terça-feira, 20 de setembro de 2022

SEÇÃO UBT SP PALAVRA DO DIA E OUTROS DESAFIOS

SEÇÃO UBT SP EXERCÍCIOS POÉTICOS "PALAVRA DO DIA"EÇÃO UBT SP PALAVRA DO DIA E OUTROS DESAFIOS

DESAFIO: ESCREVER UMA TROVA SEM UTILIZAR A LETRA "a"

Recolho cheiros de dor
no momen
to em que os vivo;
Deixo perfumes de flor
e feliz eu sobrevivo!
Liz Rabello
CAMPANHAS DE PREVENÇÃO CONTRA CÂNCER


O OUTUBRO ROSA DA SEÇÃO UBT SP É MUITO MAIS POÉTICO
Um toque no próprio seio,
(rotina de um bom viver),
com certeza o melhor meio
do Câncer não surpreender.
Liz Rabello


Antes que o corpo reclame
e chame nossa atenção,
é no toque do autoexame
que reside a prevenção.
Sérgio Ferreira da Silva


NOVEMBRO AZUL CÂNCER DE PRÓSTATA

Próstata, eu não arrisco!
Exames: toque retal
junto aos fatores de risco...
É sempre fundamental.
Liz Rabello


DEZEMBRO LARANJA CÂNCER DE PELE

Bem cedo ou de tardezinha,
tomar Sol com protetor,
é bom se cuidar sozinha 
de si e do seu amor.
Liz Rabello - Seção UBT SP


"PALAVRA DO DIA"
Os textos estão sendo publicados no Recanto das Letras































































PRIMEIRA REUNIÃO DA UBT SP


O vencedor do concurso de Trova Relâmpago na categoria VETERANO foi o Elias Pescador. Eu fiquei no pódio como NOVA TROVADORA

TEMA: CARNAVAL
Um carnaval de alegria
transborda dos sentimentos,
veste a minha poesia
de puros, doces momentos!
Liz Rabello


"Que a importância de uma coisa não se mede com fita métrica nem com balanças nem barômetros. Que a importância de uma coisa há que ser medida pelo encantamento que a coisa produza em nós."

Manoel de Barros


Que o encanto de viver,
dentro e fora da poesia,
seja a meta: meu crescer...
Nada mais que esta alegria.
Liz Rabello

PREMIAÇÃO NO CONCURSO INTERNO DA UBT SP EM 22/04/2023






REUNIÃO DA UBT SÃO PAULO SP EM JUNHO DE 2024





REUNIÃO DA UBT SÃO PAULO SP EM MAIO DE 2024





REUNIÃO DA UBT SÃO PAULO SP EM MARÇO DE 2024



EUNIÃO DA UBT SÃO PAULO SP EM ABRIL DE 2024






domingo, 18 de setembro de 2022


 POETRIX E O USO DE HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS

Por Angela Bretas

Usar palavras similares em um Poetrix é um exercício instigante , o uso da sonoridade e do trocadilho para compor um poetrix é uma forma mais complexa , mas não impossível.

Mas o que vem a ser estas palavras de significados distintos com pronúncia e grafia semelhantes?
Denominam-se de “Homônimos e Parônimos” são elementos estudados dentro do estudo da semântica. Através de uma pesquisa minuciosa na internet, encontro algumas definições:

“(...) semântica estuda os significados de uma palavra, frase ou expressão dentro de um contexto. As palavras que são homônimas e parônimas são aquelas que se constituem de igualdade ou semelhança na fonologia e grafia, mas possuem significados totalmente diferentes. Pode-se dizer também que essas palavras homônimas e parônimas estabelecem uma relação de paronímia ou homonímia entre elas. “
ou
“(...) Quando falamos em palavras com significados diferentes na Língua Portuguesa, referimo-nos, sobretudo, a palavras homógrafas, ou seja, palavras que apresentam a mesma grafia, mas cuja pronúncia e significado são distintos. Estas palavras podem apanhar desprevenidos os leitores mais desatentos e, até, conduzir a algumas confusões ou erros de interpretação. Portanto, nunca é demais recordar alguns destes termos e ficar a conhecer os seus diferentes significados.” Como exemplos, seguem alguns poetrix de minha autoria, onde uso e abuso desta forma variada de poetrixar. Sigo a bula Poetrix e me atento às novas diretrizes, mas ao escrever estes poetrix apliquei uma pitada destes temperos sonoros ... gosto de saborear letras diferenciadas. Um exercício e tanto, mas o resultado é tentado.
* IGUALDADE SALARIAL
bate de frente
a conta não bate
... é só faz de conta

*aqui há duas palavras iguais com significado totalmente diferente, consegui neste Poetrix utilizá-las ao extremo.
bate de...- confronta
... não bate - contabiliza
a conta - contabilidade
...faz de conta - ilusório
SEXTA BÁSICA
recolhe restos
cesta cheia, santa ceia
... é dia de feira

*neste optei pela sonoridade, ficou claro, não necessita explicações. O título proposital deu o susto no último verso .
- Sexta e Cesta - 7
SEDENTA
a água
cede
a sede

GUARDIÃ
a vela
vela
a velha

*Nestes dois poetrix, escritos há mais de duas décadas, nos parâmetros atuais são consideradas poeminimos ou tercetos (mas como nasceram sendo poetrix, no meu ponto de vista continuam sendo poetrix)

Utilizei da sonoridade e dos homônimos e parônimos:
sede - ... de água
cede- ... de cessar
vela = vela acesa
vela = vigia, sentinela

FIADO? SÓ PARA GRATOS
paga o prego, prega o pago:
-gratidão é prato quente
bom pagador come sempre

*aqui usei de trocadilhos
paga o prego = pagou a conta
prega o pago = esbravejou/ deu sermão / contou que pagou.

XODÓ
vovó fita a criança
viva boneca vestida
...com fita na trança
**aqui a palavra fita tem duplo sentido
Fita - fitar/olhar
Fita - laço de fita
Angela Bretas
Acadêmica/ Cadeira 04 - Academia Internacional Poetrix /AIP
Florida/EUA - 18/setembro/2022




terça-feira, 23 de agosto de 2022

 FATIAMENTO EM VERSOS OU FRAGMENTAÇÃO

Todos nós amantes do Poetrix, temos plena ciência da imensa distância existente entre o que se denomina FATIAMENTO EM VERSOS e FRAGMENTAÇÂO NUM POEMA?!

Para qualquer diálogo sobre o tema, lembremos que FRAGMENTAÇÃO em um poema é uma técnica narrativa ou poética que perpassa as mídias, a literatura, as artes, sendo hoje menos uma saída revolucionária na estética, como foi para o Modernismo, ao romper a linearidade do discurso exigida pela razão, do que um hábito, um macete de composição de amplo domínio público. Já o fatiamento em versos, por sua vez, denota ausência de esmero na aplicação da linguagem poética na construção dos versos do poema. A Linguagem Fragmentada é uma narrativa, que abre espaço para um universo de possibilidades e interpretações, e assim dependerá do leitor realizar a sua compreensão individual.

Tomemos como base de percepção dessas diferenças este lindíssimo Poetrix, de Anthero Monteiro:

Ortografia

Uma gaivota só
um til sobre a palavra
imensidão

Não há “fatiamento” nos versos dois e três! Há, isto sim, a aplicação, especialmente no terceiro verso, da “Linguagem Fragmentada”, dando belíssima significância ao mote (que é o título) e à mensagem contida nos versos anteriores.

Dreif Gonçalves

FATIAMENTO NUM POETRIX NÃO O CARACTERIZA COMO TAL... É UM SIMPLES TERCETO

LIÇÕES DA SOLIDÃO
Se o amor vai e vem
Crie pontes
Os muros são obstáculos, derrube-os

FRAGMENTAÇÃO




domingo, 14 de agosto de 2022


 LAÇOS DE AMOR

Há sempre um ponto
Uma encruzilhada
Um banco
Uma esquina
Um lance de olhar
Uma gota de orvalho
Uma luz ao luar
Uma fonte a jorrar
Uma chuva constante
De lindas notas musicais
Onde o amor está!
Sou a filha do meio de um casal como poucos. Meus pais se amavam e não me lembro de brigas, muito menos desavenças por quaisquer razões. Só me vêm às lembranças muito amor, de ambos os lados. Cresci cercada de palavras de afeto e muito agarrada ao colo dele, a seus carinhos de proteção e ao seu jeitinho carinhoso de me dizer o quanto acreditava em meus sonhos e potencial. Pena tê-lo perdido tão cedo. Era menina quando Deus o levou para morar com as estrelas. Órfã de sua presença física, jamais vivi sem apego espiritual. Por esta razão mesmo adulta eu o tinha em pensamento e coração.

Uma noite, após estudos em grupo, preparação de um seminário, saí sozinha do apartamento de uma amiga do pós graduação que fazíamos pela PUC. O relógio marcava por volta de dez horas da noite. Oscar Freire, rua pouco movimentada de pedestres, mas com muito trânsito. Havia deixado o carro três quarteirões adiante e fui a pé, sem medo algum, já com as chaves na mão, pronta a entrar e ir de encontro aos meus filhos, que me aguardavam em casa. Foi então que atônita percebi três rapazes a me cercar. Rapidamente um pela direita, outro pela frente e um se adiantou e me ultrapassou na calçada ficando atrás de mim. Diziam palavras entrecortadas com obscenidades, dando-me a entender que pretendiam algo comigo apavorante. Num repente de defesa, corri para a esquerda, único fragmento de abertura disponível e atravessei a rua em meio ao trânsito, correndo desesperadamente, não sem antes, mentalmente pedir ajuda a Deus: “Pai, me socorre!” O semblante do meu Deus tinha a face de papai. Do outro lado da calçada, um carro claro, da Volkswagen, faróis acesos pronto para sair. Bati nos vidros com toda força que consegui e o motorista abriu a porta. Entrei. Pedi para correr. Não, não pedi, exigi, gritei! Ele me ouviu, obedeceu e só bem adiante é que parou, para me acalmar e, em Espanhol, pois nenhuma palavra entendia ou falava em Português, tentou se comunicar comigo. Pela lógica dos fatos, mostrando as chaves em minha mão, acabou voltando e me levando até meu carro. Acompanhou-me um bom pedaço e só desistiu de me ajudar quando observou que não estava mais em perigo.

Cheguei em casa muito suada. Tomei meu banho. Um chá. Não conversei com ninguém sobre o fato. Apenas agradeci a Deus.

Dois dias depois fui à casa dos padrinhos do meu filho mais velho. Já estava saindo quando minha tia me falou: “Noite passada tive um sonho estranho e rápido. Você atravessava a rua e seu pai a protegia com a mão em sua cabeça.” Nada consegui dizer. Só chorei. O amor tem laços que somente o coração consegue captar.
Liz Rabello

sábado, 13 de agosto de 2022

 

BASTA SER UM POETRIX?

A Bula Poetrix estabelece os requisitos mínimos para que se considere um terceto um Poetrix. Além desses requisitos mínimos obrigatórios, também há recomendações claras para o aprimoramento contínuo dessa arte, ou seja, não deve bastar ao poetrixta que seu terceto seja considerado um Poetrix. Não pode ser suficiente fazer um Poetrix, ou uma série deles, sem aplicar critérios além dos mínimos. Não teria sentido nenhum esquecermos das recomendações (ainda que não sejam exigências) de estarmos atentos ao que pode ser inserido e/ou retirado de cada Poetrix, do que pode ser trabalhado e retrabalhado em cada um deles para que saiam da condição de simples Poetrix, ou Poetrix “ruins” para a condição de “melhores”.
A prática dessa lapidação, desse trabalho de aprimoramento, de fato, é o que nos proporciona prazer na realização dessa arte, tanto para o poetrixta quanto para leitores de Poetrix. É mais atraente e nos prende mais o Poetrix que mostra profundidade e que houve trabalho, que existiu preocupação de usar o máximo das recomendações da Bula.


De todo modo, ainda que haja recomendações e contraindicações claras para a confecção de um bom Poetrix, isso não nega a possibilidade de termos visões e interpretações diferentes e subjetivas do que seja um ótimo Poetrix ou um Poetrix insosso, até porque arte lida com emoções e experiências subjetivas, e há aquilo que toca mais quando lemos um Poetrix, e aquilo que nos parece sem profundidade. Há temas sobre os quais temos conhecimento mais profundo e há outros em que precisamos ter vontade e disposição de procurar entender o que o poetrixta quis dizer. Não podemos dizer que um Poetrix é ruim simplesmente porque não o entendemos. A autocrítica como leitores também é recomendável.
Enfim, o Poetrix é, sim, uma arte minimalista, mas isso não significa mínimo esforço, nem na confecção e nem na leitura.
Sandra Boveto