PRETINHA FEBEM
Há quase dois anos atrás as galinhas de uma chácara vizinha invadiram a minha. Tirei várias fotos e fiquei encantada com os visitantes inesperados. De lá prá cá, fui amadurecendo a ideia de fundar um galinheiro. Mas tinha que ser algo mais bonito, mais charmoso, para combinar com o local, que é um verdadeiro paraíso. Dito, pensado e feito. Tudo pronto e lá fui eu comprar três franguinhas novas e poedeiras. Chegaram. Uma que batizei de Pretinha, outra Branquela e mais uma Riscadinha. Logo de cara, a Pretinha mostrou garras. Como líder do grupo, bate nas outras duas, que a respeitam sem pestanejar. Seus ovos são os maiores, porque é ela quem se alimenta melhor. Agora está liderando a fuga. Num final de semana qualquer, minha cruz foi tapar buracos, com tijolos, para evitar que o túnel aumentasse. Eita Pretinha Febem! Assim não dá!
A danada continuou a aprontar até que um outro visitante, um cão marron e muito bravo, que vive invadindo chácaras que não lhe pertence, acabou com a vida da Riscadinha. Fiquei muito triste, mas não desisti dos planos. Criamos mais segurança. Fechamos melhor o galinheiro. E quando menos esperávamos, reaparece o tal do cão. Pelas penas pretas encontradas, a Pretinha defendeu com sua própria vida a Branquinha, que não vingou. Quando soube do fato, sem pensar mais nada, enviei a Pretinha para seu antigo dono. Seria mais feliz longe de mim e com muita tristeza dei fim ao galinheiro. Hoje fui até lá para transformar o local num viveiro de flores, orquídeas e plantas coloridas. Quem não tem franguinhas, nem ovos, se delicia com perfume de flores. E segue a vida!
Liz Rabello