barro
Mas coxinha se mantém em pé
Com velhas opiniões amareladas
Ódio puro ao “Idealismo do PT”
Que país é este que é preciso defender
O óbvio que não se pode esconder?
2016 o espaço é da mulher
Camila Lanes e as meninas
Reagem às bombas na Paulista
Com jogral a uma voz
São elas quem vão à luta
Em defesa do melhor
Escolas pra todo mundo
Na fila ninguém perde a vez
Alexandre Frota na educação?
Coisa mais suja e sem noção
Temer e aliados são tão nulas suas
Chances numa próxima eleição?
Que o correto é roubar, o máximo
Que conquistar e depois se aposentar?
Lula e Dilma que se danem
E quem mais vier pra consertar?
Escola é lugar de livros
Cultura, diálogo e reflexão
Espaço pra Paulo Freire
O oprimido e sua "Razão"
Aluno tem que ser ouvido
Merenda na mesa da molecada
Frota e tropa de choque
Jeito maneiro, combina não!!!
Excludente ou inclusiva
Qual será a ideologia
Da escola sem partido?
É só olhar quem a quer:
MBL, Revoltados On Line
Frota e Ministro atual
Contra escola sem partido
Sala de aula sem censura
Quem sonha formar cidadãos
Tem que ler várias opiniões
Obra libertária de Freire
Prioriza o diálogo, democracia
Aceitando as contradições
Rasurar Wikipédia é abuso
Além de desonestidade Intelectual
Impõe um só lado da questão
Escola apartidária não existe
Toda opinião é política
Inclusive a sua, além da minha
Não se esqueça que o aluno
Tem que aprender a pensar
E ao professor cabe "OPORTUNIZAR"
Dialética de Paulo Freire
Continua a ser a pedagogia ideal
Querem a escola sem partido
Querem a inversão de valores
Querem seus líderes fichados na polícia
Querem seus ideais reprimidos
Querem te ver aprisionado
Aos jogos de azar alienados
Aos bancos de praça oprimidos
Com a liberdade do diálogo rompido
Pode a mídia cortar
Os seus tentáculos
Podem as leis proibirem
Seus abraços
Podem os vícios romperem
Os seus laços
Podem as balas estilhaçarem
Os seus sonhos
Homem sem passado não existe
Povo sem cultura inexiste
Na memória
Desejos persistem
São mordaças estraçalhadas
Presentes no DNA da esperança
Cultura de gêneros?
Meninas de um lado
Moleques de outro
É tudo bem simples assim
Se alguém xingar de viado
Cale a boca seu coitado!
Tudo é retirado do currículo
Volta às trevas da Idade Média
Etnias indígenas das Américas?
História latino-americana?
Resistência de povos colonizados?
Oprimidos pelo imperialismo?
Reinos africanos da Idade do Ferro?
Zumbi dos Palmares, Che Guevara?
Ponto de vista de quem sofreu?
Isto nunca aconteceu...
Esta ponte pro futuro
Não é só para a desgraça
É também para a mordaça
Prum futuro enganador
Sem Paulo Freire, sem luta,
Sem diálogo, um horror!
Mas ninguém conseguirá
Nossa voz enfim calar!
Rola no Senado a votação
Democracia de fachada
Travestida de vontade popular
Escola com Mordaça é intenção
Mínima é a margem de decisão
Mesma resposta de sempre
Nossa sociedade dividida
Entre o novo e o retrocesso
Ideologia fascista ou liberdade
Pensar e refletir vence por pouco
Coxinhas continuam do lado errado
Como sempre estiveram
Apesar de todos os pesares
Querem pagar pra ver
O que jamais deveriam conhecer
Já que até hoje ficaram sem saber
São duas meninas estupradas
Uma ainda está viva,
Pelos trinta monstros humilhada
Colocaram suas fotos
Nua, desacordada, violentada
Pra todo mundo ver no twitter
Vivemos a cultura do estupro
Que tanto Dilma abominou!
Outra menina perseguida
Ocupação de uma escola
Morta, Corpo carbonizado
Dizem que foi a milícia
Terceirizada pela polícia
Além das duas, ainda existem
Outras que estão marcadas
Pela polícia militar ameaçadas
E o Ministério da Cultura,
Das Mulheres, da Diversidade
Dos Direitos Humanos foi extinto
Junto à pasta da Justiça
Aglutinada e pelo militar
Alexandre de Morais
Desgovernada... E agora sem rima
Pra nós, mulheres, só resta Poesia
É na Marcha das Flores
Que o diferencial acontece
Mulheres ocupam o Supremo
Derrubam cercas do STF
É lá que a justiça amortece
Lutam contra estupro da liberdade
Em defesa da democracia
Construção de novas verdades
E neste governo ilegítimo
Sem mulher na representação
O Mendonça até recebe
Estuprador pra mexer na Educação
E tem Ministro da Justiça
Que criminaliza e reprime opinião
Treme Temer e Gilmar Mendes?
Réu e juiz no encontro do sabadão!
Secretária das Mulheres
É contra o aborto, mesmo
Em caso de estupro coletivo
Ela própria nasceu de um
Aprove a dor alheia
De tanto fazeres isto
A dor vai bater na tua porta
Sei que o mundo dá voltas
Há uma ventania no Brasil
A se transformar em furacão
Imprensa já não consegue
Deixar invisível a situação
"Juno", deusa Protetora da Nação
E das mulheres em ação
Nos impulsiona para a luta
Neste instante de humilhação
Não importa quanto saia subiu
O corpo se desnudou
A verdade é a mesma
Nenhuma mulher se libertou
Nem do poder do machismo
Nem do poder que o homem
Quer ter sobre o corpo nu
Que só à mulher deve pertencer
O que é que uma mulher deve fazer
Quando o padrão quer reverter
Sua condição de luta
À bela, recatada e do "dólar"?
Qual a resposta que se dá
A quem insiste em defender
Um estupro coletivo por 33?
E padrão
"Maria Antonieta Temer"?
Esta pobrezinha de alma podre
Bela e de mente vazia
Recatada com hipocrisia
Está na contramão da Construção
Do Papel da Mulher na sociedade
Vai acabar mal, com certeza!
Não se dirige na via errada da História
Sem atropelar empoderamentos recentes
Diz Jandira arretada: Não
Há coalizão sem contradição
A esquerda no governo
Acaba por se dividir
Parte fica endireitada
Outra se mantém fiel à raiz
Presidencialismo de coalizão
Mera ilusão, não dá certo, não!
Nas manifestações de 2016
Há um grande diferencial
É a criatividade das mulheres
A intelectualidade e talento
Dos artistas e coletivos
Chico Buarque joga rosas
Carmina Burana vira “Fora Temer”
Fantástica performance de músicos
Roda de samba no Rio
Com mortadela e caipirinha
Paródias nas ruas
Serenatas ao luar
Quadro vivo de Delacroix
Sobre muros da cidade
Cirandas e festas de arraiá
Convidando as meninas pra dançar
Não vai ter golpe de novo
Reage meu povo
Canta Beth Carvalho
Muita poesia em Saraus
E não faltou “Ole, olê, olá de Lula lá”
Nem Mãe de Santo
Muito menos Iemanjá
E muita reza pra Dilma voltar
Dois milhões na Vigésima Parada
Gritam AMAR SEM TEMER
Em apoio à causa “trans”
Democracia que querem viver
Quando ela vai pro ralo
Você joga pelo cano
O direito de qualquer cidadão
De ser negro, gay ou "trans"
E as paródias no congresso
Não param de acontecer
No MBL os caras faturavam
Pra nos acusar de receber
Tipo Collor que só fez
O que dizia que Lula iria fazer
Confiscar nossa poupança
A seu bel prazer acontecer
Vassoura e cândida nele
Lavagem da fachada no CGU
Golpista não passa impune
Ministro da transparência
Na surdina, no escondido
Fabiano Silveira, amigos
Pelo áudio advertidos
Da Lava Jato se defender
Carmem Lúcia se derrete
Contra estupro coletivo
E daí ela se esquece
Estupra a democracia também
E o Ministro da Transparência
Pede sua demissão
Da passarela da vassoura
Flagrado em áudio de traição!
Governo congela salários
Mas quem mais vai se ferrar
São comerciantes a lastimar
"Compras", com certeza, vão cair
Povo sem dinheiro não gera dinheiro
Gera miséria em todos os sentidos
Esperar pra ver quem está a festejar
Sua opinião não demora a derreter
Em segundos, povo humilde
Redescobre modos de sobreviver
Panelaços em brilho ofuscante de novo
Pedindo comida pra quem mais tem
Quem não quer perder privilégios
Ostenta seus Direitos que já tem
E quem está perdendo Direitos
Não se curva sem vintém!
Vejam só que paradoxo
Que injustiça sem igual
Impeachment por pedaladas
Ilegítimo em quinze dias já fez
Em lugar de empurrar
um gasto pro futuro
Do futuro pro presente
Antecipa agora a lei
Cerveró diz e desdiz
Dilma é citada mais uma vez
Em delação premiada
“Supõe” que a legítima sabia
Que políticos do PT recebiam propina
E o declarante “nunca tratou”
Diretamente com ela
Nem com ninguém do PT
Senador Anastasia do PSDB
Nega-se a permitir os áudios?
Machado, Jucá, Renan, Sarney?
Provas da inocência de Dilma
Que Cardoso quer defender
Comissão do Impeachment
Dá outro golpe dentro do golpe
E dizem que não é golpe?
“Cartão de Suprimento” foi cortado
Viagens foram interrompidas
Jatinho do Palácio é pra encardida
Recatada e do “dólar” oferecida
Sonho deles é “matá-la”
Mas Dilma está forte no combate
Vence na História e nas ruas
Como já venceu nas urnas
"Prisão domiciliar branca”?
Só pode ir de casa a casa?
Deveríamos inundar o STF
Com milhares de Hábeas Corpus
Dilma cai, ministros e Temer também
Novas eleições: PSDB ganha tudo?
Tinha uma pedra no meio do caminho
Ops... Era uma
estrela vermelha!
No palanque gaúcho,
Dilma vem nos fortalecer:
"Eu não vou deixar de combater
Cada uma das falsidades
Das mentiras que usarem contra mim
Eu não vou me calar,
Tenho certeza de que vão tentar
De qualquer jeito me incriminar
STF agora é “decorativo”
Tal qual Temer que vice já não é
Quem manda vê é Moro
Cunha, PSDB e Gilmar
Em ritmo de Festa Junina
Cai cai balão aqui na minha mão
Não cai não, não cai não
Quero vê-los na prisão!
Todo mundo grita Temer
Fora Cunha? E fora Serra?
Este cara é o piorrrrrrr
Quer vender nosso Pré Sal
Nas camadas mais profundas
Petróleo e gás pra valer
Ali está o Brasil que queremos
E que os EUA quer comer!
Pra coxinha servir à causa
O banquete era filé mignon
Acampados são despejados
Começam a pagar o pato
Jogados ao Deus dará
Pelo pato que os pariu
Junte-se aos podres e verás teu fim
Pobres jamais te abandonam assim
Romário pro
lado da Dilma
Se assim fizer perde o filão
De milhões que irá ganhar
A faca aponta a direção
Se ficar do lado podre
Há de se perder dos pobres
E te aviso:
Perdes Furnas
E também perdes nas urnas!
Pais de jovens com smartphone
Faculdade pelo FIES/PROUNI
Falando mal do PT?
Após áudios vazados
Insistem ser marionetes
Sofistas e truculentos
Pinóquios e medíocres
Defensores de má fé?
Continuam bradando
Com boca cheio de merda
O mesmo viés Fora Dilma
Sobe o dólar, cai a bolsa
Títulos não rendem mais
Quem são os cegos algozes
Apoiadores medíocres
Quem defende retrocesso?
Indicadores positivos
São efeito Temer
Indicadores negativos
É herança Dilma
São tantos os malefícios
As tramoias e falácias
Que hora chego a duvidar
Que eu sou eu, como de fato sou!
Michelzinho tem sete anos
E dois milhões em imóveis
Meritocracia o fez merecer?
Minha Casa, Minha Vida
11.250 moradias vão pro brejo
E quem adquiriu um teto,
Aumento de trezentos por cento
Minha casa, minha dívida?
"Governo Temer não pode ceder
Observar agendas de atos de ruas
Reprimir os criminosos,
MST, MTST, CUT e UNE
Submetê-los à lei
Acusa “grupos de pressão”
De manter política petista
É preciso enfrentá-los”
Diz Caiado, câncer latifundiário,
Conhecido por ser fundador
E presidente da UDR
Milícia responsável pela morte
De centenas de trabalhadores rurais
Sem-terra e ativistas do campo
Inclusive Chico Mendes!
É Ditadura, ou não é?
Todo dia é dia de índio morrer
E uma selva de soja nascer
“Pum” de vaca e mundo feder
Descaso é metralhadora às avessas
Pé de página é última vala
Onde os jornais brasileiros
Enterram Guaranis guerreiros
Assassinados por fazendeiros
Ruralistas donos do Congresso
Dizem que o Código Florestal
Ameaça à “classe produtora”
Matam dois sem terra
Indígena Quilombola Sindicalista
Ou pequeno pescador por semana
E o MST é que é violento?
Sindicatos é que são radicais?
Cenário repetitivo em acampamento
Assentamento de trabalhador rural
Madeireiros invadem territórios
Terras demarcadas no Maranhão
Em Arame não cessam de intimidar
Em 2012, corpo de índio queimar
Em 2016, notícia ressuscitar
Pra justiça ser vista e julgar?
Onde há povos indígenas lutando
Pela demarcação de suas áreas
Comunidades quilombolas
Reivindicando posse do seu território
Resistindo ao assédio de latifundiários
Que não aceitam decisões do judiciário
E Temer convoca um Militar
Pra tomar conta da FUNAI?
Voracidade do governo interino
Destrói a política pública
Questões de natureza ambiental
Indígena, urbanística, hídrica
Proteção do patrimônio cultural
Visão política do Treme Temer?
É só ler a MP 727 e sua essência
Terceirização e flexibilização
Que importa lama de Mariana
Peixes mortos, Rio Doce extinto
Além do ataque ao Pré-Sal
Atualizam Código de Mineração
Pra favorecer multinacionais
Nossas terras pra estrangeiros
Matérias-primas pro mundo
Entrega do futuro como nação?
É o fim do “capeta”/lismo
Ou a volta ao Brasil Colonial?
Em face da sua grande extensão
Dos recursos naturais
E de sua população?
Mão de obra barata
Pra americano nação?
Deixarmos assim sem mais questão?
Lama de Mariana escorrendo
Rio Doce adentro ao mar salgado
Levando tudo quanto é vida
Aécio e Serra, Moro a defender
Com delações já consumadas
Seguem planos de privatização
A despeito do que possa acontecer
Com o futuro ambiental da nação
Redução do papel do Estado
Fatiamento da Caixa Econômica
Da gaveta empoeirados tiram
Projetos que nunca deixaram de lado
Acabam com essência do Banco
De executor de políticas públicas
E fica aqui a pergunta: o que sobra
Quando se começa a retalhar?
Ministro caindo e preço subindo
Do jeito que vão as coisas
A gente tem que escolher
Ou se toma cerveja ou se come feijão
Eu já tomei minha decisão
Estou vendendo panelas
Indo morar em tendas
Na Avenida São João!
E o CUNHA???? Que vexame!
Com o Collor se escondeu
E todos sabem como é que PC Farias morreu
Ele é pior que Beira Mar
É quem manda e desmanda
Quem acusa até Suíça de mentir em seu louvor
De doar pra sua esposa
Ou de seu cartão ser servidor!
Japonês que agora é preso
É mais uma palhaçada
Pra fingir "endireitar"
A Justiça que não gruda
Pois que Cunha prende não
Cadê a titia Eron?
Que fugiu do Planalto
Pra se furtar da obrigação?
Estou no meio desta história
Que um fim aqui não tem
Pois Cunha fora da Câmara está
Por dentro do governo a mandar
Bastava tirar esta peça do efeito dominó
E todo congresso caiiiiinnnnnnnndo
Dançando funk e lambendo sabão
Com ele atrás das grades na prisão
Quem agora sente a faca
É quem mais apunhalou
Cunha fica sozinho
Na coletiva que chamou
Bradou aos quatro ventos
Que o Bonner o cerceou
E GloboNews o bloqueou
Até a própria sombra o abandonou
Punição a Cunha é hilariante
Nem Maluf solto é tão degradante
Até Russomano livre após
Peculato julgado é irrelevante
Marido de Gleisi é importante
Pra calar a voz de quem defende
Dilma com unhas e dentes
E acordar paneleiros decadentes
A falsa renúncia do afastado
É só pra salvar o seu mandato
Aumentar suas chances de defesa
Contra as denúncias da Lava Jato
Na jurisprudência do Supremo
Um empate sempre favorece o réu
São quatro ministros a votar
Na ausência de um, dois votos é fácil pagar!
Cara de pau encerada com cebola
Ganha Cunha “Oscar” de melhor ator
Manobra pra tirar Maranhão
Que acatou aquele pedido
Impedimento contra usurpador
Cunha renuncia, vice cai
E o Impeachment também
Tudo é engavetado outra vez!
O que se esconde por trás
Do complexo momento que vivemos
Envolto por uma capa de cinismo?
Psicopatas sem limites éticos nem morais
Com convicções distorcidas
Agem em conveniência própria
Dando legitimidade inconfessável
A ações políticas acima da lei!
Fizeram um pacto contra o povo
E um monte de gente aderiu
A má fé já se provou o que ódio consagrou
Até o MP diz que Dilma não é ré
Golpe continua e Impeachment também
No Congresso o troca troca de Poder
Que nunca troca, é do Cunha e de ninguém
Palhaçada Fora Cunha é Volta Alguém
Pra ocupar o seu lugar que a todos convém
Impeachment pra Janot
Diz Renan contrariado
Após prisão decretada
Por Supremo em seu favor
Encontro a meia luz
Disfarçou a podridão
Nenhum dos dois vai sofrer
Por querelas do Poder
Da Torre de Curitiba age Moro
Doente pra provar o que não acha
Vomita operação desvio de foco
Será ele quem governa o Brasil?
Com AI5 na mão sem ninguém saber?
Ou o regime é mesmo de exceção
Supremo obedece “decorativo”
Igual interino que já não é vice?
Encontro de Moro e Moraes
E a Operação Muda Foco
Com transmissão pela Globo
Prisão preventiva de petistas
Novo espetáculo midiático
Salva Temer e seus golpistas
E áudios, vídeos e provas
São mais leves do que água
Por ataques de sincericídio
Dos principais articuladores
Mesmo o menos crítico sabe
Que o golpe é de fato golpe
Rose enfim abre seu coração
Não teve isto de pedaladas
O que teve foi país paralisado
Sem direção e administração
Zé Perrella admitiu razões
Não se sustentam em pedaladas
Jucá diz claramente que é preciso
“Mudança” no governo federal
Pra “estancar a sangria”
Da Operação Lava Jato
E agora é Comissão do Senado
Quem salva Dilma de difamação!
Até quando cegos brasileiros
Fecharão olhos diante d’absurdos
Contra direitos conquistados
Governo interino bombardeia
Implosão de inversão de valores
“Dont cry for me Brasil”
É a canção a ser cantada
Agora que golpe é publicado
Temer é um fenômeno
de impopularidade
90% de desaprovação
Número devastador
Trágico ao se supor
Maciço apoio que mídia dá
Como melhorar se Temer
Não tem como se fazer amar?
É uma desgraça nacional
Sem carisma, sem legitimidade
Sem votos, cercado de corruptos,
Está comprando senadores
Com cargos e vantagens
Aumento ao Bolsa Família
Será suficiente pra mudar
O indesejado que já é?
"Pedaladas fiscais" são arquivadas
Inexistência de crime ESTÁ PROVADA
Notícia é solenemente ignorada
Mídia que apoiou golpe militar de 64
Agora ratifica o de 2016
E a sociedade mal informada
Fica a Deus dará da alienação
Mal sabem eles ao que vem a traição!
Decisão do MP fortalece defesa
Senado se vê diante de saia justa
Como condenar a presidente Dilma
Por "crime de responsabilidade"
Se o próprio MPF, titular da ação penal,
Garante que não houve crime?
E como votar contra o Impeachment
Se já estão atolados na lama?
Num mundo menos imperfeito
Dilma seria devolvida ao poder
A despeito de pesquisas
Ou quaisquer outras mazelas
A acusação contra ela
É uma farsa hipocrisia
Ela nunca pedalou
Exceto na bicicleta que adotou!
Imprecisão ou farsa proposital
Na divulgação do Data folha
Órgão que não é farmácia
Mas especialista em manipulação
Os 60 bilhões herdados de Dilma
Viram 170 bilhões pedaladas fiscais
E a mudança que o congresso fez
É borracha que se passa no governo atual
Economia em crise é psicológica
No SUS doenças são imaginárias
Colapso culpa roubos de usuários
Nas escolas será proibido pensar
Cem dividido por cem não será um
Mas 99 pela meritocracia de um
Mais golpe sobre golpe dentro do golpe
E assim os golpistas ganham a pista
Se você chamar o Temer de golpista
Que de fato deste nome é titular
Ele pode não gostar
E a tropa de choque
Vir pra cima te agarrar
É melhor desenhar ou começar a vaiar
Porque no porão da história
Escondidinho feito rato agora está
Aecinho, coitadinho
Por vovô tão mimadinho!
Pela mídia, Moro e Mendes
Acaba por perder de novo
Dilma cai, mas voltará
Pelo voto popular que a reelegeu
Temer usurpa o poder que já perdeu
E nada sobra pra quem tanto se ofendeu!
E o governo ilegítimo
Segue fazendo falácias
Após sangrar seus direitos
"Legitimar privilégios"
Derruba os vetos de Dilma
Meta fiscal foi mudada
E é você trabalhador
O pato que paga o pato
PT -
PCdoB - PSOL
São os únicos opositores
Deste governo ilegítimo...
E agora seu OTÁRIO!
Como é que você se sente
Se quem você agrediu
É justamente aquele
Quem te defende no fim?
Sentença de morte decretada
Ganhou a corrupção deslavada
Dos políticos "íntegros"
A valores sem moral!
Não me sinto fracassada
Nem tampouco rebaixada
Pior são eles com suas vitórias
Forjadas pela grana comprada
Droga no helicóptero?
Droga na fazenda do bam bam?
Droga no bolso do filho do doutor?
Você não vê ninguém prender!
O Exército tá lá, na Rocinha,
Atrás do laranja e do pobretão,
Barrando o povo que sobe o morro
Matando gente que desobedece
E povo não é gente
Para a elite que não sente
Pra gente boba que se mente
E se acha acima da pobre gente
Que se afina com as correntes
Cegas de abismos de mentes dementes
Que não percebem quem realmente
Se estatela no asfalto desta cidade
Desespero da bruxa do mal
Diante da maçã envenenada
Berrando aos quatro cantos da nação
Implora aos cegos de vaidade
Pra não entrarem com ações
Contra o fatiamento da votação
Que pode sugerir anulação
Prova da política motivação
Janaína, louca arrependida
Deve estar mais tresloucada
Ao descobrir que perdeu
Reputação, honra, credibilidade
Só por quarenta e cinco mil
Enquanto seus patrões ganham trilhões
E ficam fora das grades das prisões
No jogo da corrida eleitoral
Varrem bruxas no covil
Lula vira líder orquestrador
Corrupto sem igual e maioral
Cadê provas além da convicção?
Pra mim é o meu líder de primeira
Melhor Power Point do ano
Astro rei já inscrito nas estrelas!
Erundinas, Dilmas, Fernandas
Não esperem de nós
Silêncio dos covardes
Guerra política ao golpe
Que o nosso luto
Se transforme em luta
As ruas estarão cheias
E eu estarei por lá
E eu que pensei que o cordel terminara
Que nada! Segue a vida desta forma
Querendo (des)ver o óbvio a ver
(des)medida provisória pra educação
Professores sem emprego
Alunos com conceitos em jejum
Grade curricular ameaçada
Pior do que a escola amordaçada
Plano de Alckmin em ação pra toda nação
Moro com AI5 na mão direita torta
E com tucanos à esquerda do coração
Síndrome de Deus a salvar a nação
Cínico do Aécio de olho arregalado
Metendo pitaco na prisão,
Aplaudindo tamanha aberração
Ministro Guido Mantega, em hospital
Com esposa fazendo operação!
E você pato servil
Serviu ao pacto
Defendeu o corrupto
Difamou o inocente
Foi surdo aos áudios
De Jucá e de Machado
Concretizou o fato
Já sentiu a dor do parto?
PSDB segue bailando uivos
Rede Globo fazendo ruídos
Contra o PT aliançando inimigos
Povo unido jamais será vencido
Dividem a todos inertes e sem lei
Apostam memórias esquecidas
Povo fodido jamais será unido
Dilma vence nas ruas
Como já venceu nas urnas
Seu cordel aqui se finda
Mas sua História transcorre
Vá pra praia, vá pro sítio de Atibaia
Deitar consciência tranquila
Num travesseiro de paz
Eu, por mim, me mantenho fiel
INDEPENDÊNCIA
OU MORTE... OPS! GOLPE
Em
2016 não foi golpe
Foi
guerra
Com
mortes
Pouco
importa
Sermos
coxinhas ou mortadelas
Perdemos
a batalha
Pra
forças estrangeiras
Fomos
atacados e burlados
Modernas
tecnologias
Da
selva amazônica à ruidosa Sampa
Às
margens do Ipiranga
De
Itororó a Cabo Frio
De
Fernando de Noronha a POA
Opinião
pública manipulada
Roubaram
nossas riquezas
O
petróleo não é mais nosso
Fomos
tirados do BRICS
Para
sermos uma colônia
E
com o fim da CLT
Voltar
a ser um país de escravos
Travestidos
de mão de obra barata
A
Rede Globo
Verdadeiro
câncer brasileiro
Não
é apenas um canal de TV
É
uma arma de guerra
De
desinformações
Criada
por estrangeiras organizações
Para
controlar e sabotar o Brasil
A
Globo consegue fazer
O
brasileiro pelo inimigo torcer
A
dominação através da mídia
É
mais barata do que a militar
Tem
a vantagem de deixar
População
satisfeita
Dentro
do mundo irreal
Está
mais do que na hora
De
novamente desejar
“Liberdade,
liberdade
Abre
as asas sobre nós”
Passou
da hora de berrar
Independência
sem golpe
Pra
nossa nação reconquistar!
CANTIGA PARA aNNA DE ASSIS
FATÍDICO IDÍLIO
Duas mulheres, uma só
Anna Ribeiro, Anna de Assis
Esposa de Euclides da Cunha,
Amante de Dilermando de Assis
Foi no Rio de Janeiro
Onde tudo começou
Anna Emilia Ribeiro
Filha do Major Solon
Tinha a casa frequentada
Pelo engenheiro escritor
Com quem Anna se encantou
Ele expulso das fileiras militares
Antes da proclamação da república
Sozinho a proclamou
Um plano de manifestação
Contra o Ministro da Guerra
Comparsas se acovardaram
E na hora apenas ele
Lançou sua espada
Cumpriu a ação combinada
E Anna o admirou
Menina Anna Ribeiro se casou
Matrimônio adolescente
Um relacionamento diferente
Com homem bem mais velho
Euclides da Cunha, rico escritor
Euclides era tímido
E também temperamental
Não era extrovertido
Com Anna não se exibia
Nem pareciam casal
Vivia de viagens intercaladas
De Canudos à Amazônia
Muito tumultuadas
Longas e prolongadas
Páginas famosas em obras aprimoradas
Faz o serviço, cuida da casa
Às vezes sai pra caminhada
Com a guerra de Canudos chorava
Pois era lá que o marido estava
E pelo trabalho a abandonava
Solon, Quindinho, seus filhos
Estudavam na Escola Militar
A ele a apresentaram
De Dilermando a fez se aproximar
E com ele se encantar
Euclides viajou de mala e cuia
Pra demarcar território
Um bom tempo longe
Pra Amazônia foi embora
Um ano ficou fora
Rapaz jovem, ingênuo
Dezessete anos em vigor
Ela trinta, linda flor
A diferença de idade
Só os aproximava no amor
Dilermando falava francês
Escrevia cartas com carinho
“Minha nunca esquecida
Queridinha, Aninha
Idolatrada esposinha”
Entre lençóis de sangue
Dois corações se perdiam
E se amavam e se queriam
Tanto, que ela engravidou
Nada pensou e o futuro a enganou
Apaixonada por outro homem
Coração dividido intensamente
Infidelidade abrangente
Ainda casada, motivos tinha
Pelos Sertões Euclides sumia
Cobrindo Canudos em guerra
Ou Amazônia explorando
Em casa é que não estava
Sempre pensando na amada
Mas pra ela não voltava
Mas na viagem pra Amazônia
Sua bela ficou na pensão
Cafezinhos pra sua nova paixão
Tantas mulheres lindas que havia
Mas só Anna, Dilermando queria
Depois de um ano sem notícias
Repentinamente Euclides voltou
Na fantasia maquiada
Esperando Anna mais apaixonada
Barriga grande, traição criada.
Amante foi para a escola militar
Restaram só saudades
Mas e agora? Grávida ela já está
Lindo bebê do amante nasceu
Fruto de um amor proibido
Sete dias apenas viveu
De fome sem querer morreu
Marido por orgulho o registrou
Mas alimentá-lo não deixou
A maldade o cegou e o bebê matou
Segredo foi descoberto
Traição novamente aconteceu
Outro filho ao mundo vingou
Uma espiga de milho no cafezal
Irritava o marido afinal
Marido tuberculoso voltou
A doença se espalhou
Marido chifrado
Como é que se sentia
Aquele pobre coitado?
O amante com irmão foi morar
E as coisas desabaram a piorar
Sua esposa o abandonou
Tudo por causa do tal amor
Dela foi atrás pra raiva despencar
Batendo palma no portão
Ela e os filhos menores na despensa
Amante escondido no quarto
Euclides possesso sacou
Pelas costas atirou
Era o pobre Dinorah
Jogador de futebol
Uma grande confusão
Carreira terminada em vão
Hemiplégico o irmão
Marido desvenda fatos
Matar ou morrer dizia
Marido traído nervoso
Procura casal traidor
Mas o amante ferido o baleou
Na sala Anna e os filhos
Veem o corpo de Euclides cair
E escutam pedido do pai
Ao filho mais velho:
“Honra teu pai!”
“Para minha memória
Mate o meu rival,
Que eu te perdoarei
Por ter fugido com sua mãe
Traição esquecerei”
Ferido grave Euclides ficou
E quando médico chegou
Ele não mais aguentou
Os olhos pra sempre fechou
Dilermando com a culpa ficou
Mas quem era Dinorah
Com quem Anna foi morar?
No futebol, grande jogador
Era do Rio, no Botafogo jogou
E fez fama no Brasil
Dinorah teve a vida perdida
Quatro tiros pelas costas
Autor dos disparos foi ele
Grande nome da Literatura
Euclides da Cunha “Sertões”
Dinorah talento do futebol
Afirmavam com razão
Ser ele fantástico campeão
Era camisa quatro do time
Jogava no Brasileirão
Que episódio triste
Dinorah forte resiste
Leva quatro tiros nas costas
Mas com balas alojadas
Fez várias e boas jogadas
Paixão tão grande ao futebol
Jogava com alma e coração
Após sete dias entrou em campo
E ao Botafogo vitorioso
Fez ser o novo campeão
Campeonato de 1910, seu time
Campeão carioca se tornou
Jogador da Seleção
Grande honra pra nação
Seu nome na história consagrou
Teve a saúde minada
Pelas balas alojadas
Interrompeu sua paixão
Acabou com a carreira
Aleijado, pela vida inteira
Já não podia mais
Seguir carreira na Marinha
Jogar futebol, jamais
Mendigando na nova vidinha
Que sete anos depois acabou
E um tão famoso jogador
Bebedeiras, doenças, hemiplégico
Sem futebol, não resistiu
No cais do porto se afogou
Da própria vida desistiu
Dilermando com a amada se casou
E como homem agiu afinal
Assumiu filhos dele e dela
E já quites com a justiça
Sentença ganha em própria defesa atirou
Pela honra do pai o dia se torna hoje
Euclides ao filho Solon pediu
“Vá Dilermando matar”
E o rapaz se decidiu
Ao cartório foi pra se vingar
Dilermando foi julgado,
Felizmente absolvido
Saiu em liberdade
E só quer matar saudade
Da amada esposa Anna.
Só que antes no Cartório,
Assinando documentos
De repente filho surge
E na frente da Justiça
Saca arma e dá tiros, violentos
Veio atrás de Dilermando
Mas é este quem o mata
Com um tiro outra vez
Uma história de amor se acaba
Em tragédia se desfez
Queria matar Dilermando
Na presença da Justiça
Mas para sua surpresa
O rival revidou e como bom atirador
Filho de Euclides matou
Anna vê seu filho morto
O tempo passa e não esquece
Tanta dor que já sentiu
Mas seu amor está vivo
E com ele quer ficar
Fatalidade idílica
Anna escolhe seu amor
De sua família destruidor
Matando um de cada vez
Marido e amigo que o anunciou
Dilermando matou o mais velho
Legítima defesa e Anna o perdoou
Mas ele na bola pisou
Com outra mulher a traiu
E Anna dele se separou
E assim termina a história
Que é triste e muito real
Não tem nada de glória
Mas apenas um amor fatal
Da mulher que ao amor foi leal
Liz Rabello
Em 2009 organizei uma pesquisa sobre a trágica história real
de Anna de Assis, Dilermando de Assis e Euclides da Cunha. Um triângulo
amoroso, cujas consequências foram marcantes para todos. Na época meus alunos
transformaram os autos dos processos e os dados pesquisados em livros e jornais
em versos, cantigas imitando cordéis. Reorganizei os mesmos e eis que os publico em livrinhos
atuais, agora em 2018. As publicações da época foram caseiras, organizadas e
digitadas por mim. Fizeram parte da Mostra Cultural de 2009 da EMEF Brigadeiro
Henrique Raymundo Dyott Fontenelle.
Judith Ribeiro de Assis, filha do casal Anna de Assis e
Dilermando de Assis escreveu o livro "HISTÓRIA DE UM TRÁGICO AMOR",
narrando os fatos verídicos sobre seus pais e o grande amor que os uniu
A Cantiga narra a tragédia ímpar, uma história de amor sem
precedentes. A Globo na década de noventa lançou a mini série
"DESEJO", com Vera Fischer no papel sedutor de Anna de Assis. Glória
Perez, fez uma extensa pesquisa sobre o crime e todos os seus antecedentes,
para exibir na TV uma das mais belas séries já apresentadas. A beleza e a
segurança do trio de atores centrais, uma criteriosa produção de época e
aproximadamente cem intérpretes em cena, proporcionaram um grande momento da
televisão brasileira. Para reconstruir os fatos verídicos, Glória Perez
recompôs todos os passos de Euclides da Cunha na semana anterior a sua morte e
fez um estudo sobre os artigos veiculados pela imprensa nos primeiros 15 dias
depois da tragédia, para verificar que opinião pública se formara sobre o fato.
Além disso, a autora teve acesso à correspondência entre Dilermando e Ana. No
livro “Autores”, que faz parte do Projeto Memória Globo, a autora confirma a
sua pesquisa: “A história era uma tragédia – não no sentido das tantas, mortes
que provocou, mas da definição literária de tragédia mesmo, quando as pessoas
se vêm diante de um impasse em que todas as saídas descambam no trágico... A
pesquisa durou sete, oito meses, e se baseou nos processos relativos às mortes
de Euclides da Cunha e Euclides Filho, no inventário de Euclides e nas cartas
trocadas entre os personagens da história. Procurei as duas famílias, e conheci
Luís, o filho de Saninha com o Dilermando, nascido durante o casamento dela –
aquele de quem Euclides disse: ’Nasceu uma espiga de milho no meu cafezal’...
ESTÁTUAS DE BRONZE
CANTIGA PARA UM BEIJO ETERNO
Bilac meu patrono na ALPAS
Desde cedo me fez estrelas amar
Versos seus, meu tio a declamar
Em meus ouvidos a sussurrar
Também pelo Centro Acadêmico
William Zading, um sueco escultor
O imortalizou numa estátua de bronze
O IDÍLIO ou O BEIJO ETERNO virou
Pelo folclore urbano paulista
Sabe-se que alunos de Direito
Sequestram estátuas
Para embelezar sua escola
Prova é o busto de José Bonifácio
Num nicho no hall de entrada do edifício
Mostra do velho ato vulgar
Que consegue obras de arte salvar
Na Faculdade São Francisco
Quem por ali põe os olhos
Sobre a estátua de bronze
Eternizando um beijo etéreo
Não imagina histórias de mudanças
Homem nu beijando índia?
Pode não, dizia multidão
Mas ali na Faculdade virou opinião
Este bronze eternizou o ósculo
Da índia com o jovem francês
É uma das cinco peças de bronze
Que no final da Paulista, em 1920
Busto de Bilac no centro
Nas laterais, A Tarde, O Caçador de Esmeraldas,
O Beijo Eterno e Pátria e Família,
Representavam os escritos do poeta
Cidadãos de bem, O IDÍLIO censuravam
Escreviam pros jornais
Escultura atrapalha o trânsito
Mão de Bilac mais parece
Pássaro de bico aberto
Homem nu abraçado à mulher?
Jovem francês beijando índia?
Pode não, dizia multidão!
Atendendo pedidos da população
Venceu a falta de informação
Do que é belo, e O BEIJO ETERNO
Em 1936, a prefeitura
Desmontou a escultura
E jogou parte escandalosa
No fundo de um porão
E uma vez mais calou-se a multidão!
Vinte anos depois
O prefeito Jânio Quadros
Ressuscitou a escultura
Casal de namorados
Voltou à luz do sol
E bem empoeirados
Saíram do porão
Pra parar no Cambuci
Mas um pai indignado
Dizia que a imagem
Feria olhos inocentes
Era um ataque
Um vexame
Pode não, dizia a população!
E a tal foi mandada pro porão
Só pra calar a multidão!
Dez anos depois,
Faria Lima resolveu
A obra pronta aproveitar
O jardim inaugurar
Lá no túnel 9 de Julho
Quiçá o tal casal
Ali podia namorar
E em paz se beijar
Mas vereador ressuscitou
Aquele velho sermão
Gente hipócrita do bem
E de pouco coração
Gente que só gosta de “não”
Esta obra é coisa do demônio,
Pode não! Pode, não!
Será que vai de novo pro porão?
Cansados de tanta guerra
Estudantes da Faculdade
Que lá no começo da história
Tinham selado, pago
Encomendado a obra
Resolveram cuidar do que era deles
Sequestraram o beijo transgressor
Que tanto causou furor!
Fixaram a obra indecente
Num endereço inocente
Onde jovens estudantes
Se beijam e se abraçam
Sentados nesta bela estátua
Onde os velhos amantes
Se abraçam ao sol ao luar
Dia e noite sem parar
Liz Rabello
CORDEL PARA UMA LATA DE SARDINHA
Desde criança me lembro
desta expressão engraçada:
não entre em lugar fechado
lugar sardinha engasgada
à mente já vem lembrado
é só na lata apertada.
Se quiser a experiência
pegue um trem já atrasado
tente descer na estação
teu corpo será jogado
meio do caminho a ir
roupa rasgada, esmagado.
Ou então pegue metrô,
pensando melhor: vá à pé!
Lá pelos ares do Braz
antes baldeação da Sé,
Fique em pé, sem se mexer,
nem respire, não dá pé!
Se quiser sair do trem
saia no meio do povo
que a multidão te carregue
espremido feito ovo,
mexido no desjejum
num bom café, prato novo.
Pior que sardinha em lata
não se atreva nem xingar,
fique calmo, não se altere,
nem segundos reclamar
porque corres risco de
sardinha em lata virar.
Agarre sua mochila
no peito bem apertada
feito amor pouco fiel
mantenha bem enlaçada
há olhos de Capitu
desejando tua amada.
O meu imposto é cobrado
mas nunca tem um bom fim
mas eis que moro na Oeste
nada chega aqui enfim
meu destino é o tal ônibus
que é só sardinhas pra mim.
Tanto pensei na sardinha
eis que vontade me deu
refrigerante e bom lanche
gostoso patê ser meu,
duas pequenas na lata
dançam funk no apogeu.
Liz Rabello
REGRAS PARA ESCREVER CORDEL
Os poemas em cordel seguem regras de métrica e rima inescapáveis, sem elas não se faz um cordel. Geralmente, o cordel é escrito em forma de sextilha (estrofes de seis), com versos de sete sílabas métricas. Obrigatoriamente, o segundo, o quarto e o sexto versos devem rimar entre si.
MINHA TRAJETÓRIA LITERÁRA
AO TODO SÃO SESSENTA E CINCO ANTOLOGIAS,
NOVE LIVROS SOLO E DOIS QUASE CORDÉIS
Já deixei meus parabéns a quem organizou esses dados todos!
ResponderExcluirObrigada amigos... Como é bom ter quem nos leia e nos anime a continuar.
ResponderExcluirNossa! Amei.Acabei de rever a minisérie. O cordel ficou 10. Parabéns.
ResponderExcluirObrigada por sua leitura... Não há nada mais gratificante do que alguém ler o que fazemos.
ResponderExcluirGostei muito vou acompanhar mais atentamente
ResponderExcluirObrigada por sua leitura e palavras de incentivo. Será sempre um prazer receber sua visita. Abraços.
ExcluirParabéns por essa ótima composição e casamento com as imagens! Sinto-me feliz em conhecer um pouco mais da sua produção!
ResponderExcluirObrigada, querido amigo Ronnaldo... Criador do Spina, uma nova forma Poética.
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