segunda-feira, 30 de janeiro de 2017



PRETINHA FEBEM

Há um ano atrás as galinhas de uma chácara vizinha invadiram a minha. Tirei várias fotos e fiquei encantada com os visitantes inesperados. De lá prá cá, vim amadurecendo a ideia de fundar um galinheiro. Mas tinha que ser algo mais bonito, mais charmoso, para combinar com o local, que é um verdadeiro paraíso. 

Dito, pensado e feito.  Tudo pronto e lá fui eu comprar três franguinhas novas e poedeiras. Chegaram.  Uma que batizei de Pretinha, outra Branquela e mais uma Riscadinha.  Logo de cara, a Pretinha mostrou garras. Como líder do grupo, bate nas outras duas, que a respeitam sem pestanejar.  Seus ovos são os maiores, porque é ela quem se alimenta melhor.  Agora está liderando a fuga. Neste último final de semana, minha cruz foi tapar buracos, com tijolos, para evitar que o túnel aumente. Eita Pretinha Febem!  Assim não dá!
Liz Rabello


segunda-feira, 9 de janeiro de 2017


NUVENS DE POESIA

Nua, visto-me de peles de palavras
Crio versos em nuvens
Lágrimas de palavras em pó
Sorrisos ligeiros de palavras de mel
Perfumes suaves de palavras em flor
Aromas gostosos de palavras frutíferas
Ingenuidades de palavras em seios maternos
Cândidas palavras de amor
Volúpias de palavras libidinosas
Saciedade de palavras comestíveis
Guerras atômicas em palavras neutras
Guerras vulcânicas de palavras em chamas
Cinzas restantes de palavras queimadas
Tempestades de palavras recém-nascidas 
Arco-íris de palavras translúcidas ao sol
Luz lunar em palavras de clarões de estrelas
Transparente
Nua
Solto palavras ao vento
Nuvens de poesia

(Texto e tela pintada com bom-bril de Liz Rabello)