EMIGRAÇÃO
Portugal, distante demais,
mudança tão impossível,
nem por brincadeira!
Sou árvore frondosa... Raízes firmes
fincadas visceralmente ao solo mãe.
Ponte, além-mar, na água aventureira,
nenhum navio me fará ondular...
Ida, volta, só visita hospitaleira!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
FAROL
Primeiros raios... Alvorecer!
Repousa Lua... Tristonha
Acorda sonolento girassol.
Move-se, quer girar nesta flama,
ousa esperançar a pequena flor.
Longe, no horizonte, pisca Sol
Fria escuridão, lampejos de luz
Indica novo chão, brilha farol!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
GIRASSÓIS POÉTICOS
Poemas são girassóis,
buscam luz, palavras,
tecem os significados.
Giram, giram, buscando as essências,
perfumes coloridos de arco-íris, chuva,
gotas de ilusão, corações machucados
roçam pétalas, mutuamente, em noites
mal dormidas, soltam nós encarcerados.
Liz Rabello
DESEJOS AO PÔR DO SOL
Âncoras jogadas, fincadas,
portos solitários... Sonhos
ao anoitecer, indiferentes.
Enormes desejos em parcas nascentes,
horizonte, aurora, na natureza austera,
corpo molha-se de gotas transparentes,
ventos mornos levam, sonhos devolvem,
vivos, alvorecer decantado de correntes.
SPINA (Nova Forma Poética)
NARCISO
Espelho reflete quem
pareço ser. Ajuda-me
conhecer quem estou.
Logo cedo, passo um sonho
pelo rosto, não por vaidade,
propósito de saber como sou,
um sorriso largo atrasa rugas,
preza vida, prazer que atestou!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
CRIE O QUE VOCÊ QUER
Caminho entre pedras
Dia feio, nublado,
Decido: Vou brilhar!
Rajadas de vento cortam céus
Nuvens escondem raios de Sol
Disparo click! Câmera do celular
Plumas do Criador me enfeitam
Mil sorrisos vêm me enquadrar!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
JUJU, MINHA ALEGRIA!
Pequena flor, palma
da mão permanecia...
Cresce sem maldade.
Vislumbro com sentidos da alma
Intensamente dentro dos meus olhos
Garantir a riqueza de peculiaridade
Sorriso maroto... Detalhes! Só para
desfrutar no latejar da saudade!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
UM NOVO OLHAR
Abraços, sorrisos ocultos,
Silêncio amoroso, Covid
relembra olhar profundo!
Minha neta, bebê, obviamente não
falava, suavemente, ela me olhava.
Esta melhor imagem deste mundo!
Sorrir com os olhos, imensamente
sublime, toca o coração... Fundo!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
MOMENTO MÁGICO
Estrelas ausentes, Sol
se esconde. Entardecer
vazio... Luz oscilante!
Não está escuro o bastante...
As estrelas se escondem rubras,
não ousam iluminar meu semblante.
Somente eu, entregue aos delírios,
delituosos, eróticos, do único instante.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
EM MEUS SONHOS
Mergulho de vagalume
Depois do paradisíaco
voo, quero mansidão.
Lágrima vinda direto do coração
Flama etérea no túnel noturno
Dança com palavras na escuridão
Quedas de mil estrelas cadentes
Vibração de orgasmo da imaginação.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
CRÔNICA, ASSAZ CRÔNICA
Escritor, esdrúxulo, faz
da proparoxítona, uso!
Afastando místico bolor.
Ímpetos de rir: lépido, esquelético,
célere texto. Na prática: paroxítona?
Oxítona? Ausentes do artístico labor.
Canto épico, leitura anêmica, lápide,
fórmula antigo sarcófago do criador.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
HOBIN HOOD
Roubava dos ricos
Doava aos pobres
Desejos de igualdade!
Coração de vidro, pura bondade
Nenhum mal há de esperar-se
Gestos sem preconceito ou idade
Arco, flecha, mãos miram fome!
Doação em prol da solidariedade!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)LUTA
Contigo vivi história,
ilusória, rápida, banal.
Segundos sem fim...
Paradoxal realidade irreal, tu és
memória! Subsiste por um fio,
voa livremente dentro de mim,
até mesmo naquilo que consigo,
cortar asas, romper muros enfim.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ALMA DE SEREIA
Navego com cautela,
enfrento onda feroz,
perfume doce ilusão.
Meu corpo frágil se acalma
minha alma é mar profundo,
ondas que chegam, que vão,
elos de azuis, verdes algas,
sou paz, fé, vida, emoção!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
PALAVRAS SÃO ARMAS
Xariar foi dis(traído)
a(traído) por Sherazade,
sabedoria com verniz.
Durante mil mais uma noite,
lia um capítulo para iletrado,
futuro arriscado por um triz,
risco de giz extinto: sedução!
Chamariz com um final feliz!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
DORES NO CORPO
Silêncio, gritos contidos,
são tantos, tantos!
Que acordam ossos...
Dores são minhas asas quebradas...
Impedem pousos poéticos, alma livre,
sonhos esquecidos aos olhos nossos,
interrompidos... A vida atravanca voos,
lança armadilhas. Livra-me, sais grossos!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
MILAGRE
Tristeza imensa, a
minh'alma em
pó se esvai...
Num paradoxal alvorecer de paz,
eu amanheço, renascendo em fé!
Perdição de hospício, fácil vai
na aurora de lençóis molhados,
Vendaval... Só sopro de ai!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
PAZ
Estado de espírito,
abandono do egoísmo,
concórdia, acordo, paz.
Numa ausência total de violência,
a paz, bondade, quietude, requer
cultivar cultura que lhe apraz...
Equilíbrio, calma, isenção de ira.
Para alcançá-la, só diálogo satisfaz.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
NINHOS
Procurei o amor
beijando a rosa
cercada de espinho.
Quando leve toque de carinho
bordou ternura em meu coração,
senti a felicidade de mansinho,
chegar, pousar, a solidão apagar,
mudar minha vida de passarinho.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
SAGRADO AMOR
Outono... Fria manhã,
Verão se despetala...
Teima versos... Poesia!
Pássaros em refúgios de ninhos,
cantam o silêncio das mágoas,
unidos numa canção de alegria,
vibram... Todo amor é sagrado,
nas notas musicais em harmonia.
Liz Rabello
SPINA
(Nova Forma Poética)
PÉTALA
Outono... Flor seca,
vento me levando,
brisa da madrugada.
Semimorta, caída, embelezo a rua,
nestas duras pedras da existência,
mulher, flor tapete, sou purificada,
luz esquecida, marcas de exaustão,
perfumo ar, em gratidão, pisoteada.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
GAIOLAS ABERTAS
Preservo até hoje
um sonho infantil.
(Prazo a expirar?)
Sonho ser Branca de Neve,
ter frágeis passarinhos nas mãos,
livres para voar, brilhar, voltar,
soltos em liberdade, sem amarras,
ficar ou partir, sem retornar!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
RECOMEÇAR
Cedinho, novo dia,
abro as cortinas...
Só quero namorar.
Sol me convida a viver,
vejo da janela uma flor,
lanterna chinesa, para se amar,
às vezes, beija-flor vem tocá-la,
vem beijar o meu olhar!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
NINHO DE FLORES
Camadas em arranjos,
sanduíche de flores,
frágil pétala colorida.
Exótico ninho, abelhas criam lares,
usam barro para manter umidade,
camada de pétalas externa, convida
perfumes de renascer, um ovinho...
Néctar, pólen, alimenta ciclo: Vida!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
UTOPIA
Morada das estrelas
Não existem muros
Nem trancado portão...
Aprisionado em cadeado de bronze!
Entre mim, janelas, rua, vizinhança,
perfuma sombras, flores em profusão,
entrelaçadas de solidariedade, sem nós,
preconceitos, apenas nuvens de algodão.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
OÁSIS NO ASFALTO
Descansa teu olhar!
Pedras no caminho,
flor quer história.
Solitária, entre as pedras, flor
perfuma sem desejo de retorno,
enfeita sem querências de glória,
doa-se por amor, nada espera,
recebe da vida, pouca vitória!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
APRENDIZAGENS
Preciso energizar desejos,
aprender lições: vivências,
eternizar amor: mansidão!
Sol, calor, batidas do coração,
alegria, luz, para outros seres,
ar, beleza, manhãs em gratidão,
apagar Sol, acender as estrelas,
energia vital, força em profusão.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
PAISAGENS
Adentram meus olhos,
confins do tempo
sem pouso... Tento!
Vão galgando margens ao relento,
buscando no infinito tempo, pouso!
Escorregadias visões, som do vento,
eternidade dentro da mortal vida.
Sinto, imortalidade é meu intento!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
GEOMETRIA OUTONAL
Lembranças de verdes,
tempo, abismo, ciclo,
infinito sem partida.
Relógio segue marcha das horas...
Implacável, em ritmo, paz, ternura,
Reminiscência de Sol, chuva, vida!
Presente na geometria do outono,
pintura despida de roupa colorida.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ENCANTA-ME!
Insanas mãos cortam
troncos de árvores,
vida flutua, perdida!
Raro ar puro da montanha
fustigando divina luz do Sol,
enobrece as árvores sem vida.
Vestígios perdidos que se vão,
diálogo com vida, que convida!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
NA RELVA
Tapete te aguarda,
voltarás a redimir
esta punição severa.
Tempo corre, vai, volta, traz
meu amor, tanto, tanto espero
que já amanhece a primavera!
Aqui jaz um belíssimo tapete,
muitas flores para tua espera.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
À ESPERA
Procuro teus olhos
camuflam em nuvens
sozinha, sou Lua!
Pingos de estrelas são lâminas,
estremeço... Fome de te amar!
Meu sonho, desejo vão continua
a te esperar... Quero-te livre...
Persisto sem pedir... Nua, tua!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
JANELA FECHADA
Cortina semiaberta... Eu
brinco de esconder-me.
Sigo... Vida continua...
Numa fresta do infinito espreito:
alvorada, neblina, luz tardia, flor,
Sol, borboletas; ocaso, Lua nua!
Esqueço que sou apenas mulher,
ausente, olvidada! Nunca fui tua!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
REDE DE LUZ
Grávida de luz
Lua cheia... Por
instantes é Sol.
Entre rochedos do tempo, Lua
se fez Sol, muralhas rompidas!
Virou no infinito, potente farol,
enredou em nuvens de algodão,
sonhos que me fisgaram: anzol.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
FASCINAÇÃO
Estrela de cores,
linda como Sol,
mandala de luz!
Mágica luz, que universo conduz;
de um girassol, guarda segredos;
nas tardes quentes, corpos seduz;
nas noites enluaradas se esconde.
nas manhãs frias, orvalhos reluz.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
CONTRADIÇÃO
Presente das estrelas,
hoje persiste semente,
antiga ternura, cafuné.
Coração ocluso com a tinta
da caneta da intuição, sem
afirmação de que existe fé;
mente, rosa flor em botão,
passado nega aquilo que é.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
SEDUÇÃO
Caminho pela orla
desta praia deserta.
Poema doce passeia.
Sol beija cabelos, vento serpenteia,
fogosamente afaga filetes de luzes,
ensejos de ondas! Borbulha sereia
de dentro de mim. Amorosamente,
convida: "Desejo-te na Lua cheia."
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
SIGO
Dançando na vida,
semeando viva paz,
plantando as flores.
Sou ainda aquela menina sonhadora,
cativando raios luminosos de estrelas,
dançando na chuva, minguando dores,
girando girassóis em amanheceres de
ensolarados maios, com meus amores.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
PEGADAS NAS PEDRAS
Remendo retalhos rasgados
Procuro respostas ausentes
Feridas não cicatrizadas.
Solidão, única palavra de ordem
Corrimão que da mão escorrega
Fogueira em cinzas... Quimeras estilhaçadas
Labirinto tenebroso, sem tréguas, caminhos
secretos... Regra... Pedras, minhas pegadas!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ANTES DAS PORTAS SE FECHAREM
Sementes em terra
adubada, com lágrimas
salgadas, quero regar!
Anteriormente ao mar me devorar,
desejo cultivar as adoráveis flores,
deixar perfumes exalando pelo ar.
Amor, canções ardentes de prazer!
Ao futuro sorrir, sementes deixar.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
REINAUGURAR AURORAS
Rotina impõe obrigações,
rótulos, caminhos certos,
previstos. Rouba euforia.
Nocauteia criação, espírito em nostalgia.
Deixe-se aventurar em louca criatividade,
desfrute inusitada formosura da fantasia,
afaste-se do destino, ninguém prescreve!
Redescubra sempre viver eterna alegria.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ELOS VERDADEIROS
Abraços em palavras,
mais que realidade,
carregam afetos leais.
Na ausência da presença, existem
essências do sentir, sem mentiras,
sentimentos não morrem, são reais.
Enquanto plantas secam sem água,
lágrimas regam coração, são vitais!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
SER EU MESMA!
Angústias pediam respostas
urgentes: onde, exatamente,
magica(mente) errei fantasias?
Maior desafio: vestir minha pele,
aceitar meus limites, sem julgar,
ser bondosa com minhas manias,
acreditar que posso agradar, sim,
a quem não julga idiossincrasias.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
SPINA AOS 500 MIL
Página em branco
Poesia não nasce
Palavras são demências.
Pedras na ponta do penhasco,
prestes a desequilibrar em suicídio,
voraz vômito de minhas impotências,
mal estar sufocado de incertezas,
lápis quebrado... Rimas em dormências.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
BENDITA MÃO QUE SEMEIA
Aquelas mãos rudes
plantam a sabedoria
toque suave, fecundo!
Mágica semente, dança nos dedos,
numa leve ternura, perfumada flor,
que pode humanizar podre mundo,
transformar aquela dor em pureza,
decantar tristeza, ser amor profundo!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
IMPOTÊNCIA
Caminho ao nada,
realidade muito triste,
tudo é incompreensível!
Hoje sou passarinho sem ninho,
voo sem céu, sem esperanças...
Meu país, ladeira abaixo, sofrível!
Ao ninho quentinho, desejo voltar:
palavras, onde sonho é possível.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
POR TRÁS DO VÉU: CULTURA MACHISTA
(NIQAB, BURKA, CHADOR, HIYAB)
Tortura, não tradição.
Mulher: ser submisso,
fonte, piores pecados.
Feminicídio existe: mulher é culpada,
confirma professor no Brasil. Homens,
inocentes vítimas, só são provocados!
Tal como religião Islâmica, mulheres
não podem incitar homens obcecados.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
A DOR DO OUTRO NÃO "CABUL"
Humana sou... Não
desvio olhares para
dores deste mundo.
Eu carrego este sentir profundo!
Meus ombros não suportam mais
lidar com sofrimento tão imundo!
Nem cabeça de alfinete caminha
na fissura, tampouco cala fundo.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
VIVER
Jornada fácil? Ilusão!
Obstáculos fazem parte,
superação é condicionamento.
Vida me encanta pelos caminhos...
Desviando dos espinhos, sigo metas,
mais difícil, maior o crescimento!
Quanto mais sofro, mais aprendo,
se for intenso, maior vivenciamento!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
PROCURA
Guiados socialmente para
ser outrem. Engessados,
moldes de experiências.
Quebrei os gessos de exigências,
despindo os rótulos, as etiquetas,
as longas noites, as preferências.
Meu eu interior: busca constante!
Nua, tricotei Luas! Achei essências.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
BRINCADEIRAS
Exausta... Na verdade/
mentira, minha ilusão:
resiste só malmequer.
Para recepcionar suavidade da manhã,
enfeitei-me de singelas margaridas; ao
brincar de tecelã, desejei bem-me-quer.
Última pétala, abortei verdade, guardei
mentira, um malmequer, ninguém quer.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
AMOR PLATÔNICO
Batidas de corações,
distâncias se uniram,
sonhos atados: ardor!
Naveguei pelas asas do céu
quando, entre nuvens, te vi!
Ao vislumbrar o novo amor,
voos livres, paixões ao luar,
vivi prazer, perfume de flor!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
DESAPEGO
Coração caça jeito,
ter flores primaveris,
somente para vê-las.
Amar as flores, deixá-las livres,
à beira dum perigoso penhasco,
ter coragem para não colhê-las,
deixá-las de enfeites no abismo,
não tentar possuir ou prendê-las.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
RASGOS DE RIMAS
Caneta seca, folhas
em branco, teclado,
lápis quebrado: Ais!
Não consegui escrever os sentimentos!
"Ouça, sinos inspiradores vão replicar."
Calaram-se nos gemidos das catedrais,
poesia permaneceu em triste anonimato,
perdeu-se pelas esquinas das marginais.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
TROCAS
Sorriso de olhos
chega aos lábios,
provoca o meu...
Ganhei um belo sorriso seu!
Se isto não fosse realidade,
teria grátis um sorriso meu,
em oferta, boca minha sorri
à toa. Deus assim concebeu.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
CUMPLICIDADE
Beleza rara busca
essência de sentir
alegria da vivência.
Na gaveta da memória, registro
um instante misto medo infantil,
palma da mão: uma experiência.
Ser feliz requer descobrir magia
íntima fantasia da flor existência.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
CONSTRUÇÃO POÉTICA
Criação requer desconstrução,
movimentos, retrocessos, fluir
impulsos: irrealidades ideais!
Em constante busca de sentidos,
rasgo palavras, crio as chegadas,
estilhaço partidas, roubo as vitais
energias do universo para sonhar
acordada, dentro de refúgios reais.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
AMOR AO ALVORECER
Sedução madrigal, encantado,
admira, enamorado, lindíssima
flor! Dança apaixonadamente!
Chega de mansinho, um passarinho
beija-flor, conquista coração da flor.
Frágil, garboso, a beija, suavemente,
carícias, asas roçam ventos voláteis,
leves toques na flor, amorosamente.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
POESIA, MINHA SINA
Versejar rotina, vida...
Tristeza, escorre lágrima!
Sorrisos, fazem morada!
A poesia é minha insígnia,
choro em tintas de letras.
Na alegria é minha risada,
que ecoa nas amáveis palavras,
criando marca de tempo irada!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
TEIA DE VERSOS
Caneta, lápis, teclado,
celular à disposição,
escrevem nossa lida.
Há encontros inusitados de seres,
com ideias afins, mesmos sonhos,
gestos coloridos, à união convida.
Irmanados, poetas criam versos à
doce poesia, inexplicável, da vida.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
MILAGRES EXISTEM
Certeza como vento,
que respiro, esvoaçando
cabelos sem grampos.
Sobrevoo os caminhos, coração descalço,
esqueço escuridão dos casulos, quando
Sol abrevia noite, adormece pirilampos.
Levemente solta, borboleta, espaço frágil,
milagrosamente, alço voo pelos campos!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
NA AMIZADE
Floresce a paz,
a alegria existe,
as flores voam.
Há um espaço aconchegante onde
voz inaudível ama doces silêncios,
coração descansa, mãos se doam.
Maldades não têm morada, afetos
são as borboletas, que sobrevoam.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
BAILARINA
Mansidão sem luz,
dança na escuridão,
rasga teias materiais.
Voa corpo com passos leves,
beija o vento, doce beija-flor,
abre asas, voos frágeis, vitais.
Quebra as correntes do medo,
rompe os últimos apuros reais.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
BORBOLETA SOU
Mulher sou enclausurada!
Vida inteira titubeante,
estimulo medo bendito.
Disforme par de asas tortas,
equilibram-se em um voo frágil,
olhos voltados para um conflito,
agonizo horas em casulo retida.
Bato asas rumo ao infinito!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
POÉTICA DAS CORES
Coloriu lilases tons,
roxo das amarguras,
mentiu sorriso batom.
Pincelou céu azul anil. Arco-íris
flertou. Sabotou cinza do asfalto,
Voou pétalas de borboletas. Som
celestial! Pescou luzes de estrelas.
Dormiu abraçada ao seu edredom.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
TECELÃ
Bordados em mãos...
Linhas, nós, emaranhados!
Crias desenhos surreais!
Teces com teus dedos ágeis,
enquanto Deus em suas telas,
criativas, imortais e tão reais,
mantém a vida sempre linda,
que tanto cremos recriar leais.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
HUMILDADE
Caçando luz solar,
rajadas de vento,
deixo-me estar, vã!
Tendo à frente a Natureza,
sou humilde artesã de seu
prestígio! Rara graça, sou fã.
Curvo-me, em busca do Sol,
esperançar é meu melhor afã.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
REMENDOS
Promessas: amigos para
sempre! Nem sempre!!!
"Nós" arrebentam laços.
Amor em nós, sem abraços,
pontas às vezes se afastam,
ao voltarem a unir pedaços,
aquela imensa dor vai curar,
costurar amor! Nós em laços.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ETERNIDADE
Gravidez perene, plante;
diariamente: cuide, colha!
Tempo indefinido convida.
Na geometria da árvore, bailam
galhos, mil braços para abraçar,
sombras herméticas em sua lida,
folhas secas em adubo converter
complexo círculo vicioso da vida.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
MEU AMBIENTE
Caminhos de devassidão,
dinheiro esbanjado, para
destruição deste mundo.
Na avenida, pelas estradas cinzas,
sentindo falta de árvores, respirei
o ar longamente, fundo profundo!
Este meu pulmão como mármore,
tragava velho ar pesado, imundo!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ORAÇÃO
Gratidão pelo teto,
cantinho quente sem
fome, frio, colher!
Aceito o meu ganha pão
Fruto do trabalho, sabor paz...
Caminhos retos de muito prazer!
Gratidão por noites calmas, pelos
sonhos fortes de realidade viver!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
SEDUÇÃO
Memórias se apagam.
Cinzas ao vento!
Queimo minha dor.
Lua cheia, invento um sedutor!
Prefiro flor paixão à solidão...
Viver sem encanto, sem amor,
sem memórias! Eu quero mais
parir estrelas com muito ardor.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
CICLO
Adubo, rosas, jardinagens...
Envelhecer sem perder-me,
Deus, cientificamente convida.
Achar-me em ocas folhas semimortas,
dar-te minhas mãos para mutuamente
nos ampararmos... Longa, infinita lida,
agradável tarefa, terminar a existência,
viçosas flores! Adubo, lindíssima vida!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
OUTONO EM MIM
Tapete silvestre, sopro
de vida, amorosamente,
Sol manhãs beijando...
Volátil, vento segue folhas espalhando,
pelos caminhos, eu, bailarina, pontinha
dos pés, dançando, energias somando,
desejando tempo parar, fazê-lo maior!
Outono em mim. Enfim, concretizando!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
FÉ
Proteção você sentirá,
força invisível, rochedo!
Sol, sombra escondida.
Ao caminhar num deserto, sem
sentir medo, você terá proteção.
Energia para seu viver, convida,
passo a passo, firme equilíbrio,
regulando corda bamba da vida.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
OLHARES VAZAM
Palavras não ditas
Em tudo entendidas
Decifram letras mortas.
Há pessoas se escondendo, botões
sem pares, casas fechadas, agulhas
sem linhas, fechaduras sem portas.
Um belo dia, cruzam-se olhares;
da represa, jorram as comportas!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
FOLHA DE PAPEL
Convite feito, escrito,
página é virada,
beijos em ilusão.
Campo aberto, bolhas de sabão,
flutuam ao sabor do vento...
Quem irá costurar meu coração?
Há remédio curador para amor,
após se entregar numa paixão?
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
TROCA DE CORPOS
Coração não vibra
aqui... Está aí...
Perco-me a falar-te...
"Coração não é mais meu."
"É teu somente, meu pulsar."
Não sou piegas por roubar-te,
sozinha, órgão não bate mais,
como ser eu sem comungar-te?
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
SUSSURROS
Palavras doces, em
toques de violinos,
bem de mansinho...
Com dedos em meus cabelos,
sob sons de gemidos meus,
sinos tocam regados a vinho,
voraz fome de prazer, saciada,
repouso repleta do teu carinho.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
INDAGAÇÕES
Cuidado, viver requer
não magoar ninguém,
mentir, nem iludir...
Qual seria nosso meigo abraço,
na sapiência do último suspiro?
Olhar profundo, sem ação omitir?
Hoje seria imensamente melhor se
o amanhã não acontecesse existir?
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
SÓ PARA SONHAR
Escreve um bilhete,
envia-me uma flor,
pétalas em versos.
Coração preservará à moda antiga,
numa caixinha de veludo vermelha,
papéis escritos em licores imersos,
chocolate com poesia, muita alegria,
palavras em ritmos, desejos diversos.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
DESENCONTROS
Sofrida, por nadinhas,
desistiu das paqueras
dele! Sentiu desamor.
Percebeu que esfriou o calor,
o ciúme culpou mau parceiro,
sentimento gelou, veio a dor:
conviver com sobras. É difícil
ter certeza que faltou amor.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
SE O AMOR CHEGAR
Permita, não fuja!
Sorrir, não negue.
Sofrer, nem tente!
Abra janela, destrave a porta,
deixe a vida carregá-lo, sinta
tudo, regue o amor semente,
deixe-o florir no seu coração,
grite alto: "Amor não mente!"
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
INTUIÇÃO
Permita amor real,
deixe seu coração
descalço. Só sinta!
Quando fechar os olhos, aprecie
carinho, aperto de mãos, afagos;
luz no olhar amoroso, pressinta.
Acredite na existência do amor.
Não afaste forte laço. Consinta!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
SINFONIA
Relógio certeiro, cantos
magistrais dominam os
dias, marcam momentos.
Chilreios matinais ou ao entardecer,
campeiam as matas, pássaros cantam.
Aproveitam doce calmaria dos ventos,
espalham os sons perfeitos. Harmonia
nesta troca profunda dos sentimentos.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
AVES SEDUTORAS
Plumagens desafiam arco-íris,
roubam cenas cinematográficas,
conquistam corações amorosos.
Danças das formas, efeitos coloridos,
em rituais de acasalamento, explosão
de criatividade, rara beleza, calorosos
comportamentos, cujo único desejo é
atrair atenção das fêmeas, vitoriosos!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ANDANÇAS
Caminho pela vida,
leve, indefesa, frágil,
alço voo, borboletas!
Arte imita vida, volátil vento,
do pó viemos, areia voltamos,
concentro o belo das violetas,
farejo luz da natureza. Rosas,
em pétalas caídas nas valetas.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
LAREIRA ACESA
Crepitam amores despetalados,
salamandras desabam flagelos,
queimam-se vidas desenlaçadas.
Proibidos beijos que se desenham
na grossa chuva, madrugadas frias.
Nas fuligens das janelas fechadas,
vidros nublados, gotinhas de saliva
permeiam de fel fitas despenteadas
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
AUSÊNCIAS
Espero mensagens tuas
longos suspiros libertos,
grades, gaiolas poluídas.
Silencio-te para derreter terrível gelo!
Minto esquecer-te para ser lembrada,
não sofrer amargas rejeições, erguidas
por frustrações, ausência de realização
de tristes expectativas, tão ressequidas!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
LEVEZA
Dançando na solidão,
entrego-me à música,
bailarina por momentos.
Deslizo sublime! Viajo espaço aberto,
rodopio desejos contidos, não vividos,
bailo, senhora dos meus pensamentos,
no ritmo da imaginação, compartilho
contigo, minha dança de sentimentos.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ECOS
Montanha vibra repetidamente,
"liberte-se, liberte-se, liberte-se"
devolve-me tormentos sufocados.
Suplicando: "Pai, distancia de mim!"
Cálice de vinho sangrando venenosa
dor: "afaste-se!" Em gritos angustiados
equilibra-se um amor, lâminas cruéis:
"cale-se"! Silêncios são urros abafados.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
BUMERANGUE
Relute os pensamentos!
Silencie torpes vozes,
cuidado com palavras!
Ação lançada ao Universo é
energia pura, pode ir longe,
ou não: um bumerangue! Lavras
tanto bem quanto mal retornará
ao ponto de origem: caça-palavras!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
AQUARELAS DE TINTAS
Prefiro, das cores,
criadas por Deus,
amálgama da luz.
Nas mãos certas nascem belíssimas
telas, paisagens de formas tortuosas,
inexatas, pontilham focos que reluz.
Quase mortas, cores alcançam vida,
semente carregada de futuro: seduz!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
DEIXAR-SE ESTAR
Saudades imensas sentir,
caminhar pela orla,
permitir tempo passar...
Ondas do mar ziguezagueando canção
ventos cortantes uivam doces saudades,
deixar-se estar... Para quê postergar?
Tempo destruidor é também construtor,
carrega-me, pés molhados, cantiga bailar!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
PONTES
Desejos para hoje:
"Você me encontre
na renovada rota."
Do outro lado da ponte,
amor que não se perde,
uma cor que não desbota,
clarão que não se apaga,
o fim da última derrota.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ALMAS DE RENILDAS
Segredos? Todos guardam.
Muitas pessoas querendo
desvendar as fechaduras.
Leituras em entrelinhas de rachaduras:
passam adiante as conjecturas, fofocas,
fluem mentiras envoltas em armaduras,
às vezes verdades, coloridas fantasias,
projeções livres... Almas sem ataduras.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ENVELOPES DE SAUDADES
Lembranças de momentos
marcados por ausências...
Tempos jamais existidos!
Num envelope lacrado da memória,
guardo palavras de afetos, carinhos
não realizados, leais sonhos vividos,
jamais acontecidos! Na saudade, são
reais partes de caminhos percorridos.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
NOVAS ERAS
Esqueci meus finais,
montei cavalo baio,
viajei nas primaveras.
O calendário das flores convida,
voo veloz, displicente, sabor do
vento pairando feliz sobre heras.
Abri minhas gavetas de sonhos.
inaugurei as manhãs, novas eras.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
TEMPO
Marcado, Senhor das
horas mortas, tecido
da vida... Paradoxal!
Ancora tristes saudades, cenas em
fotografias, papéis sonhos de valsa,
flores, lembranças murchas do ideal.
Tece silêncios, gritos de realidades!
Colorida vida vivida, teatro ficcional.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
OUTRA PERSPECTIVA
Dançante Lua acena:
convida-me a fugir,
tudo lindo, bonito!
Transporto-me. Da Lua, eis que
vejo Planeta Terra... Bola azulada,
bailando na imensidão do infinito.
Divago, tão garbosa, tão perfeita!
Inadmissível esta vida em conflito.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
MINHAS ORIGENS
Capital, grande metrópole,
edifícios arranham céus,
chão cinzento paulista.
Ocupa lugar na América Latina,
terra hostil do indiferente Brasil,
súdito real do mundo capitalista.
Nasci, cresci, louca injustiça: eu
sem espaço, espremida numa lista.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
E POR FALAR EM SAUDADES...
Morada das estrelas...
Do infinito, aquele
abraço bem quentinho!
Frio me surpreendeu de repente,
do velho baú, resgatei agasalho.
Há doze anos bem guardadinho,
saudades do colo dela: mamãe!
Carinhoso foi o seu cheirinho...
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
UM NOVO VELHO AMOR
Esqueci velho amor,
pendurado na lareira,
tempo das estações.
Intenso! Esfrego-me, enrolo corpo, braços,
pernas, mãos entrelaçadas aos cobertores.
Agarro travesseiros, sinto novas emoções...
Cubro cabeça ruborizada: "Frio, congela-te!"
Desejo ardentemente novos quentes verões.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
COSTURANDO RAÍZES
África, Europa, América,
nuances, povos infelizes,
combatem sina sacrificada.
Pacífico ao Atlântico: descendentes formam
nação acorrentada numa mesma construção,
raízes aproximadas entre Cultura diversificada,
aculturação compartilhada pelo mesmo lance,
minha América Latina, imensamente espoliada.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
É PROIBIDO PROIBIR
Perdurar o diálogo,
para liberdade alcançar,
transparência sem poeira.
Proibido jogar lixo, virava lixeira!
Proibido para menor, virava maior!
Proibido fumar, já virava zoeira!
Proibido estacionar, já virava anarquia!
Que tal responsabilidade ser bandeira?
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
DE DENTRO DOS LIVROS
Páginas escritas, coloridas,
coladas, ilustradas! Leitores
vorazes! Vidas contraditórias.
Livros, por dentro, carregam memórias,
folhas rasgadas de desejos incontáveis,
Mares marés, ondas gigantes, histórias
fantásticas, amores, bruxas, fadas leais,
realidade brutal, sonho, cenas ilusórias!
SPINA (Nova Forma Poética)
É PROIBIDO DEIXAR DE SONHAR
Respeito ao cidadão,
genocidas, corruptos, presos!
Extinção: Sociedade imoral.
Sonho com vivência amorosa, plural,
ninguém sem carteira de vacinação.
Alimentação saudável, todos por igual.
Ciência valorizada, jovens sem armas,
livros multiplicados, eis filosofia ideal.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ANAVILHANAS
Floresta Amazônica, palco
incrível, belíssimas praias,
enamorar-se, sempre fatal.
No mágico mundo, um portal
abre pontes para a imaginação,
complexo de ilhas, praia ideal,
lindas margens do Rio Negro,
aventura por ali é excepcional.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
TEIMOSIA
Verdade, mentira, prisão,
ingenuidades de crenças
outrora! Agora: teimosia.
Para onde levam as verdades,
fake news que você acredita?
Roubam sincera vida de alegria.
Percebe que mentira é grilhão,
que escraviza à pura hipocrisia?
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ENCANTOS PRIMAVERIS
Matinal chilreio, primavera,
filhotes famintos gorjeiam,
enfeitam belíssima realidade.
Em campos de girassóis: liberdade,
pássaros beijam as flores amarelas,
eles voam, pousam com simplicidade,
Suaves plumagens encantam a todos.
Quanta leveza! Ternura, sem vaidade.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
CREPÚSCULO
Vestida de mel,
pousei na flor,
um doce girassol.
Entre abelhas, fogo queima verão,
roubo luz solar, amarelo, laranja,
cores multicoloridas, pôr do sol,
a semente amada concebeu lindo
crepúsculo! Sou parte do arrebol.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética
VIVÊNCIAS
Sorrisos espantam rugas,
tristeza comanda insônia,
velhice, fiel consequência.
Elástico do tempo, tão flácido,
estica, estica, a pele enrugada,
a cada marca uma experiência,
uma dor, a amargura incurável.
Apenas sorriso nega a vivência.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
LUA DE ESTRELAS
Floresce céu, infinito,
um jardim enluarado,
cores, sabores, licores.
Lua de estrelas veio brilhar!
Ao olhar da janela, encontrei
dentro dela, as lindas flores,
beleza eterna, saudade se foi,
só lembrança de teus odores.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
PARA VIVER O AMOR
Desnuda tua alma,
desnuda o coração,
os gestos insatisfeitos.
Desnuda os sonhos, os caminhos,
para amor não existem fronteiras.
Desnuda fé, a religião, conceitos,
libera rótulos, não há deficiência,
na vida perfeita sem preconceitos.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
RENDAS DO SILÊNCIO
Escrevi neste livro
os meus silêncios,
gritos: dor engessada.
Poesia roubou os meus silêncios.
Aprendi: não desabafar ao outro,
ficar quieta, deixar dor sufocada.
Papel em branco recebe, escrevo,
tinta escuta toda lágrima salgada.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
DEVANEIOS
Estrada Velha, Minas,
sensação de paraíso...
Banco de contemplação!
Na serra, Campos do Jordão,
planando para além dos céus,
em flocos, nuvens de algodão,
extasiada, topo do alto morro,
eis-me no avião da imaginação.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
BUSCADOR DE MIM
Viagens entre eus,
Para quê pressa?
Busco sempre Liz.
Na viagem desta vida, aprendiz,
perdi minha pressa, trem fumaça,
devagar, sobe, desce morro: atriz.
Gentil com meus próprios passos,
desato nós, emaranhados, feliz.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
VESTIDA DE ILUSÃO
Despida, valor verdadeiro,
compro moradia, títulos,
escrevo verdade ilusória.
Tenho a propriedade, comprei, paguei.
Ego grita exaustivamente: "Sou dona!"
Ledo engano. Experiência é transitória.
Eternidade: natureza, árvores, ar, água.
Risco pegadas durante minha trajetória.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ARCO-ÍRIS
Instantes atrás, chuva!
Depois, Sol atrevido,
secou asfalto alagado.
Na janela, uma criança sorriu,
quando Deus pintou linda tela,
arco-íris beijou o céu molhado,
coloriu azul, numa mágica luz,
Sol fugiu num véu desenhado.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
INTENTOS PARADOXAIS
Desejei carnaval, confetes,
serpentinas, beijos, alegria.
Voluntariamente, me perdi.
Ao encontrar-te, eu me mudei;
era fantástico esbarrar em mim
dentro do coração, onde residi.
Disseste adeus! No labirinto de
mim, noutra prisão, me despedi.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
JANELA
Fechada recria memórias,
viver novamente, inventar
experiências, janela aberta.
A dor, embaixo da coberta,
traz saudade que não sara,
traz passado que me aperta.
Às vezes, Sol bem quentinho
entra por ela, já entreaberta.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ENTRE AZUIS
Turquesa, preciosa pedra.
Flores azuladas, jacarandá.
Macias, lindas, charmosas.
Teus olhos lembram infinito céu,
um agitado mar, longe horizonte!
pelos cheirando a flores formosas,
lealdade profunda neste teu olhar.
Mergulho, águas azuis, bebo rosas.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
BORBOLETA AZUL
Espaço novo cultivado,
procuro nova amizade.
Sinta-me com coração!
Doarei tudo de melhor: emoção!
Poesia, alma, carinho, a conquista
dos sonhos já esquecidos, paixão!
Sei, às vezes sou incompreendida,
somente beba esta mágica poção.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
DEPRESSÃO
Tristeza pelos caminhos,
tempos difíceis, solidão,
angústia se multiplicando.
Entre luzes, sombras estão presentes,
amantes de nossas doces fragilidades,
centelhas divinas, quase se apagando.
Morta por dentro, deixo-me carregar
pelo vento, num balanço vivenciando.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
PERMITA-SE
Desejos de continuidade,
verde esperança, infinitos
caminhos. Escolha poesia.
Entre luzes coloridas, formosa alegria,
nossa vital companhia, sacode tristeza,
desata nós, dilacera infiel desarmonia.
Reinaugura alvorecer, convidando a paz,
recepcionando aromas... Colha lindo dia!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
DORES ALHEIAS
Famílias desabrigadas, vulcões,
tragédias, inundações, acidentes,
tsunamis, cruéis desabamentos.
Acima da pior realidade mundana,
ciscos nos olhos, dores cerceiam-me
o tempo todo, sentindo sofrimentos.
Quando me vejo saudável, vergonha
tenho da felicidade destes momentos.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
DESEJOS
Mormaço de dores,
gotinha de lágrima
na alma. Saudade!
Tórrido calor, desejos de chuva.
No coração, pingos exalam suor.
É uma tempestade de "Verdade",
disfarçada, no meio de mentiras,
espelhada na mais doce realidade.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
PERMITA
Coração nada explica,
sente, agradece, ilusão
vomita. Simples assim...
Mente, des(mente) a euforia latente,
contradição calma, em volátil vento.
Pulsa simples(mente) amor sem fim.
Ele distancia realidades de verdades,
carrega só doces sentimentos, enfim!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
O BELO EMOCIONA
Carinho salva, união
fortalece frágil alma,
só atenção... Tenta!
Pouco aquilo que lhe suplico.
Espero uma palavra, só uma!
Doce olhar, sorriso seu, inventa.
Venha colher o meu sentimento;
dele, sentir a debilidade, acalenta.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ESSÊNCIA DO TEMPO
"Trabalhe: dia, noite,
tempo cospe dinheiro",
diz sistema capitalista.
Vincula ao dólar essência humana,
como se possível fosse transformar
coletivo para um bem individualista.
Tempo, tecido da vida, experiência
única. Desperdiçá-lo? Não, seja realista.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
FAROL
Estrela, intensa claridade,
poderosa fonte, energias
positivas sem cobranças.
Eterna fresta estará aberta... Sol
lhe dará abraço quente, carinhoso,
vida que lhe convida: esperanças!
Sempre encontrará uma forma de
chegar até você, lumiar andanças.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
SAUDADE
Algodão doce, açúcar,
sombras nas nuvens,
silêncio da memória.
Saudade, um pouco de realidade,
um tanto de despedida, indefinível,
borbulhante dança em cada história.
Aquilo que jamais parte, permanece
invisível mágica vivência, sem glória.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
POETA SOU
Viajo fantástica poesia,
sons celestiais, cristais,
palavras em movimento.
Laço mil termos em pensamento,
pinto mensagens no papel branco,
crio belas conexões de momento,
vibro em cada verso, apaixonada,
sonho vertigens jogadas ao vento.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
VIDA EM MUTAÇÃO
Cortado cordão umbilical,
sobraram felizes sussurros,
Voei, borboleta, liberdade.
Encharcada de escuridão, mal vestida,
trapos velhos, sonolentas noites casulo,
ofusquei meus olhos: brilho, claridade.
Não me deixei enganar, silenciosamente
alcei voo, completamente sem vaidade.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
VIAGEM PELA REALIDADE
Sementes do futuro
agonizam no passado.
Colho instante presente.
Esperançar é minha maior alegria.
Abraçar um sonho utópico: Gaya,
paz, harmonia, um mundo contente.
Fecho olhos para crueldade: guerra!
Ao abri-los, eu choro, copiosamente.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
REVELAÇÃO
Lágrima deslizando sem
motivo, sinal involuntário
de humanidade presente.
Salgado gosto no mar furioso,
azedim de alecrim na gotinha,
sem piedade ou pudor aparente,
salpica emoções, revela a alma,
mancha tez de amor, suavemente.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
PERMITA O NOVO
Remexer ferida cicatrizada,
reviver sofrimentos antigos,
revolver passado perdido?
Aquilo que passou, passou friamente,
dias virão amorosamente em gratidão.
Esquecer? Impossível! Que fique vestido
de perdão. Anjos melodicamente tocando
harpas, saudarão novamente dia colorido!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
COMUNHÃO
Desejo manhãs ensolaradas,
tristezas esquecidas, alegrias
renovadas, realidade viajando.
Sigo a borboleta colorida voando,
ao camuflar-me entre belas flores,
quero mel das abelhas trabalhando!
Beija-flor tenta um beijo roubar-me,
não percebe que estou esperando.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
SABEDORIA
Mágicos potes guardam
mil possibilidades! Almas
vulneráveis às novidades.
Acreditar! Fé num futuro amoroso,
manter-se afastado de chuvas ácidas,
coração aberto ao Sol, tempestades
passam rápidas, arco-íris inunda íris,
expõe boas energias de positividades.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
EMPODERAMENTO
Enfrento feras, solto
fragilidades ao vento,
amenizo meus medos.
Coragem! Há de se redescobrir:
âmago do coração dos desejos.
Engolir todos os fiéis arremedos,
purpurinas que brilham em farpas,
confetes que burlam os rochedos.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética
LIÇÕES DO TEMPO
Outono me trouxe
uma infinita calma,
vivo este instante!
Não tenho mais tanta pressa,
aprendi a aceitar meu destino,
alongar a estadia: ser viajante,
mais gentil com meus passos,
adiar tempo de ida: caminhante!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
QUE PENA!
Manacá da Serra,
floração em ápice,
enobrece céu anil.
Os mais belos versos coloriu.
Escrevi com pena de ouro,
riquezas que registrei em Abril,
fechei meu olho, tesouro guardei.
Queimada de Agosto, olho abriu...
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
Promessa de futuro,
círculo contínuo: nasce,
fenece... Túnel abissal... Uma folha outonal voa, lépida;
declina, queda livre na paisagem,
no solo se decompõe, magistral
adubo, basta um toque superior,
semente para brotar vida ideal.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
PRO_CURA
Decidir brilhar no
tempo vazio, só
depende de mim.
Acordo na manhã gelada, solitária.
Há duas opções: melancolia atroz
ou sorrir: perfumar-se de jasmim!
Escolho a segunda, vou aquarelando
arco-íris nos caminhos, feliz enfim...
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ENIGMA
Estranho verde olho
pintado numa parede,
espiando olhar meu...
De olho na minha sombra,
eu só eu, mais ninguém!
Como pode ser tão teu?
Entre avessos, o que sou,
nesse corpo atrás do meu?
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
AO MEU EU
Desculpas! Bolsos vazios
de experiências positivas,
urgem alforrias emergentes.
Busca-me, caso perca-me de mim,
no desapego de ser compreendida.
Ante críticas, só ilusões sorridentes!
Armada dos desafios de aceitar-me,
inaudível grito contido entre dentes.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ABISMOS
Vagando aquém de
mim: passos atrás,
além das bordas...
Coração virou pedra, me afastei:
gélido amor, luzes se apagaram.
Lavras mudas, atadas em cordas
de violão quebrado! Em silêncio,
meus eus guerreiam em hordas.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
MALDITA TIMIDEZ
Abraços sem toques.
No momento perdido,
meus anseios despejo.
Diante de ti, emudeço estática,
coluna de pedra, rocha fincada,
lábios fechados ao beijo! Ensejo
paradoxal: oceano de emoções no
coração. Corpo fechado ao desejo.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
SOLIDÃO PARADOXAL
Existo como único,
diferente de todos,
em solitude exigente.
Sou os outros: telhado passado;
ascendente do futuro, que virá,
cadeia de DNA: um descendente!
Sem presença deles, não existiria,
solitário, numa multidão de gente.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
DESFORRA
"Vingança, prato que
se lambuza frio..."
Diz certeiro ditado.
Principal ingrediente é a paciência.
Lágrimas do tempo, cal, sofrimento;
parede, cimento se faz, edificado.
Não se vingar, melhor vingança,
desprezo é sutil, bem elaborado.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética
FUMAÇA
Cigarro, extintas cinzas,
cristaliza morno cinzeiro.
Troveja câncer depressa.
Esvoaça, se desfaz na atmosfera:
junto vai meu pensamento girando,
girando, se perdendo, sem pressa...
Mil nuvens estelares de querências,
a inutilidade da esperança impressa.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética
LIÇÕES DA PANDEMIA
Pontinha de esperança,
rasgada de pedaços
despedaçados da vida.
Expiro mágico milagre da respiração,
exalo fragrâncias de antigas pressas;
cada segundo que respiro convida:
"Procure nefastas ruínas dos sonhos
um novo amanhã sem despedida..."
Liz Rabello
Obra de Arte: Michael Lang
SPINA (Nova Forma Poética)
SENTIMENTOS
Inscritos no silêncio
dos mudos versos,
em lábios cerrados.
Nenhum acorde de sílabas traduz
música secreta, desejos do corpo,
detrás das rendas, beijos molhados,
volúpia, prazer, brilhando nos olhos,
sem sons, nossos amores estrelados.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
SENSIBILIDADES
Mudanças de olhares,
ventos sempre iguais,
movimento garboso ar!
Idêntica repetição do verbo amar,
só mudam nossas infinitas percepções,
As nuvens, em constante transmutar,
viajam, divagam, viram água, chuva.
Sonhador vê figuras nesse caminhar.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ONDE ESTÁ A AMIZADE?
Vitória do diálogo,
aceitação do outro,
amor em exigência.
Rompimento do muro da intolerância,
num forte diálogo quase impossível,
nasce uma nova, sincera experiência.
Amizade mora numa linha equilibrista
do respeito, aceitação da divergência.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
APENAS UM PORTÃO
Sensação: máxima profundidade.
Estrutura, movimentos circulares,
sentidos aprisionados, enganados.
Estrutura do portão, plana, engana!
Ilusão de ótica demonstrando: "Nem
tudo resiste aos olhos enfastiados..."
Pior: nossos conceitos mentais são
frutos de sensações, corpos limitados.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
AMOR INCURÁVEL
Estrela Sol ilumina,
seduzindo Lua Cheia...
Sua obsessão ausente.
Um certo ar, mistério indecifrável,
paira por trás, fulminantes raios.
Lua, musa nua, amável, indiferente,
veste-se de luz, intensamente fria!
É ela quem seduz, completamente.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
COSTURANDO O FUTURO
Passado: roupa fora
de moda, apertada
demais! Inovar dança!
Dia de rejuvenescer na andança,
sonhar outros mundos, viver ares
olorosos, cristalizar a nova aliança,
majestoso futuro, fincado em fé...
Adaptado a corpo verde esperança.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
BILHETE
Difíceis dias virão,
solidão, amor meu,
numa paixão voraz.
Os sentimentos não se perdem,
louca ausência de tua presença,
dentro do pensamento se refaz,
levado pelo vento, pote mágico,
saudades além mar, tempo fugaz.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
TODO DIA É NATAL
Véspera deste Natal,
acordei bem cedinho,
embebedei-me de Sol.
Plantei uma flor no jardim,
sujei minhas mãos de terra,
sorri para Deus, meu farol...
escrevi poemas, abracei a luz,
respirei ar novo. .. Sou girassol.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
Libertar torpes correntes,
extravasar doces lágrimas, subornar visceral vaidade.
Natal é momento de desapego,
soltar as amarras do consumismo,
abrir coração para nova realidade,
desatar nós, perdoar, filtrar emoções!
Amar ao próximo, profunda lealdade.
SPINA (Nova Forma Poética)
UM BRINDE A 2023
Desejo ano único!
Nada de impossíveis,
praia verão Janeiro...
Confete, carnaval, fantasia em Fevereiro, chocolate em Março, gerânios pendentes
das janelas: Abril! Maio aventureiro...
Quadrilha, quentão, vinho, junho, julho.
Agosto... Dezembro: viagens, ano inteiro!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
RESISTÊNCIA
Chutada lá vinha
Vira-lata, na rua
largada, a coitada.
Símbolo do guerreiro, Lula preso,
(caminho aberto à extrema direita).
Ela, no acampamento, foi resgatada.
Ambos representam luta, força, fé!
Sobe a rampa, Resistência, louvada.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ALFORRIA
Sonhando serem livres,
meus eus emaranhados
dançam no pensamento.
Pegam carona... Asas de passarinhos,
colos de bem-te-vis, fiapos esvoaçantes,
dente-de-leão voando, voando ao vento!
Liberdade caça jeito: são borboletas.
Louca imaginação, exige o sentimento.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
POLIDEZ PERSISTENTE
Carícias em pedras,
vento molda caminho,
traz sementes: amor...
Toques voláteis de puro calor,
festa de vida, eterno equilíbrio,
leva beleza, sua grandeza, valor;
antes do abismo, verdes folhas,
ponta do penhasco: uma flor...
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
NARCISISMO
Reflexos do Criador,
água reluz beijos,
nuvens de algodão.
Translúcido colorido nas tardes quentes,
Sol margeia horizonte, nuances de sangue,
Lua desponta prateada, solitária ilusão!
Mesmice em ternura, encontros infinitos,
eternidade presente: dia, noite... Fusão!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ENCANTAMENTO
Avesso ao pensamento
vestido de fronteiras...
Visitação ao indizível.
Abrir asas para movimentos poéticos,
aquarelar, pincelar os desejos utópicos,
administrar sonhos alados ao incrível,
ampliar limites, horizontes do mundo,
abrir espaço ao admirável impossível.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
SOLIDÃO
Silêncio, rua deserta,
Lua mastiga sombras
dos passos incertos.
Luz que me deixa inquieta,
farol em laços de abraços,
o medo em corações cobertos
por fé, pedidos de proteção
ao Cristo de braços abertos.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
APRENDIZAGENS
Feridas cicatrizadas, lutas
vencidas, demonstram em
gotas: lições incorporadas.
As manchas no corpo escondidas,
frágeis rugas sempre bem vindas,
provas fiéis de guerras camufladas;
muitíssimo bem, em mim, provam,
forças diante das dores relacionadas.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
DIA D... Decisões
Agita o medo,
rasgue os fios,
eis sua hora!
Drible rios, enfrente as correntezas,
atravesse-os sem olhar para trás,
solte-se em fantasias de outrora.
Nas piores adversidades, tenha fé,
acredite: seu momento é agora...
Liz Rabello
Foto de Bijuka Camargo
SPINA (Nova Forma Poética)
SER ESCRITOR
Palavras voando sem
algemas, sem amarras,
só poeticidade presente.
Acolher, imortalizar a lavra profana, busca constante, dizer sem etiqueta.
Hálito de saliva alheia, sinceramente,
pouca importância tem, quero exercer
o meu ofício livremente, independente!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
DANÇA NAS ANDANÇAS
Instante mágico! Troca
escolhas: Sim... Não!
Borboletas no jardim.
É sempre possível mudar tudo,
aquilo que nos deixa infelizes,
por momentos de alegria assim:
energizados de doação, amor fiel,
pura gratidão, cheiro de jasmim.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
ENLACE PERFEITO
Limitar ser amado,
obsessão, não amor.
Na pauta, liberdade.
Sonhar junto é condição primordial,
cada qual seguindo rota diferenciada, labirintos de inspiração, auto verdade.
Casamento de emoções ou desenlace,
vale sempre respeito, fiel diversidade.
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
SER O DIFERENCIAL
Espessa camada, tristeza
profunda, mundo pesado,
pessoas agressivas: ódio! É preciso construir a esperança,
derramar poeira de amor, sonhar,
perdoar, criar um novo episódio,
rico em espiritualidade, alma leve.
Meu corpo, transporte ao pódio!
Liz Rabello
SPINA (Nova Forma Poética)
INCONFESSÁVEL AMOR
Parabéns, Liz! Tudo muito belo! A arte salta aos olhos.Gostei demais! Beijo.
ResponderExcluirObrigada Beth por sua apreciação e comentário. Vindo de uma estrela da palavra é muito lisonjeador.
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