domingo, 29 de maio de 2016

QUANDO VOCÊ SE SENTIR IMPOTENTE, LEMBRE-SE: 


O CAOS HÁ DE TER FIM


Só se garante o direito aos "Nossos Direitos" com luta. Foi assim na conquista, tem de ser assim na garantia. A luta tem de ser diária, constante, o tempo todo e por todo o lugar. Nas ruas, nas redes, nos supermercados, no salão, na porta da vizinha, a qualquer tempo ou momento. Os representantes do governo ilegítimo, incluindo ele próprio, estão dispostos a passar o rodo na nação brasileira. E não estão brincando. Dilma tem que voltar urgente para colocar a casa em ordem, caso contrário o país será rapidamente, terra devastada. A corrupção sempre existiu, apenas não a divulgavam e escondiam. Ninguém nunca apurou nada, apesar das denúncias no desgoverno do FHC, tudo era engavetado e nos outros também. Agora, parece que alguma força maior, creio vindo da justiça Divina, está abalando a segurança destes parasitas, predadores dos recursos públicos. Dilma não compactuou, não se submeteu e deu margem para esta "força maior", que vem de algo mais sublime. Demerval Saviani dizia que quando a vara pende para um lado só, a tendência é que deixe de inclinar e volte para trás e, ao voltar, se equilibre. Talvez a nossa fé, a nossa luta, faça com que Deus nos ajude a equilibrar esta vara. Temos que crer num ser, que está num campo maior, em outra dimensão, que governa poderosamente todas as ações, inclusive humanas. Creio na colheita do trigo e na queima do joio. Creio que neste momento, nossa pátria, passa por uma depuração, onde todos estes mal intencionados se sentirão tão perdidos em suas tramas, que provocarão a limpeza. Grosseiramente é como algo que irrita os intestinos e é expulso numa diarréia. Nossa nação está sob grandes dificuldades, por conta destas consciências extremamente apodrecidas, entregues ao comando de seres das trevas. Creio que no fim, o bem vencerá. Sei que até lá, os justos muito sofrerão, até para que clamem por justiça e não por vingança. E nós vamos continuar a lutar para realmente fazer parte da semeadura. Juntos, de mãos dadas, alcançaremos o melhor para a nação, que só pode ser o que prime pelo lado do mais oprimido, do mais pobre.” (Liz Rabello, Valter Travain e Vera Maria Galhardi)

terça-feira, 17 de maio de 2016




NEGO DEZ
Estávamos conversando sobre identidades e sua construção desde a mais tenra idade. Salete, muito orgulhosa do pai, desatou a falar sem parar. Nego Dez. Era assim o nome dele. Na boca do povo, ninguém o chamava de forma diferente. Sempre bem vestido. Roupas limpas, cabelos arrumados, bem cortados, barba feita. Quando a esposa lhe dizia que não havia o que cozinhar, a história era sempre a mesma: “Hoje não tem o que comê, dispois de amanhã tem. Hoje tem o que comê, dispois de amanhã num tem. E amanhã? Bem, amanhã é outro dia...” - E repetia a mesmíssima história contada mil vezes e nunca retocada pelo viés criativo da imaginação: “Quando era boiadeiro e chegava co’a manada, sem nada no estômago pra forrá, num tinha peleja, não! Era água, farinha e açúcar, que nunca fartava, não!” E esta foi a primeira vez no dia em que ouvi falar do significado verdadeiro da fome. Honestidade e trabalho eram suas matrizes essenciais. Seu pavor era morrer velhinho, sem memória, sem dignidade. Dizia que se o homem perdesse a vergonha era melhor partir desta pra outra de vez. Para sua alegria, morreu aos cinquenta e deixou um legado de sabedoria e orgulho de memórias por aqui.
Salete se afastou para dar um beijo em Tula, artista da caneta, dança carimbó, atriz, cantora. Uma negra, que até faculdade já cursou. Falava de sua família e de sua alegria em nunca precisar se prostituir para dar o que comer para os meninos. Viera pra São Paulo, com uma mão na frente e outra atrás, filhos pequenos, sem pai, que se perdeu nos meandros da vida. Sozinha, arranjou emprego de doméstica e um belo dia percebeu que se ali ficasse para sempre não iria progredir. Passou a mão nos trastes e resolveu estudar. Trocou a pia pelo canto, a vassoura pela caneta, o balde pela dança, o pano de chão por um bom livro. E agora, sim, era respeitada. Uma mulher com identidade própria, que antes de mais nada se auto afirmava: Bela, negra, emponderada. E, com olhos úmidos lembrava, dos dias de farinha, água e açúcar, dor no estômago, sem conseguir dormir! E foi assim que pela segunda vez, por acaso ou por dedo de Deus eu ouvi a mesma frase, naquela tarde de descobertas sem tréguas.
Estávamos na II FLIMP, na Galeria Olido, e um escritor lançava seu novo livro: Eloy. Sua irmã chegou, o abraçou, comprou o livro. Ele autografou. Era orgulho da família: um escritor. O mais novo dos seis homens. Ela a caçula de todos. "Somos doze, seis de cada", acrescentou. Mostrou a foto da mãe, idosa com 77 anos, ainda uma bela mulher. Indaguei espantada: “Como conseguiu criar tantos filhos?” - Ela respondeu: Às vezes era farinha, água e açúcar o que tinha pra comer...
Moramos na cidade mais rica da América Latina: São Paulo! É impensável a fome por aqui. Talvez seja por isto que para os eleitores desta região seja tão difícil entender por que Lula é tão importante para o Brasil.
Liz Rabello 



(Relato feito ao som de violão de Henrique Vitorino na Casa Amarela, em São Paulo, Capital)

sábado, 14 de maio de 2016

 
DIA 15/05/2016 ESTAREMOS NA CASA AMARELA LANÇANDO UM NOVO LIVRO COM CARLOS TORRES,  AKIRA KURASAWA,  MILTON LUNA E OUTROS AMIGOS IMPRESCINDÍVEIS





COM ILUSTRAÇÕES DE PUNK ALÉM DA LENDA



quinta-feira, 5 de maio de 2016



Tela de  Carolina Ferreira

Lama de Mariana chegando no mar, 
vida que se nega ao encontro do mal,
sangue que se quebra na cortina de sal.
Liz Rabello