segunda-feira, 2 de junho de 2014




TRILHA

Saber o que é andar sem parar
Mas vibrando sem querer
A cada luz que te ilumina
A cada paz que te chama
A cada curva que te acalma!

PARAÍSO

Os versos e as palavras em destaque: TRILHA, PARAÍSO! Devia ser aquele caminho, que eu sempre a deixava fazer só, pois não gostava de subir pela mata. Preferia ficar na beira do lago pescando ou no playground brincando com outras crianças. Nos bons tempos que por lá íamos, quando em muitas pessoas, armávamos barracas. Eu dormia com os adolescentes numa delas. Era delicioso demais a sensação de medo, com a bagunça das almofadas e travesseiros voando um no outro. Uma guerra sem fim, cujo motim era a gargalhada!
Uma tarde, meu pai pegou a lanterna e me levou para o castelinho! Lá no Condomínio, diziam que aquele lugar fora palco de uma tragédia. Um casal começara a construção da torre para a única filha, uma princesa de cinco anos. Após um acidente na piscina, em que a menina perdera a vida, os pais nunca mais ali apareceram! Abandonaram a propriedade e tudo se transformou num lugar mal assombrado! Teias de aranha e morcegos ali dentro não dormiam! Ficamos por lá, eu enfrentando o medo! Naquela noite de lua escondida, o sol nos abandonou de repente, sem que tivesse tempo de explorar o ambiente! Meu pai me disse que não sabia voltar. Mentira para me assustar! Conseguiu, porque andei pelas ruas desertas chorando o tempo todo e nada que pudessem fazer para me acalmar. Foi quando a vi dirigindo o seu carro. Vovó viera me buscar e me abraçou com a magia do amor e a segurança que me tirou da dor!

(Liz Rabello, in INTERVALOS, CÓDIGO AGV,  Beco dos Poetas, 2013 - São Paulo)

Um comentário:

  1. Chega um tempo outonal onde as lembranças é tudo o que nos resta... Há de se criar um presente repleto de muito amor para as lembranças serem de ternura...



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