BOLHAS DE SABÃO
Vou brincar com bolhas de sabão
Acreditar que a vida não é sonho vão
Enlouquecer paredes com sopros de funil
Escorregar tijolos de matiz
Anil róseo escarlate
Ao vento driblando
Rolando girando
Meu coração saltitando
Sorrisos doçuras de mel
Só criança é feliz assim!
Vou brincar com bolhas de sabão
Dentro delas dores mil
Casinhas de papelão
Barquinhos sem velas
Lua sem estrelas
Sol sem brilho próprio
Árvores sem folhas
Lagos sem peixinhos
Saudades sem olhos úmidos
Vento, leve embora minha dor!
Vou brincar com bolhas de sabão
Dentro delas muita luz
Esperanças verdes Liz
Olhos de serenatas
Canções e perfumes de jasmim!
Num impulso de alegria
Mãos seguram a euforia
De ver bolhas explodindo
Levam a dor e o amor
Levam saudades e esperanças!
Sorriso desaparece dos lábios
Vento parou
Mãos molhadas
Surpresa chegou
Brinquedo acabou!
(In ARMADILHAS DO DESTINO, in INTERVALOS, por Liz Rabello,
Editora Beco dos Poetas, 2013)