quarta-feira, 25 de junho de 2014



Feche olhos pras queimadas
A gosto de quem não vê
Os agostos sem chover!

GIRASSÓIS

Uma lembrança desencadeia outra! Agosto nunca foi o mês predileto da vida dela. Sempre dizia: Muitas mortes em família. O meu avô paterno e as minhas bisas foram morar em outra esfera nesse mês! O verde, que tanto amava, ficava seco, marrom escuro! A fumaça cortava o céu e voava levada pelo vento a poluir a cidade. Não eram só as perdas que se tornavam tristes. O ar, o ambiente, a atmosfera também! Agora, era eu, quem mais sentia. A gosto de Deus... Ele a levou neste mesmo mês. Poderia ter sido em Setembro, mês das flores, ou em Abril, pés de Manacá floridos! Ou em Janeiro! Os girassóis estariam se voltando para o Sol em busca de luz. Ah... Os girassóis! Ou foi a luz do sol, ou a letra G da palavra e eu a descobri, ao mesmo tempo em que na capa de um dos álbuns, lia triunfante:


Sinta a leveza do Amor
Olhe sempre os Girassóis
Cinemas de entardecer!

(In CÓDIGO AGV,  INTERVALOS,  Liz Rabello, Beco dos Poetas, 2013)

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