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terça-feira, 21 de dezembro de 2021
sábado, 25 de setembro de 2021
sexta-feira, 27 de agosto de 2021
LUTO
ILUSÓRIO
A última vez
que eu a usei foi no lançamento de Quatro Estações no Sarau Urbanista Concreto,
em finais de 2019. Eu a adoro. Uma túnica azul turquesa, de rendas, bordada. Só
a uso em ocasiões muito especiais, como a troca de presentes de Amigos
Secretos, no Bar do Julinho, Sopa de Letrinhas. Olhava a foto com saudades da “Bem-me-Claire”,
Flor sem idade, da biblioteca inteira que ganhei de presente, todos livros solo
desta maravilhosa escritora, e, é claro, com tristeza eu olhava a minha túnica
azul turquesa.
Ia participar
de uma Live, receberia um Prêmio “Personalidade Literária 2021”, da ALPAS.
Queria estar bem na chamada, on line. Decidi que a usaria. Procurei, procurei, revirei os dois guarda-roupas. E nada. Virei a página, esqueci do assunto.
Mais recentemente, eis que me vem à memória o ocorrido. Quando minha
ajudante doméstica chegou, eu a fiz procurar em todo canto. Nada! Se não a achava
fisicamente, comecei a vasculhar a minha memória. Eu me lembrava de um momento
em que percebi que a roupa estava suada e precisava de um trato. Eu a coloquei
numa sacolinha de supermercado branca, para levá-la para ser lavada. Num
sábado, indo para Ibiúna, passei na lavanderia, que estava fechada. Como segui
viagem, pensei que ela poderia estar na chácara. E logo que pude, lá fui eu,
revirando tudo por lá e nada encontrando.
Numa noite, já
triste e decepcionada, acordei me lembrando que ficara chateada por ter dobrado
a roupa tão cara de qualquer jeito e, ao colocá-la no balcão da “LA- VAN- DE-
RIA”, estar com os bordados amassados. Deu o insight! É lógico, está lá, eu me
esqueci de ir resgatá-la de um longo confinamento. Esta Pandemia ainda vai me
matar! Esperei o dia útil e logo ao amanhecer fui em busca da preciosidade. Nada
existia em meu nome naquele local. Insisti tanto que a atendente perdeu a
calma. Sem esperanças, voltei, desanimei e não mais procurei.
Eu sou de
dormir às madrugadas e meu filho, ao contrário, passa-as acordado. Entre um
sono e outro, abri o celular e, muito triste, contei a história toda a ele.
Postei minha foto com a Claire, usando a túnica. E lamentei: “Eu adorava esta
peça...” Em tom de despedida!
“Ei, mãe, você
não se lembra que me pediu para ir buscá-la na lavanderia? Está aqui no meu
guarda-roupa. Amanhã eu te levo.”
Ah, se todos
os lutos fossem assim!!!!!!
Liz
Rabello
quinta-feira, 19 de agosto de 2021
detê-lo é tão impossível!
Não há um só passatempo
que segure o previsível.
Amanhece quer se queira,
quer não... Também anoitece;
o orvalho vem molhar beira
das folhas, quando alvorece.
Ontem a dor que eu sentia,
já não tem espaço em mim.
Junto ao Sol, vem alegria,
um dia após outro, enfim!
quarta-feira, 18 de agosto de 2021
FAÇO PARTE DESTE LINDO VÍDEO... UMA REFLEXÃO POLÍTICA SOBRE NOSSAS AÇÕES.
PAISAGENS
BRASILEIRAS – PROSA POÉTICA
O Brasil é uma
nação múltipla em sua diversidade. De norte a sul do país maravilhosas
paisagens se sucedem e encantam. Belezas naturais contrastam com extensas
monoculturas, solo arrasado e degradação ambiental. Nosso povo humilde é
explorado desde a colonização, e colonizados seguimos espoliados. A dualidade
ruidosa entre a Natureza esplendorosa e a degeneração territorial é tema do
filme “Paisagens Brasileiras”, dirigido por Eduardo Waack.
Esta é uma
obra colaborativa e solidária, com uma extensa lista de participantes. A
narrativa conduzida por treze leitoras, com seu sotaque peculiar, dá uma
sonoridade colorida à mensagem ecológica, espiritualista, cósmica e política
que ecoa do início ao fim. São poesias, são crônicas: é prosa poética. As
imagens, pequenos filmes oriundos dos mais variados rincões, são de um encanto
ímpar e exuberante. Colhidas por 24 pessoas cuja paixão comum é a terra pátria.
Merecem destaque as fotografias do paranaense Leandro Taques, em preto e
branco, intercaladas e pontuando as longas sequências e planos curtos. Na
trilha sonora incidental, interpretada ao piano, alguns dos mestres dos séculos
XIX e XX, cuja marca registrada é a brasilidade.
Assim é
“Paisagens Brasileiras”, uma lembrança e um recado. Um esforço e uma dedicação
— uma declaração de amor. Por uma ética na estética! A simples constatação de
que é necessária uma mudança de rota e de pensamento, para que corpo e alma,
pessoas & lugares, o Brasil e os brasileiros, tornem a reencontrar-se.
#poesia #prosapoética #videopoema
Poesia Viva — Eduardo Waack
quarta-feira, 11 de agosto de 2021
ALFABETIZAÇÃO...
UMA BRINCADEIRA!
Fui
alfabetizadora durante dezoito anos seguidos, num tempo em que meus filhos eram
pequenos e, eles próprios vivenciavam estes momentos de primeiros contatos com
a leitura e escrita.
Meu filho mais
velho me deixou traumatizada por conta de que problemas familiares me fizeram
optar por uma escola maternal para ele. Aos dois anos já estava frequentando o
Colégio Pato Donald, que funcionava dentro do prédio do São João Gualberto; e,
portanto, não era adaptado à criança tão pequena. Seus garranchos e rabiscos
iniciais eram pautados de conceitos como “PÉSSIMO”, “SEM CAPRICHO” ou outros
sinais de que quem o estava direcionando para os primeiros contatos com a
alfabetização não tinha a menor ideia do mal que fazia para uma criança de dois
aninhos. Se fosse hoje, eu o teria tirado daquele espaço num piscar de olhos.
Quando entrou para o ensino fundamental já estava farto de escola, carteiras,
lousas, lápis e cadernos. Reagiu como alguém que não tinha capacidade para
aprender. E tinha.
A diferença
entre os irmãos é de oito anos. Minha experiência negativa com o mais velho,
deixou-me cautelosa com o mais novo. Não o coloquei na escola maternal, mas sim
bem mais tarde. No entanto, por não ter com quem deixá-lo em casa, muitas vezes
eu o levava comigo para a sala de aula. Usava vários materiais para a
aprendizagem dos meus alunos e um deles eram os cartazes da Caminho Suave, a
Cartilha e os varais. Tinha um jogo velho que deixei em casa e o meu filho se
apropriou para brincar. Um dia eu o peguei no fundo do quintal pendurando os
cartazes no varal de roupas e ensinando as galinhas a ler:
RA
RE RI RO RU RUA!
SUAS
GALINHAS BURRAS!
Ri muito da
cena. E fiquei meditando se eu também não usava de brincadeiras para com meus
aluninhos pequenos da Rui Bloem, onde lecionava. Acredito que sim... Um deles
vivia me dizendo: “Já estou ficando cafuso... É muita letrinha pra me
torturar!”
É claro que as
galinhas jamais aprenderam a ler, mas o Rodrigo, sim! De tanto ensiná-las, quem
se auto alfabetizou, foi ele próprio. Certa vez me disse num repente: “Mamãe,
eu sei ler.” Abriu a Cartilha Caminho Suave e leu: LARANJA. Havia o desenho da laranja e eu menosprezei a leitura. “Oras, você leu a imagem” – E ele mudou a
página. Desta vez leu DADO. E novamente deduzi que a imagem é que decifrava o código.
Ele se irritou e leu SAPO... A mesma repetição dos fatos. Para me provar que
sabia ler não mudou de página, apenas leu uma das palavras da lição do sapo:
SALADA! Oras bolas e num é que era o SA do sapo, mais o LA da laranja, mais o DA
do dado???? Ele ficou realmente zangado e berrou: “EU SEI LER!” E leu a página
toda e depois outras páginas, enquanto muito emocionada eu o beijava de
alegria... pois jamais o ensinara, apenas o deixei brincando com todo aquele
material de alfabetização. Quando aos quatro anos eu o coloquei na escola
Chácara Mundo Feliz ele já sabia ler e escrevia muitas palavras que aprendera
sozinho por seu próprio interesse.
Isto me fez
aprender a ensinar! E, principalmente a refletir sobre o que é que eu ensinava
realmente quando queria ensinar algo que tinha em mente. Na verdade, não é o
conteúdo, nem o material que importa, mas o MODO como fazemos o nosso trabalho.
Liz
Rabello
GRATIDÃO
terça-feira, 13 de julho de 2021
sábado, 10 de julho de 2021
Rafa, meu amor, nem acredito que você está completando dezenove anos. Eu me lembro, com exatidão de fotografia da sua meleca de bolo, de nossas brincadeiras procurando um amigo imaginário que estava escondido não se sabe onde e que nunca foi encontrado... Do Ludy, nosso cachorrinho de estimação, seu amiguinho inseparável, deixava-se até andar de motoca, bonzinho que só ele. Ou de quando você se jogava ao chão e me dizia, brincar de jogador "contundido"... De nossas farras com pintura a dedo, de nossos passeios ao cinema, ao shopping, ao Mac Donald. De como era bom te dar presentes, que você cuidava com muito carinho. De suas formaturas. De quando você leu para mim pela primeira vez... Olha a boquinha que lindo! Era uma historinha de uma vovó muito levada da breca e você me disse que era eu... Jamais me esquecerei daquela “rasteira” na quadra do condomínio da chácara. Mas nunca mais joguei bola com você... Tantas, tantas lembranças boas... Só tenho a agradecer a Deus, por ter me dado de presente: Você, meu rei! Te amo mais que chocolate! Feliz aniversário!
Liz Rabello
domingo, 20 de junho de 2021
A BELA E A FERA
sexta-feira, 28 de maio de 2021
NOSSAS PROPAROXÍTONAS GENIAIS
Uma dupla sertaneja, Alvarenga & Ranchinho, já tinha feito o mesmo, cerca de 20 anos antes de Chico Buarque. Lançado há 50 anos, no início de 1971, o LP Construção, de Chico Buarque, ainda hoje é considerado um dos grandes discos da história da música popular brasileira. Quinto LP de Chico, foi lançado após seu exílio voluntário na Itália, que perdurou por cerca de 14 meses. Quando de seu retorno, em 1970, Chico já havia lançado um compacto simples, contando com “Apesar de Você” no lado A e “Desalento” no lado B.
Felizmente, os
censores da época não consideraram de início essas duas canções obras
“subversivas” e as liberaram. Uma surpresa, inclusive para o próprio Chico. Cem
mil cópias vendidas e a “ficha” caiu: “você”, de “Apesar de você”, não era uma
mulher mandona, autoritária, como o compositor sempre respondia a quem o
indagava. Descoberto o “erro”, a canção foi censurada, proibida de ser
veiculada pelas rádios e TVs, sendo os discos ainda não vendidos recolhidos
pelas forças de segurança.
Se
considerarmos o compacto “Apesar de Você”/”Desalento” como um aperitivo, o LP
“Construção” revelou-se um banquete de iguarias finíssimas, daquelas que, como
diria Vinícius de Moraes, “a pessoa, se fosse honrada mesmo, só devia comer
metida em um banho morno, em trevas totais, sonhando, no máximo, com a mulher
amada”.
Em dez canções
que compreendem exatos 31 minutos e 12 segundos, Chico nos oferece uma obra
definitiva, que nos marca “a ferro e fogo, em carne viva”. Mesmo 50 anos
depois, não há como sair incólume após a audição desse disco. Para Mauro Ferreira,
crítico musical, o LP Construção destaca-se pela coesão do repertório, pelo
pulso político desse cancioneiro inteiramente autoral e pela adequação dos
arranjos às dez músicas. Dentre elas, comento aquela que dá nome ao disco.
Versos
alexandrinos
Maravilhosa,
incomparável. Esses são alguns dos adjetivos que qualificam “Construção” de
Chico. Versos alexandrinos, todos eles finalizados em palavras proparoxítonas.
Para muitos,
“só Chico poderia fazer isso”. Realmente, Francisco Buarque de Hollanda é genial.
Ponto. Mas, em relação às proparoxítonas ao final dos versos, uma dupla
sertaneja, Alvarenga & Ranchinho, já tinha feito o mesmo, cerca de 20 anos
antes da construção buarqueana.
Formada em
1929 por Murilo Alvarenga, mineiro de Itaúna, e por Diésis dos Anjos Gaia,
paulista de Jacareí, a dupla iniciou sua carreira apresentando-se em circos no
interior de São Paulo. Em 1934, Murilo e Diésis foram contratados pelo maestro
Breno Rossi e passaram a se apresentar na Rádio São Paulo.
A carreira
consolidou-se após a mudança para o Rio de Janeiro, onde gravaram o seu
primeiro disco, em 1936, e passaram a integrar o grupo de atrações do Cassino
da Urca. Faziam enorme sucesso com a criação de sátiras políticas, o que lhes
valeu, também, uma série de prisões.
Sumiços
e rearranjos
A formação
original se desfez em 1965, quando Diésis abandonou definitivamente a dupla.
Sumiços anteriores já haviam ocorrido, quando então havia sido substituído por
Delamare de Abreu, irmão, por parte de mãe, de Murilo Alvarenga.
Com o
rompimento definitivo, um “terceiro” Ranchinho surgiu, Homero de Souza Campos,
conhecido também como Ranchinho da Viola e como “Ranchinho II” (apesar de ter
sido o “terceiro”). Homero cantou com Alvarenga de 1965 até o falecimento
deste, em 1978.
Mas e as
proparoxítonas? Elas estão presentes em “Drama de Angélica”, canção composta em
1949 por Murilo Alvarenga e M. G. Barreto, tendo sido um dos maiores sucessos
da dupla.
Reparem na
letra: são 12 conjuntos de textos e cada um deles tem oito versos, sendo que,
em praticamente todos eles, as últimas palavras são proparoxítonas.
Há algumas
poucas exceções, tais como “perplexo” e “convexo”, mas ao longo da canção isso
nem se nota, pois elas também se encaixam no ritmo estabelecido pela letra.
Ouça a música, a partir de 8’50’’, no programa Ensaio, da TV Cultura.
Drama
de Angélica (1949) – Murilo Alvarenga e M.G. Barreto
Meu passado enigmático