domingo, 22 de julho de 2018


CARTA PARA A HUMANIDADE


Ubatuba,  21 de Julho de 2018, 17 horas e 17 minutos.

Senhores habitantes do Planeta Terra,

Hoje estive num mar, de águas verdes azuladas, brilhantes de olhares de sol, ondas calmas: Caçandoca, Maranduba, litoral norte de São Paulo. De repente rajadas fortes de ventos selvagens, carregavam para o mar folhas atrasadas de um Outono findo. Voavam pelos ares objetos pequenos, cadeiras de praia, guarda-sóis, toalhas, esteiras, chapéus. Como que para piorar esta mudança brutal no clima até então tão calmo e tranquilo, alguém havia feito uma fogueira, velho hábito de por fogo em galhos secos, que ao leve toque das rajadas do ar em fúria, se alastrava pela mata.  Sorte que a direção do vendaval era mar adentro e que o rio cortava o fogo, mas não impedia que o ar infestado nos fizesse passar mal com o cheiro poluído da queimada.

Nosso planeta berra um grito de socorro. Humanidade, escute!

Confesso, senti medo. Muito medo...  Confesso que neste dia de encontro de almas pelo planeta todo em prol de uma única prece, mentalização por ações mais responsáveis, não pude deixar de chorar. Fugimos daquele inferno que poucos segundos antes não era mais do que um paraíso na Terra.

À tarde fomos conhecer as cachoeiras de Ubatuba. Primeiro a da Renata, depois, a do Poço Verde. Trilhas pouco frequentadas nesta época de baixa temporada. Era verde que não acabava mais. Pouca chuva. Mesmo assim, ouvindo aqueles sons de água límpida correndo e batendo nas pedras, mentalizo amor, menos dor, mais justiça social, mais responsabilidade com as ações, que possam destruir o meio ambiente. Que neste instante, 21 de julho, as 17 horas e 17 minutos do Brasil, nasçam crianças, de dentro dos velhos homens, que sejam capazes de repartir o pão, de pensar no próximo. Que não queiram o bem só pra si, mas para toda a humanidade. Que sejam de todos o desejo máximo de redenção, de bênçãos, de preces para o bem maior do planeta e dos nossos irmãos,
Liz Rabello








CACHOEIRA DO POÇO VERDE EM MARANDUBA - UBATUBA

Já estávamos por lá há um bom tempo quando chegou um grupo de quatro rapazes e uma garota. Um deles se antecipou aos outros, passou por nós, brincou com os dois cachorros: Cirilo e Vareta, depois atravessou a cachoeira pela parte mais alta, passando por seu topo a pé e indo para o outro lado. Bem de fronte a nós, sentou-se num buraco, ergueu os braços e escorregou poço abaixo. Sumiu por segundos, enquanto ficamos apavorados sem saber o que fazer, pois o buraco era visivelmente estreito e muito pequeno. Para nosso alívio, reapareceu, saiu do poço e descobrimos que Poço Verde não tem este nome à toa. "Ele já diz tudo: o local, que é cercado por pedras, tem um ótimo cantinho para saltos e mergulhos em suas águas verdes escura. Só é possível se chegar lá pela trilha ou subindo o rio. Para as duas opções há que se tomar muito cuidado, pois o local está dentro da Mata Atlântica e deve ser respeitado, assim como a população local vem fazendo. Na parte de cima tem um pequeno poço, raso, mas para quem quer ficar só de papo pro ar é o ideal. Embora seja um poço pequeno é de uma profundidade razoável. Na pedra que dá a corredeira no local existe um buraco onde as pessoas costumam se esconder e deixar a força da água realizar uma gostosa massagem. Desejamos bons e relaxantes mergulhos."

http://www.maranduba.com.br/cachoeirasdosertaodaquina.htm

Liz Rabello


O Poço fica no ponto branco de espumas menor de todos, no mais elevado entre as duas pedras maiores e secas, atrás da pedra úmida.








O TAPETE

Nesta rua onde moro
A árvore não é minha
É de todos... É da rua
Mas o tapete que ela cria
Enfeita a calçada,
A minha,
Do outro lado da rua
Onde até o passarinho
Vem cantar
E o sol se esconde
Para não a maltratar

Há quem diga que é sujeira
Flores lindas e cheirosas
Há quem não a queira
Como pode ser assim topeira?
Meus pés descalços a deslizar
Nem o carro deixo por cima passar
Desço a rua devagar
Dou a volta pelo quarteirão
Só para não estragar
O tapete que Deus cria!

Liz Rabello




terça-feira, 17 de julho de 2018


O DESTINO DE UMA FLOR

Vi uma flor no jardim
Ali a deixei
No seu cantinho
Enfeitando o tempo
Alimentando as abelhas
Brincando com borboletas
No jardim onde mora
Não a fotografei
Nem a levei comigo
Guardei na memória
Uma imagem bela
O cheiro
O encanto
A leveza
A fragilidade
A paz
A calma
A alegria
Da beleza eterna
Do nascer,
Crescer,
Enfeitar a vida
E perecer!

Liz Rabello

segunda-feira, 16 de julho de 2018


PELA JANELA

Sol que perpassa fios
Rendas da cortina
Vento que agita ares
Esvoaçam cores
Envolvem-se
Cruzam-se
Multiplicam-se
Exalam perfumes
Calor amor
Nas tardes de verão

Liz Rabello

quinta-feira, 12 de julho de 2018


ÁGUA, PEDRAS, FLORES E ESPINHOS
Vida a me encantar em meus caminhos
Vou indo, me enfeitando, desviando dos espinhos
Sei que fazem parte de todo livramento
Quanto mais intenso, maior vivenciamento
Quanto mais difícil, maior o crescimento!



quinta-feira, 5 de julho de 2018

VAMOS À FLIP EM PARATY?


RENDAS DO SILÊNCIO SERÁ LANÇADO NA FLIP, ASSIM COMO A EDIÇÃO ESPECIAL PELA GAYA DE "XIMBINHA", PERNAS PRO AR QUE A PELADA VAI COMEÇAR... ESTÃO TODOS CONVIDADOS PARA NOS PRESTIGIAR EM PARATY NOS DIAS 25 A 29 DE AGOSTO DE 2018... 



XIMBINHA EM NOVO FORMATO, NOVA EDITORA, 
CORES MARCANTES E DEFINIDAS E UM ISBN VÁLIDO 




VAMOS A BIENAL EM SÃO PAULO?




quarta-feira, 4 de julho de 2018

SEMANA DE GUILHERME DE ALMEIDA EM CAMPINAS


INICIEI A SEMANA PESQUISANDO SOBRE O MESTRE GUILHERME DE ALMEIDA NA INTERNET E VISITA AO MUSEU CASA EM PERDIZES SÃO PAULO


Leia sobre esta pesquisa em ENSAIOS neste mesmo blog.



De malas prontas e também com os marcadores para serem distribuídos gratuitamente aos convidados para a seresta que os acadêmicos da ANLPPB estarão organizando em Campinas...



domingo, 1 de julho de 2018


ODE A GONÇALVES DIAS


Minha chácara tem palmeiras
Na entrada do portal
Tem canto de sabiás
Que gorjeiam tal qual lá
Tem flores e gramados
Verdes montes acolá
Bem-te-vis, João de barro
Acompanham os sabiás
Beija-flores tecem plantas
Festejam com alegrias
As varandas dos quintais

Só é preciso arar
Para o sonho alimentar
Só é preciso cuidar
Para as flores vir plantar
Só é preciso alegria
Para sentir euforia
Vibração da minoria
Que ainda consegue ver
Que ainda consegue ler
Que ainda consegue versejar
Lindos versos, num poeta acreditar

Liz Rabello


LINDA AO SOL OU EM NOITE DE LUA CHEIA


quarta-feira, 20 de junho de 2018


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EU BUSCADOR DE MIM

Lembro-me de uma tarde, por volta de seis horas. Fazia frio, muito frio! No entanto, não o sentia, olhava para o céu que não tardaria a escurecer, já escondendo os raios do sol na linha perdida do horizonte. Pedia em oração que a luz levasse embora a tristeza que eu tinha e que trouxesse pela noite adentro saúde para meu pai.
“- Filha, faz tanto frio, vem pra cá, que eu quero te abraçar.” Era ele, sempre macio, carinhoso pai. O melhor de todos e dentro dos braços dele eu encontrava a paz e a alegria de viver. Desistia de buscar por mim.
Acordei na manhã seguinte com os berros de mamãe. Ela estava chorando muito na beira da cama, onde meu pai agonizava. Procurei por Deus, em oração. Perdidas palavras! Implorei ao divino, que me concedesse uma infância maior ao lado de papai. Minha oração não vingou. A morte o levou e eu fui com ela. Nunca mais parei de buscar por mim.

terça-feira, 19 de junho de 2018


APÓLOGO AO NOSSO PLANETA

Há um futuro 
Além do tempo
Lilás azul verde esperança
Só consegue vê-lo quem se sente
num universo a desvendar
dentro do relógio do tempo
abrindo folhas do passado 
lendo histórias do presente
medindo forças com sonhos ausentes 
fazer valer a pena o tempo atuante
Costurando silêncios noturnos 
Idealizando ecos 
reflexos de espelho
caminhando para um futuro 
Imaginário
que só o Coração consegue captar

Liz Rabello