sexta-feira, 16 de maio de 2014



BONEQUINHA

Diz que sou tua bonequinha
Me desfaço em trapos de fiar
Em cada linha um sopro no ar
Te enviando olhares ao luar!

Sou a menina de trapos
Que tu viras em pedaços
Gozos e voltas pelos corpos
Dançando na cama como poucos

Sou sua musa a carinhar
Suas noites sem parar
Só desejos e sonhos embalar
Sou a tua bonequinha a te amar!

Liz Rabello


GRITOS

Vô chegano de mansinho
Me esguerano pelo matinho
Com quarqué baruio fico ativo
Meio morto, meio vivo
Apeio do animar
Entro no mato bem divagar
E paro pra escuitá
O baruio dos bicho
E os passarinho cantá.
José Luiz Pires

Verde que te queremos verde
 para maritacas e beija-flores
Prá natureza sorrir
E colorir nosso olhar
Conceição Gomes

 No oco do mundo
Espia-se a vida
Curiosidade e atrevimento
 será chave assim
Voos mirabolantes 
Num céu repleto
de possibilidades.
Nurimar Bianchi

No oco da árvore
Jovens maritacas
Penas cor de folha
Bicos de sementes
Olhares e gritos de indagação...
Milton Luna

Família toda aflita
Homens na mata
seca cortada
machados no ar
árvores tombando sem parar!
Liz Rabello

Uma arara fugida
pousa assustada
fica aflita
fica arrasada
Não tem pra onde ir
Se a árvore cair!
Acácio Costa


Não corte uma árvore sequer
 A natureza chora pelos animais
Quando o vento soprar elas sorrirão
 As aves cantam nos seus troncos
 O verde é vida divina.
Menduina Francisca

O apelo da Natureza
para nos sensibilizar
 vem na voz dos animais
 no vento cantando doce
 entre folhas e ramagens. 
Resta ao Homem escutar.
Lu Narbot

O homem não sabe escutar

O homem só sabe cortar
O que lhe dá a natureza
Ele não conserva a beleza
Que Deus lhe deu pra desfrutar!

Acácio Costa


quarta-feira, 14 de maio de 2014



MEU EU LIVRE

Voa voa minha borboleta
Meu eu casulo que morreu em ti
Saíste de um lugar seguro
Das entranhas do meu ser
Frágil frágil colorida
dentro de mim escondida
cinzenta e retorcida

Voa voa minha borboleta
para o céu azul 
em busca do arco-íris
poucas horas restam para ti
breve existência agora de partida
curta e significativa
Cor, perfume... Liberdade!

Liz Rabello

sábado, 10 de maio de 2014



FOLHAS SECAS

Cada folha contém seu tempo, uma linda história! Marcas e sinais de outrora. Uma breve vida. Poucas horas de beleza, intacta! Momentos únicos a verter da terra. O caule de uma árvore a dominou, a fez nascer verdinha, mas o passar das horas a modificou!

Assim somos nós! Um momento único de rosa bela! Depois o tempo a devora, tão rápido quanto cresceu!

Quero ser Outonos de folhas secas, sem belezas únicas de primaveras, sem verdes ramagens novinhas a serem devoradas pelo sol ou pelo vento! Quero me fazer antiga, sem nada mais a perder, te encontrar nas folhas semi mortas. Dar-te minhas mãos para mutuamente nos ampararmos na longa e infinita e difícil tarefa de terminar a vida para ser de novo adubo de uma linda rosa.

Liz Rabello





SER OU TER?

Outro dia estava dirigindo. Meu netinho ao meu lado. Conversávamos. Ele me disse que quando crescesse queria ser jogador de futebol, porque só assim iria ganhar muito dinheiro e ser feliz. Então perguntei a ele: O que é ser feliz? Ele começou a dissertar formas de se ter felicidades momentâneas. Não dá para se negar que quando se alcança algo que muito desejamos, alcançamos a felicidade. Mas isto não é ser feliz. Então eu retruquei: “Pois bem, meu amor, e enquanto você não crescer e não ganhar tanto dinheiro assim e não conseguir ser o jogador de futebol que você deseja, não vai ser feliz?” Sabiamente ele me respondeu: “Vovó, mas quem te disse que eu não sou feliz?” Comecei a rir. Repeti suas próprias  palavras do início de nossa conversa, e ele meio que sem graça, apenas reforçou: “Sou feliz por estar aqui ao seu lado e conversar com você, sou feliz por te amar e ser amado!”

Ser feliz é um estado permanente ou não de felicidade interior, nada muito difícil de acontecer, é independente de se ter a famosa felicidade baseada no verbo “ter”, concluída no verbo “comprar”, pilares básicos da sociedade capitalista. No início deste ano letivo, dei para meus alunos uma tarefa, após ouvirem Titãs e a música Comida, teriam que fazer uma colagem, que a reproduzisse. Sem problemas: “Eu tenho fome de quê? Eu tenho sede de quê?” Nada difícil para jovens bombardeados por meios de comunicação a serviço de um sistema econômico, que não nos reserva a possibilidade de “pensar”. Em outra aula, porém, fiz o oposto. Solicitei que a colagem mostrasse por imagens o que era ser feliz e o que queriam ser enquanto não crescessem. Simplesmente, pouquíssimos alunos conseguiram realizar a proposta. A maior parte de quem se aproximou do meu objetivo esperado fez colagens de família, animais de estimação, casais se beijando, amigos e com eles brincando, cercados de corações melados de beijos, que davam a entender que queriam apenas amar e serem amados. Outros colaram bicicletas, brinquedos caros, casas com piscinas... rsrsrsrsrsrs... Voltavam ao verbo “ter” de uma forma tão espontânea, que não conseguiam me entender.

Na apreciação dos trabalhos, o diálogo foi fundamental, mas nem sempre proveitoso. Como lutar com um Sistema de Valores que bombardeiam os nossos sentidos? Continuo voltando ao tema. Acredito que é importante demais fazer com que o jovem reflita em como se sentir bem consigo mesmo. Olhar o Sol pela manhã. Conversar com estrelas e observar seu brilho. Acompanhar pingos de chuva rolando pela calçada, Observar um casalzinho de passarinhos a construir um ninho. Brincar com seu cãozinho de estimação. Olhar a paisagem pela janela do ônibus e conseguir descobrir um beijo de uma mãe no rosto do filho... São detalhes que nos ajudam a “ter felicidade interior”. Esta conquista diária, com certeza vai nos fazer “Ser feliz!”

Liz Rabello


SENSAÇÃO DE SER FELIZ


Será que adquirir bens materiais que nos dá prazer instantâneo e momentâneo é o suficiente? Por exemplo, a compra de um carro novo? Penso que é comum confundirmos nossos verdadeiros sentimentos com aquilo que nos dá prazer e o que pode nos proporcionar felicidade. Achamos que ela está vinculada a algo material, porém o que realmente buscamos é a SENSAÇÃO que o objeto ou situação nos oferece. Adoro dirigir numa auto estrada. É simplesmente maravilhoso! Mas posso conseguir esta mesma alegria se estiver no banco do carona. E isto é real. Portanto, o que temos a descobrir é o que nos deixa a SENSAÇÃO de SER FELIZ. A mesma alegria ou bem estar pode ser proporcionada ao caminhar ao lado de uma amiga numa trilha, rir de brincadeiras do passado numa conversa informal, por trocas de mensagens virtuais com amigos. Buscar a SENSAÇÃO de bem estar que o outro nos traz, à medida que nos permitimos a possibilidade de SER FELIZ, nos faz descobrir o que somos e o que desejamos.

Liz Rabello




quinta-feira, 8 de maio de 2014




 BORRÕES DE AMOR

Por trás dos montes nuvens se agitam
Compõem desenhos de cor em degradê
Mágicas canções em notas multicores
formam-se agitadas ondas em nuances

Antes da lua prateada sondar a escuridão
O sol nos leva para outras dimensões
Uma tempestade de cores se forma no horizonte
aos nossos olhos autênticos borrões de amor"

Liz Rabello


(Fotos de João Paulo Naves Fernandes)



terça-feira, 6 de maio de 2014


VOCÊ

Você chegou na hora certa

No outono exato de meu viver
Momento certo em que eu já estava
Desistindo de sobreviver
Mancando de dor por não mais querer

Abriu as portas de minh’ alma
Escancarou as janelas do coração
Trouxe alegrias paz segurança 
carinho compreensão e de bandeja
me oferece beijos desejos gozo em profusão

Você chegou e tomou conta do meu viver
E agora nenhuma noite eu acordo sem saber
Ou procurar você para em tuas mãos me esconder
E me deliciar de teu cheiro e me enebriar de prazer
Para não mais me deixar nenhum suspiro sem você!

Liz Rabello

segunda-feira, 5 de maio de 2014




Borboletas voam para lá do meu jardim
eu não me importo
aos céus esvoaçando luzes
sinais de amor levando
letrinhas encantadas carregando
de volta ao poeta
que tanto nos legou
e nada nos pediu.

Liz Rabello

sábado, 3 de maio de 2014


AS MAIS BELAS TELAS SÃO PINTADAS POR NOSSO CRIADOR


MARAVILHAS DA NATUREZA

O belo arco-íris Eucalyptus

Notavelmente, a coloração desta árvore é totalmente natural. Quando eucalipto arco-íris cresce a casca cai em diferentes épocas do ano, expondo o interior a casca verde-clara que vai manchando. Com o passar do tempo a cor muda tonalizando o tronco em nuances azul, roxo, laranja e marrom, dando às árvores um incrível olhar colorido.


Do coração de uma mulher, 
notas musicais desafinadas
cores intercaladas escuras e claras
luzes que se apagam
quando o amor se esvai...

quinta-feira, 1 de maio de 2014



Todas as tempestades podem vir
Eu as recebo de cabeça baixa
Não é por descuido.
É defesa,
atenção,
medo não!
Quando ela passa
e sempre passa
levanto o rosto,
enfrento a vida e

sigo!


PLANETA AZUL

Teu nome é Terra
Poluição em sangue te espera
Teus filhos erram por entre crateras
Gases a salpicar o fosso do infinito
Sol escaldante a derreter geleiras doces
A misturar com sal das águas
Oh! Terra, o que será de ti
Sem o dedo do menino Deus pra tentar o equilíbrio?
Sem o Mestre Deus a inspirar mentes sadias?


Liz Rabello

terça-feira, 29 de abril de 2014


HÁ UM CÍRCULO VITAL ONDE PRECISAMOS INTERAGIR


 Estas  frondosas árvores um dia foram frágeis mudinhas


 Estas frágeis mudinhas um dia serão frondosas árvores! 

Caule que no chão floresce,
 bênção que se faz brotar da terra,
 vida que fecunda ao sol,
 tu tens a probabilidade de um jatobá enorme,
 tu tens a sementinha da vida,
 a paz das árvores eternas, 
que nascem, crescem, abundam frescor,
 transbordam amor!
 E só precisam de gotinhas de água.

Liz Rabello


quinta-feira, 24 de abril de 2014

PÁSCOA NO PARAÍSO




RECOMEÇAR

Troncos de árvores frondosas

Folhas recém verdejantes na manhã
Cascos de velhas palmeiras que se esvaem





Ninhos de amor a cortar a paisagem

Frutos a enrubescer o tempo
É hora de recomeçar
Muita luz, muito a cuidar
Para amar, para amar e ser feliz!

Liz Rabello



“Quando você se sentir sozinho, pegue o seu lápis e escreva. No degrau de uma escada, à beira de uma janela, no chão do seu quarto. Escreva no ar, com o dedo na água, na parede que separa o olhar vazio do outro. Recolha a lágrima a tempo, antes que ela atravesse o sorriso e vá pingar pelo queixo. E quando a ponta dos dedos estiver úmida, pegue as palavras que lhe fizeram companhia e comece a lavar o escuro da noite tanto, tanto, tanto... até que amanheça”

(Rita Apoena)

NOTAS DESAFINADAS

Mar calado, noite densa
Nenhuma onda gigante se manifesta
Palavras são redemoinhos ausentes
Pedregulhos pousados no fundo do mar!

Corpo em pausa, corpo neutro
Nenhum som de encanto te faz acordar
Palavras são notas desafinadas
Na ponta do penhasco a se equilibrar!

Arrepio na coluna... É o vento!
Trazendo cantigas de um tempo lá atrás
Palavras agora exalam novos aromas
Perfumes mesclados a sabor e a paz!

Coração se exalta, enrubesce o rosto
Desejos mansinhos de vida a voar
Palavras nascem querendo acordar
Aurora repleta de sonhos a vivenciar!

Liz Rabello