domingo, 30 de novembro de 2014


FLIP 8  EM  PARATY


"O TESOURO DA CASA VELHA"

CORA CORALINA


Quando em 2010 fui à FLIP 8 - FEIRA INTERNACIONAL DE LITERATURA EM PARATY, fiquei muito espantada de poder comprar algo inédito, de Cora Coralina... Este livro constitui mais uma fatia da poesia feita de memória... Publicado após sua morte, demonstra mais uma vez que esta linda senhora tinha a sabedoria à flor da pele, fazia poesia ao reproduzir a linguagem bruta do interior goiano, encontrando o melhor de sua expressão literária no cotidiano. Só teve seu primeiro livro publicado em 1965, aos setenta e seis anos de idade. Morreu em 1985, aos 95 anos, não sem antes escrever este livro, publicado recentemente. São vários contos, sendo que o que mais gostei foi CANDOCA, que acha um tesouro e não quis compartilhá-lo com ninguém, apesar do receio de uma maldição, que se realiza... Então, após sua morte, volta para contar sobre o achado a uma professora, com quem tinha uma relação de CONFIANÇA. Outro conto belíssimo é a história do seu primo Zezinho, a quem um velho tio ensinava a ler e a contar, à força de bolos de palmatória, uma história dura e triste, donde se desprende uma insinuada revolta contra a humilhação de uma criança que gostava de observar os pássaros e os bichos da Fazenda Paraíso... Não por acaso, minha trajetória de vida demonstra que o texto possui uma verossimilhança com a realidade... Sou professora e sei, por experiência, que devemos ficar atentos ao que realmente ensinamos quando temos intenção de ensinar algo, porque nosso corpo, nossos gestos falam muito mais do que as palavras... Recomendo... Boa leitura!


Liz Rabello


Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins do Guimarães Peixoto Brêtas, 20/08/1889 — 10/04/1985, é a grande poetisa do Estado de Goiás.


Se achava mais doceira do que escritora. Considerava os doces cristalizados de caju, abóbora, figo e laranja, que encantavam os vizinhos e amigos, obras melhores do que os poemas escritos em folhas de caderno. Só em 1965, aos 75 anos, ela conseguiu realizar o sonho de publicar o primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. Ana Lins dos Guimarães Peixoto Brêtas viveu por muito tempo de sua produção de doces, até ficar conhecida como Cora Coralina, a primeira mulher a ganhar o Prêmio Juca Pato, em 1983, com o livro Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha. 

Nascida em Goiás, Cora tornou-se doceira para sustentar os quatro filhos depois que o marido, o advogado paulista Cantídio Brêtas, morreu, em 1934. “Mamãe foi uma mulher à frente do seu tempo”, diz a filha caçula, Vicência Brêtas Tahan, autora do livro biográfico Cora Coragem Cora Poesia. “Dona de uma mente aberta, sempre nos passou a lição de coragem e otimismo.” Aos 70 anos, decidiu aprender datilografia para preparar suas poesias e enviá-las aos editores. Cora, que começou a escrever poemas e contos aos 14 anos, cursou apenas até a terceira série do primário. Nos últimos anos de vida, quando sua obra foi reconhecida, participou de conferências, homenagens e programas de televisão, e não perdeu a doçura da alma de escritora e confeiteira.


FONTE DE PESQUISA
http://pensador.uol.com.br/autor/cora_coralina/biografia/


MAIS DO QUE PASSEIO, ENCANTAMENTO COM PRIMAVERAS, CONHECIMENTO DE LUGARES HISTÓRICOS E CULTURAIS,  ESTAR NA FLIP OITO, EM PARATY, REPRESENTOU UMA AQUISIÇÃO RARA... UM CONTATO MAIS ÍNTIMO COM CORA CORALINA, MINHA ETERNA MUSA ENRUGADINHA... SABEDORIA EM PESSOA!






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