segunda-feira, 30 de março de 2015


VIAGEM PARA DENTRO DE NOSSA ALMA EM BUSCA DA ESPERANÇA


AOS QUE ESTÃO SOFRENDO

Em tempos difíceis na minha vida, aprendi, a duras penas, que devemos trazer à memória aquilo que nos dá esperança.
Normalmente em meio a sofrimentos, temos a tendência de voltar nossos pensamentos para aquilo que nos machuca, que reforça a nossa dor ou em palavras ditas e ouvidas. O que fazemos na verdade é alimentar o nosso sofrimento. Parece às vezes, que procuramos certo conforto em sentirmos pena de nós mesmos.
Se deixarmos os nossos pensamentos nesta linha, da autopiedade logo passaremos para a revolta, nos sentindo vítimas e tentando de alguma maneira achar um culpado. A revolta nos transforma em pessoas amargas.
Na minha experiência, descobri outra maneira de enxergar às coisas, trazendo a minha memória aquilo que me trazia esperança. A Bíblia nos ensina que os nossos olhos são a luz do nosso corpo e se os nossos olhos forem bons, todo o nosso corpo será luminoso. Isto quer dizer, que tudo depende da maneira como enxergamos as coisas.
Podemos olhar o sofrimento como um fim em si mesmo, ou encará-lo como um trampolim para crescermos e alcançarmos patamares mais elevados da nossa humanização.
Sei o quanto é difícil para quem sofre, enxergar desta maneira, mas não é impossível. Muitas vezes, no meu sofrimento tive que tomar algumas decisões importantes que fizeram toda a diferença na minha vida. Tive que optar em ficar com aquilo que os meus olhos naturais viam, as circunstâncias, os fatos, a realidade cruel ou enxergar com os olhos que Deus vê as coisas..
Algumas vezes, precisei dar ordens a minha mente, para não pensar os pensamentos que insistiam em vir até ela . Aprendi isso num versículo da Bíblia que diz: ...descansa ó minha alma, pois ainda o louvarei...
É preciso ordenar a alma, descansa, sossega.
Os pensamentos que me traziam esperança, estes sim eu queria pensar e me traziam consolo, me levava não a uma falsa realidade, uma fuga, mas a fé por dias melhores. Fé de que o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. Fé de que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e guardam a sua palavra. Fé de que basta a cada dia o seu próprio mal. Fé para lançar o meu pão sobre as águas e depois de muitos dias, o encontrar. Fé de que felizes são os que choram, porque serão consolados. Fé de que não estamos sozinhos, Jesus está conosco todos os dias da nossa vida até a consumação dos séculos.
Mesmo que não podemos ver, sentir, pegar, independente da sua escolha, estas são verdades eternas que podemos nos apossar com os olhos da fé.
Foi assim comigo, e você como escolhe enxergar? 
Andrea Bergamashi




MINHAS LÁGRIMAS INUNDAM AS VIAS SAGRADAS DA JUSTIÇA!

DIÁLOGO ROMPIDO

Eis que pulo poças d’água
Duas maiores e mais largas 
de repente não é mais possível 
escapar de suas águas, 
que me invadem,
inundam minh’alma
enchentes de subversão
lodo em lugar de transparência
Sufoco,  falta de ar
Ausência de vida
Diálogo rompido.

Liz Rabello

domingo, 29 de março de 2015



TATUZINHA TATUADA DE AMOR

Amo o frio pra dormir
bem enroladinha em mim mesma
É bom demais virar uma bolinha 
Uma tatuzinha tatuada de amor

Eram tempos de começo. Pouca experiência de vida. Muito jovem comecei a lecionar e minhas turmas eram de pequeninos.  As primeiras letras eram ensinadas com carinho.  Tinha uma relação amorosa com minhas crianças e muitas vezes trocávamos sentimentos maternais. Eram lúdicos e agradáveis os beijinhos de “Boa Tarde”,  de “Até amanhã, professora!” Ficava no portão parada na despedida dos turnos para que um por um me abraçasse e me desse o famoso “tchau” com beijinho no rosto.

Um dia uma menininha, loirinha, cabelinhos encaracolados me esperou e por último disse-me ao ouvido: “Faz tempo que não durmo, professora, você sabe, minha mãe morreu e eu não consigo mais fechar os olhos, tenho medo e saudades dela.” - Emudeci e não só a beijei como lhe dei um abraço bem apertado e as primeiras palavras que brotaram foram aquelas:  “Lembra do tatuzinho, que vimos hoje no jardim, durante a aula de Ciências?   Pense na mamãe e “se abrace”, fique bem enroladinha, feito uma bolinha tatuada de amor...  Feche os olhos e durma!   Não sei se consegui vê-la indo embora sorrindo e enrolando os próprios pés pela calçada, pois meus olhos teimaram marejar. E chorei.

Dia seguinte lá vejo a menina, uma das primeiras a me esperar na sala. Olhinhos brilhantes de alegria: Professora, dormi a noite inteira!  Foi a frase mais linda que ela balbuciou pra mim.  Não, não foi. Na verdade, algumas semanas depois, estávamos lendo juntos “O Menino Maluquinho”, quando parei naquele trecho em que os pais se separam e o garoto descobre a fórmula da felicidade e da compreensão com os versos do Ziraldo:

TEORIA DOS LADOS

Todo lado tem seu lado
Eu sou o meu próprio lado
E posso viver ao lado
Do seu lado que era meu.

Pedi às crianças para decifrarem os versos com algum gesto, palavras, desenhos. Alguém tem alguma ideia?

Cristiane levantou a mãozinha timidamente e me falou: “Posso mostrar aí na frente?”  - E veio e se enrolou com os bracinhos finos dizendo os versos que um dia eu lhe ensinei. “Perdi meus lados, professora, quando aprendi a dormir de tatuzinho.”

Não sei se a classe entendeu, mas nós duas nos abraçamos e eu novamente chorei.
Liz Rabello

sexta-feira, 27 de março de 2015




ALIANÇAS DE BRONZE

Perdidos caminhos carregam as massas
Convergem para o mesmo ponto
Paradoxal experiência do canto
Onde a música reforça os labirintos

Todos marcham ao som do tambor
Rede globo lançando o furor
Corrupção um mal que vem a vapor
Que só a mídia faz jorrar recente valor

Era criança ainda, treze anos apenas. Aval de juiz,  autorização assinada para trabalhar como  recepcionista das grandes empresas  GIORGI, mesmo sendo menor de menor de idade. E lá fui eu, menininha feliz de carteira assinada. Menos de três meses de empresa enfrentei as feras do capitalismo: “OURO PARA O BEM DO BRASIL”.  A imprensa jornalística, o rádio e a TV, que já se iniciava pra valer, lançaram a campanha e toda a minha família: avós, pais, tios, primos adultos trocavam suas alianças e jóias de ouro por bronze...  Tudo pelo bem do Brasil!  Fiquei contra a ideia!  Não me entrava na cabeça que mesmo depois de tanto roubarem o ouro do meu país ainda precisassem tirar dos pobres coitados, que tanto trabalharam para comprar alianças de casamento de ouro! A ideia era mesmo oca de bronze e soava mal aos meus ouvidos jovens.  E quando a circular apareceu nos corredores da empresa para que os funcionários doassem um dia de trabalho para este Projeto, eu disse NÃO e ainda escrevi no papel.  Achei estranho o documento ter desaparecido. Mas não liguei. Mês seguinte fiquei sabendo que além do meu chefe ter pago do bolso dele o meu dia de trabalho, havia rasgado a circular para que eu não ficasse mal com a família Giorgi.  Trabalhei com pessoas queridas, amadas, fui feliz durante sete longos anos de minha juventude, mas nunca, nunca vi voltar às mãos deles o OURO PARA O BEM...   DE QUEM MESMO?????

Sempre que esta história volta em minha memória eu sei o que está por trás do bojo da corrupção.  Sei por experiência própria que meu país vem sendo lapidado por todos os lados e que o bolo cresceu, mas não é nas mãos do trabalhador de alianças de bronze que o lucro voltou. 

E agora vocês vêm me dizer que a corrupção é Vermelha? Sei não...  Sei não!


Liz Rabello


Dei ouro para o bem do Brasil – 1964” O anel era trocado pelas alianças de ouro doadas na campanha do ouro da revolução de 31 de março de 1964


Diploma de participação na Campanha "Ouro para o Bem do Brasil, acontecida nas dependências do "Elefante Branco"



quinta-feira, 26 de março de 2015


 ESTA CENA ME  FEZ LEMBRAR DE MOMENTOS BONS...


MÁGICAS MÃOS

A vida nem sempre foi um mar de rosas para mim. Muito pelo contrário.  Infância repleta de Não! No entanto, guardo em minha memória um arsenal de momentos de glória. No fundo do quintal de uma casa pobre uma lata de tinta vazia e limpa. Uma fogueira, onde a água esquentava e quando morninha um banho de chuveiro de latinha, que de improviso caía sobre meus cabelos... Vestidinho engomado. Fita nos cabelos! E lá ia eu e minha irmã, as duas iguaizinhas para a tarde de cinema num domingo ensolarado!  Sentia-me linda!  

O capricho dos meus pais não parava por aí.  Pés de chuchu e hortas num cantinho. Nos fundos, uvas, caqui, goiabas nos tiravam a fome quando a natureza nos fartava com seu doce mel outonal. Doces, tortas, ensopadinhos de chuchu deliciavam nossa mesa.  Nunca passei fome, mesmo sem dinheiro.  Nunca saí de casa mal arrumada, mesmo sem ter como conseguir valores para comprar aquilo que a sociedade capitalista já começava a oferecer. Minha mãe costurava... Fazia vestidos caipira para eu dançar na festa junina tirando a cortina e depois mudava para almofadas. Era o mesmo tecido indo e vindo em suas mágicas mãos. 

Ríamos às gargalhadas dos elogios ao meu lindo vestido na dança caipira do colégio.  Conseguíamos nos divertir com nosso modo de viver alheio à dor da ausência. Para nós o que tinha valor era o fato de existirmos.
Liz Rabello

segunda-feira, 23 de março de 2015





Amo o frio pra dormir
bem enroladinha em mim mesma
É bom demais virar uma bolinha 
Uma tatuzinha tatuada de amor

Liz Rabello

domingo, 22 de março de 2015


ROMPE UMA ASA

Lagartas  dançam
 em nossas mãos
Desandam  sonhos
Quebram unhas
Sangram dedos
Impedem sons musicais
 as cordas do violão
não  vibram mais...

Casulos parasitam
Dentro delas
Inertes sem movimentos
Gestos de amor
Reinvenção do trabalho
Apodrecem  dores
Tremores... Suor
Escorrendo em
Almas cruas!

Rompe uma asa
Uma fresta se abre
Um colorido exalta
Fragilidade
Metamorfose
Voa
Uma borboleta
Em liberdade!

Liz Rabello


sexta-feira, 20 de março de 2015


TEU BEIJO

Teu beijo tem mais luz

do que a noite de lua cheia
incendeia todas as estrelas
abrasa fogueiras de festas juninas
faz colorir os confetes de carnaval
Teu beijo tem sabor de frutas frescas
maçãs envenenadas de volúpia
Mentol, hortelã, morango ao
sabor da magia da ponta da língua
da primeira gota que o sol evapora
Teu beijo tem odor de chuva terra
gramado verde molhado de finas gotas
friozinho de cetim em lençóis gelados
molhados de suor logo a seguir
após enlace de corpos, línguas e palavras

Teu beijo é paz

é guerra
é sonho
é mansidão
é luz na escuridão
Quero teu beijo
E nada mais...

Liz Rabello

quarta-feira, 18 de março de 2015




SENTINDO

Esta noite tive um pesadelo
acordei gritando
Defendia não sei quem de outro alguém
Sem saber quem
 Apenas permanecia no meio do caminho
Agora mesmo uma dor de cabeça sem igual
É preciso coragem para conseguir viver
 "Sentindo" tudo o que está a se fazer valer!


Liz Rabello

terça-feira, 17 de março de 2015



RASTROS DE ENSINAMENTO

Somos um pouco do DNA
Cultura e contextualização familiar
Religiosidade e afagos do coração
Trilhas de mãos dadas com os pais

Somos um pouco do grupo escolar
Ensinamentos de livros e de vivências
Professores e pesquisas a nos nortear
Caminhos novos superar

Somos  os sonhos que nos desejaram
As utopias que nos nortearam
Os fracassos descompassados
Os desejos esvaizados

Somos os erros que cometemos
Os acertos que deliramos
Individualmente  vivemos
Ninguém é responsável pelo que fazemos

Há de se cuidar da paz e da guerra
Mas há de se honrar a ética
Esta fera rebelde que implora
Pelo coletivo pensar...


Liz Rabello

terça-feira, 10 de março de 2015


SEMPRE MOREI COM AS ESTRELAS


Nunca me conformei com as cores “certinhas”. Árvores tortas, galhos retorcidos, folhas multicoloridas, murchas pelo chão, como se sempre fosse outono em meus desenhos de paisagens infantis. Meu pai dizia: “Não é assim que se pinta, onde se viu folhas cor de  laranja, vermelhas, azuis? Azul é água, é céu!” Um dia, descobri uma foto de outono no Canadá, e a mostrei triunfante! Minha criatividade não parava aí. Se queria mar, eu o desenhava revolto, ondas em rebelião! Se queria barco, eu o modelava em dobradura de papel jornal, e o soltava na enxurrada. Após a chuva, sempre me molhava, cabelos escorridos, roupa no corpo colada. Era feliz, naquela infância sem brinquedos! Pela manhã, trabalhava. Ajudava minha mãe a fazer caixinhas de presentes. Passava cola nas fitas e enfaixava uma por uma, para enfeitá-las! Mais do que um trabalho, era Arte! Matemática! Ao fim de três horas, quantas fiz? E eu contava! Almoço, quatro horas de escola. Adorava lições, professores, amiguinhos. Voltava pras caixinhas. O dia era curto demais para que eu pudesse deixar de ser feliz. Fim de tarde, sentada na varanda, olhos baixos, pensativa, sentindo frio, sozinha. Sempre gostei de solidão! Olhava o sol que se escondia, primeiras estrelas que luziam, o incansável trabalho das formigas, que nem a luz do luar entristecia. Após o jantar, os livros! Como gostava de ler! Mil vezes a mesma aventura! Livros roubados às prateleiras dos quartos dos meus primos. Lidos às pressas, pois precisava devolvê-los! Mas os pegava de volta, sempre que podia! Nunca tive nada meu! Jamais isto me fez deixar de ler! E fui feliz! Ia dormir com os raios de luar a furar o telhado ralinho, onde gotículas de água chovia durante as noites de mau tempo! Abraçava o Nero, meu cachorro vira-lata, tão querido! 



Por toda minha existência me alertavam: Você é muito inteligente, mas o que a domina é o lado das paixões! Seja mais racional, nada de emoções. Mas eu seguia retrucando, pensando muito mais do que agindo, criando mais do que vivendo! Todos me aconselhavam: Pés no chão, menina! Só se esqueceram de perceber, que de nada adiantava me dizer, pois eu já morava nas estrelas!

Liz Rabello


segunda-feira, 9 de março de 2015

MINHAS ORAÇÕES




A porta
A porta está aberta! 
Aquela que ninguém pode fechar.
Porta que foi posta diante de nós, que tem pouca força, que é frágil.
Sua fragilidade está no fato de não poder nem querer usar de força .

Porta que só entende, quem ama!
Para quem ama, a porta sempre tem que estar aberta.
 É a liberdade que o amor exige. 
O amor abre mão do controle.
A porta está aberta!
E o que vamos fazer com essa liberdade?
Porta que nos liberta, porta que nos atrai pela sua doçura, pela sua graça.
A porta está aberta!
Liberdade para escolher se vai ou se fica, se persevera ou desiste, 
se guarda ou perde...
A porta está aberta!
A alegria do que ama é desfrutar da companhia daquele que não foi obrigado a ficar. 
Permaneceu como resultado da sua escolha.
A porta está aberta!
Para que conheçam que fomos amados.
Amados de Deus
Aquele que tem a chave nas mãos
Mas preferiu deixar...
A porta aberta.


Andrea Bergamascki
MOMENTOS DE ORAÇÃO E SABOR... ALEGRIA DO CORPO E DO CORAÇÃO!




"Aprendi que é exatamente assim que Deus espera ser ouvido, respeitado e amado por nós. Não pode ser o peso de uma religião, a obediência cega, irracional a ritos, formas, normas, mas simplesmente o amor. Que o amor a Deus, nos leve a obedecer aos seus mandamentos, ao desejo de fazê-lo sorrir, de querer o que Ele quer, de estar no centro de sua vontade e praticar aos outros, atos de justiça."... ESTES ENSINAMENTOS FAZEM PARTE DE MINHAS NOITES DE QUINTA FEIRA E É O QUE DE MELHOR OUVI ATÉ HOJE EM MINHA VIDA.... Gratidão Deinha


BASTA UM DESEJO

Nos contos de fada, três desejos são oferecidos aos mortais por seres que detém o poder. Como decidir, como escolher, como não se arrepender do que deveria ter escolhido? Qual o final feliz? Na vida real, você decide. Você escolhe o caminho em que quer andar, as pessoas com quem quer se relacionar, as atitudes que irão marcar... Você marca a hora, mas não sabe se irá chegar. Você marca a pele, mas esse é o mais profundo onde você pode chegar. Você mata o corpo, mas a alma permanecerá. 
Para consertar o mundo do "faz de conta", precisamos de três desejos. No nosso mundo, onde todo mundo faz de conta que é feliz; faz de conta que é honesto; faz de conta que é fiel: faz de conta que é cristão: faz de conta que trabalha: faz de conta que aprende; faz de conta que ensina; faz de conta que celebra; faz de conta que acredita; faz de conta que espera; faz de conta que ama; faz de conta que cuida; faz de conta que chora; faz de conta que sente; faz de conta que percebe; faz de conta que vê; faz de conta que não vê; faz de conta que é verdade e faz de conta que faz de conta...
Nesse mundo, o conserto é maior. As marcas precisam ser mais profundas, precisam atingir a alma, as estruturas do pensamento e do coração. Para este mundo não contamos com três desejos. Contamos com apenas um desejo. Desejo de ser instrumento de transformação. Basta este desejo, para sermos levados onde está o coração Daquele que tem todo poder para nos marcar profundamente. Que poderia usar o seu poder da maneira que desejasse, mas que preferiu esperar, aguardar nossa escolha, respeitar-nos; porque o extremo do seu poder está no amor que sente por mim, por você e por toda humanidade.

 O seu nome é Jesus e para Ele basta um desejo!


Andrea Bergamascki




A GARÇA E A BALEIA
Outro dia estávamos assistindo um programa ecológico onde contava a história de uma garça. Esta garça de forma brilhante, de tanto observar pessoas jogando pão na água para alimento de peixes, descobriu que poderia usar o pão como isca e então apanhar os peixes. Foi o que fez vezes seguidas para conseguir o seu precioso alimento.
O narrador do programa relatou o fato e concluiu que infelizmente, este conhecimento adquirido por aquela garça iria morrer com ela, pois era incapaz de transmitir esse aprendizado para os seus descendentes.
Mostrou então, outro animal, uma baleia. Estava a ensinar seu filhote a caçar leões marinhos. O curioso é que baleias não se arriscam em marés baixas, pois podem encalhar. Mas aquela estava ensinando seu filhote um truque que aprendeu com sua observação. Observou que em água, os leões marinhos eram muito velozes, difíceis de serem capturados, mas quando saíam da água, eram lentos e pesados. Resolveu aguardar o baixar da maré para que os leões saíssem da água e assim os abocanhar, voltando alimentados ao subir da maré.

Este conhecimento adquirido não morreria com a baleia, porque estava transmitindo para o seu filhote e este iria transmitir para os seus e assim por diante.

Aprendi muito com esta reportagem. Quanto temos aprendido? O que temos aprendido? O que estamos fazendo com o que temos aprendido? O nosso conhecimento morrerá conosco?

Penso principalmente sobre o que tenho aprendido no decorrer da minha vida, no meu relacionamento com Deus. Coisas que aprendi a um custo alto, através da dor, do sofrimento. Aprendi sobre o caráter de Deus, sobre sua sabedoria, sobre seu amor, sua misericórdia. Sei que tenho muito ainda a aprender, uma eternidade toda a viver para descobrir quem Deus é. São insondáveis os seus juízos e inescrutáveis seus caminhos. Mas desejo conhecer.

Do pouco que conheço, só considero aprendido aquilo que já consigo colocar em prática na minha vida. Aquilo que está radicado nele, o autor e consumador da minha fé, Jesus Cristo.

Agora entendo porque Jesus deixou como mandamento, ir e fazer discípulos. Para que não morresse os seus ensinamentos. Mais ainda, para que nós não morrêssemos nos nossos próprios caminhos.
Descobri que os meus primeiros discípulos são os meus filhos. São eles que convivem comigo, que observam as minhas ações e reações diante das situações e circunstâncias da vida. São eles que me vêem sem máscaras, que captam não o que digo, mas o que faço,
Descobri também, que para ser discípulo, não basta ouvir, tem que conviver, andar lado a lado, sentir as batidas do coração, desfrutar da intimidade.
Talvez seja este o motivo de tão poucos discípulos. Vivemos uma época de privacidades, independência, superficialidades nos relacionamentos. ´Poucos os que querem se expor, se entregar, aprender, ensinar, arriscar-se. 
Andrea Bergamascki



Lamento a vida não ser pra sempre, para viver todos os meus sonhos de uma única vez, mas bendigo minha finitude que me faz sentir o gosto de cada momento como se fosse o último. Lamento minha ignorância em entender tantos mistérios da vida, mas bendigo a pequena sabedoria do homem que há em mim e que me aproxima de tantas outras verdades, tão frágeis quanto as minhas. Lamento meu pouco poder de mudar os desígnios que mais me fazem sofrer, mas bendigo a capacidade humana de aprender com as dores e de superar-se sempre. Lamento não ter todas as coisas que me fariam felizes, mas bendigo as que tenho em minha vida e faço delas um motivo a mais para se feliz. Lamento ser apenas humano e não poder sentir todo o amor do mundo, mas bendigo minha humanidade que me faz capaz de amar o máximo que posso e entender que ter limites para amar, não significa não amar.
(D.A.)



"Senhor meu Deus, eu te peço em oração que limpe meus caminhos de tormentas. Andam sem luz, obstruídos pela má sorte. Minha saúde saturada pede um fôlego, um momento de paz e cuidado. Não quero mais tomar remédios, nem sentir dores lancitantes. Aceito de braços abertos, de bom coração dores suportáveis de coluna, joelhos, pernas e ombro direito. Aceito de volta meu passado sem dinheiro. Cartão de crédito no vermelho. Mas não aceito o desperdício, o gasto sem nexo, o exagero. Peço, meu Deus, a limpeza do coração de quem me cerca. A ausência de ódio, de injustiça contra mim. Que haja respeito, gratidão pelo bem financeiro que me proponho a fazer, que não me cobrem, nem com palavras, nem com atos, nem com desejos de me ver fechar os olhos para sempre para poder terem a liberdade que não permito ter. Que não me cobrem o que eles próprios não conseguem fazer... Amém"



"Senhor meu Deus, agradeço por tudo que tenho recebido de bênçãos que me chegam por todos os lados virtuais e reais. Mas há muito a pedir. Se for merecedora de suas mãos a me acalentar procuro discernimento para escolher palavras certas e delas fazer proveito no melhor momento. Quero tomar decisões muito mais com o coração do que a mente ou a razão. Não permita que o ódio entupa minhas veias de fel. Muita calma, muita calma para agir. Que minhas mágoas não sejam motivo para perder a fé. Que transborde de mim para aqueles que amo as mesmas sensações de paz e amor que estou pedindo primeiro a mim para iluminar os outros!"