TRILHA
Saber o que é andar
sem parar
Mas vibrando sem
querer
A cada luz que te
ilumina
A cada paz que te
chama
A cada curva que te
acalma!
PARAÍSO
Os versos e as
palavras em destaque: TRILHA, PARAÍSO! Devia ser aquele
caminho, que eu sempre a deixava fazer só, pois não gostava de subir pela mata.
Preferia ficar na beira do lago pescando ou no playground brincando com outras
crianças. Nos bons tempos que por lá íamos, quando em muitas pessoas, armávamos
barracas. Eu dormia com os adolescentes numa delas. Era delicioso demais a
sensação de medo, com a bagunça das almofadas e travesseiros voando um no
outro. Uma guerra sem fim, cujo motim era a gargalhada!
Uma tarde, meu
pai pegou a lanterna e me levou para o castelinho! Lá no Condomínio, diziam que
aquele lugar fora palco de uma tragédia. Um casal começara a construção da
torre para a única filha, uma princesa de cinco anos. Após um acidente na
piscina, em que a menina perdera a vida, os pais nunca mais ali apareceram!
Abandonaram a propriedade e tudo se transformou num lugar mal assombrado! Teias
de aranha e morcegos ali dentro não dormiam! Ficamos por lá, eu enfrentando o
medo! Naquela noite de lua escondida, o sol nos abandonou de repente, sem que
tivesse tempo de explorar o ambiente! Meu pai me disse que não sabia voltar.
Mentira para me assustar! Conseguiu, porque andei pelas ruas desertas chorando
o tempo todo e nada que pudessem fazer para me acalmar. Foi quando a vi
dirigindo o seu carro. Vovó viera me buscar e me abraçou com a magia do amor e
a segurança que me tirou da dor!
(Liz Rabello, in INTERVALOS, CÓDIGO AGV, Beco dos Poetas, 2013 - São Paulo)
(Liz Rabello, in INTERVALOS, CÓDIGO AGV, Beco dos Poetas, 2013 - São Paulo)