quarta-feira, 19 de março de 2014


"Dentro da tela, um presente embrulhado, lindo pacote colorido de luz amarela, paisagens brilhando, luzindo... Cores fustigadas de amanhecer... Coração pulsante, meu ser inteira naquele gesto sutil de amor, de carinho, gratidão pela vida, que tenho nas mãos!"

(Liz Rabello, in FLIP PARATY - Feira Literária)


SOB O VÉU DA CORTINA

Nesta rua virtual
Os caminhos se cruzam
Palavras se trocam
Fotos se mostram
Corações disparam
Beijos jogados ao vento
Juras de amor eterno
De amor loucura
De amor delírio
 Insanidades!

Telinha embaçada...
Horas raiam na luz contínua
Brilha novo caminho
Passos na escada
Rastros na esquina
Folhas amassadas
Flores estilhaçadas...

Caminhos...
A gente se encontra,
A gente se perde...
Os caminhos continuam...

Liz Rabello in POR DETRÁS DA CORTINA,  Beco dos Poetas, 2012

terça-feira, 18 de março de 2014


ENGOLINDO PALAVRAS

Vou cuspir em versos palavras que engoli
Desejos reprimidos que escondi
Frases feitas que roubei
Cenas da vida que inventei
Porque não as vivi!

Vou empanar em versos
Sonhos que fiz reais
Mistérios que desvendei
Em noites mal dormidas
Com corações que troquei!

Vou engolir em versos
O que não posso ter
O que quero e não vou esquecer
O que reclamo e não vou tecer
O que busco e jamais encontrei!

(Liz Rabello / 2012)

Teu amor é pra mim
como o ar que respiro
Inalo, devagar, deixo fluir
E não prescindo...

É como o vento
Que despenteia meus cabelos
Sopra beijos silenciosos
Aos meus ouvidos atentos!

É como o sol
Que me aquece as entranhas
Quando penso em tuas mãos
A simplesmente me tocar!

É como as estrelas
Cuja luz cintila
E lindamente brilha
A iluminar meu verde olhar!

Teu amor é para mim
O TUDO ou o NADA!
Na imensidão do infinito...
Sem ti... Eu não existo!

Liz Rabello in MIL PEDAÇOS, Beco dos Poetas, 2012

segunda-feira, 17 de março de 2014

  
Quero ver um campo de girassóis
Voando em todas as direções
Em busca do amanhecer e do crepúsculo
E se fechando à noite
para dormir meus sonhos.



" Hoje lendo uma mensagem de uma amiga, lembrei que um dia de manhãzinha, ao nascer do sol, saí sem destino chorando pelas ruas do meu bairro... Trazia no coração uma tristeza profunda por um motivo que acabara de saber... Algo que não aceitava, de modo algum! Era 6/9/1996... E eu só queria descobrir uma forma de me suicidar, para não sofrer mais... Vinha de olhos marejados e cabisbaixos, olhando para o chão, vendo um tapete de flores coloridas sendo levadas pelo vento... Foi quando olhei para o alto e pedi ajuda aos céus... A resposta veio no meio do clarão de uma árvore... uma primavera cor de maravilha florindo ao redor de um ipê amarelo e o sol fustigando as folhas e as flores... Foi a imagem mais linda que já observei na natureza... Eu vi a luz divina e jamais, em momento algum... pensei novamente em terminar com minha vida... De lá pra cá... Aceito tudo com serenidade... Ajudo ao meu bom Deus, que é o senhor da Natureza, a cuidar das flores, dos meus amores... da minha vida! "

Liz Rabello

sexta-feira, 14 de março de 2014


MÃOS SUJAS DE TERRA... LIMPAS DE PAZ!

"Cabelo ao vento, sol, suor, mãos sujas de terra, cansaço. Tempo que foge sem percebermos, erva daninha que insiste e persiste em ficar. Cuidados que nunca terminam e treinam nosso olhar. O rústico se converte em belo, o frágil em força, o simples em complexo, sem o singelo abandonar. Trabalho que se converte em prêmio e que ninguém pode roubar. Imagens gravadas na memória que só um poeta é capaz de interpretar. O cheiro de terra molhada; o perfume das tão diversas flores; a visita, mesmo que por alguns instantes, das mais belas borboletas. Somos capturados por sentimentos de orgulho e satisfação. Valeu a pena tanta dedicação! É a natureza dando seu espetáculo de vida! E olhamos nossas mãos, protagonistas a esperar; mais um processo de luta, terra a lhe sujar, para no final magnificamente, contemplar. "
(Andrea Bergamascki)


Meu Eu... Casulo amordaçado
Fios de sonhos perdidos
Atados a noites escuras
Gélidos invernos de dor
Lápides frias de cemitérios!
Meu eu... Casulo cinzento
Semente de amor escondida
À procura de terra fértil
Água límpida de nascentes
Manhãs de sol primaveril!


ENTRE A METAMORFOSE E O VOO
 É POSSÍVEL SER FELIZ

Meu eu... Fruto maduro
Macieira perfumada
Outono esquecido no tempo
Preso às malhas do destino
Sem razão para existir!
Esquece teus finais
Hora de recomeçar
Borboletas frágeis,
Em margaridas a dançar
Sangra arestas, cria pontes!
Voa, Voa, Voa!
Livre... Solto
Liberdade Conquistar!

quinta-feira, 13 de março de 2014




EU TE PROMETO

Se em teu coração
Eu puder morar
Lá vou enraizar

Alegrias mil a bailar
Beleza a iluminar
Cores a saltitar
Dádivas
Experiências deliciosas
Favos de mel
Girassóis girando girando
Hoje, ontem, amanhã!
Inusitados beijos
Júbilos a pecar em você!
Lábios em mel!
Melodias em ritmo de paz
Nuvens de alegrias!
Opulentas paixões!
Pecados... Corpos
Quentes!
Risos fáceis
Sentimentos fortes
Ternuras insistentes
União fiel para sempre!
Vento a roçar o tempo!

EU TE PROMETO

Um dicionário inteiro de

PALAVRAS DE AMOR!

♪ Legião Urbana - Monte Castelo ♫ (com letra)



I CORINTIOS 13, DE 1 a 8

Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine.
Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, mas não tiver amor, nada serei.
Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, mas não tiver amor, nada disso me valerá.

O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.
Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.

O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.

SONETO DE CAMÕES


Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?

quarta-feira, 12 de março de 2014


BORBULHANDO SONHOS


Tem um sabor agreste
Verde oliva azul celeste
Gotas de arco íris em luz
Bolhas de ilusão no meu capuz
Tem um sabor de eternidade
Algo que transmuta realidade
Mudanças de estado, verdades
Erros de egos, status de vaidades

Tem sabor de alegorias
Luzes claras de alegrias
Sons suaves de euforias
Canções em doces melodias
Minha árvore dos sonhos
É assim... água corrente
Nas manhãs incandescentes
Abraçando sol lua paz nascentes

(Liz Rabello, In APANHADOR DE SONHOS,  Beco dos Poetas, 2014)

terça-feira, 11 de março de 2014

Eliana - Ao mestre com carinho

)

AO MESTRE COM CARINHO

O estranho de tudo isto é que, em geral, somos nós, os humanos, que escolhemos animais de estimação. No caso, Nininha nos escolheu. Meu sobrinho e meu filho passavam em sua casa, diariamente, e ela abanava seu rabinho de vira-lata, no porte do capa preta pastor alemão, olhinhos sapecas e inteligentes, dignos da mescla de um erro de sua mãe... Uma pedigree apaixonada por um vira-lata. Passavam dali, paravam e com ela brincavam. Um dia, fugiu por uma fresta do portão e os seguiu. Eles “juram” que tentaram devolvê-la. Eu trabalhava demais e não queria problemas. Quando a Menina chegou, logo impus minhas regras. Fica na lavanderia. Nada de entrar dentro de casa! E ela obedecia! Linda! Estávamos próximos ao Natal. Final de ano letivo, formatura dos meus alunos de oitava série. Era a paraninfa deles e estava ajudando na organização do evento. Ensaiávamos juntos “Ao Mestre com Carinho” e esta música não me saía da cabeça. Eu a cantava em todos os lugares por onde estava: no carro, no chuveiro, lavando folhas de alface na pia da cozinha. Distraída, não observei que Nininha chegou bem pertinho. Como era de praxe, eu lhe dizia: “Aqui, não! Volte para sua casinha!” Ela voltava. Era obediente demais. Mas sua maior característica era a sensibilidade e a inteligência. Naquela manhã de sol, os raios perpassavam pelas veias singelas das folhas de alface e meu coração foi tocado pelo amor! Nininha me acompanhava, de olhos fechados balançava a cabeça no ritmo e nos acordes da canção! Nunca mais eu a toquei para sua casinha. O espaço dela adentrou para o meu. Nós nos tornamos amigas para além da vida! E ela sempre soube que eu a amava de verdade. Quando o câncer tomou conta dela, precisou fazer cirurgias, aguentou cinco antes da Metástese. E ela o fazia com a sabedoria de quem entendia que precisava deixar-se passar pelo sofrimento da dor para poder perder a dor maior! Era um encanto vê-la confiar em nós três. Eu e meus filhos cuidávamos dela com muito amor! Já se passaram muitos anos e eu a guardo na memória com o mesmo encanto da primeira vez. Sou professora e ensino o valor das palavras, mas foi com a minha Nininha que aprendi o valor da sensibilidade e do amor! Amores assim são eternos!


 (Liz Rabello, In INTERVALOS, Editora Beco dos Poetas, 2013)

sexta-feira, 7 de março de 2014


ALÉM DAS PEDRAS
De tempos a tempos, me atiram pedras. Chegam de quem menos espero. Como ondas gigantes do mar a bailar, eu rochedo a me quebrar. Palavras tortas sangram rios, torrentes de revoltas! Não as quero ouvir, pois sempre meus olhos buscam além das pedras, muito embora elas sejam jogadas em mim como água benta, tentando polir arestas. Mil vezes repito: Podem jogá-las, ainda construirei um castelo! À porta de ferros, um jardim de pedras. De minha mente, gramado verde a florir intensamente e fazer valer a vida! 


Liz Rabello

ONDE ESTÁ O AMOR?

Há sempre um ponto
Uma encruzilhada
Um banco
Uma esquina
Um lance de olhar
Uma gota de orvalho
Uma luz ao luar
Uma fonte a jorrar
Uma chuva constante
De lindas notas musicais
Onde o amor está



Há sempre uma porta aberta
Uma janela a sorrir à luz do sol
Uma flor abrindo pétalas de cores
Exalando mil aromas
Gritos e gemidos de orgasmos
Lances de poesia dos sorrisos de crianças
Lambidas e carinhos de animais de estimação
Onde a única nota musical a soar é o Amor!


(Liz Rabello)

quinta-feira, 6 de março de 2014



DE DENTRO DOS LIVROS...

Se agasalham os sonhos
Para não morrerem de tédio
Casulos permanentes
Quando se abrem as páginas
Ah, que gozo magnífico
Borboletas voam
Desapegadas
Alegres
Livres sem noção
Loucas de emoção
Em queda livre
Precipício de incertezas
Asas de uma asa delta

Liz Rabello



RAIOS DE LUZ 


Que venham ecos de montanha 
Raios de luz nas manhãs geladas 
Puros reflexos na água parada 
Encantos das auroras reiniciadas! 

Que venham azuis dos mares 
Transparentes e límpidos olhares 
Que nada é perdido no tempo 
Ventos uivantes nos penhascos! 

Que venham novas memórias 
Mandando embora ares poluídos d'outrora 
Tempestades riscadas por outros encontros 
Relíquias esquecidas de folhas viradas! 

Liz Rabello

quarta-feira, 5 de março de 2014


POR DO SOL EM PIEDADE


Poesia que vem da noite
céu amarelo laranja abraçando a lua
azul escondido nas tardes que se vão
apagando luzes em  contradição!


Poesia que vem do sol
céu amarelo laranja girassol
fogo queimando tardes de verão
acendendo luzes em meu coração!




Liz Rabello

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014



VOO EM PÁGINAS

Livros naufragam palavras

sons deslizam chamadas

batidas de corações
Alcançam pensamentos
em círculos
que voam voltam
revoam revoadas 
de luzes e toques
sentidos aguçados
para aquele que me faz
que me traz
que me apaixona
Segundos de ilusão
mãos que se descuidam
se agarram, se tocam
realidade ficção
a quatro mãos voando
virando páginas da vida!

Liz Rabello