quarta-feira, 6 de dezembro de 2017


DESEJO

A paz do meu paraíso
Onde lágrimas podem me salgar
Ou uma linda piscina me abençoar
Minha nudez de estrelas pratear
Ou me cortar de lâminas da lua
Para só boas lembranças fatiar

Liz Rabello

terça-feira, 21 de novembro de 2017


RASGOS DE RENDAS

A poesia não quis sair do anonimato
Das folhas em branco
Da caneta seca
Do lápis quebrado
Não consegui escrever o que sinto
-“Escuta, os sinos vão replicar”
Mas se calaram...
Perderam-se nas rendas do silêncio

Liz Rabello

sábado, 11 de novembro de 2017


INVISÍVEL

Fiz parte de sua vida?
Será que um dia fui visível?
Se meus desejos não passavam de caprichos?
Se meus sonhos não podiam ser ouvidos?
O céu perdeu a cor
Minha saúde se deteriorou
Meus olhos verdes perderam a luz
No que foi que você me transformou?
Mulher invisível, sim senhor
Renascimento, por favor!!!!!

Liz Rabello

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

VOO DE LIBERTAÇÃO


Os opostos se distraem
Os dispostos se atraem
Karol Müller🎵


DETESTO MINHA MÃO

Como desenhar algo que não gosto?
Unhas pequenas demais
Pele encarquilhada
franzida
tecido encolhido e rasgado
perdido no tempo
Começo pelas unhas
dedos, braço à mostra
Aos poucos "Ela" adquire forma
fica tão semelhante
que voa buscando vida
parece querer tocar na extremidade
da folha do papel
Viro a página
coloco-a contra a luz
e tento descobrir nas linhas sem contorno
meus toques pessoais
linhas que de longe possam exprimir
as minhas digitais
mas só sinto o perfil dos meus "ossos"
na linha do M da morte
Eu, que antes era única
perene e solitariamente eterna
agora, sou apenas contorno, sem pele
De fora, olhando-a
Me vem à memória tudo
o que faço com ela
lindas telas coloridas
bordados caprichados
sementes que viram árvores
brigadeiros que enchem os olhos
e encantam paladares
carinhos nos meus amores
escritos de minh' alma
Ah! Insensato delírio!
Gosto, enfim, "Dela"

Liz Rabello



"No mistério do sem-fim equilibra-se um planeta. E no planeta um jardim. E no jardim um canteiro. No canteiro uma violeta. E sobre ela o dia inteiro, entre o planeta e o sem-fim, a asa de uma borboleta."
Cecília Meireles



É hora do desapego
Soltar as amarras
Libertar as correntes
Extravasar mágoas
Subornar vaidades
Desatar nós
Ao próprio Eu
Perdoar!
 Filtrar emoções

Liz Rabello


Fotos de Deolinda Nunes

ENTRE A METAMORFOSE E O VOO É POSSÍVEL SER FELIZ


Meu eu... Fruto maduro
Macieira perfumada
Outono esquecido no tempo
Preso às malhas do destino
Sem razão para existir!
Esquece teus finais
Hora de recomeçar
Borboletas frágeis,
Em margaridas a dançar
Sangra arestas, cria pontes!
Voa, Voa, Voa!
Livre... Solto
Liberdade Conquistar!

Liz Rabello


MÚSICA DAS RENDAS DO SILÊNCIO

Nas frias manhãs de rendas
Tecidas pelo tempo neve
Garoa, tempestades, ventos
Jornadas em greve

Aranhas tecendo fios
Emaranhados de silêncios etéreos
Iscas adormecendo vidas
Lacrando voos em labirintos fúteis

Nas tardes quentes de rendas
Tecidas pelo tempo Sol
Lagartas expiram vida
Voam borboletas Do Re Mi Sol

Liz Rabello


Borboletas voam para lá do meu jardim
Eu não me importo
Aos céus esvoaçando luzes
Sinais de amor levando
Letrinhas encantadas carregando
De volta ao poeta
Que tanto nos legou
E nada nos pediu.

Liz Rabello


DE DENTRO DOS LIVROS...

Se agasalham os sonhos
Para não morrerem de tédio
Casulos permanentes
Quando se abrem as páginas
Ah, que gozo magnífico
Borboletas voam
Desapegadas
Alegres
Livres sem noção
Loucas de emoção
Em queda livre
Precipício de incertezas
Asas de uma asa delta

Liz Rabello



sexta-feira, 3 de novembro de 2017

VOMITE SEU LIXO


O homem pisa na lua
Descobre estrelas
Expande a Ciência
E cria bombas
Atômicas
Mata o planeta
Ofusca as estrelas
Nebulosa lua nas noites escuras
Seu lixo continua n’alma
Pois jamais aprendeu a vomitá-lo

Liz Rabello


terça-feira, 31 de outubro de 2017


PASSA PASSA TEMPO

Passarinho espreita chuva
Não que a ela tenha que aturar
E, sim, alegre a festejar
Porque sabe que a vida só é
Porque ela existe e
Vem nos acarinhar

Liz Rabello

terça-feira, 24 de outubro de 2017


POEIRA DE ESTRELAS

Quando eu me for desta
Pra outra esfera
Quero ser a estrela mais bela
Lua dançante de tuas noites azuis
Ondas quebrando em teus pés molhados
Um grão de areia a roçar sua face
Magia do vento a balançar cabelos
Luz do sol a perpassar folhas de alface
Olhar fiel do teu cãozinho amigo
Festim de cores de tuas flores
Gramado verde a cobrir o pasto
Frutas maduras a saciar tua fome

Liz Rabello


RIO DA MINHA VIDA

Se eu fosse um rio
Sempre novo
Sempre leve
Sempre calmo
Deixando para trás
As tempestades
As lágrimas
Comoções
Acomodações
Não iria querer minhas águas
Em mar nenhum
Desaguar

Liz Rabello

domingo, 22 de outubro de 2017


CORAGEM

Como enfrentar maldade
Mentira e ingratidão
Se eu de livre e espontânea vontade
Doei meu coração
Minha conta bancária
Meu corpo em fé
Minha vida
Meus bens em comunhão?

Liz Rabello

sexta-feira, 20 de outubro de 2017


POÇO FUNDO

Não te enganes
Dói teu caminhar
Pés áridos no chão deserto
Pés limpos no piso de granito
Tu, que te lambuzas de aparências
Fome, frio, angústia, morte em vida
Tu, que te lambuzas em banquetes
Mac Donald, Fast food, coca-colas
Trump, Kim Jong-un, Temer, Doria
Todos sofrerão as consequências
Um planeta que berra,
Vomita sede de água doce
Não se sustenta
Apodrece na latrina do lucro
E da incerteza

Liz Rabello

Não nos enganemos. A Somália não é tão longe. É pertinho do Shopping onde consumimos além das possibilidades que a natureza tem de se refazer. É pertinho dos pensamentos fundamentalistas, sejam eles de que espécies forem. É pertinho da desertificação que nós promovemos em nome de lucro. Estamos todos na mesma caminhada. A indiferença para com tantas vidas ceifadas é tão cruel quanto a aridez deste solo. A qualquer momento podemos descer para o chão e sentir o quanto dói este caminhar.
Leda Bossi
MINHA ALMA É UMA BORBOLETA


METAMORFOSES

Mudanças repentinas
Renovações aqui, acolá
Reviravoltas na vida
Basta uma limpeza no sótão,
No quartinho de despejo
Álbuns em fotos puídas
Recordações brotam do nada
Metamorfoses perdidas no tempo.

Jamais ter medo de arriscar
Agir em prol do que sonhamos.
Às vezes é necessário
Mudar a estratégia da vitória
Adiar desejos secretos,
Mas jamais eliminá-los de vez.
Afinal a esperança é um pó mágico
Numa gaveta discreta da alma.

A escolha é nossa
Cadeados em gavetas ou
Janelas escancaradas nos casulos
Coloridos de fiapos de esperanças
Prefiro ser equilibrista em
Metamorfoses constantes
Driblando estrelas brilhantes,
No infinito da vida!

Liz Rabello

quarta-feira, 18 de outubro de 2017


PREMONIÇÃO


Dia 11/08/2017 tive um sonho que o transformei em poesia. As mãos eram do meu ex companheiro Carloz Torres, já estamos separados há mais de um mês. Sempre tive premonição dos fatos antes de acontecerem, através de sonhos. Hoje revendo os últimos acontecimentos, relendo meus poemas, percebi que a borboleta azul só pode ser eu. Eu me encontrava enclausurada nas suas mãos fechadas e, aos poucos, estou me libertando...

Sei que foi apenas um sonho
Nitidamente eu vi as suas mãos
Fechadas como em pose de oração
Você abriu suavemente os dedos
E das palmas abertas
Voou a linda borboleta
E como mágica eram várias
Azuis, translúcidas, serenas
Plainando sem pouso em liberdade

Liz Rabello