sexta-feira, 4 de abril de 2014




O OLHAR DE UM CÃO

Ao longo de toda minha vida, tive, realmente, amigos fiéis, leais, amorosos. Amei e fui amada por familiares mais próximos e queridos, que partiram por conta da roda viva da vida, que nos traz para esta esfera e nos leva embora. Amo e me sinto amada pelos que aqui estão: filhos, neto, nora, tios, primos, amigos do dia a dia, reais e virtuais, inúmeros alunos, do passado e do presente! Mas nada, absolutamente nada, pode ser comparado ao olhar de um amigo canino... É puro amor, deleite, carinho, caridade, entrega sem cobranças, sem egoísmo, sem vaidades, sem rancores, abanos de rabinho com perdão, proteção, confiança, petição: “Ama-me porque eu te amo”- Eu digo. Ele não: “Amo, porque amo”. Simples assim! Penso que se o mundo canino falasse, as palavras de Cristo seriam mudadas: “Ama teu próximo mais do que a ti mesmo!”



(Liz Rabello, in INTERVALOS, “MEUS AMIGOS PELUDOS E OUTROS MAIS”
 Beco dos Poetas, 2013. SP)

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