segunda-feira, 8 de outubro de 2018

PARA UMA CERTA ESTRELA  

Caminhei dentro das brasas quentes da fogueira incendiada


Caminhei por entre pedras pontiagudas com pés descalços


Caminhei de mansinho por pedras em praias desertas



Caminhei pela seca do leito dos rios deste imenso Brasil


Caminhei pelo vale das sombras da morte


Caminhei por entre fúrias de ondas do mar


Caminhei entre as pétalas do trevo da sorte
Em todos os caminhos a esperança estava lá....

terça-feira, 18 de setembro de 2018


NO MEIO DO CAMINHO

Uma gaiola
Um céu azul anil
Uma árvore
Uma estrada
Um precipício
Uma grade
Um portão aberto
A liberdade
Escolhi a gaiola,
não tinha fome,
nem alegria,
 nem via a vida,
só por lá passava
Fugi,
escolhi voar pelo céu anil,
 tempestade veio,
                          me derrubou,
 minha asa quebrou
Escolhi a árvore
 e em seu galho torto,
desfiei meus sonhos de ninho
            Mas o parceiro não vingou,
voei estradas,
 precipícios
Encontrei a grade
 e voei portão aberto
Liberdade
Livre leve solta
Feliz enfim! E só!
Liz Rabello


sábado, 8 de setembro de 2018


NASCER

Descortinar-se de aromas
Despetalar-se de flores
Desnudar-se de folhas
Transitar pelos outonos
Arrepiar-se de invernos
Ser adubo
Voltar às primaveras
Nascer e curtir a vida de novo

Liz Rabello



quinta-feira, 6 de setembro de 2018



DIÁLOGO INTERTEXTUAL PERFEITO. IMAGENS EM PALAVRAS SE CONSAGRAM...

O que é um espelho? É o único material inventado que é natural. Quem olha um espelho, quem consegue vê-lo sem se ver, quem entende que a sua profundidade consiste em ele ser vazio... esse alguém percebeu o seu mistério de coisa.

Clarice Lispector

Foto do mural de Deolinda Nunes

ÀS VEZES O NOSSO ESPELHO ESTÁ NAS JANELAS DO PASSADO

Parei para comprar um pastel. Delícia das sextas feiras. Pedi bem queimadinho, com uma crosta firme nas pontas, muita carne moída e tempero a meu gosto. Pena não ter tempo de sentar-me num daqueles bancos da pracinha e saborear meu apetitoso momento de lazer.  Fui andando depressa, de volta para o colégio. Ainda tinha algumas horas a completar minha jornada.

Olhei à frente e o vi. Uma mancha de moleque negra, sacolejando o molejo afro pela calçada. Dois lindos e alegres olhos de jabuticabas, pedintes. Perguntei: “Quer um pedaço?” – Assentiu com a cabeça afirmativamente e pegou bem depressa o pastel quase que inteiro. Ávido, despejando no pouco de carne que caía, uma alegria infinita em gratidão.  Impossível não participar daquela cena. Meus olhos adentraram para os dele. Era um menino de pouco mais de cinco ou seis anos, franzino, pernas finas.  Acariciei os seus cabelos crespos com a nítida impressão de que já nos conhecíamos!

Impossível! Há mais de vinte anos que não tenho alunos tão pequenos, mas minha mente naufragou em um passado distante demais para encontrar uma saída.

Arrisquei um comentário: “Teus olhos me lembram alguém que muito amei e com quem eu aprendi”. Só então é que notei o pai, ao lado do menino. Olhos marejados, muito feliz ao exclamar: “Professora, você me ensinou a ler e escrever na primeira série no Rui Bloem”.

 Somos o que amamos e aprendemos aquilo que ensinamos.

Liz Rabello

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

EU E MEUS LIVROS XIMBINHA E RENDAS DO SILÊNCIO ESTAREMOS NA 64ª FEIRA LITERÁRIA DE PORTO ALEGRE EM NOVEMBRO DE 2018



SOU NUVEM


SOU NUVEM
Transporto-me
Divago
Viajo
Viro água
Transparente
Leve
Solta
Viro brisa
Viro ar em movimento
Sou vento... 
E aos olhos infantis
Sou ovelhinhas, elefantes, cachorrinhos peludinhos
Ai, que delícia ser apenas imaginação!

Liz Rabello



sexta-feira, 24 de agosto de 2018


ENIGMA

Pré (Sinto) que energias cósmicas
Se entrelaçam em mistérios sem fim
Re (Vejo), de novo! Um novo amor sem cura
Abismos de tempo entre vidas opostas
Nada a se juntar em mosaicos
Paradoxos do diferencial que nos une
Trilha de fios numa geometria complexa
Estranho é que meu coração
Escapa a tudo e te encontra
Do outro lado do ponto da curva

Liz Rabello


terça-feira, 21 de agosto de 2018



Escrevo
Pulo a linha,
Esbarro em barquinhos
De papel jornal
Soltos na enxurrada
Banhos de chuva
De um passado extinto
E me molho de poesias alegrias
Farra, barro, risadas
Festim de gargalhadas
Gotas de violão
Do meu coração
Nas tardes de verão

Liz Rabello

segunda-feira, 13 de agosto de 2018


VAMOS AGITAR POUSO ALEGRE, MINAS GERAIS, EM NOVEMBRO... DE MALAS PRONTAS E PLANOS NO BOLSO... DECOLANDO DE RODAS PRA CHEGAR ARRASANDO... MUITA POESIA, SERESTAS, LITERATURA






E OS MARCADORES PARA SEREM DECLAMADOS AO PÉ DO OUVIDO 
JÁ ESTÃO EM ANDAMENTO







E O CORDÃO DOS POETAS QUE VÃO ALEGRAR POUSO ALEGRE, EM MINAS GERAIS, CADA VEZ AUMENTA MAIS

DA SÉRIE:  "FRASES EM PARA CHOQUES DE CAMINHÕES", 
VIAJANDO PARA POUSO ALEGRE, MINAS GERAIS







sábado, 11 de agosto de 2018



RESISTÊNCIA

É na marcha das horas
Que vejo o tempo passar
Como um vento forte
Leva rajadas de saudades pro mar
Mas deixa cheiros
Queixumes, pandeiros
Meninas faceiras
Requebrando quadris
Vibrando notas musicais
Ao calor das tardes de verão
Deixa brisa fresca de entardecer
Luares e sonhos de anoitecer
Estrela d’alva luzindo na madrugada
No meio da folhagem molhada
Deixa verde esperança nas
Sementes de sol girassol
Girando moinhos movidos à água
Eternidade! Felicidade!
Alegria de viver...

Liz Rabello

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

LANÇAMENTO DE RENDAS DO SILÊNCIO NO DIA 25/08/2018 NO CALDO & POESIA... VENHAM ME DAR UM ABRAÇO



Festa do Aniversário do sarau Caldo & Poesia e da TV ArtMulticultural. Venha comemorar conosco um evento de muita poesia e música, que reunirá grandes compositores, poetas e escritores, que este sarau teve a honra e o privilégio de ir conquistando nestes anos.
Muita gratidão do C&P.

O SARAU SE INICIA PONTUALMENTE ÀS 16h00, por conta das mais de 30 apresentações.

Entrada franca.

Data: 25 de Agosto de 2018, a partir das 16h00
Local: GALPÃO CULTURAL INDEPENDÊNCIA

Rua Planalto da Conquista, 161 – Jd. Independência




ESTAREMOS NA FLIU DE URÂNCIA EM 21 E 22 DE SETEMBRO DE 2018
COM XIMBINHA E OUTROS LIVROS MEUS


EIS QUE XIMBINHA JÁ CHEGOU E AS CRIANÇAS ESTÃO ADORANDO


PRESENTE MARAVILHOSO!
CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS


Marilene Pacheco,dia 08/08/2018, passou o dia preparando alunos da EMEIF - Escola Municipal de Ensino Infantil e Ensino Fundamental de Urânia, para receber a mim (Liz Rabello) e meus livros na II FLIU (Festival Literário de Urânia), que vai ocorrer nos dias 21 e 22 de setembro de 2018. Apresentou meu mais novo "filho" - "XIMBINHA, DE PERNAS PRO AR QUE A PELADA VAI COMEÇAR" e a criançada adorou! Aproveitou para falar da ANLPPB, de nossa visita e da presidente da Academia Aline Romariz e mais alguns outros membros que estarão presentes...








terça-feira, 7 de agosto de 2018



INDEPENDÊNCIA OU MORTE...  OPS! GOLPE

Em 2016 não foi golpe
Foi guerra
Com mortes
Pouco importa
Sermos coxinhas ou mortadelas
Perdemos a batalha
Pra forças estrangeiras

Fomos atacados e burlados
Modernas tecnologias
Da selva amazônica à ruidosa Sampa
Às margens do Ipiranga
De Itororó a Cabo Frio
De Fernando de Noronha a POA
Opinião pública manipulada

Roubaram nossas riquezas
O petróleo não é mais nosso
Fomos tirados do BRICS
Para sermos uma colônia
E com o fim da CLT
Voltar a ser um país de escravos
Travestidos de mão de obra barata

A Rede Globo
Verdadeiro câncer brasileiro
Não é apenas um canal de TV
É uma arma de guerra
De desinformações
Criada por estrangeiras organizações
Para controlar e sabotar o Brasil

A Globo consegue fazer
O brasileiro pelo inimigo torcer
A dominação através da mídia
É mais barata do que a militar
Tem a vantagem de deixar
População satisfeita
Dentro do mundo irreal

Está mais do que na hora
De novamente desejar
“Liberdade, liberdade
Abre as asas sobre nós”
Passou da hora de berrar
Independência sem golpe
Pra nossa nação reconquistar!

Liz Rabello