segunda-feira, 10 de agosto de 2015




MEU PAI TAMBÉM NÃO ME CORTOU AS ASAS

De certa forma, mais simples, minha história de vida também é semelhante à Malala. Sou neta de avós maternos italianos, que não admitiam que mulher estudasse. Éramos criadas para sermos do "lar". Meu pai não concordava com isto e me inspirou a fazer o que de melhor quisesse para minha vida. O problema é que eu o perdi aos dez anos. Morreu muito cedo o meu defensor. Mas teve tempo suficiente para não cortar minhas asas. E minha mãe incentivada pela cultura familiar, não me apoiava nos estudos e também precisava de mim para ajudar no ganha pão, já que ela própria jamais se preparara para esta missão externa ao lar. Comecei a trabalhar aos treze anos com carteira assinada. Desde então nunca mais parei. Só há quatro dias é que me aposentei. Como estudei? Concomitante ao trabalho, à noite, numa escola pública. Fiz Faculdade de Letras, Pedagogia e pós graduação latu sensu e stritu sensu, pela Santana e PUC SP. Sou uma vencedora e tenho absoluta certeza de que mulheres são tão capacitadas quanto os homens. Basta querer! Lutar e vencer! Avante Malala!

Liz Rabello

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