quinta-feira, 17 de novembro de 2022

 

POEMAS MINIMALISTAS - DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS

SPINA

AMOR INCURÁVEL
Estrela Sol ilumina,
seduzindo Lua Cheia...
Sua obsessão ausente.
Um certo ar, mistério indecifrável,
paira por trás, fulminantes raios.
Lua, musa nua, amável, indiferente,
veste-se de luz, intensamente fria!
É ela quem seduz, completamente.

Liz Rabello

É um poema iniciado com uma palavra trissílaba, composto de duas estrofes. Sendo a primeira com três versos de três palavras em cada, e a outra com cinco versos de cinco palavras em cada. Terá que ter uma única rima distribuída no terceiro verso da primeira estrofe, no primeiro da segunda estrofe (opcional), e obrigatória no terceiro e quinto versos da segunda estrofe. A última palavra da primeira estrofe determina quais serão as próximas rimas. As rimas precisam ser perfeitas e todas no plural ou singular.

É proibido outras rimas pelos versos.

Obrigatoriamente precisa ser finalizado com algum tipo de pontuação.

O título é facultativo. Não há obrigatoriedade.

Não se usa as conjunções: e, mas, contudo, entretanto, no entanto, todavia, porém, pois.Palavras ligadas por hífen, são contadas como uma só. Ex: disse-lhe (uma palavra).

Palavras aglutinadas por apóstrofo, são contadas individualmente. Ex: minh'alma (duas palavras).

As palavras que têm sílaba muda podem iniciar o poema, desde que tenha três sílabas formadas por vogais e consoantes. Ex: Observo

As palavras compostas ligadas por hífen serão contadas como uma única acepção. Exemplos: criado-mudo/, guarda-chuva/, bem-te-vi/, vaga-lume/, obra-prima/, beija-flor/ etc. Entretanto, FICA RESTRITA a utilização no início da primeira estrofe, que terá que ser uma palavra inteira, ou seja, não composta.

TROVA - QUARTETO
Um mistério indecifrável
paira por trás de um clarão.
Seria o Sol todo amável,
dando à Lua o coração?

Liz Rabello

Métrica 7/7/7/7... RIMAS obrigatórias ac/bd... Frase única... A Trova deve conter todos os elementos cabíveis, dentro da métrica, em elisões: vogais, por exemplo. Seu significado deve bastar-se a si mesmo... Se o leitor precisar PENSAR,     para INTERPRETAR, não é trova. Pontuação demarcada... Sem título obrigatório. Não iniciar versos com letras maiúsculas, a não ser que a pontuação venha a exigir.

Liz Rabello


POETRIX - TERCETO
MISTÉRIO INDECIFRÁVEL
Clarão por trás da Lua
Sedução da estrela Sol?
Obsessão

Liz Rabello

Título obrigatório... O terceto pode conter até trinta sílabas métricas. O título não entra nesta contagem, portanto, pode e deve ser explorado... Começar versos com ou sem letra maiúscula... Sem pontuação (a não ser que o significado venha a exigir)... Concisão... Ao contrário da Trova e do Haikai, o Poetrix não pode conter frase única. 

O Haikai é uma pérola, o Poetrix é uma pílula. Para criar este poema mínimo é necessário LAPIDAR. Retirar dele todos os elementos que estão a MAIS: artigos, verbos, pronomes, tudo o que possa deixar em ABERTO o significado, para o leitor definir. A participação do leitor na decodificação da mensagem é fundamental. É proibido o grafismo. Rimas empobrecem o Poetrix e devem ser evitadas.

Uma das características do Poetrix é possuir um SUSTO ou SALTO. Em geral, encontra-se no terceiro verso, brincando com o título, oferecendo multiplicidade de significados.

Liz Rabello

HAIKAI TRADICIONAL TERCETO
Sol apaixonado?
Sempre corre atrás da Lua...
Amor incurável!

Liz Rabello

Métrica 5/7/5... Sem rimas... Frase única... O Haikai se basta a si mesmo. Pontuação demarcada... Sem título obrigatório. Não iniciar versos com letras maiúsculas, a não ser que a pontuação venha a exigir.

Liz Rabello


CAMAQUIANO - QUADRA
Indecifrável mistério
estrela Sol
amor incurável
Lua indiferente

Liz Rabello

Um novo estilo poético sucinto horizontal em “quadra”, contendo apenas “08 palavras”, onde o pouco é muito. As palavras formam seus “pares em cada linha”; com elegância nas frases, ou seja, uma do lado da outra com sentido à primeira palavra, pois, se trata de um “Poema Frasal”, com poucas palavras; desde que tenha coerência poética. Ele é iniciado apenas com letra maiúscula na primeira linha do verso, as demais prosseguem com letras minúsculas, exceto os nomes próprios. Palavras ou nomes compostos, equivalem a “uma palavra”. Neste poema não há métricas, trata-se de um “Poema Desenvolto”.  (Desembaraçado-livre). O formato (Estrutura) as frases ficarão uma embaixo da outra; no sentido uniforme, onde as palavras ficarão voltadas para o lado esquerdo, não pode centralizar as palavras, ou as deixando aleatórias; e não há espaçadas de linhas de uma para a outra.


ALDRAVIA
estrela
Sol
amor
incurável
Lua
indiferente

Liz Rabello

Aldravia é a primeira forma poética genuinamente brasileira, onde o poeta deve traduzir o máximo de poesia em somente 6 palavras.

- Aldravia não é frase em pé. Devemos evitar preposições, artigos e conectivos, alguns verbos e dar preferência as palavras inteiras. Segundo as regras dos criadores, conectivos não devem ser usados pois dão as mesmas o sentido de frases em pé. Podemos construir Aldravias belíssimas, e genuínas sem precisar usá-los. Preposições são aqueles termos invariáveis que usamos para ligarmos duas palavras. Existem outras, porém as mais comuns são as essenciais: a, ante, após até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, atrás.

- Aldravia não deve conter palavras em maiúsculas, exceto em caso de nomes próprios, ou algum vocábulo que desejamos destacar. Mas a regra geral é que nenhuma palavra deve iniciar em maiúsculas.

- Aldravia não deve conter ponto final, vírgula, ponto e vírgula. As exceções de pontuação são os dois pontos, interrogação e exclamação, quando necessários.

- Não são permitidas Aldravias em acrósticos. 

- Deve ter ritmo e poeticidade

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

POLÊMICA: SERÁ QUE AS PLANTAS E ÁRVORES TÊM CONSCIÊNCIA E PODEM ATÉ SENTIR DOR?

CURIOSIDADES SOBRE AS PLANTAS

Logo que comprei minha propriedade em Piedade, uma pequena chácara, plantei muitas árvores frutíferas e primaveras. Ao todo: vinte e três pequeninas plantas, que cresceram e se tornaram árvores frondosas. Entre elas, uma seringueira. Minha falta de experiência me fez cometer um erro gigantesco: eu a plantei perto da fossa negra, ao lado da casa. A menininha frágil cresceu como louca e suas raízes alcançaram, de um lado: a fossa e do outro, adentraram para debaixo da construção. Lógico que fomos obrigados a cortá-la. Uma semana depois, o tronco que sobrara chorava, e eu, sequer consegui fotografar a sua dor ou a minha.

Liz Rabello

A ciência já percorreu um longo caminho, mas a gente ainda não solucionou todos os mistérios da natureza. Um desses mistérios é como as plantas e árvores funcionam a nível sensorial, e também como se comportam, tanto individualmente como em grupo. Muitos de nós conversamos com plantas, até porque nos disseram que elas precisam de amor para crescer com saúde. Afinal de contas, árvores e plantas são seres vivos. Mas será que elas sentem dor? Será que se comunicam umas com as outras? Elas têm algum tipo de consciência?


ÁRVORES SÃO GENTIS UMAS COM AS OUTRAS

As árvores são muito educadas umas com as outras. Um fenômeno conhecido como timidez da copa acontece em certos tipos árvores. É quando as copas das árvores não se tocam. Elas não se sobrepõem aos galhos uma da outra e permitem que a luz solar chegue ao solo. Isso que é saber respeitar o espaço individual!

Esse fenômeno vem intrigando os cientistas há anos e ainda não há um consenso sobre a razão desse acontecimento. Uma das possíveis razões é que as árvores fazem isso como parte de um mecanismo de defesa para ajudar a prevenir a propagação de doenças, bem como compartilhar a luz solar.

TIMIDEZ DAS COPAS

Curiosamente, nem todas as árvores se comportam assim. Isso é mais comum entre árvores da mesma espécie, bem como da mesma idade. Ainda assim, mostra que há algum tipo de reconhecimento do meio ambiente e de seus vizinhos.


PLANTAS COMPARTILHAM RECURSOS

Árvores que evitam se tocar compartilham a luz solar com seus pares, mas também compartilham outros recursos através de suas raízes.


REDE MICORRÍZICA

Essas redes subterrâneas são feitas de fios de fungos que crescem entre as raízes. Eles essencialmente conectam toda a floresta. Plantas e fungos se comunicam usando essas redes, o que inclui o compartilhamento de recursos como carbono e nitrogênio.

COMPARTILHAMENTO DE RECURSOS

As maiores e mais antigas árvores usam essa rede para nutrir árvores mais jovens, compartilhando os recursos necessários para ajudá-las a crescer.

E essa história fica ainda mais interessante: "árvores-mãe" parecem reconhecer sua família e, como resultado, compartilhar mais nutrientes com parentes quando comparado a estranhas.

PLANTAS CONVERSAM ENTRE SI

Essas redes de fungos vegetais são usadas para mais do que apenas compartilhar recursos. Elas também são usadas para se comunicar umas com as outras.

PLANTAS SE AJUDAM MUTUAMENTE

Uma árvore ferida envia sinais de alerta químico para que outras árvores possam se preparar para o perigo. Árvores que estão morrendo compartilham todos os seus recursos através da rede. Parece que a floresta coopera e tem mais em comum conosco do que pensávamos originalmente.

PLANTAS SE COMUNICAM ATRAVÉS DE CHEIROS

A comunicação entre árvores e plantas não é feita apenas no subsolo. As plantas realmente têm um olfato e reagem a certos odores.

As árvores de bordo (ou acer, aquelas com a folha parecida com a da bandeira do Canadá), por exemplo, usam cheiros para alertar as outras sobre o perigo, de acordo com um estudo. Odores são usados para enviar sinais de alarme para suas vizinhas, desde alertas sobre ataques de insetos até amadurecimento de frutas - e tudo que esteja entre essas coisas.

PLANTAS PEDEM SOCORRO

Falando em insetos, quando as plantas estão sob ataque, elas liberam moléculas voláteis que compõem cheiros particulares.

JASMONE

Uma dessas moléculas é a Jasmone, que é emitida por flores de jasmim para alertar plantas próximas sobre pulgões. Então, da próxima vez que você beber uma xícara de chá de jasmim, é melhor fazer isso longe das plantas, se você não quiser assustá-las!

 REAÇÃO EM CADEIA

Moléculas como Jasmone também alertam insetos predatórios sobre a presença de agressores de plantas, para que eles possam atuar e realmente ajudar as plantas angustiadas (e fazer uma boquinha, lógico).

GRAMADO

Sabe aquele cheiro característico de um gramado recém-cortado? Sim, a grama está essencialmente pedindo ajuda enquanto está sob ataque.

PLANTAS RECONHECEM A FAMÍLIA

Esse comportamento, mais comumente associado aos animais, também está presente nas plantas. Como resultado, as plantas que têm parentesco recebem mais recursos compartilhados através das raízes, mais luz e, consequentemente, produzem mais frutas e sementes. Elas são sonoras

PLANTAS CONSEGUEM OUVIR?

As árvores emitem frequências sonoras. São infrassons de ultra-baixa frequência ou ultrassons de alta frequência, por isso os humanos não conseguem ouvi-las. Outras plantas e animais, no entanto, conseguem.

À medida que plantas e árvores emitem frequências, elas também podem detectar vibrações através do ar. Particularmente, elas parecem detectar sons relevantes para sua sobrevivência, como o barulho da água ou o som de insetos.

As flores também podem "ouvir" o som das abelhas e reagir produzindo mais néctar, tornando-as mais atraentes para os insetos e garantindo a polinização. Elas podem "ver".

Embora as plantas não tenham olhos, elas são sensíveis à luz. Na verdade, elas têm órgãos semelhantes aos olhos chamados ocelli, que agem como lentes para detectar luz. Além disso, há também a possibilidade de que o ocelli seja capaz de sentir cores e formas.

PLANTAS PODEM APRENDER?

Através de seus sentidos, as plantas podem realmente aprender e ter a capacidade de lembrar. Acredita-se que façam isso através da aprendizagem associativa (por exemplo, associando a presença do vento à existência da luz), mas o mecanismo exato permanece desconhecido.

PLANTAS PODEM LEMBRAR?

As plantas também se lembram. Um estudo descobriu que uma planta que reagia movendo suas folhas quando tocada, parou de fazer isso depois de saber que a ameaça não era real.

PLANTAS SENTEM DOR?

As plantas não têm os mesmos mecanismos de dor que os animais, então não sentem dor como nós sentimos. Elas, no entanto, reagem às lesões e produzem substâncias que suprimem dor, o que nos faz questionar quais são os motivos delas precisarem disso. Além do mais, descobriu-se que, assim como os animais, as plantas também respondem à anestesia.

PLANTAS TÊM CONSCIÊNCIA?

Então, podemos dizer que as plantas são conscientes? Bem, para começar, precisamos ter uma definição universalmente clara do que é consciência (o que não temos). O que sabemos é que as plantas parecem estar cientes de seus arredores e podem de fato se comunicar.

Um estudo também descobriu que as plantas são capazes de "distinguir-se dos outros". Isso as tornaria conscientes? Ninguém pode dizer com certeza. São necessárias mais pesquisas para se chegar a uma resposta mais concreta.

 FONTE DE PESQUISA

Polêmica: Será que plantas e árvores têm consciência e podem até sentir dor? (msn.com)

quarta-feira, 2 de novembro de 2022

TRÊS POEMAS MINIMALISTAS, ESCRITOS EM FORMAS DIFERENTES, PROPOSITALMENTE, DE ACORDO COM AS REGRAS BÁSICAS DE CADA UMA DELAS. O TEMA PROPOSTO FOI "FIM" (DIA DE FINADOS)

HAIKAI TRADICIONAL - TERCETO

Métrica 5/7/5... Sem rimas... Frase única... O Haikai se basta a si mesmo. Pontuação demarcada... Sem título obrigatório. Não iniciar versos com letras maiúsculas, a não ser se a pontuação exigir.

Liz Rabello

TROVA - QUARTETO

Métrica 7/7/7/7... RIMAS obrigatórias ac/bd... Frase única... A Trova deve conter todos os elementos cabíveis, dentro da métrica, em elisões: vogais, por exemplo. Seu significado deve bastar-se a si mesmo... Se o leitor precisar PENSAR, para INTERPRETAR, não é trova. Pontuação demarcada... Sem título obrigatório. Não iniciar versos com letras maiúsculas, a não ser se a pontuação exigir.

Liz Rabello

POETRIX - TERCETO

Título obrigatório... O terceto pode conter até trinta sílabas métricas. O título não entra nesta contagem, portanto, pode e deve ser explorado... Começar versos com ou sem letra maiúscula... Não usar rimas no terceto... Sem pontuação (a não ser se o significado exigir)... Concisão... Não pode conter frase única. O Haikai é uma pérola, o Poetrix é uma pílula. Para criar este poema mínimo é necessário LAPIDAR. Retirar dele todos os elementos que estão a MAIS: artigos, verbos, pronomes, tudo o que possa deixar em ABERTO o significado, para o leitor definir. A participação do leitor na decodificação da mensagem é fundamental. É proibido o grafismo.

Uma das características do Poetrix é possuir um SUSTO. Este, em especial, o tem no terceiro verso, que brinca com o título, oferecendo significados múltiplos.

Liz Rabello