sexta-feira, 20 de outubro de 2017


POÇO FUNDO

Não te enganes
Dói teu caminhar
Pés áridos no chão deserto
Pés limpos no piso de granito
Tu, que te lambuzas de aparências
Fome, frio, angústia, morte em vida
Tu, que te lambuzas em banquetes
Mac Donald, Fast food, coca-colas
Trump, Kim Jong-un, Temer, Doria
Todos sofrerão as consequências
Um planeta que berra,
Vomita sede de água doce
Não se sustenta
Apodrece na latrina do lucro
E da incerteza

Liz Rabello

Não nos enganemos. A Somália não é tão longe. É pertinho do Shopping onde consumimos além das possibilidades que a natureza tem de se refazer. É pertinho dos pensamentos fundamentalistas, sejam eles de que espécies forem. É pertinho da desertificação que nós promovemos em nome de lucro. Estamos todos na mesma caminhada. A indiferença para com tantas vidas ceifadas é tão cruel quanto a aridez deste solo. A qualquer momento podemos descer para o chão e sentir o quanto dói este caminhar.
Leda Bossi
MINHA ALMA É UMA BORBOLETA


METAMORFOSES

Mudanças repentinas
Renovações aqui, acolá
Reviravoltas na vida
Basta uma limpeza no sótão,
No quartinho de despejo
Álbuns em fotos puídas
Recordações brotam do nada
Metamorfoses perdidas no tempo.

Jamais ter medo de arriscar
Agir em prol do que sonhamos.
Às vezes é necessário
Mudar a estratégia da vitória
Adiar desejos secretos,
Mas jamais eliminá-los de vez.
Afinal a esperança é um pó mágico
Numa gaveta discreta da alma.

A escolha é nossa
Cadeados em gavetas ou
Janelas escancaradas nos casulos
Coloridos de fiapos de esperanças
Prefiro ser equilibrista em
Metamorfoses constantes
Driblando estrelas brilhantes,
No infinito da vida!

Liz Rabello