segunda-feira, 26 de novembro de 2018

EIS UMA SEGUNDA FEIRA DE UMA APOSENTADA


PLUMAS, VENTANIA, ÁGUAS E MUITO CARINHO DO CRIADOR


Dia nublado
Vento corta o céu
Nuvens escondem raios de sol
Decido que meu dia vai brilhar
Tênis nos pés e celular nas mãos
Caminho por entre pedras da trilha
Plumas do Criador
Emolduram meu olhar
E eu clico a câmara do celular
E mil sorrisos luz alegria vêm me enfeitar

Liz Rabello
















quarta-feira, 21 de novembro de 2018



É PRECISO

É preciso soltar as amarras
Desfrutar da liberdade
Não se ater aos grilhões da vaidade
Desalinhar os fios da iniquidade
Que nos prendem aos conceitos defasados
Metamorfosear sentimentos
Borboletas céu anil azul cinzento
Seja qual for o tempo...  Acreditar, sonhar, voar!

Liz Rabello

domingo, 28 de outubro de 2018


ACESSE O LINK ABAIXO E OUÇA A ENTREVISTA ACERCA DE 
MINHA TRAJETÓRIA NO CAMPO DA ESCRITA.
http://radiowebppm.caster.fm/
Terça-feira: 30/10/2018



sábado, 27 de outubro de 2018


MASCOTINHO DO PORTAL


Manhã de sol... Brilham
Plumagens verdes
Esperança no ar
Ninho quentinho
Dois ovinhos
Duas vidas a vingar


Eis que o descuido
Do pobre jardineiro
Sem querer ninho decepar
Galhos no chão
Chuvinha da vida
Vida prestes acabar


Mãos humanas
Humanas almas
Crianças doces
Querem beija flor
Beijando mãos
Para vidas salvar


Néctar na boquinha
Piquitito algodão sequinho
Ninho enxuto
Por um secador
Coração nas mãos
Palavras em orações


E um pequeno beija flor
Órfão de seu lar
Ganha novos amores
Pra asas soltar
Se não for de galho em galho
Na poesia irá dançar


Só que Deus que é teu pai
Te reserva um bom final
Melhor que isto não há
Mamãe de volta ao lar
Traz alimento pra fome saciar
Asas quentinhas de amor pra te dar!

Liz Rabello

quinta-feira, 25 de outubro de 2018



QUERO SER 

O miolo do pão que te alimenta 
O fogo que te aquece entranhas 
A flor que te embeleza e perfuma o ar 
A poeira que te rodeia e acaricia 
O vento que te despenteia e te faz feliz 
O chão firme da terra que tu pisas 
O ponto negro da penumbra
Que te traz o medo 
O âmago da luz que te ilumina
Clarão nas tempestades 
Quero ser ao mesmo tempo o nada
Ou o tudo que te fascina 
A voz da tua consciência
Que te murmura a prece do perdão 
Te amo tanto que desejo ser tu
E não eu mesma 
Estar em ti
Dentro de ti
Fora de mim pra te guiar 
Amor assim te assusta
E foges por não querer se entregar

Liz Rabello

quarta-feira, 17 de outubro de 2018


Na encruzilhada parei
Dois atalhos
Na dúvida,
Escolhi o amor
Dores, angústias, decepções
Agulhas transparentes
Ofereci braços
Aos abraços
Sinceros,
Apertados
Largos... 
Dentro deles, todos os amigos
Não estranhe aos seus ouvidos
Palavras de amor
Corações
Flores,
Perfumes
Pieguices sem fim
Vão soar de dentro de mim só pra ti

Liz Rabello

domingo, 14 de outubro de 2018



PAI, AFASTA DE MIM ESTE "CALE-SE"

Vivi anos 70
AI 5 numa mão
Cassetete n’outra
Sei muito bem
O significado de
Não calar a boca
Sei me calar

Quero ver é esta turma do bang bang
Com armas na mão
Sendo calada na calada da noite
Aquele intruso momento
Em que não se enxerga nada
Além da cor do ser humano

Liz Rabello

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

PARA UMA CERTA ESTRELA  

Caminhei dentro das brasas quentes da fogueira incendiada


Caminhei por entre pedras pontiagudas com pés descalços


Caminhei de mansinho por pedras em praias desertas



Caminhei pela seca do leito dos rios deste imenso Brasil


Caminhei pelo vale das sombras da morte


Caminhei por entre fúrias de ondas do mar


Caminhei entre as pétalas do trevo da sorte
Em todos os caminhos a esperança estava lá....

terça-feira, 18 de setembro de 2018


NO MEIO DO CAMINHO

Uma gaiola
Um céu azul anil
Uma árvore
Uma estrada
Um precipício
Uma grade
Um portão aberto
A liberdade
Escolhi a gaiola,
não tinha fome,
nem alegria,
 nem via a vida,
só por lá passava
Fugi,
escolhi voar pelo céu anil,
 tempestade veio,
                          me derrubou,
 minha asa quebrou
Escolhi a árvore
 e em seu galho torto,
desfiei meus sonhos de ninho
            Mas o parceiro não vingou,
voei estradas,
 precipícios
Encontrei a grade
 e voei portão aberto
Liberdade
Livre leve solta
Feliz enfim! E só!
Liz Rabello


sábado, 8 de setembro de 2018


NASCER

Descortinar-se de aromas
Despetalar-se de flores
Desnudar-se de folhas
Transitar pelos outonos
Arrepiar-se de invernos
Ser adubo
Voltar às primaveras
Nascer e curtir a vida de novo

Liz Rabello



quinta-feira, 6 de setembro de 2018



DIÁLOGO INTERTEXTUAL PERFEITO. IMAGENS EM PALAVRAS SE CONSAGRAM...

O que é um espelho? É o único material inventado que é natural. Quem olha um espelho, quem consegue vê-lo sem se ver, quem entende que a sua profundidade consiste em ele ser vazio... esse alguém percebeu o seu mistério de coisa.

Clarice Lispector

Foto do mural de Deolinda Nunes

ÀS VEZES O NOSSO ESPELHO ESTÁ NAS JANELAS DO PASSADO

Parei para comprar um pastel. Delícia das sextas feiras. Pedi bem queimadinho, com uma crosta firme nas pontas, muita carne moída e tempero a meu gosto. Pena não ter tempo de sentar-me num daqueles bancos da pracinha e saborear meu apetitoso momento de lazer.  Fui andando depressa, de volta para o colégio. Ainda tinha algumas horas a completar minha jornada.

Olhei à frente e o vi. Uma mancha de moleque negra, sacolejando o molejo afro pela calçada. Dois lindos e alegres olhos de jabuticabas, pedintes. Perguntei: “Quer um pedaço?” – Assentiu com a cabeça afirmativamente e pegou bem depressa o pastel quase que inteiro. Ávido, despejando no pouco de carne que caía, uma alegria infinita em gratidão.  Impossível não participar daquela cena. Meus olhos adentraram para os dele. Era um menino de pouco mais de cinco ou seis anos, franzino, pernas finas.  Acariciei os seus cabelos crespos com a nítida impressão de que já nos conhecíamos!

Impossível! Há mais de vinte anos que não tenho alunos tão pequenos, mas minha mente naufragou em um passado distante demais para encontrar uma saída.

Arrisquei um comentário: “Teus olhos me lembram alguém que muito amei e com quem eu aprendi”. Só então é que notei o pai, ao lado do menino. Olhos marejados, muito feliz ao exclamar: “Professora, você me ensinou a ler e escrever na primeira série no Rui Bloem”.

 Somos o que amamos e aprendemos aquilo que ensinamos.

Liz Rabello

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

EU E MEUS LIVROS XIMBINHA E RENDAS DO SILÊNCIO ESTAREMOS NA 64ª FEIRA LITERÁRIA DE PORTO ALEGRE EM NOVEMBRO DE 2018



SOU NUVEM


SOU NUVEM
Transporto-me
Divago
Viajo
Viro água
Transparente
Leve
Solta
Viro brisa
Viro ar em movimento
Sou vento... 
E aos olhos infantis
Sou ovelhinhas, elefantes, cachorrinhos peludinhos
Ai, que delícia ser apenas imaginação!

Liz Rabello



sexta-feira, 24 de agosto de 2018


ENIGMA

Pré (Sinto) que energias cósmicas
Se entrelaçam em mistérios sem fim
Re (Vejo), de novo! Um novo amor sem cura
Abismos de tempo entre vidas opostas
Nada a se juntar em mosaicos
Paradoxos do diferencial que nos une
Trilha de fios numa geometria complexa
Estranho é que meu coração
Escapa a tudo e te encontra
Do outro lado do ponto da curva

Liz Rabello


terça-feira, 21 de agosto de 2018



Escrevo
Pulo a linha,
Esbarro em barquinhos
De papel jornal
Soltos na enxurrada
Banhos de chuva
De um passado extinto
E me molho de poesias alegrias
Farra, barro, risadas
Festim de gargalhadas
Gotas de violão
Do meu coração
Nas tardes de verão

Liz Rabello

segunda-feira, 13 de agosto de 2018


VAMOS AGITAR POUSO ALEGRE, MINAS GERAIS, EM NOVEMBRO... DE MALAS PRONTAS E PLANOS NO BOLSO... DECOLANDO DE RODAS PRA CHEGAR ARRASANDO... MUITA POESIA, SERESTAS, LITERATURA






E OS MARCADORES PARA SEREM DECLAMADOS AO PÉ DO OUVIDO 
JÁ ESTÃO EM ANDAMENTO







E O CORDÃO DOS POETAS QUE VÃO ALEGRAR POUSO ALEGRE, EM MINAS GERAIS, CADA VEZ AUMENTA MAIS

DA SÉRIE:  "FRASES EM PARA CHOQUES DE CAMINHÕES", 
VIAJANDO PARA POUSO ALEGRE, MINAS GERAIS