"Tu me escapas...
Como gotas de água misturadas
ao turbilhão da torrente de cachoeiras...
Como os flocos de neve se derretem nos campos,
no doce gemido da aurora!
Como o sol da manhã,
refletindo luzes na limpidez das águas dos
lagos...
Tu me escapas...
No relógio do tempo...
Na batida da hora...
No pêndulo das horas solitárias...
No túnel da vida!”
E foi no túnel da vida que eu a perdi. Numa manhã triste como outra
qualquer, corri para o Laboratório de Artes, a cadeira vazia e um recado,
escrito no meu trabalho:
“Tu te escapas e eu me deixo partir”
Saiu de minha vida para sempre, sem jamais dizer adeus, sem nunca me
confessar se gostava ou não dos sonhos meus."
(In INTERVALOS, de Liz Rabello, conto TU ME ESCAPAS, Editora Beco dos Poetas, 2013)
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