quinta-feira, 13 de março de 2014




EU TE PROMETO

Se em teu coração
Eu puder morar
Lá vou enraizar

Alegrias mil a bailar
Beleza a iluminar
Cores a saltitar
Dádivas
Experiências deliciosas
Favos de mel
Girassóis girando girando
Hoje, ontem, amanhã!
Inusitados beijos
Júbilos a pecar em você!
Lábios em mel!
Melodias em ritmo de paz
Nuvens de alegrias!
Opulentas paixões!
Pecados... Corpos
Quentes!
Risos fáceis
Sentimentos fortes
Ternuras insistentes
União fiel para sempre!
Vento a roçar o tempo!

EU TE PROMETO

Um dicionário inteiro de

PALAVRAS DE AMOR!

♪ Legião Urbana - Monte Castelo ♫ (com letra)



I CORINTIOS 13, DE 1 a 8

Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine.
Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei.
Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá.

O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.
Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.

O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.

SONETO DE CAMÕES


Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

quarta-feira, 12 de março de 2014


BORBULHANDO SONHOS


Tem um sabor agreste
Verde oliva azul celeste
Gotas de arco íris em luz
Bolhas de ilusão no meu capuz
Tem um sabor de eternidade
Algo que transmuta realidade
Mudanças de estado, verdades
Erros de egos, status de vaidades

Tem sabor de alegorias
Luzes claras de alegrias
Sons suaves de euforias
Canções em doces melodias
Minha árvore dos sonhos
É assim... água corrente
Nas manhãs incandescentes
Abraçando sol lua paz nascentes

(Liz Rabello, In APANHADOR DE SONHOS,  Beco dos Poetas, 2014)

terça-feira, 11 de março de 2014

Eliana - Ao mestre com carinho

)

AO MESTRE COM CARINHO

O estranho de tudo isto é que, em geral, somos nós, os humanos, que escolhemos animais de estimação. No caso, Nininha nos escolheu. Meu sobrinho e meu filho passavam em sua casa, diariamente, e ela abanava seu rabinho de vira-lata, no porte do capa preta pastor alemão, olhinhos sapecas e inteligentes, dignos da mescla de um erro de sua mãe... Uma pedigree apaixonada por um vira-lata. Passavam dali, paravam e com ela brincavam. Um dia, fugiu por uma fresta do portão e os seguiu. Eles “juram” que tentaram devolvê-la. Eu trabalhava demais e não queria problemas. Quando a Menina chegou, logo impus minhas regras. Fica na lavanderia. Nada de entrar dentro de casa! E ela obedecia! Linda! Estávamos próximos ao Natal. Final de ano letivo, formatura dos meus alunos de oitava série. Era a paraninfa deles e estava ajudando na organização do evento. Ensaiávamos juntos “Ao Mestre com Carinho” e esta música não me saía da cabeça. Eu a cantava em todos os lugares por onde estava: no carro, no chuveiro, lavando folhas de alface na pia da cozinha. Distraída, não observei que Nininha chegou bem pertinho. Como era de praxe, eu lhe dizia: “Aqui, não! Volte para sua casinha!” Ela voltava. Era obediente demais. Mas sua maior característica era a sensibilidade e a inteligência. Naquela manhã de sol, os raios perpassavam pelas veias singelas das folhas de alface e meu coração foi tocado pelo amor! Nininha me acompanhava, de olhos fechados balançava a cabeça no ritmo e nos acordes da canção! Nunca mais eu a toquei para sua casinha. O espaço dela adentrou para o meu. Nós nos tornamos amigas para além da vida! E ela sempre soube que eu a amava de verdade. Quando o câncer tomou conta dela, precisou fazer cirurgias, aguentou cinco antes da Metástese. E ela o fazia com a sabedoria de quem entendia que precisava deixar-se passar pelo sofrimento da dor para poder perder a dor maior! Era um encanto vê-la confiar em nós três. Eu e meus filhos cuidávamos dela com muito amor! Já se passaram muitos anos e eu a guardo na memória com o mesmo encanto da primeira vez. Sou professora e ensino o valor das palavras, mas foi com a minha Nininha que aprendi o valor da sensibilidade e do amor! Amores assim são eternos!


 (Liz Rabello, In INTERVALOS, Editora Beco dos Poetas, 2013)

sexta-feira, 7 de março de 2014


ALÉM DAS PEDRAS
De tempos a tempos, me atiram pedras. Chegam de quem menos espero. Como ondas gigantes do mar a bailar, eu rochedo a me quebrar. Palavras tortas sangram rios, torrentes de revoltas! Não as quero ouvir, pois sempre meus olhos buscam além das pedras, muito embora elas sejam jogadas em mim como água benta, tentando polir arestas. Mil vezes repito: Podem jogá-las, ainda construirei um castelo! À porta de ferros, um jardim de pedras. De minha mente, gramado verde a florir intensamente e fazer valer a vida! 


Liz Rabello

ONDE ESTÁ O AMOR?

Há sempre um ponto
Uma encruzilhada
Um banco
Uma esquina
Um lance de olhar
Uma gota de orvalho
Uma luz ao luar
Uma fonte a jorrar
Uma chuva constante
De lindas notas musicais
Onde o amor está



Há sempre uma porta aberta
Uma janela a sorrir à luz do sol
Uma flor abrindo pétalas de cores
Exalando mil aromas
Gritos e gemidos de orgasmos
Lances de poesia dos sorrisos de crianças
Lambidas e carinhos de animais de estimação
Onde a única nota musical a soar é o Amor!


(Liz Rabello)

quinta-feira, 6 de março de 2014



DE DENTRO DOS LIVROS...

Se agasalham os sonhos
Para não morrerem de tédio
Casulos permanentes
Quando se abrem as páginas
Ah, que gozo magnífico
Borboletas voam
Desapegadas
Alegres
Livres sem noção
Loucas de emoção
Em queda livre
Precipício de incertezas
Asas de uma asa delta

Liz Rabello



RAIOS DE LUZ 


Que venham ecos de montanha 
Raios de luz nas manhãs geladas 
Puros reflexos na água parada 
Encantos das auroras reiniciadas! 

Que venham azuis dos mares 
Transparentes e límpidos olhares 
Que nada é perdido no tempo 
Ventos uivantes nos penhascos! 

Que venham novas memórias 
Mandando embora ares poluídos d'outrora 
Tempestades riscadas por outros encontros 
Relíquias esquecidas de folhas viradas! 

Liz Rabello

quarta-feira, 5 de março de 2014


POR DO SOL EM PIEDADE


Poesia que vem da noite
céu amarelo laranja abraçando a lua
azul escondido nas tardes que se vão
apagando luzes em  contradição!


Poesia que vem do sol
céu amarelo laranja girassol
fogo queimando tardes de verão
acendendo luzes em meu coração!




Liz Rabello

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014



VOO EM PÁGINAS

Livros naufragam palavras

sons deslizam chamadas

batidas de corações
Alcançam pensamentos
em círculos
que voam voltam
revoam revoadas 
de luzes e toques
sentidos aguçados
para aquele que me faz
que me traz
que me apaixona
Segundos de ilusão
mãos que se descuidam
se agarram, se tocam
realidade ficção
a quatro mãos voando
virando páginas da vida!

Liz Rabello



TOQUE MÁGICO

 Há algo de mágico em ti
É especial este teu voo
Sinto-me nas nuvens
Vertigem nas alturas
Avesso aos pés no chão
Alucinantes viagens
Pelos céus do infinito
Rainha de teu querer!

Cantigas de ninar
Olhos fechados
Rosto colado
Em teu peito deitada
Sensação vertiginosa
Queda livre bem gostosa
Deixar-se levar
Pelo vento a soprar!

Há algo de mágico em ti
É inusitado este sentir
Novo modo de ver
Corpos entrelaçados
Cavalgando estrelas
Roubando fios de água
Suor do universo
Em corpos nus!

(Liz Rabello - In Delicatta VIII - 2013)

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014



TÃO LONGE
TÃO PERTO!

Como o reflexo da água
Vejo-te na transparência
Das miragens eternas!
Vejo-te na imensidão do mar
No buraco negro do infinito
No meio das nuvens a se dissipar!
Vejo-te no clarão do luar
No sol brilhando, orvalho secando
No vento a dispersar manhãs geladas!
Vejo-te assim tão distante, além mar!
Longe demais o coração a clamar!
Sentimentos quentes, sussurros a escutar!
Vejo-te e sei que não são apenas miragens
Angústias de quem ama em solidão
Tão longe e tão perto do coração a saltar!

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

ESPERA



ESPERA

Olho para a lua
Procuro teu olhar
Que se dissipa nas nuvens
Não há o que encontrar!

Olho o infinito...
Pingos de estrelas brilham
Estremeço a luz do teu olhar
Por segundos pareço te encontrar!

Mero sonho, desejo vão
Nada a esperar, dedos vazios
Na fome de te amar,
Coração descompassado
Louco a esperar... A esperar!

(Liz Rabello)

CÓDIGO AGV


"Uma tarde, meu pai pegou a lanterna e me levou para o castelinho! Lá no Condomínio, diziam que aquele lugar fora palco de uma tragédia. Um casal começara a construção da torre para a única filha, uma princesa de cinco anos. Após um acidente na piscina, em que a menina perdera a vida, os pais nunca mais ali apareceram! Abandonaram a propriedade e tudo se transformou num lugar mal assombrado! Teias de aranha e morcegos ali dentro não dormiam! Ficamos por lá, eu enfrentando o medo! Naquela noite de lua escondida, o sol nos abandonou de repente, sem que tivesse tempo de explorar o ambiente! Meu pai me disse que não sabia voltar. Mentira para me assustar! Conseguiu, porque andei pelas ruas desertas chorando o tempo todo e nada que pudessem fazer para me acalmar. Foi quando a vi dirigindo o seu carro. Vovó viera me buscar e me abraçou com a magia do amor e a segurança que me tirou da dor!
  
Quatro rodas a girar
Siga o vento,
Que vai te mostrar!



Tudo me levava aos tempos antigos... Agora as quatro rodas do carro da vovó... Como gostava de dirigir! Era sua paixão!"

(In INTERVALOS, "CÓDIGO AGV", por Liz Rabello, Editora Beco dos Poetas, 2013)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014



BOLHAS DE SABÃO

Vou brincar com bolhas de sabão
Acreditar que a vida não é sonho vão
Enlouquecer paredes com sopros de funil
Escorregar tijolos de matiz
Anil róseo escarlate
Ao vento driblando
Rolando girando
Meu coração saltitando
Sorrisos doçuras de mel
Só criança é feliz assim!

Vou brincar com bolhas de sabão
Dentro delas dores mil
Casinhas de papelão
Barquinhos sem velas
Lua sem estrelas
Sol sem brilho próprio
Árvores sem folhas
Lagos sem peixinhos
Saudades sem olhos úmidos
Vento, leve embora minha dor!

Vou brincar com bolhas de sabão
Dentro delas muita luz
Esperanças verdes Liz
Olhos de serenatas
Canções e perfumes de jasmim!
Num impulso de alegria
Mãos seguram a euforia
De ver bolhas explodindo
Levam a dor e o amor
Levam saudades e esperanças!

Sorriso desaparece dos lábios
Vento parou
Mãos molhadas
Surpresa chegou
Brinquedo acabou!

(In ARMADILHAS DO DESTINO, in INTERVALOS, por Liz Rabello,
 Editora Beco dos Poetas, 2013)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014





LAÇANDO A FELICIDADE!

Começo de mais um dia
Fantástico!
Diferente!
Criar nova oportunidade
Com o pé direito,
otimismo à flor da pele!
Distância de quem não acredita
Que a cada instante tudo se renova!
E é possível crescer!
Angariar multidões
para um novo modo de
“Ver”
”Fazer”
”Esculpir” o Amanhã!

(In MIL PEDAÇOS, de Liz Rabello, página 19, Editora Beco dos Poetas, 2012)

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014





ESQUECER

As manhãs me pegam nua
Faminta do amor que a noite teceu
Vestida de cores e luzes do alvorecer
Sons do vento batendo nas folhagens
Trazem hálito de flores perfumadas
Mas teimam em me desaquecer
Águas mornas do chuveiro
Esquentam meu corpo em prazer
Roupas leves sedas suaves
Cremes e dedos afagam meu ser
Demoro a me vestir de vida
Rotina me puxando pra valer
E só me fazendo esquecer
Sonhos que embalavam meu viver!

Liz Rabello