sábado, 6 de junho de 2020


PERGUNTAS E RESPOSTAS

O que dizer das flores que nos dão o pólen?
O que dizer das abelhas que nos dão o mel?
O que dizer dos golfinhos que comungam connosco?
O que dizer dos pássaros que cantam nos nossos quintais?
O que dizer da beleza da natureza?
O que dizer?
O que dizer dos poetas?
Que mesmo só, recitam poemas?

Palavras brotam dos pólens das flores
Rodopiam nas asas das abelhas
Se misturam nas cadeias de cores
Prisões e grilhões de cantigas
Orações ao mar
Golfinhos a segredar
Passam palavras voando
Nos bicos dos filhotes famintos
Passarinhos a cuidar de seus ninhos
A natureza nos instiga a sonhar
Criar
O que dizer?
Sempre há o que dizer...
Poetas nunca estão sós
Há poesias respirando ao seu redor...

Chavanove Gaieta
Liz Rabello

quarta-feira, 3 de junho de 2020


O abraço do século
Sela o caminho da paz
Onde o preconceito jaz

Liz Rabello



“A polícia de Miami superou todos os policiais do mundo! Quando os manifestantes vieram protestar, todos ficaram de joelhos. A multidão começou a chorar e juntou-se a eles.”

domingo, 31 de maio de 2020


EU, GIRASSOL


Eu, girassol 🌻,
Giro giro nesta luz solar
Pequenina estrela
Ouso esperançar

Liz Rabello



sexta-feira, 29 de maio de 2020


DOR

Ando de coração partido
Acima da dor do mundo
Há caixões
Há maldades
Há impiedosas fake News
De Bolsonaristas vazios

Remendo com sangue
Meus sonhos febris
Costuro minh'alma
Com fios de esperanças
O que desejo é uma vacina
Contra tanto desamor

Liz Rabello

quarta-feira, 13 de maio de 2020


TUDO O QUE EU VIVI ME TROUXE ATÉ AQUI

2020 ...Está EXISTINDO quer a gente queira, quer não. Na memória da minha neta serão dias alegres na companhia do papai que quase não tinha tempo para brincar com ela. Na memória do meu neto adolescente um momento terrível onde beijos e abraços e algo mais entre parceiros de idade foram completamente proibidos. Na memória dos demônios "capetalistas", como os derradeiros segundos de seu poderio imperialista. Na memória dos trabalhadores como dias de insegurança. Como conseguir o pão nosso de cada dia? Na memória dos idosos, sobreviventes, uma saudade imensa de quem partiu, voluntariamente para deixar o precioso AR para os mais jovens. Na memória dos europeus, Itália, principalmente, um momento de ruptura entre a tradição e o novo, pois milhares de idosos partiram. Na memória do povo indígena, o momento de genocídio organizado e orquestrado pela bancada evangélica, ruralista, latifundiária do Brasil. Na memória dos brasileiros a pior página de sua história. Um Grupo político usurpa o poder e compartilha fake news com teoria do negacionismo. Ao ritmo do batuque irresponsável do presidente e seus comparsas desdenham mortos e só se preocupam com a economia. O Corona vírus não existe. Os idosos são peso morto e devem doar respiradores aos mais jovens. Trabalhadores devem voltar ao trabalho e morrer pelo lucro do patrão. Para o Planeta Terra, momento sublime, finalmente o AR se renova, as flores voltam a nascer. Aos que sobreviverem, um desejo desesperador de um ancião, em seus suspiros derradeiros: "Cuidem bem de nossas crianças"... E o meu desejo é também o dele... "A humanidade há de dar certo, Flávio Migliacio"...
Liz Rabello 


DESTAQUE NO 33° CONCURSO LITERÁRIO
 INTERNACIONAL DA ALPAS CRUZ ALTA

terça-feira, 5 de maio de 2020


Tá tão difícil...
Palavras são pedregulhos na boca
Borrões de tintas no papel
Hipocrisias da minha alma
Estou seca
Liz Rabello


Estes dias me trouxe a lucidez do envelhecer neste país. Por lei, nós, idosos, somos descartáveis. Se o vírus me pegar, a morte é certa. Entre mim e o jovem o respirador é pra ele. Não há respiradores para todos. Talvez eu mesma ceda a vez pra ele. Afinal, eu já vivi. Mas dói pensar na humilhação de uma despedida assim sem família sem amigos sem abraços sem laços sozinha sozinha sozinha...

Liz Rabello


Minha adorável quarentena 43

O dia silencioso tinha de chegar. Durante toda a quarentena, fugi dos fantasmas da solidão e da desesperança por detrás de trincheiras de almofadas, travesseiros e telas de cristal líquido.
Escrevi diariamente, como quem passa água sanitária na dor. Durante todos esses dias, atirei palavras aqui, tentando expulsar os hectoplasmas do Covid-19 com poemas sufocados pedindo respiradores, com crônicas de garganta ressecada por puro desespero.
Mas ontem o dia do silêncio veio enfim, aterrado de pavor. Logo pela manhã, duas mortes de dois inventores do Brasil me pegaram pelo colarinho, mortes intimamente ligadas ao tempo de agora. Blanc e Migliaccio morreram de Brasil. E aquilo me congelou, despalavrado.
Aldir, um dia, disse, “por isso duramos, por isso morremos, eu quero morrer, durar por um motivo de gente, ainda que eu tenha de escarrar junto com o beijo”. Essa era a magnífica intensidade intencional sua, orgulhosamente suburbana, garimpada por ele nas ruas pela madrugada, sem estetização dramática da miséria.
Ela está pulsando agora, num céu de nuvens chupando estrelas no céu como um mata-borrão, que imagem, meu deus, para falar dos nossos desaparecidos políticos. Que atual.
Aldir é o gênio desenhador do nosso real, é nosso Maiakovski e nosso Émile Zola, cantando desde as querelas brasileiras de todos os tempos até o mais prosaico ban-daid no calcanhar. Em Aldir vê-se um Brasil desenfreado, morrendo e nascendo desesperadamente, em cada verso.
Aldir é um farol iluminando um mar lírico onde só ele navega, em sambas impensáveis, que narram, por exemplo, a visita de um recém-milionário ao psicanalista; as glórias das lutas inglórias de nossa gente; a sina verde e amarela de nossos artistas, heróis imortais; um amigo dizendo a outro, “que bom se eu morresse”; a esponja de pó de arroz no bolso como metáfora de um amor impossível; um velho mofado, espremido entre o torresmo e a moela; uma pesca de siri para homenagear um alérgico a frutos do mar; um corpo estendido no chão provocando tanta dor numa comunidade e como a vida os fez reagir àquilo, apenas seguindo em frente; a rotina de um casal, nos delírios de um catavento e de um girassol; as respostas de amor que só os mortais podem dar ao tempo, tanta filosofia, das graúdas. Só mesmo Aldir. Esse impreenchível compositor popular, até ontem brincando de “tudo”, com seus netos. Aliás, alguém lembrou de perguntar a ele como se brinca de tudo? Seus netos nos dirão.
Enquanto eu divagava nos fumos cheios de imagens potentes, os “pé na cara” que um dia Henfil recomendou ao menino tijucano recém-chegado ao Pasquim, me veio a notícia do suicídio de Flávio Migliaccio. Caramba, o meu amado Xerife da camicleta, o herói da minha infância, o palhaço brasileiro da estirpe mais elegante, a do povo. Chorei. Talvez estivesse precisando chorar um pouquinho.
A morte não quer mesmo me deixar em paz. Não quero olhar pra trás, mas a pandemia atira na paisagem recortada da minha janela, todo dia, uma montanha de mortos.
Flávio e Aldir se espelharam na carta que Flávio deixou e que foi motivo de muita polêmica na rede. No breve bilhete, como numa letra de Aldir, também havia dor, desespero inconsolável, amor, criança, ativismo na corda bamba de sombrinha.
Não esperem de mim uma posição sobre a validade da publicação. Não sei ser categórico sobre isso. Por um lado, acho que a carta heroiciza o ato e joga a gota que falta ao potinho de muita gente angustiada, atraída pelo fim, o que, de certo modo, promoveria a morte. Mas, por outro, acho também que um bilhete é um manifesto político, um grito que deve ser ouvido pelos concidadãos. Creio ser um direito dos velhos, desenhar dramaticamente, no estertor da vida, o seu fim, como quis manifestar esse ator de indiscutível talento. Migliaccio, como todo homem, tem direito a viver com a plateia o seu ato final, como um lúcido grito apontando para o horror em que nosso país vive.
Mas ontem não me vieram as palavras. Só pude voltar hoje a escrever porque descobri, cantando, “o que há nos lados dos meu coração”: que tanto Aldir como Flávio não apenas morreram de Brasil, eles viveram de Brasil também. Eles fizeram o Brasil viver, fazendo correr neles esse mesmo sangue que nos alimenta diariamente de Nação. E isso hoje me ressuscitou.
Marcilio de Godoy

segunda-feira, 4 de maio de 2020


Estamos de asas quebradas
Sem voos
Sem palavras
Sem sonhos
Tudo estagnado
Parado
À espera
À espera
De um milagre

Liz Rabello


Depois desta imagem... Só o próprio vírus resolverá o impasse... Guardarei em minha memória cinco episódios: este, as carreatas da morte nos hospitais da capital paulista pedindo o fim do isolamento social no auge da pandemia, a cena do comerciante da Paraíba obrigando seus funcionários a de joelhos implorarem pela abertura do comércio em pleno pico com cem mil infectados no Brasil, o vídeo fake afirmando que caixões são enterrados vazios. Familiares desesperados correndo risco de contágio abrem caixões para terem certeza da tragédia. Esta mistura de crueldade, descaso, NEGACIONISMO de fatos reais é absolutamente ignóbil. O Papa Francisco sozinho na sexta feira santa...  Orando pelos pela humanidade. Um filho escalando as paredes de um hospital para OLHAR para sua mãe entubada e fazer-se VER por ela, para que não fosse tão difícil seu "restinho" de vida. 
Liz Rabello


A foto se torna mais representativa quando olhamos para a sombra no chão....


Bolsonaristas fazem carreata da morte na região com maior concentração de hospitais em São Paulo.


Vivemos os agonizantes dias de final do capitalismo. O socialismo é o futuro. Esta imagem marca a época do mundo selvagem em que estamos inseridos.




segunda-feira, 13 de abril de 2020


COMO NÃO TER SORORIDADE?
...
Diálogos ao pé do ouvido
São impedidos
Somos todos prisioneiros
Medo assusta(dor)
Conquista(dor)
Corona rainha
Iguala rico ao pobre
Todos na mesma vala
Sem funerais
Sem honras
Sem despedidas
Abraços e beijos
São armas letais

Liz Rabello

sexta-feira, 10 de abril de 2020


Meu corpo
Invólucro
Veste minh'alma de cores
Lilases róseos
Cinzas de dores
Transmuto valores
...
O poema não nasce
Meu corpo inerte
Apenas se veste

Liz Rabello



ISOLAMENTO SOCIAL

Meus ombros não suportam a dor
Enrijecem os músculos
Oprimem os gestos
Lágrimas inundam meu ser

Lábios que querem beijar
Fecham-se em silêncios mortais
Braços aos abraços cruzados
Mãos que não se afagam

Isolamento social
Recolhimento interior
Paz que se busca
E se encontra na fé
Quarentena de amor

Liz Rabello


LÍDER ISRAELENSE QUE CHAMOU COVID–19 
DE CASTIGO GAY PEGA A DOENÇA

AMOR AO PRÓXIMO

Preconceito não cabe
Em nenhuma parte
Não se cospe pra cima
Muito menos pra baixo
Não se tosse a saliva
Não se fala demais
Não se canta de galo
Nem se muge de gado
Estamos todos na mesma arca
Num dilúvio de Noé
Ideologias... Já dizia Cazuza
Só temos uma pra sobreviver!

Liz Rabello


AS FLORES CHORAM

Onde estão as mãos
Dos idosos que cultivavam flores?
Das risadas e gargalhadas
Das matriarcas que faziam macarrões?

Onde estão os cultivadores
De nossas tradições
Que mantinham vivo
O DNA em nossos corações?

São números em potes
No crematório
Sem oratório
Sem despedidas
Sem velórios

Liz Rabello

quinta-feira, 19 de março de 2020


... 

Diálogos ao pé do ouvido
São impedidos
Somos todos prisioneiros
Medo assusta(dor)
Conquista(dor)
Corona rainha
Iguala rico ao pobre
Todos na mesma vala
Sem funerais
Sem honras
Sem despedidas
Abraços e beijos
São armas letais

Liz Rabello

segunda-feira, 16 de março de 2020


QUADROS DE MONET AO VIVO NA FRANÇA


Giverny é uma minúscula cidadezinha na França, a 75km de Paris. Com ruazinhas tranquilas e uma igreja da Idade Média, possui pouco mais de 500 habitantes. Em 1883 esta cidadezinha, bem em estilo rural, foi “descoberta” por Claude Monet, que passeando pela região se apaixonou.


Monet então, alugou uma vila na região de Giverny, e transformou todo o local em um maravilhoso jardim, onde se inspirava diariamente. Em 1890, Monet comprou esta vila e viveu ali até a sua morte, em 1926. A vila de Claude Monet foi doada por seu filho para a Académie des Beaux-Arts em 1966, e hoje é mantida pela Fundação Claude Monet. O lugar tornou-se um museu a céu aberto para visitação pública em 1980, depois de uma incrível reforma.


Começando pela casa de Monet, que é linda na cor rosa com venezianas nas janelas na cor verde. Dentro, a casa conserva a decoração, quartos, o estúdio de Monet e alguns dos seus quadros.


Fora, seus jardins são mágicos, e foram programados para serem bonitos e vivos do início da primavera até o final do outono.


Apaixonado tanto pela pintura quanto pela jardinagem, Monet concebeu sua casa como uma verdadeira obra prima. Aqueles que visitam sua casa e seu jardim sentem a atmosfera que reinava na época em que o mestre e sua família viviam ali e todos ficam maravilhados diante do lago e dos nenúfares que foram a sua mais fecunda fonte de inspiração.


Muitos dos quadros de Monet foram pintados neste cenário de sonhos, como a ponte japonesa e as Ninféias (que estão no Musée L’ Orangerie em Paris).


No final de sua vida, Monet havia plantado mais de 1.800 espécies de flores e plantas, que conviviam em harmonia singular. Raros bambus japoneses, macieiras, azaleias, framboesas, íris, tulipas, rosas, limoeiros, rosas chinesas, miosótis, dálias, girassóis e hortênsias – para citar algumas – em suas cores variadas e cada qual com floração em data específica e planejada, faziam com que o jardim se mantivesse belo e colorido durante todos os dias do ano.

segunda-feira, 9 de março de 2020


ESTAMOS PARTICIPANDO DA ANTOLOGIA MULHERIO DAS LETRAS EM PORTUGAL


Liz Rabello - São Paulo/Brasil
LIZ POR LIZ

Sou de São Paulo, Capital. Escritora por acaso. Professora por opção. Lecionei durante muitos anos e lia para meus alunos obras dos famosos e dos não tão famosos assim. Ao me aposentar já estava escrevendo. Pertenço a duas Academias: ALPAS/RGS e ANLPPB/Campinas/ SP. Escrevo como quem salga páginas de tinta com lágrimas. Escrevo memórias, fatos reais ou fictícios quando a fantasia se une à realidade. Escrevo utopias, esperanças inatingíveis que só me servem para caminhar. Escrevo lutas, para me dar mais forças para guerrear. Uso armas palavras. — Em Lisboa.

domingo, 1 de março de 2020

CORRUPÇÃO

Cães do "capetalismo"
Adoradores da corrupção
Palavra dita mal(dita)
Bem(dita)
Quando usada no valor real
Sem ultrajes à origem fiel
Sem fakes news a sujar seu papel

Para que serve a Arte?
Agulha insana
Para furar bloqueio
Das injustiças criadas por infratores
Persegui(dores)
Da pobre gente
Adora(dores)
De mentes podres
Insatisfeitos com tanta riqueza
Que nem conseguem carregar!

Liz Rabello