sábado, 12 de abril de 2014




TÃO LONGE TÃO PERTO

Como o reflexo da água 
Vejo-te na transparência 
Das miragens eternas! 
Vejo-te na imensidão do mar 
No buraco negro do infinito 
No meio das nuvens a se dissipar
Vejo-te no clarão do luar 
No sol brilhando, orvalho secando 
No vento a dispersar manhãs geladas! 
Vejo-te assim tão distante, além mar! 
Longe demais o coração a clamar! 
Sentimentos quentes, sussurros a escutar! 
Vejo-te e sei que não são apenas miragens 
Angústias de quem ama em solidão 
Tão longe e tão perto do coração a saltar!

(Liz Rabello, in MIL PEDAÇOS, 2012, Beco dos Poetas, SP)

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