terça-feira, 23 de dezembro de 2014



SABEDORIA DO OUTONO

Meu Eu... Casulo amordaçado 
Fios de sonhos perdidos 
Atados a noites escuras 
Gélidos invernos de dor 
Lápides frias de cemitérios!

Meu eu... Casulo cinzento 
Semente de amor escondida 
À procura de terra fértil 
Água límpida de nascentes 
Manhãs de sol primaveril!

Meu eu... Fruto maduro 
Macieira perfumada 
Outono esquecido no tempo 
Preso às malhas do destino 
Sem razão para existir!

Esquece teus finais 
Hora de recomeçar 
Borboletas frágeis, 
Em margaridas a dançar 
Sangra arestas, cria pontes!

Voa, voa, voa! 
Livre... Solto 
Liberdade conquistar!

Liz Rabello (In INTERVALOS, 2013, Beco dos Poetas)