quarta-feira, 8 de outubro de 2014


PERMITA-ME O AMOR!

Entre a sua liberdade
E minha autonomia
Permita-me o voo
De um novo sonho!

Entre a sua tristeza
E a minha solidão
Permita-me a metamorfose
Morte de uma mariposa!

Entre a sua melodia
E os acordes da canção
Permita-se o som
Do voo em comunhão!

Entre a sua esperança
E a minha desilusão
Permita-se o enlace
De nossas mãos!

Permita-me o Amor!


Liz Rabello

MEU PÉ DE LARANJA LIMA

Meu pé de frutas não era de lima. Antes sim, galhos retorcidos de uma grande goiabeira, onde me sentava para ler Monteiro Lobato, revistinhas de quadrinhos da Disney ou Contos de fada: Cinderela, Branca de Neve e os Sete Anões. Meu conto preferido era Bambi, cuja mãe o tentava salvar de um grande incêndio na floresta. 

Penso que já era ambientalista. Pois ficava desesperada para apagar o fogo e não entendia como ninguém fazia nada para salvar um bichinho tão indefeso e inocente. Não me lembro do final do conto, até porquê minha memória fincou estrada nestas queimadas, neste fogo que devora matas, destrói habit natural e mata todos os habitantes de grandes áreas de florestas que de virgens quase não têm mais nada.

Qual a história que gostaria de inventar? Queria novamente me imaginar, lendo um livro à beira de um grande lago, um riacho, ou mesmo uma praia, podia ser uma mangueira, onde pudesse me ajeitar. Os personagens deveriam ser micos e pássaros que gostassem de saltar de galho em galho se equilibrar, que ensinassem humanos a se amar, como eles são capazes de se deliciar, com aquilo que se alimentam, sem nada faltar, pois não conseguem desperdiçar. Queria que na minha história não existissem micos nordestinos, nem micos paulistas, nem macaquinhos mineiros. Seriam todos irmãos de coração! Que diferenças não existem quando o coração se une em comunhão.

Liz Rabello

sexta-feira, 3 de outubro de 2014


PEDAÇOS

Pedaços estilhaçados do meu país
Aguardando o bolo a ser cortado
Cresceu ... cresceu!
 e o povo não comeu
Lambendo prato vazio e quebrado!

Pedaços repartidos em leilões
Fatias privatizadas com corrupções
Hoje Petrobrás, Mensalão
Ontem Privataria Tucana
Até hoje rendendo louros à Imprensa.

Promessas que não se cumprem
Argumentos que não se realizam
Acusações forjadas que não se comprovam
Povo pobre aqui perdido
Sem saber o que fazer...

Pra que a democracia
De não se poder dizer
De a tudo ter que se esconder
De se saber sem o ser
De se julgar sem nada fazer!

Liz Rabello


quarta-feira, 1 de outubro de 2014

  HOMENAGEM AO IDOSO



EM NOSSO IV ENCONTRO EM CAMPINAS NO BOSQUE DOS JEQUITIBÁS FIZEMOS UMA HOMENAGEM A UMA SENHORA IDOSA, DECLAMAMOS POESIA PARA ELA. FIQUEI MUITO EMOCIONADA!


OLHO-ME NO ESPELHO
Rugas cobrem cantinhos dos olhos
pescoço castigado pelo sol
sorrisos emoldurados de entradas
marcas da vida... Lindas!
Caso o tempo dissolvesse horas
e voltasse às margens do que fui
não sei o que querer
Sonhar viver de volta...

Talvez me "ver" criança
pelos olhos de meu pai,
que viria do abismo do infinito
me abraçar de novo... 

Talvez conversasse com as estrelas,
que brilhariam  pelas palavras poéticas
do meu Adonis a mostrar-me
telas de Van Gogh... 

Talvez me lambuzasse
 de açúcar roubado
às prateleiras de vovó...
E fingisse nada sei!
Talvez quisesse novamente
 un beijo inesquecível
no fundo do quintal. 
Brincadeiras de crianças...

Talvez um vestido de noiva,
uma emoção mais forte
quando olhei os pezinhos de bebês
logo ao dar-lhes a luz...

Tanto a escolher! 
Olho-me no espelho
Gosto do que vejo: Um Retrato
 Outono repleto de vivências!


Liz Rabello 




segunda-feira, 29 de setembro de 2014


 FAÇANHAS DA DONA VARETA
Neste fim de semana minha menina ficou comigo na chácara. Ela é muito urbana. Ao mais leve canto de um João de Barro já se assusta a procura do aconchego. Morre de medo de tudo. Hoje se deparou de novo com o Mr Jackson Filho, um morador antigo da chácara. Nasceu lá... E portanto, quando ela o enfrentou latindo feito uma louca varrida, cujos sons lembravam uma canção de briga: "Seu bobão... Seu bobão", enfrentou-a. E ela recuou e veio me chamar, que bobão é o outro, porque ela não é não! Consegui fotografá-lo, coisa rara...
Liz Rabello




OS OLHOS DE UM CÃO SÃO CONFIÁVEIS AOS OLHOS DE UM PEIXE...

NADA PARA MEU OLHAR

Olhe nos meus olhos
E verás a luz
por trás das pálpebras
é puro amor

Real na dor
Sutil no apelo
Pleno desejo de fome ceder
mas não envergo

podes confiar amigo
que sei conter-me
fidelidade é meu traço único
união e afeto minha cumplicidade!

Sou capaz de dividir
Somar só se for afetos
Subtrair só dores
Multiplicar amores!

Entre todos sem arestas
preconceitos nem pensar
Que eu só sei amar
Vem nada, nada para meu olhar!

Liz Rabello




sexta-feira, 19 de setembro de 2014

DEVEMOS SER COMO ÁRVORES QUE A CADA ANO QUE PASSA TROCAM SUAS “CASCAS” DEIXANDO À MOSTRA PARTES INTERNAS COLORIDAS...


 OUTONOS PSICODÉLICOS

OUTONOS PSICODÉLICOS

Cada primavera que vivemos
Nos traz uma mágoa
Uma chuva que não veio
Uma flor que não brotou
Uma tristeza escondida
Que no inverno desbotou!

Outonos psicodélicos
Eucalipto arco-íris
A cada ano que passa
Vamos trocando nossas cascas
Deixando à mostra
Partes internas coloridas

Aprendizado do Amor!

Liz Rabello 




quinta-feira, 18 de setembro de 2014



DIFERENÇAS SÃO RIQUEZAS

Folha branca
Folha negra
Mesmas cores/faces
De uma única folha
Sem diferenças
Só depende de quem vê
De quem olha
De como sente.
Pele branca pele negra
Onde é que estão as diferenças?
Onde é que estão as riquezas?
Só depende de quem vê
Um único ser humano
De quem sente como é.

Liz Rabello


É  PELAS  DIFERENÇAS QUE AS CORES

SE HARMONIZAM


O melhor do cinema brasileiro está neste filme, selecionado para o OSCAR de 2015.  "HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO" desmascara o verdadeiro amor, tanto da amizade como do carinho, Uma resposta aos homofóbicos, incapazes de amar e sentir o valor das diferenças. Uma resposta aos Felicianos que tanto desprezam quem é capaz de abrir o coração para permitir que as diferenças possam se estabelecer na sociedade. Quem pode determinar o que é certo e o que é errado? Para mim só amor é certo, mais nada.


Liz Rabello

quarta-feira, 17 de setembro de 2014





CEM RAZÕES

Liberte teu coração

ao sabor do vento
Deixe-o falar mais alto
do que o pensamento
Fluir tempestades de desejos!
Juízos pré moldados?
Não sei não...
Coração tem cem razões
Sempre a te guiar
Sem razão nenhuma a nortear
Se a consciência comandar
Tramas do destino amordaçar
Permitas a teu coração gritar
Que queres voar e amar!

LIZ RABELLO in INTERVALOS, ARMADILHAS DO DESTINO, 2013, BECO DOS POETAS) 

quarta-feira, 10 de setembro de 2014



SETE MESES


Nossa Júlia respira
Poesia
Vida
Alegria
Afagos
Sonhos
Amor
Eternidade!

São 28 semanas de pulsar
7 estrelas a bailar!

Ansiedade por ver sua carinha...

Liz Rabello


 BROTEI ESTRELAS NAS MÃOS
Me joguei de corpo e alma
Quebrei correntes,
desbravei sertões 

Daqui...

O calor não me assustava.

as minhas garras,

me aqueceram as entranhas
Desfez teias de aranhas, sobrevivi. 
Bebi fel quando meu corpo
Reclamava mel.
Colecionei vagalumes 
E deles roubei a luz,
e tive uma constelação toda minha.
E, brotei estrelas nas mãos 
Estrelas só minhas...
Buquê de Luas!

Maria Lúcia Lopez