quinta-feira, 19 de abril de 2018

UM POUCO ANTES


Belíssimo, amigo Milton Luna... Amei demais participar deste lirismo coletivo, que engrandece a obra literária do poeta e romancista João Caetano Do Nascimento. Trabalho perfeito de construção do vídeo. A música do Ronaldo Ferro foi muito bem escolhida. E o uníssono de todos os poetas aclamando o autor do poema ao final ficou simplesmente emocionante. 
Liz Rabello

segunda-feira, 16 de abril de 2018

RENDAS DO SILÊNCIO


PREFÁCIO

Liz Rabello em Rendas do Silêncio tece “fé, esperança, verde Liz no olhar”. Tece sonoridades, arados, silêncios múltiplos. Tece metamorfoses nas janelas escancaradas, metamorfoses constantes na poesia volátil dessa coletânea. Ao ler os versos que pulsam nessas asas-páginas, ouvimos “passos na escada, rastros na esquina, folhas amassadas”. Ouvimos um rio sempre novo que deixa para trás as tempestades e as lágrimas. Ouvimos o vento sacolejar a lua. Ouvimos nascentes que Liz tece com os dedos ágeis - tecelã que nos envolve em canções multicoloridas ao sol. Vertigens de mel-fel-fissura. Liz-luz faz voar poesia de dentro para fora, versejando com o reverso dos versos que varrem letras para costurá-las em palavras. Cabe ao leitor percorrer a tecitura dos sonhos, o olhar de cada silêncio, a trama, o recorte desses poemas rendados. Cabe ao leitor romper os casulos elevando-se aos voos nas asas desse “Rendas do Silêncio”, onde a poesia nunca “servil” a ninguém, LIVRE!

Deolinda Nunes



quarta-feira, 11 de abril de 2018


REVOADA COM AKIRA 

BENTEVINDOS

É nesta revoada de pássaros, que voam, revoam em revoadas, ondas sonoras de amor paz, ondas escritas em tintas fraternas, em linhas lineares de alegrias... Tudo para abraçar o Mestre Akira Yamasaki... Obrigada Milton Luna pelo carinho de seus desejos fraternos de união de todos nós d' A Casa Amarela - Espaço Cultural



VOO EM PÁGINAS

Livros naufragam palavras
sons deslizam chamadas
batidas de corações
Alcançam pensamentos
em círculos
que voam voltam
revoam revoadas 
de luzes e toques
sentidos aguçados
para aquele que me faz
que me traz
que me apaixona
Segundos de ilusão
mãos que se descuidam
se agarram, se tocam
realidade ficção
a quatro mãos voando
virando páginas da vida!

Liz Rabello

SOLIDÃO

Penso estar habituada demais com ela
E, embora eu não a entenda e aceite
É comigo mesmo que fico o tempo todo
Fecho portas
Escancaro janelas
Deixo o sol entrar
Fico a espreitar
Vento soprar
Passarinhos vir ciscar
Margaridas borboletas esvoaçar
O dia se vai na rotatória
Gira mundo sem parar
Fico vendo o anoitecer chegar
E nada mais acontece

Liz Rabello



EIS A ARMA QUE VENCE GUERRAS: "O LIVRO"



ESCOLHA

Há uma revolução com armas
Há outras entre falsas religiões
Outras mais com ironias veladas:
Charges, desenhos, metáforas
Alvos merecidos: ovos, tomates
Papéis de dólares falsos
Em corruptos jogados
Outras nas ruas
Cartazes e multidões iradas
Andando cantando
Desatando nós
E se enrolando em vozes
E há esta: costurando dores
Afiando facas certeiras
Com palavras em vômitos
Jatos em páginas
Privadas dentro de livros

Escolha, é tua a opção!

Liz Rabello


Foto com Daniel Carvalho e Escobar Franelas em A Casa Amarela - Espaço Cultural

terça-feira, 10 de abril de 2018



MEU NOVO LIVRO:  "RENDAS DO SILÊNCIO"

APRESENTAÇÃO de Maria Lúcia López, PREFÁCIO E FOTOS de Deolinda Nunes, PROJETO e REVISÃO de Rozelia Rasia, CRIAÇÃO ARTÍSTICA DA CAPA de Analu Brettas, com foto da própria escritora, pela Editora GAYA, de Cruz Alta, do Rio Grande do Sul. São 150 poemas, alguns inéditos, outros já publicados em Antologias e poucos do meu primeiro livro Mil Pedaços. Compõem minha história de vida, alegrias, dores, desejos, sonhos, utopias... Armas palavras em luta poética. 

Liz Rabello
A mãe reparava o menino com ternura.
A mãe falou: Meu filho você vai ser poeta
Você vai carregar água na peneira a vida toda

Você vai encher os vazios
Com as suas peraltagens
E algumas pessoas vão te amar por seus despropósitos

Manoel de Barros


Lendo este poema eu me lembro do meu tio Adonio, que me ensinou a amar Olavo Bilac, telas de Van Gogh, que me declamava no ouvido, bem baixinho: "Amai as estrelas, olhai para entendê-las"... Ele era um simples sapateiro. No meio dos sapatos velhos, cujas solas consertava, tinha muitos livros: Os Sertões de Euclides da Cunha, Guerra e Paz, de ‎Liev Tolstói, compêndios completos d' Os Miseráveis, de Victor Hugo, coleções completas de Machado de Assis, O Primo Basílio de Eça de Queirós, Angústia de Graciliano Ramos, todos os livros do mestre Jorge Amado... Conversar com ele, era glória! Ninguém mais culto do que aquele homem.
Liz Rabello

segunda-feira, 2 de abril de 2018


CANÇÃO PARA TERESA

Teu olhar é ternura
Tua mão salvação
Tua voz doçura
Teu coração doação
Tua vida doce rima
Tua existência presença
Em tudo quanto é cantinho
De amor proteção

Liz Rabello



CANÇÃO PARA LIZ

A luz que escapa 
de teu riso
verte em vida,
no mar de teu olhar...

Liz menina,
Poeta enluarada,
brinca de Versos 
no universo criança!

É fada, estrela,
aconchego, poema...
Sussurro de brisa,
canção serena!

Brilha, agora,
Enquanto a noite chega...
Conta teu canto 
para embalar a flor...
Busca uma rima
que acenda o amor!

Teresa Lopes 


Lindos olhos teus,
Misturados ao verde
Da folhagem em festa...

O sol reflete, rindo
E os passarinhos
Rigozijam em festa!

Teresa Lopes

quarta-feira, 28 de março de 2018


CADEADOS DE BRONZE


No Brasil pós golpe só se vê
Pelas janelas dos transportes
Aluga-se... Vende-se!
Não há mais dinheiro na praça
Nem empregos em massa
Nem lazer pelas calçadas
Todas de mato cobertas
Não há mais passagens aéreas
Com preço quase de graça
Não há mais viagens turísticas
Conhecer obras de arte
Em Paris ou no velho MASP
O que nos resta?
Senão o vil aprendiz
O que fazer pelo meu Brasil?
Trocar alianças de ouro?
Ou nos fechar em portões
De cadeados de bronze

Liz Rabello

terça-feira, 27 de março de 2018


RENDAS RASGADAS


Quando te conheci acreditei
Amor meu pra sempre meu
Eras o sol a luz a alegria
Das minhas manhãs destelhadas
Das minhas crenças convictas
A ti me dediquei
Como uma mãe ao filho pródigo
Aceitava teus erros e te perdoava
Estava ali pra tudo que tu precisavas

Quando a casa caiu
As máscaras se rasgaram em
Silêncios de ausência
De fuga ingrata
De traição não mais velada
Tu me mostras teu caráter podre
Sei muito bem quem és
Quem foste e quem serias
As rendas se despedaçaram

Liz Rabello

terça-feira, 20 de março de 2018


ASAS DE BORBOLETA

Quero asas de borboleta
Para livrar-me da dor
Volúpia, pecado, torpor
Ao longe existe horizonte
Folhas, flores, frescor

Quero asas de borboleta
Para livrar-me dos fios
Enroscados no casulo, miolos
De muitas lutas, tijolos
Alçar voo em violetas

Quero asas de borboleta
Para livrar-me da inércia
Sementes em ausência
Ao longe existem nascentes
Rios que correm pro sem fim

Liz Rabello

sábado, 17 de março de 2018


MILAGRE


Minh’alma em pó se esvai
Num anoitecer de desamor
Numa madrugada de lençóis
Molhados de tanta dor
Paradoxal crepúsculo de paz
Num caos hospício salutar
Amanheço, renascendo em fé
Porque milagres existem

Liz Rabello


sexta-feira, 16 de março de 2018



ISTO É VIVER?

Medo de políticos corruptos
Medo de gente que mata gente
Medo de gente que mente
Medo de gente que acredita em quem mente
Medo de assalto ao bolso e ao coração
Medo de militar, do fascismo
Medo dos direitos perdidos
Medo do bolso fodido
Medo da conta bancária lesada
Medo de golpes de homens escrotos
Medo de doenças raras
Que te rouba fios de cabelos bonitos
Por Deus
Tenho medo de continuar a viver

Liz Rabello

quarta-feira, 14 de março de 2018



SIGO

Nos caminhos da vida
Danças de mão em mão
Danças na contramão
Mudanças
Mais danças
Andanças
Sigo

Liz Rabello

quarta-feira, 7 de março de 2018


MENINO SÍRIO

Do céu do meu universo
Não caem balões de gás
Nem confetes coloridos
Serpentinas encaracoladas
Ou suaves bolhas de sabão
Na minha infância perdida
Meu destino é bem fugaz
Só me resta proteger
A quem mais amo
Nada mais

Liz Rabello

segunda-feira, 5 de março de 2018

RECITAR
Recitar receitas de amor
É fácil fácil demais
Difícil é guardá-las em pó
Nos mágicos potes da vida
Esvoaçantes ao léu ao luar
Ou numa rotina de um lar

Liz Rabello
Fotos de Giovana Maciel (Fevereiro/2018)

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

ESTAREMOS NO XII CONGRESSO DE POETAS BRASILEIROS EM ITU, DE 27 A 29/ABRIL/2018...   BORA SER FELIZ, PORQUE A GENTE MERECE... 




Eu me perdi na encruzilhada da vida, volto atrás ao ponto de partida



domingo, 25 de fevereiro de 2018


ACERCA DA DOR

Há aquele que de tão desvairado
vê-se por ela penetrar
Para expulsá-la
aos outros manda matar
espoliar, injuriar, injustiçar
Tem sempre comentários e ações
que possam ferir o próximo
fazer a dor pular
só que é dentro de si
que a danada vai ficar

Há aquele que a dispensa
Diz que com ela não pensa
Forja felicidade e saúde
como quem busca a ilusão
Mas a dor é mais forte e vem
toma posse
Caminha, lado a lado,
com quem bem entende
seja ele seu inimigo ou fiel guardião

Há os corajosos de plantão,
que dela aceitam qualquer desafio
Se comigo assim é,
que venha a dor
do jeito que vier
a mim encontrará
e dela farei pó

Liz Rabello (2017)

Foto de Nicholas Betoni no Meu Paraíso/2017

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018



DIÁSPORA TRI (ÁSPERA)

VOLVER O TEMPO

Caso pudesse fazê-lo voltar
E páginas de minha vida apagar
Só queria de novo embarcar
Na inocência do desejo
De um grande amor vivenciar

Caso pudesse fazê-lo voltar

Daria cordas à intuição
Olhos abertos a enxergar
o que mentia o coração
Fazer  pó da ilusão

Caso pudesse fazê-lo voltar

na diáspora tri(áspera)
São dois pra lá, dois pra cá
Liberaria INTERVALOS
E os faria dançar dois pra lá

Uma pra cá

Leve 
Livre
Solta
Nas mãos de Deus
A sonhar

Caso pudesse fazê-lo voltar
E páginas de minha vida acrescentar
Só queria de novo escrever
Um próximo encontro mágico
Com outro amor pra viver

Liz Rabello

Foto de Giovana Maciel em Fevereiro de 2018

domingo, 18 de fevereiro de 2018


 HONRAR O AMOR

Ao contrário de você
Que bem antes do fim
Em novo amor se enredou
Não quero ninguém ao meu lado
Pela metade, sem decisão, sem fé

Quero antes me limpar
De toda esta lama
Que você sujou
Quero antes definir
Minhas razões do amor
Sugar os poros do suor da dor

Quero antes desfazer nós
Que por você atei
Com amigos que desandei
Quero antes me curar
De toda esta mágoa
Que você me causou

Quero antes cicatrizar
Todas as feridas
Que você sangrou
Quando eu amar de novo
Quero honrar o nome do Amor
Que você fez em mim emudecer

Quero voar ao topo mais alto da dor
E de lá olhar pro futuro
Filtrar emoções antes
De me precipitar em voo de risco
Asa delta rumo incerto
Pra pousar magnificamente no Amor!

Liz Rabello