VOO RASO OU GIGANTE!
Há quem diga que não goste de solidão... Eu gosto... Costumo até dizer que não estou sozinha... Sou sozinha! Apaixonada pela obra de Van Gogh, descobri, recentemente, que além do gosto pelas tintas e cores, também ele como eu, somos igualmente “solitários”... Quer algo melhor do que caminhar sozinha com seus pensamentos por uma trilha deserta e observar a fuga da luz? Sentar-se à beira de um lago e encantar-se com um lindo pôr-do-sol? Caminhar pela orla marítima, durante o entardecer? Esparramar-se em uma cama grande e dormir... Descansar da labuta e esquecer os problemas? Mas... há momentos, não raros, em que o corpo e a mente, como também o coração pede o voo e aí a gente se lembra que “O ser humano é um pássaro de uma asa só e que é preciso se juntar ao outro para poder voar!” É aí que a gente procura o Outro, o Amigo, o Amante... E se precipita no horizonte num voo raso ou gigante! E é lindo demais!
(Liz Rabello, in MIL PEDAÇOS, Editora Beco dos Poetas, 2012)