sexta-feira, 31 de janeiro de 2014


CABEÇA DE FLOR?

É a minha?
 Se for... Amei.
 Se não flor... Amei também... 

Liz Rabello

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014


ESCURO

 Pessoas ausentes
Vêm e vão
Transcendem
Nossa existência
Permanecem do
Outro lado do muro...

Por mais que busquemos
Brilham distantes
Faíscam sorrisos
Vagalumes eternos
Na noturna escuridão...
Fuga fugidia na neblina!

Há sempre uma ponte
Possibilidade de laços
União entre pedras
Ondas a revoltar
Buracos do infinito!
Acredito no escuro!

HÁ SEMPRE UMA PONTE ONDE É POSSÍVEL CRIAR LAÇOS DE UNIÃO ENTRE PEDRAS, BURACOS QUE NOS TRANSCENDEM PARA O INFINITO. ASSIM É COM PESSOAS AUSENTES, QUE SE MANIFESTAM EM NOSSA EXISTÊNCIA, PARA PERMANECEREM DO OUTRO LADO DO MURO... POR MAIS QUE BUSQUEMOS A UNIÃO, MAIS DISTANTES ESTÃO! SÓ QUE EU ACREDITO NO ESCURO!

Liz Rabell
o

UM LUGAR ONDE O TEMPO PAROU 


Pinheiros verdes 
Farto matagal 
Túnel de espinhos 
Folhas secas 
Janela aberta 
Cadeado estilhaçado 
Mel de abelhas 
proteção! 
Roupas no varal 
A balançar 
A chorar 
Saudades 
Teias multifacetadas 
Fios de sonhos 
Tecidos perdidos 
No tempo do jamais 
A morte chegou 
O relógio parou! 

Liz Rabello



Era uma enorme área coberta por um farto matagal. Cercada de grandes pinheiros, que na época chegavam a quatro metros de altura. Quando caminhávamos pelo condomínio, parávamos curiosos em frente ao grande portão de madeira talhada, a olhar pelas frestas, em busca de um sinal de vida. Difícil falar do abandono. 


Percebíamos pelas plantas crescidas em meio às ardósias que há muito tempo ninguém ali pisava. Certa vez tio Digo e seu amigo foram barrados pelo vigia do lugar: “O que querem aí nesta propriedade?” A resposta veio certeira: “Apenas curiosidade!”. Após as devidas identificações, souberam que aquela área abandonada era alvo de pessoas que queriam tomar posse, já que supostos proprietários não a defendiam. Souberam que a dona, uma senhora idosa, ali morrera, sozinha, dezoito anos antes daquela data. 


Uma tarde, de volta ao lugar, de posse de um celular, os dois ali entraram e constataram cenas de terror, dignas de um filme de casa assombrada. Teias de aranha em todos os vidros!


Uma moradia que perpassava o tempo, muito bem construída, sem rachaduras, sem infiltrações de água, envidraçada por toda a varanda e nelas, enormes teias de aranhas, cujo habitat, lhes era tão natural, seu único espaço desde sempre.


Houve necessidade de se agachar e passar por um túnel de espinhos de primaveras em flor, para chegar do outro lado da casa.


 Lá encontraram outro jardim de inverno, com cadeiras em ferro trabalhado, lindas! Folhas secas ao chão e, novamente, teias multifacetadas de fios a tecer cantos de sonhos perdidos no tempo do jamais.


Na lavanderia, roupas ainda estendidas no varal, demonstravam que aquela senhorinha não pretendia deixar de viver. 


O mais impressionante era a cozinha. Uma mesa de madeira, quatro cadeiras arrumadinhas, toalha de renda e vaso com flores, pratos a secar sobre a pia, prontos para o próximo uso, que nunca vingou! 


Do outro lado da casa, uma janela arrombada, cadeado estilhaçado, vidros semi abertos, uma cama de casal vista através das manchas escuras e sujas dos vidros da janela. Nada mais foi possível fotografar porque abelhas faziam colméias e afugentavam sem dó qualquer ser humano que dali se aproximasse. Mel a proteger o sonho!


Quando disse à vovó que queria ir até lá com meu tio ver de perto aquele lugar assombrado, ela não titubeou: “Não, não quero que vá, que te arrisques a ferroadas de abelhas, nem a picadas de cobras, nem que fiques enlaçado a uma teia de aranha... Só quero que me prometas que após a minha morte jamais deixarás nossa chácara assim!” 

Agora me vinham à mente palavras, envoltas em teias tecidas pelas lembranças e eu me emaranhava nos sonhos dela e só desejava parar o tempo, volver as horas e fazer-lhe a vontade: Cuidar do nosso cantinho de amor! 

(Liz Rabello- In “CÓDIGO AGV”, AMOR SEM FIM, Editora Beco dos Poetas, 2012) 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014


DESUNIÃO

Quando a gente se separa
fica uma fissura,
uma fresta,
onde passam todas as agulhas

onde vertem todos os desejos
fagulhas são ardências
agulhas são dormências
dores pontiagudas
latejam os sentidos
dominam pensamentos
martelam sentimentos
machucam corações!

Liz Rabello
ASSUSTADOR

 

O mar avança sobre o rio indefeso
Diante desta magnitude pobres águas doces
Rebelam-se, fortes, 

 Arrancam terras, capelas,
 E sobre a propriedade se dilacera.


     Tão logo meu olhar pousou na imensidão do horizonte avistei o mar paradisíaco. Ondas mansinhas, quebrando-se lá longe, como se fossem inocentes canções de amor. Meus olhos extasiados fixaram-se nas jangadas, que iam e vinham, paravam ao redor da piscina natural, uma das muitas existentes em meio ao espetacular oceano. Ponto turístico, onde é possível mergulhar e com peixinhos de perto poder nadar e o mesmo espaço cruzar. A piscina artificial da propriedade próxima me fez recuar, desviar, caminho de pedras tortuoso trilhar e um portão entreaberto ultrapassar. Ao abri-lo, uma surpresa: o caminho se acabava numa rampa suspensa. Abaixo: um rio de verdes tons, cujo curso não seguia um ritmo normal. Ao contrário, águas doces recebendo águas salgadas do mar. Percebia-se, nitidamente, que suas encostas, recentes, desenhavam vertigens de novos esculpir!


Nem sempre foi assim. O rio desembocava suas águas no Atlântico, à direita, uns quinhentos metros distante dali. A propriedade seguia vinte e cinco metros pela frente, agora mar adentro. Antes do combate, uma capela e um campo de futebol, a paz já exalaram. Quem os roubou? O rio ou o mar? Ou ambos irmanados numa fúria de retorno: Ao homem o que destruiu!


Adoro o verde. Meus olhos ficam tristes quando as queimadas destroem a mata ciliar para dar lugar aos sulcos de erosão e assoreamento do solo dos rios. Foi o que mais observei durante o trajeto do centro de Maceió: Ponta Verde até a praia de Paripueira. Ia me perguntando: “O que faz o homem pensar que suas ações não trazem respostas? O que faz o ser humano agir sem medo algum de interferências supostas e executadas a bel prazer? O que fazem invencionices serem mais importantes do que milhares e milhares de anos de criação celestial? Até quando o desrespeito e o fechar de olhos de quem não acredita no progresso a qualquer preço? Somos todos culpados por permissividade à esmo.


No trajeto do aeroporto até o hotel em que me hospedei, muitas árvores gigantescas, canteiros de flores centralizavam a rodovia de ponta a ponta, dando um ar primaveril e suave ao forte sol do Nordeste. Meu coração já havia parado de bater momentaneamente quando ouvi a cruel sentença já inscrita no orçamento da cidade: Serão abatidas para dar lugar ao Trem Bala. Agora olhando o combate das águas, ele batia assustado, revoltado. Sinto-me uma formiguinha, infeliz, assistindo meu amado Planeta Terra sucumbir em mãos insanas!

 Liz Rabello

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014


PERMITA-ME O AMOR!

Entre a sua liberdade
E minha autonomia
Permita-me o voo
De um novo sonho!

Entre a sua tristeza
E a minha solidão
Permita-me a metamorfose
Morte de uma mariposa!

Entre a sua melodia
E os acordes da canção
Permita-se o som
Do voo em comunhão!

Entre a sua esperança
E a minha desilusão
Permita-se o enlace
De nossas mãos!

Permita-me o Amor!

 O PASSADO NÃO RECONHECE O SEU LUGAR
ESTÁ SEMPRE PRESENTE

Estava na Casa de Repouso visitando meu sogro. Esperava no guichê o próximo atendimento, quando ouvi atrás de mim uma voz muito familiar dizendo Bom Dia. Meu coração, aos pulos, dilacerou o peito, enquanto me voltava para conferir. Sim, era Ele! Não podia ser verdade. Meu grande amor ali, na minha frente. Mesmo sorriso, mesmo jeitinho alegre. O tempo só lhe roubara cabelos, mais nada! Cingiu-me braços apertados e beijos no rosto demorados. Chorei em seus braços, enquanto me deixava dominar a emoção. “Precisamos conversar”. Levou-me para o estacionamento. E sem que eu entendesse nada, passou a abrir o capô do seu carro, a retirar o estepe e uma caixa colorida bem fechada à mão. Dentro dela, todas as cartas que eu lhe escrevera. Todas as fotos, que um dia tiramos juntos. Um par de alianças de ouro guardadas numa caixinha de veludo, que outrora fora minha grande ilusão.

Olhou para a outra aliança em minha mão esquerda. Percebeu meu embaraço. Sim, eu me casara há mais de vinte anos, duas filhas. Era feliz sem amar. Apenas respeitar e me anular para que outros fossem felizes. Não era exatamente assim a minha vida? Onde estava o meu “EU”? Observei que ele também tinha uma aliança na mão esquerda. Casara-se há apenas dez anos. Trocamos celulares, emails e nos prometemos que não nos perderíamos jamais.

NOTAS DESAFINADAS

Mar calado noite densa
Nenhuma onda gigante se manifesta
Palavras são redemoinhos ausentes
Pedregulhos pousados no fundo do mar

Corpo em pausa, corpo inerte
Nenhum som de encanto te faz acordar
Palavras são notas desafinadas
Na ponta do penhasco a se equilibrar

Arrepio na coluna... É o vento
Trazendo cantigas de um tempo lá atrás
Palavras agora exalam novos aromas
Perfumes mesclados a sabor e a paz

Coração se exalta enrubesce o rosto
Desejos mansinhos de vida a voar
Palavras nascem querendo acordar
Aurora repleta de sonhos a vivenciar

Tinha apenas dezenove anos quando nos conhecemos. Nós nos apaixonamos um pelo outro e decidimos nos casar a despeito da opinião da família que queria ver-me ao lado de outro alguém. Para conseguir o aval, menti. E depois da mentira, concretizei a ação. Decidimos pelo passo maior: uma lua de mel antecipada. Tirei uma semana de férias em meu trabalho. Ele fez o mesmo. Fomos para Campos do Jordão, num chalé, ouvir a melodia do amor. Minha primeira vez foi linda e nunca mais me senti tão feliz!

Daquele momento em diante ninguém mais poderia se interpor entre nós, pensei. Estava enganada. Mobiliamos uma nova casa, marcamos a data do casamento. Trocamos alianças de noivado. E o cenário cor de rosa só se transformou em noite densa quando a menina apareceu grávida dizendo que o pai era o meu noivo. Ele negava, é claro. Mas confessou-me ter tido intimidades físicas com ela. Minha decepção foi enorme. Meus sonhos dilaceravam-se por dentro. Rompi o noivado e me entreguei a uma fuga de vida, que nunca mais se acabou. Mesmo quando conheci meu atual marido, e um descuido deixou-me engravidar de minha filha mais velha, não foi amor. Apenas fuga, como era o álcool ou os choros convulsivos que me teciam as noites e faziam meu travesseiro verter lágrimas de sangue.

Eis que meu passado volta. De dentro deste túnel, o meu príncipe me pega pela mão e me leva para um quarto de motel. Não se atreveu a tocar-me. Ali fomos para poder fugir de olhares de terceiros. Precisávamos conversar olho no olho... Esculpir frases mal ditas em tempos malditos, lapidar aquele diamante bruto, que um dia foi o motivo do nosso viver. Justificar o injustificável.

De mãos dadas, contou-me que jamais me traíra, que aquela garota fora um deslize, um erro de juventude, que a gravidez fora uma mentira dela, que tentara de todas as formas uma reaproximação, que minha família o recebera até com armas na mão e que nunca o deixaram chegar perto de mim, que ficara sozinho durante treze anos, que se jogara na bebida e no fracasso profissional até conhecer a esposa atual. Mais velha do que ele, melhor sucedida financeiramente, ela o ajudara a reerguer-se e a se tornar o que era hoje. A pessoa que compartilhava sua vida era uma boa mulher, de alma limpa e muito doente. Um câncer dilacerava seu útero e tinha dias contados. Não podia deixá-la agora quando mais precisava dele.

Eu também preciso dele. E como, meu Deus? Entreguei-me aos sentimentos, com toda fome e desejo e coração e corpo e alma e eu inteira, por inteira, sendo Eu. Durante três meses nós nos encontramos regularmente. Mas, sempre tem um “mas”! Como poderia me olhar no espelho? Como poderia não me condenar? Como poderia viver nesta duplicidade?

OLHA PRA MIM

O que tu pensas sobre mim?
Como podes me julgar?
O que tu vês é apenas a carcaça
Corpo suado de sofrer
Aparências que me envolvem
Se tu olhas apenas pra fora
Nada enxergas!

Olhos além dos olhos
Intuição do coração
Belezas escondidas
Sorrisos ocultando tristezas
Avessos que nem sempre
Outra mente consegue mentir
Antes de desvendar!

Nunca tive nada meu e ainda não tenho. Não sou ligada a bens materiais. Tudo que da vida desejo é a construção do meu caráter, do que sou em essência. Foi por esta razão que a Igreja Batista tanto me encantou desde a minha mocidade, e, também foi por esta mesma razão que meus estudos acadêmicos se aprofundaram na Filosofia. Sou Teóloga. Meus discursos na Igreja decifram a Palavra de Deus. E meus atos me condenam perante a consciência e o coração. Meu primeiro passo levou-me a buscar uma reconciliação com meu marido. Mudei de cidade e de estado. Fui embora de perto da felicidade e dor que conheci. Tudo em vão!  Hoje me vejo separada tanto do pai das minhas filhas, que mentiras não mais fazem parte do meu viver, quanto do meu amor. Estou só. Preciso começar a me buscar, tentar reencontrar um EU profundo que possa recomeçar. Tenho esperanças. Fé no futuro. Quem sabe em algum lugar exista a paz do encontro final e a gente possa se amar para nunca mais se largar!

 ADEUS

Já te falei adeus 
Segurando o tempo
E mil vezes querendo dizer:
Volte logo meu amor!

Já te falei adeus
Na esperança de um novo início
Sem ter de fato acabado
Sem ter preenchido lacunas!

Já te falei adeus
Com dois pontos, vírgulas,
Exclamações, reticências
Sem nunca usar o ponto final

Já te falei adeus
Pra nunca mais
E não fiquei triste
Acredito em milagres!

Já te falei adeus
e só queria pedir-te
Não te esqueças de mim
Jamais te esquecerei!


Liz Rabello



sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

  

LAÇOS DE AMOR


Há sempre um ponto
Uma encruzilhada
Um banco
Uma esquina
Um lance de olhar
Uma gota de orvalho
Uma luz ao luar
Uma fonte a jorrar
Uma chuva constante
De lindas notas musicais
Onde o amor está!
Sou a filha do meio de um casal como poucos. Meus pais se amavam e não me lembro de brigas, muito menos desavenças por quaisquer razões. Só me vêm às lembranças muito amor, de ambos os lados. Cresci cercada de palavras de afeto e muito agarrada ao colo dele, a seus carinhos de proteção e ao seu jeitinho carinhoso de me dizer o quanto acreditava em meus sonhos e potencial. Pena tê-lo perdido tão cedo. Era menina quando Deus o levou para morar com as estrelas. Órfã de sua presença física, jamais vivi sem apego espiritual. Por esta razão mesmo adulta eu o tinha em pensamento e coração.

Uma noite, após estudos em grupo, preparação de um seminário, saí sozinha do apartamento de uma amiga do pós graduação que fazíamos pela PUC. O relógio marcava por volta de dez horas da noite. Oscar Freire, rua pouco movimentada de pedestres, mas com muito trânsito. Havia deixado o carro três quarteirões adiante e fui a pé, sem medo algum, já com as chaves na mão, pronta a entrar e ir de encontro aos meus filhos, que me aguardavam em casa. Foi então que atônita percebi três rapazes a me cercar. Rapidamente um pela direita, outro pela frente e um se adiantou e me ultrapassou na calçada ficando atrás de mim. Diziam palavras entrecortadas com obscenidades, dando-me a entender que pretendiam algo comigo apavorante. Num repente de defesa, corri para a esquerda, único fragmento de abertura disponível e atravessei a rua em meio ao trânsito, correndo desesperadamente, não sem antes, mentalmente pedir ajuda a Deus: “Pai, me socorre!” O semblante do meu Deus tinha a face de papai. Do outro lado da calçada, um carro claro, da Volkswagen, faróis acesos pronto para sair. Bati nos vidros com toda força que consegui e o motorista abriu a porta. Entrei. Pedi para correr. Não, não pedi, exigi, gritei! Ele me ouviu, obedeceu e só bem adiante é que parou, para me acalmar e, em Espanhol, pois nenhuma palavra entendia ou falava em Português, tentou se comunicar comigo. Pela lógica dos fatos, mostrando as chaves em minha mão, acabou voltando e me levando até meu carro. Acompanhou-me um bom pedaço e só desistiu de me ajudar quando observou que não estava mais em perigo.

Cheguei em casa muito suada. Tomei meu banho. Um chá. Não conversei com ninguém sobre o fato. Apenas agradeci a Deus.

Dois dias depois fui à casa dos padrinhos do meu filho mais velho. Já estava saindo quando minha tia me falou: “Noite passada tive um sonho estranho e rápido. Você atravessava a rua e seu pai a protegia com a mão em sua cabeça.” Nada consegui dizer. Só chorei. O amor tem laços que somente o coração consegue captar.

ONDE ESTÁ O AMOR?


 Há sempre uma porta aberta

Uma janela a sorrir à luz do sol

Uma flor abrindo pétalas de cores

Exalando mil aromas

Gritos e gemidos de orgasmos

Lances de poesia dos sorrisos de crianças

Lambidas e carinhos de animais de estimação

Onde a única nota musical a soar é o Amor!

Liz Rabello